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3 SOBRE A SABEDORIA CORPORAL: DA VISÃO DE CORPO EM MERLEAU-

4.1 Coleta de dados:

4.1.1 Círculo hermenêutico-dialético

Nossa primeira coleta de dados se deu a partir de ciclos de entrevistas individuais semiestruturadas com inspiração no método do círculo hermenêutico-dialético assim como apresentado por Oliveira (2001, 2011). O círculo hermenêutico-dialético é um instrumento da Metodologia Interativa (OLIVEIRA, 2011), que busca a participação efetiva dos atores entrevistados. Para isso, propõem-se ciclos de entrevistas que devem ter de quatro a oito participantes (OLIVEIRA, 2011).

A visão dialética própria de tal método é, nesta pesquisa, afirmada pela importância de se explorar a potencialidade terapêutica da dança a partir não de uma única perspectiva, mas do encontro entre várias correntes que privilegiam o trabalho corporal com

dança, para que emerjam similaridades e contradições a partir da confrontação entre diferentes campos. Assim, a participação e o diálogo entre diferentes perspectivas, a partir do instrumento do círculo hermenêutico-dialético, no qual durante um ciclo de entrevistas um informante comenta a respeito da experiência do informante anterior (pertencendo a abordagens distintas), nos proporcionou um viés de criticidade próprio da dialética, em que uma nova síntese a respeito dos processos terapêuticos do dançar se forma a partir do encontro de diferenças, e não do encontro entre conteúdos comuns. No entanto, antes de ser uma técnica apropriada por pesquisadores para fins de coleta de dados, o círculo hermenêutico é um conceito filosófico. Antes de apresentarmos tal conceito, portanto, faz-se necessário compreender o que é a própria hermenêutica.

A hermenêutica é uma teoria e prática da interpretação de textos, que guiou tanto nossa fase de coleta, como de análise dos dados. “A interpretação, diremos, é o trabalho de pensamento que consiste em decifrar o sentido oculto no sentido aparente, em desdobrar os níveis de significação implicados na significação literal” (RICOEUR, 1978, p. 15). Entende- se que nossas interpretações são sempre embebidas do espírito de cada época e cultura, sendo o sentido do texto sempre dependente do contexto. A hermenêutica, assim, é uma disciplina da exegese, que “se propõe a compreender um texto, a compreendê-lo a partir de sua intenção, baseando-se no fundamento daquilo que ele pretende dizer” (RICOEUR, 1978, p. 7).

A história da hermenêutica iniciou com a interpretação de textos bíblicos e textos clássicos da antiguidade greco-latina. Os filósofos buscavam a verdade do texto, um sentido unívoco, acreditando que a mensagem aparente do material analisado fosse apenas uma máscara. O papel do hermeneuta, portanto, seria o de se aprofundar para alcançar o verdadeiro sentido do texto, escondido por trás do explícito, imediato e literal. Era preciso traduzir, visto que o sentido aparente do texto não era o verdadeiro (RICOEUR, 1989).

Gadamer, por sua vez, o principal autor da hermenêutica contemporânea, critica esta ideia, criticando também a possibilidade de reconstrução da intenção do autor do texto, assim como proposto por Schleiermacher, para quem a tarefa da hermenêutica seria desvendar o autor, descobrir o que ele realmente quis dizer, trazendo uma ideia de que o leitor deve conhecer o autor mais e melhor que ele mesmo. Considerando impossível a recriação da intenção do autor, Gadamer “insiste que a melhor compreensão deve se referir a uma melhor compreensão do assunto em questão” (SCHMIDT, 2012, p. 143).

Aluno de Heidegger, Gadamer postula que o intérprete não escapa do círculo hermenêutico, obtendo um conhecimento direto, mas ao contrário, toda compreensão parte necessariamente de nossos significados culturais, preferências e valores. Enfim, nossas

interpretações partirão sempre de nossos “preconceitos”, assim como denominado por Gadamer, baseado nas estruturas prévias da compreensão de Heidegger (SCHMIDT, 2012). Desta forma, a tarefa do hermeneuta seria diferenciar os preconceitos legítimos, baseados nas coisas em si, rejeitando os ilegítimos, que apenas nos afastam da compreensão.

