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CÁLCULO DOS VALORES DE RESISTÊNCIA MÉDIA À COMPRESSÃO

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.3 CÁLCULO DOS VALORES DE RESISTÊNCIA MÉDIA À COMPRESSÃO

E DE RELAÇÃO ÁGUA/CIMENTO

Considerando as prescrições da NBR 12655 (ABNT, 2015), calcula-se os valores

de resistência média do concreto à

compressão, levando-se em conta cada classe de concreto requerida e adoção do desvio

padrão de dosagem, Sd, igual a 4,0 MPa.

Levando-se em conta as curvas de ABRAMS e os valores de resistência calculados, pode-se obter os valores de

relação água/cimento necessários ao

atendimento do requisito de resistência mecânica e de durabilidade, os quais são mencionados na Tabela 9 seguinte.

Tabela 9 – Correspondência entre a resistência média à compressão do concreto e a relação água/cimento, considerando a classe de agressividade

Fonte: Elaborada pelo autor.

Com base nas peculiaridades desse método de dosagem, considerando as classes de resistência requeridas, assim como os valores máximos permitidos de relação

água/cimento, encontram-se discriminados na Tabela 10 os traços de concreto que atendem aos requisitos estabelecidos no objetivo deste trabalho.

Tabela 10 – Dados e composições dos concretos no estado fresco

Método de dosagem Classe de resistência Proporções (em massa) Relação água/cimento (em massa) Relação Água/materia is secos Consumo de cimento Teor de argamassa seca, em massa, K cimento:areia:brita a/c A (%) (kg/m³) Faury C25 1,000: 1,710: 2,970 0,560 9,86 375 0,48 C30 1,000: 1,370: 2,630 0,490 9,80 429 0,47 C40 1,000: 0,970: 2,250 0,410 9,72 512 0,47

Fonte: Elaborada pelo autor.

Método de dosagem Classe de resistênci a Resistência média do concreto à compressão, fcm28 (MPa) Relação água/cimento (a/c), para atender

ao requisito de resistência

Máxima relação água/cimento, em massa, para classe de agressividade II

(moderada)

Relação água/cimento (a/c),

para atender aos requisitos de resistência mecânica e durabilidade Faury C25 31,6 0,560 0,600 0,560 C30 36,6 0,490 0,490 C40 46,6 0,410 0,410

Método de dosagem Classe de resistênci a Proporções (em massa) Relação água/ciment o (em massa) Relação Água/materi ais secos Consumo de cimento Teor de argamassa seca, em massa, K cimento:areia:brita 19 a/c A (%) (kg/m³) EPUSP/ IPT C25 1,000: 1,910: 2,790 0,600 10,52 369 0,51 C30 1,000: 1,760: 2,660 0,570 389 C40 1,000: 1,130: 2,050 0,440 508 ACI C25 1,000: 1,630: 3,040 0,540 9,52 380 0,46 C30 1,000: 1,500: 2,870 0,510 9,50 402 0,47 C40 1,000: 1,180: 2,480 0,440 9,44 466 0,47

Fonte: VILASBOAS et al. (2018), adaptado pelo autor.

Comparando os dados contidos na Tabela 10 com os dados da tabela 11, pode-se assinalar que: a) as dosagens de concreto efetuadas pelo método de Faury resultaram em valores de relação água/materiais secos (A%) superiores aos do método do ACI e inferiores ao encontrado no método de EPUSP/IPT, independentemente das classes de resistência adotadas. A explicação está associada, principalmente, às diferenças existentes nos teores de argamassa seca (K)

determinados nesses procedimentos; b)

considerando as classes de resistência C25, C30 e C40, as dosagens realizadas a partir do método da Faury propiciaram a obtenção de consumos de cimento superiores ao método de EPUSP/IPT, apesar de terem sido

efetuadas com valores inferiores de relações água/materiais secos. Este resultado deve ser atribuído à possibilidade do emprego de relações água/cimento superiores na aplicação desse segundo método; c) em relação ao método do ACI, classe de resistência C25, o consumo de cimento da mistura preparada segundo o método Faury foi inferior em 5 kg

para cada 1m3 de concreto. Este fato ocorreu

em virtude da adoção de uma maior relação água/cimento prevalecer sobre o emprego de uma maior relação água/materiais secos; d) no que concerne às demais classes (C30 e C40), os concretos fabricados a partir do

método americano (ACI) foram mais

econômicos, devido ao emprego de valores superiores de relações água/cimento e da

utilização de menor quantidade de água para obtenção de uma mesma consistência.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Pode-se concluir, a partir dos

resultados desta pesquisa, que o método de dosagem estudado se adequou muito bem para o proporcionamento de concretos

estruturais com consistência (S100)

compatível com as necessidades de

lançamentos por métodos tradicionais e se adaptou adequadamente à areia natural e ao agregado graúdo britado encontrados em Salvador-BA e empregados nas dosagens. Todos os procedimentos propiciaram a obtenção de concretos coesos, trabalháveis e que, quando endurecidos, apresentaram, aos 28 dias de idade, níveis de resistência à

compressão superiores aos valores médios mencionados no texto da revista Comitê Técnico – CT 301 (2003, p.20), considerando o emprego de cimento tipo CP II–Z-32 RS.

É válido ressaltar que, para qualquer método de dosagem adotado, ele nunca poderá ser considerado como independente da influência do tecnologista que o aplica. Ou seja, o conhecimento e a experiência do tecnologista são decisivos nas etapas de aplicação e nos processos de ajuste do traço final. Todavia, é importante que seja realizado um maior número de trabalhos experimentais sobre este tema, para que se possam estabelecer correlações mais precisas e condizentes com diversos tipos de agregados e materiais cimentícios utilizados no Brasil.

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PATERNIDADE RESPONSÁVEL PARA ALÉM DO