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BS 5499-4:2013 – C ODE OF P RACTICE FOR E SCAPE R OUTE S IGNING

INCÊNDIO E PÂNICO

3.3 BS 5499-4:2013 – C ODE OF P RACTICE FOR E SCAPE R OUTE S IGNING

A norma britânica British Standards (BS) 5499-4:2013 – Code of Practice for Escape

Route Signing apresenta estrutura semelhante à norma brasileira ABNT NBR 13434:2004 e é

composta por indicações para projeto, tipos de sinais, tamanho da sinalização e distâncias de visualização, construção, durabilidade e manutenção. A parte 04 aborda apenas a sinalização de orientação e salvamento, mesma categoria considerada na análise da norma brasileira. Esta norma foi publicada em substituição a versão anterior – BS 5499-4:2000 – e entrou em vigor em dezembro de 2013.

Como princípio de projeto, a norma britânica não fixa distâncias máximas entre sinais, o que, em teoria, permite ao projetista locar a sinalização a qualquer distância, desde que dentro dos padrões de visibilidade estabelecidos pela própria BS 5499-4:2013. A condição fixada pela

48 Sinalização de proibição, sinalização de orientação e salvamento, sinalização de alerta e sinalização de

norma é a de que “em qualquer lugar dentro de um edifício no qual não for possível visualizar diretamente uma saída ou que possa existir dúvida quanto à sua posição, um sinal direcional deve ser fornecido para o ocupante” (BRITISH STANDARD INSTITUTION, 2015, p. 3). Esta condição permite mais liberdade em conceber a distribuição da sinalização da edificação.

Partindo de uma abordagem mais próxima a uma metodologia baseada no desempenho, a norma propõe inicialmente a análise do problema de projeto a partir de pontos específicos49, permitindo uma compreensão da edificação como um todo e de como intervir na mesma. Após esta análise, segue-se para a etapa de projeto na qual serão analisadas as rotas de fuga. Para tanto, é indicado ao projetista50 identificar, observar e analisar questões como a visibilidade da rota de fuga, posição das portas, possíveis obstáculos, entre outros.

Feita a observação e síntese destes pontos, avança-se para a fase da locação da sinalização na edificação, onde são feitas 12 considerações/restrições que o projetista deve observar e somar ao conhecimento adquirido nas fases anteriores, de maneira que o projeto atinja seu objetivo primário: o sistema de sinalização de uma rota de fuga deve fornecer simples identificação dos meios de evacuação/abandono, de maneira a permitir que as pessoas escapem sem ajuda e, possivelmente, sob condições de estresse.

Chama-se atenção à proibição da locação de sinais em portas, uma vez que a mesma pode ser esquecida ou mantida propositalmente aberta, o que impediria a visualização da

49 Pontos abordados pela norma na primeira etapa:

a) A maneira que as instalações são utilizadas;

b) A legislação específica que pode ser aplicada ao caso;

c) O sistema de gestão e administração da edificação, por exemplo, como é feito o controle do acesso de público à edificação;

d) Os sistemas de detecção e alarmes existentes na edificação; e) Plano de abandono da edificação, caso exista e;

f) Grau de familiaridade dos ocupantes com a edificação.

50 Pontos abordado na etapa 02:

a) A localização e natureza de todas as rotas de fuga, em especial a localização das escadas, mudanças de nível e quaisquer mudanças de direção;

b) A visibilidade aparente das rotas de fuga ou outras formas de escape; c) Qualquer área de alto risco de incêndio;

d) A posição de todas as portas e outras saídas situadas nas vias de abandono, incluindo saídas de andares e saídas finais;

e) Qualquer rota de fuga que atravesse áreas abertas;

f) A necessidade de utilização de qualquer outro sistema de orientação (tais como sistemas de sinalização complementar ou dispositivos sonoros) para ajudar as pessoas encontrarem o caminho em caso de uma evacuação de emergência;

g) Os níveis de iluminação no interior do edifício sob condições normais e de falha de corrente elétrica; h) A localização de qualquer outro sistema de sinalização, características arquitetônicas, decoração ou

barreiras que poderiam ocultar ou desviar a atenção sistema de sinalização de emergência; i) Caso existente, o tipo, localização e iluminação de quaisquer outros sinais rota de fuga.