Dentro da história da hermenêutica, o conceito filosófico de círculo hermenêutico está presente desde Schleiermacher, tendo ganhado maior relevo com Heidegger e sido desenvolvida, posteriormente, por Gadamer. Refere-se a “uma expressão que significa que as partes só podem ser compreendidas a partir de uma compreensão do todo, mas que o todo só pode ser compreendido a partir de uma compreensão das partes” (SCHMIDT, 2012, p. 16). Segundo Gadamer (2011):

A regra hermenêutica, segundo a qual devemos compreender o todo a partir do singular e o singular a partir do todo, provém da retórica antiga e foi transferido, pela hermenêutica moderna, da arte de falar para a arte de compreender. Em ambos os casos, estamos às voltas com uma relação circular prévia. A antecipação de sentido, que comporta o todo, ganha uma compreensão explícita através do fato de as partes, determinadas pelo todo, determinarem por seu lado esse mesmo todo (p, 72).

Tal interdependência entre o todo e as partes se dá em diversos níveis, como por exemplo, na relação de uma palavra (parte) com a sentença (todo) da qual faz parte. Em um nível mais geral, a sentença só pode ser compreendida dentro do todo de um parágrafo, que é, em si, uma parte em relação ao todo que é o livro. O livro, por sua vez, é uma parte em relação à obra completa do autor, que em um nível superior, só pode ser compreendida dentro da cultura e época da qual é parte (SCHMIDT, 2012).

A compreensão, portanto, acontece dentro do círculo hermenêutico. O intérprete de um texto desloca sua atenção do significado do todo para as partes e então novamente para o todo. Dentro deste movimento existe, ainda, uma intrínseca relação entre o intérprete e a tradição. A tradição é nossa linguagem herdada que antecipa os significados, formando nosso olhar e tendo, assim, força de autoridade.

A partir daí, é sabido que toda interpretação se inicia com conceitos prévios e estes são, durante o movimento da compreensão, substituídos por outros mais adequados (GADAMER, 2014). Retomando a descrição de Heidegger de círculo hermenêutico, Gadamer (2014) explica que:

Toda interpretação correta tem que proteger-se da arbitrariedade de intuições repentinas e da estreiteza dos hábitos de pensar imperceptíveis, e voltar seu olhar

para ‘as coisas elas mesmas’ (que para os filósofos são textos com sentido, que tratam, por sua vez, de coisas) (p. 355).

O empecilho para uma boa interpretação, porém, não são as concepções prévias do hermeneuta em si, pois estas são parte fundante do exercício da compreensão, não sendo possível partir de um olhar supostamente imparcial. Por outro lado, “são os preconceitos não percebidos os que, com seu domínio, nos tornam surdos para a coisa de que nos fala a tradição” (p. 359). A saída seria, portanto, tornar nossos preconceitos conscientes para, então, poder controlá-los. Já que não existe um olhar neutro, sendo impossível nos desligar completamente de nossos preconceitos, o esforço, então, é o de conhecer cada vez mais claramente nossas concepções e pontos de partida, para que estes possam ser identificados e confrontados, separando-os da “coisa mesma” do texto.

Uma consciência formada hermeneuticamente deve, desde o princípio mostrar-se receptiva à alteridade do texto. Mas essa receptividade não pressupõe nem uma “neutralidade” com relação à coisa nem tampouco um anulamento de si mesma; implica antes uma destacada apropriação das opiniões prévias e preconceitos pessoais. O que importa é dar-se conta dos próprios pressupostos, a fim de que o próprio texto possa apresentar-se em sua alteridade, podendo assim confrontar sua verdade com as opiniões prévias pessoais (GADAMER, 2014, p. 358).

Esta ideia nos leva, ainda, à impossibilidade de interpretarmos o texto a partir do horizonte do autor, já que não podemos nos desapegar de nosso próprio horizonte. Além disso, essa não seria uma atividade útil, visto que se estivéssemos mergulhados no olhar do autor, não seria possível enxergar o que ele já não via, e que se faz plausível somente a partir de nosso horizonte estrangeiro. Assim, “a distância temporal entre o intérprete e o texto é produtiva ao eliminar erros e abrir novas possibilidades de significado” (SCHMIDT, 2012, p. 155). Importante notar também que na fusão desses horizontes, ambos se modificam.

Assim, outra característica do círculo hermenêutico é que “a compreensão ocorre como uma fusão do assim chamado horizonte passado do texto com o horizonte presente daquele que compreende” (SCHMIDT, 2012, p. 21). O trabalho da hermenêutica, deste modo, acontece no espaço entre o familiar e o estranho no texto.

A partir destas observações, tal conceito filosófico do círculo hermenêutico foi apropriado como técnica de coleta, por gerar um constante movimento de interpretação a partir de diferentes pontos de vista. O círculo hermenêutico-dialético proposto por Oliveira (2011), portanto, é um:

processo de construção e reconstrução da realidade por meio de um vai-e-vem constante (dialética) entre as interpretações e re-interpretações sucessivas dos indivíduos (dialogicidade e complexidade) para estudar e analisar em sua totalidade um determinado fato, objeto e ou fenômeno da realidade (visão sistêmica) (p. 3).

Na prática, as entrevistas ocorreram de forma circular, em dois ciclos distintos, um com profissionais e outro com clientes de abordagens que trabalham terapeuticamente com dança e movimento. Entrevistou-se, inicialmente, uma pessoa, a partir de um roteiro de perguntas elaborado a partir do objetivo central de nosso estudo: compreender quais processos terapêuticos acontecem no exercício da dança e movimento. Cada pergunta buscou abarcar uma faceta desta realidade, de modo que a entrevista, como um todo, contribuísse para responder ao objetivo geral da pesquisa. Tais perguntas norteadoras das entrevistas foram:

Pergunta do roteiro semiestruturado de entrevista

Justificativa em relação aos objetivos da pesquisa

Você pode me contar um pouco sobre a sua experiência com corpo, dança e movimento na terapia?

Compreender a trajetória dos informantes, traçando um possível perfil das pessoas que buscam participar e trabalhar com tais abordagens

Qual o significado desta prática na sua vida?

Apreender os primeiros sinais de

consequências transformadoras destas práticas nas vidas das pessoas, segundo sua percepção Como esta prática te ajuda? De que

forma é terapêutico/transformador?

Estimular os entrevistados a pensarem sobre as mudanças percebidas ao longo do tempo de vivência nos grupos, e a partir de que processos tais mudanças aconteceram

O que mudou na sua vida após seu contato com essa prática?

Elencar a percepção dos efeitos,

consequências, resultados terapêuticos

O que você acha que acontece nessa terapia que faz com que você se transforme?

Elencar a percepção dos processos, acontecimentos sucessivos, que promovem os efeitos e mudanças citados

O que te motivou a buscar essa terapia específica? O que ela tem de peculiar, que é diferente de uma psicoterapia focada na fala?

Compreender a diferença entre uma terapia com foco na dança e uma terapia com foco na fala, buscando a especificidade do primeiro grupo, através de processos que lhes são próprios

Você gostaria de partilhar algum exemplo de uma sessão ou evento significativo em sua experiência terapêutica com a dança?

Perceber, através de um exemplo concreto, os processos e efeitos terapêuticos descritos

Após a conclusão da primeira entrevista, foi realizada, pela pesquisadora, sua síntese. A síntese da entrevista é uma história contada, um resumo das informações trazidas pelo informante. O resumo abrevia o relato, porém, não exclui, direciona, seleciona, julga ou interpreta o material. As sínteses, portanto, apresentam, de forma abreviada e organizada, a experiência do entrevistado. Diferem de uma transcrição das entrevistas, pois contêm trechos literais de falas dos entrevistados, bem como narrações construídas pela pesquisadora. Existem, por exemplo, edições para tentar dar mais sentido e coesão ao relato. No entanto, busca-se, na medida do possível, uma narração cronológica, respeitando-se a ordem dos eventos assim como descritos pelo informante no momento da entrevista. O objetivo da síntese é organizar, para o próximo entrevistado, a experiência que, na fala viva do momento da entrevista, pode ter se mostrado, por vezes, confusa ou prolixa.