sinalização, e a de que os sinais devem ser distribuídos de maneira uniforme em termos de espaçamento e altura, permitindo ao usuário prever de maneira rápida a posição da próxima sinalização. A uniformidade da sinalização, não só em relação às cores e formas, mas também a distribuição em projeto, proporciona uma sensação de segurança ao usuário (D’AGOSTINI, 2017). Questões como essas, não abordadas na norma brasileira, são apresentadas em detalhes na norma britânica:

a) pelo menos uma rota de fuga ou entrada que conduz a uma rota de fuga deve ser visível a partir de qualquer lugar dentro de cada sala ou gabinete. Onde esta rota não é visível ou possa ocorrer confusão, a rota deve ser indicada por um sinal;

b) onde a visão direta da rota de fuga ou da placa que indica a rota de fuga estiver obstruída, deve ser fornecido um ou mais sinais intermediários; c) as portas ou passagens que possam ser confundidas com uma rota de fuga devem ser marcadas claramente;

d) os sinais das vias de evacuação devem prevalecer sobre todos os outros sinais. Sinais com mensagens potencialmente conflitantes (por exemplo, "Não Ultrapassar" e "Saída de Incêndio") não devem ser utilizados no mesmo local. Onde este conflito é inevitável, um sinal de texto complementar (por exemplo, "exceto em caso de emergência") deve ser fornecido para substituir a mensagem de proibição;

e) todas as mudanças de direção nos corredores, escadas e espaços abertos que fazem parte de uma rota de fuga devem ser marcadas com sinais intermediários. Cada porta intermediária ou passagem deve ser assinada da mesma forma;

f) sinais devem ser espaçados de forma uniforme e consistentemente localizados de modo que o usuário possa, de maneira rápida e eficaz, prever a localização do próximo sinal dentro do caminho de fuga;

g) sinais adicionais devem ser fornecidos sempre que a linha de visão para o próximo sinal ultrapassarem a distância de visualização máxima recomendada para o tamanho escolhido do sinal;

h) deve ser previsto um sinal sempre que possa ocorrer confusão no entendimento do sistema;

i) todas as vias de evacuação devem conduzir a um lugar de segurança. Um lugar de segurança não deve apresentar sinais de rotas de fuga, mas pode apresentar uma placa indicando "ponto de encontro". A localização do ponto de encontro não deve ser indicada até a saída final(...);

j) sinais não devem ser fixados em portas ou localizadas onde possam ser obscurecidos por abrir as portas;

k) Locais onde considerações comerciais ou artísticas requerem sinais ou objetos que devido ao seu tamanho, brilho, desenho ou de proximidade podem ser confundidos ou impedir o reconhecimento de um sinal de rota de fuga, a localização do sinal rota de fuga pode ser ligeiramente deslocado sem que a segurança seja comprometida. Caso não seja possível, os sinais ou objetos confusos devem ser removidos;

l) a eficácia de qualquer sinal de rota de fuga não deve ser prejudicada pela presença de outros sinais que transmitem informação direcional em um formato semelhante, por outros sinais luminosos internamente, por concorrentes ou por fontes de luz que distraem. (BRITISH STANDARD INSTITUTION, 2015, p. 5-6, grifo nosso)

Nota-se que o projeto parte de uma série de avaliações e recomendações, porém sem necessariamente fixar distâncias ou restrições. Cada recomendação requer a análise do projetista em relação ao caso específico objeto de projeto. Esta proposta de metodologia de projeto, por meio de avaliação ou checklist, pode permitir ao projetista uma maior consciência em suas proposições, uma vez que a norma indica os principais pontos que devem ser avaliados antes da locação da sinalização de emergência.

A distância de visualização da sinalização em relação ao seu tamanho leva em consideração o tipo de iluminação – caso a própria sinalização seja iluminada ou a iluminação provenha de fonte externa – e a intensidade dessa iluminação – medida em candelas/m² ou lux – conforme Equação 3. Esta questão, que fixa a variação de luminosidade como fator que interfere na visibilidade da sinalização, não é considerada pelas normas brasileiras.

h Z

L= 0Equação 3

Onde:

L é a distância máxima perpendicular ao sinal;

Z0 é o fator a ser aplicado de acordo com o tipo e intensidade da iluminação existente no