Ao ser finalizada, a síntese era enviada ao entrevistado para fins de correção. Os entrevistados deveriam ler e aprovar a síntese de sua entrevista, observando se esta mostrava- se fiel à sua fala, podendo modificar ou suprimir qualquer trecho. Cada entrevistado recebeu, ainda, um nome fictício para garantir o sigilo, tendo a possibilidade de escolhê-lo. Estando a síntese em concordância com seu informante, era então realizada a entrevista seguinte, obedecendo ao mesmo roteiro.

Ao retornar a síntese para o próprio entrevistado, antes de apresentá-la ao próximo informante, tinha-se como objetivo, dentro das concepções do círculo hermenêutico, dirimir os preconceitos ilegítimos na construção da narrativa pela pesquisadora. A legitimidade do relato, assim, foi dada por cada entrevistado, que ao modificar e autorizar sua síntese, a colocava como um relato fiel de sua experiência, derrubando qualquer compreensão errônea no momento da construção do texto, e assim afirmando que a síntese expressava, o mais

claramente possível, a intenção do “autor”, que nesse caso, deveria ser mais o entrevistado, que a pesquisadora.

Cada síntese, portanto, apresenta-se como uma exposição do que foi dito nas entrevistas, e não uma análise, seguindo a perspectiva fenomenológica de Heidegger que nos convida a “descrever cuidadosamente nossa experiência sem fazer juízos sobre o que a experiência implica” (SCHMIDT, 2012, p. 20). Além disso, o círculo hermenêutico parte da concepção prévia da completude (GADAMER, 2011), que pressupõe que o intérprete deve considerar o texto coerente e verdadeiro. Assim, para que as sínteses expressassem o mais claramente possível a verdade dos entrevistados, cada informante foi o melhor crivo para a legitimidade de sua síntese.

Sendo a síntese coerente e verdadeira, então, ao final da segunda entrevista, apresentamos ao segundo entrevistado a síntese da entrevista 1, sobre a qual ele deveria tecer comentários, apontando similaridades e diferenças, bem como questões pessoais, vivências ou conceitos rememorados ao ler uma experiência advinda de outra abordagem.

Em continuidade, após a terceira entrevista, foi entregue a síntese da segunda entrevista, com os comentários do segundo entrevistado a respeito da primeira entrevista. A partir daí, o ciclo continuou, tendo sempre o próximo entrevistado acesso à síntese da entrevista anterior e ao comentário do entrevistado que o antecedeu a respeito da entrevista que, por sua vez, o antecedeu. O quarto entrevistado teve acesso, por sua vez, à síntese da terceira entrevista e aos comentários do terceiro entrevistado acerca da segunda entrevista, e assim por diante.

O primeiro ciclo foi formado por oito profissionais e o segundo por cinco clientes, sendo finalizados quando o entrevistado número um teve acesso à última entrevista e ao comentário do último entrevistado sobre a entrevista que o antecedeu, fechando-se a estrutura circular. Para as entrevistas, foram selecionadas pessoas com experiência nas abordagens que formam nosso referencial teórico, apresentadas no capítulo 2. Assim, entrevistou-se clientes e profissionais com experiência em Biodança, escolas de Educação Somática, abordagens de Psicoterapia Corporal, Focalização, Dança Circular Sagrada, Movimento Autêntico e outras abordagens de Dança Movimento Terapia. Um dado interessante percebido é que muitos dos profissionais entrevistados possuíam, também, formação em Arte-terapia.

O círculo hermenêutico assemelha-se a uma colcha de retalhos tecida coletivamente, em que cada tecido é costurado ao tecido seguinte por meio da participação do interlocutor anterior. Desta forma, provocamos um diálogo indireto entre todas as abordagens, abrindo espaço para que os entrevistados tecessem afinidades, analogias e distinções entre

elas, fortalecendo os conteúdos em comum, que deram origem às categorias de processos terapêuticos estudados.

Nestes círculos hermenêutico-dialéticos, cada relato (parte) foi ganhando sentido ao se conectar com o todo do círculo, mediante os comentários do informante posterior. Por outro lado, o conhecimento gerado (todo) ia sendo constantemente remodelado e reinterpretado a cada nova síntese e comentário (partes). Essa repetida revisitação das sínteses, pelos próprios participantes dos ciclos de entrevistas, acabou por criar um novo todo, permitindo a emergência de um conteúdo dialogado. É nesse sentido que:

Guba e Lincoln (1989) apresentam o círculo hermenêutico dialético como um método que coloca em ação os autores sociais através de um vai-e-vém constante que permite a captação da realidade em estudo, através de uma análise que se configura no encontro entre os grupos pesquisados (OLIVEIRA, 2001, p. 69).

Os grupos pesquisados, nesse estudo, referem-se às diferentes abordagens que trabalham com dança e movimento em um viés terapêutico, tanto dentro da Dança Movimento Terapia, como no âmbito das danças terapêuticas. Tais perspectivas, por meio do formato das entrevistas comentadas, foram colocadas em constante interação e questionamento umas das outras. Ao serem apresentados às sínteses das entrevistas anteriores, os participantes eram convidados a rever, comparar, analisar e criticar as experiências lidas e vividas, construindo um novo conhecimento a respeito do que lhes acontece quando dançam em ambiente terapêutico.

Diferente de entrevistar cada representante de uma abordagem separadamente e em seguida analisar os conteúdos que se repetem, esta metodologia permitiu que as diferentes abordagens dialogassem entre si, testando, a cada encontro, se uma proposta fazia sentido para a outra. Os entrevistados sinalizavam, em seus comentários, as semelhanças e diferenças em suas teorias e métodos, sendo possível elencar processos semelhantes que se repetiam nas diferentes correntes de trabalhos terapêuticos com dança. Assim, “pela constante relação entre entrevistados e pesquisador(a), é possível se chegar o mais próximo possível à realidade, chamada de “consenso” pelos autores Guba e Lincoln” (OLIVEIRA, 2001, p. 70). O consenso, em nosso estudo, refere-se às categorias encontradas a partir dos conteúdos que se repetiram nas entrevistas e no diário de campo. Por categoria entendemos:

a palavra categoria, em geral, se refere a um conceito que abrange elementos ou aspectos com características comuns ou que se relacionam entre si. Essa palavra está ligada à ideia de classe ou série. As categorias são empregadas para se estabelecer

classificações. Nesse sentido, trabalhar com elas significa agrupar elementos, ideias ou expressões em tomo de um conceito capaz de abranger tudo isso. Esse tipo de procedimento, de um modo geral, pode ser utilizado em qualquer tipo de análise em pesquisa qualitativa (GOMES, 2001, p. 70)

Como parte da metodologia, faz-se importante, ainda, salientar que esta pesquisa seguiu os aspectos éticos da Resolução 466/12 do CEP/CONEP, que trata das diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos; bem como da Resolução 510/16, que trata das normas aplicáveis a pesquisas em Ciências Humanas e Sociais, cujos procedimentos metodológicos envolvem utilização de dados diretamente obtidos com os participantes. A pesquisa foi aprovada pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa, em 14 de dezembro de 2017, com CAAE 78793417.0.0000.5054 e parecer8 (ANEXO C) de número 2.438.971.

Julgamos que tal pesquisa não ofereceu riscos à integridade física e moral dos participantes. No entanto, entendemos que poderia haver algum constrangimento mínimo com a situação peculiar de uma entrevista ou ainda com a possibilidade de leitura da síntese da entrevista de um participante pelo próximo entrevistado. Para garantir a liberdade e bem-estar dos convidados, a metodologia da pesquisa foi explicada detalhadamente na ocasião dos convites. O relatório da pesquisa contendo os resultados do estudo estarão disponíveis após a defesa da tese e uma apresentação oral dos resultados poderá ser agendada conforme interesse dos participantes. Vejamos, agora, a caracterização da amostra de nosso círculo hermenêutico, bem como a forma como se deu o acesso a essas pessoas e o detalhamento de nossos procedimentos de coleta de dados nesta fase da pesquisa.