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C ARATERIZAÇÃO G ERAL DO S ISTEMA DE P RODUÇÃO

3. C ARATERIZAÇÃO DA E MPRESA

3.2. C ARATERIZAÇÃO G ERAL DO S ISTEMA DE P RODUÇÃO

Esta secção tem como objetivo uma caraterização sucinta do sistema produtivo, assim como uma descrição do próprio sistema.

3.2.1. O

RGANIZAÇÃO DA

P

RODUÇÃO

De forma a exibir-se a o modo como a empresa apresenta organizado o seu sistema produtivo, na figura seguinte esquematiza-se o fluxo de materiais e informação. Esta ilustração é aplicável para todos os produtos. No Anexo 2, de modo a facilitar a compreensão do seguinte diagrama, expõe-se uma esquematização do layout da empresa e respetivas zonas (denominadas células), com posterior legenda da numeração.

Figura 11 - Fluxo Geral de Informação e de Materiais

De notar que o fluxo de materiais e de informação fluem no mesmo sentido. Uma vez que os meios são empurrados, a empresa enquadra-se no paradigma push. A título de exemplo, no Anexo 3 encontra-se o fluxo produtivo relativo à secretária K-Line sem calha, seguido da respetiva explicação.

De uma forma simplificada, a produção dos produtos na empresa envolvem cinco processos gerais: • Serralharia: Para o processo de serralharia existem dois materiais fundamentais em armazém: a

chapa e o tubo. Relativamente à chapa, esta é inicialmente cortada, seguindo-se a puncionagem, quinagem e/ou estampagem, finalizando-se com a soldadura. De ressalvar que, em certos casos, esta última etapa não é necessária. No que concerne ao tubo, é feito o procedimento de dobrar/curvar, terminando, por vezes, com a soldadura. Após estas etapas de serralharia, os materiais passam para o processo de pintura.

• Pintura: A este processo, chegam os materiais provenientes da serralharia, bem como componentes comprados. As etapas que constituem este processo são: desengorduramento, fosfatação, lavagem, passivação, secagem, pintura e polimerização. Consoante o tipo de produto a produzir, passa para o processo denominado estofos, ou para a montagem.

• Estofos: Os materiais necessários neste processo são os tecidos e outros componentes comprados. Nos estofos é feito o corte dos materiais, a colagem, a agrafagem, a costura e, por fim, a montagem dos componentes. Quando terminado o referido processo, os produtos seguem para a montagem ou para a embalagem.

• Carpintaria: No processo de carpintaria são realizadas as etapas de corte, colagem e acabamento dos aglomerados e folhas de madeira. Os processos sucessores são a montagem e a embalagem ou, em alguns casos, os produtos são direcionados diretamente para a embalagem.

• Montagem: Ao processo de montagem podem advir produtos da pintura, dos estofos ou da carpintaria. Como o próprio nome indica, neste processo é realizada a montagem dos produtos. • Embalagem: A embalagem é realizada aos produtos provindos do processo de pintura, de

carpintaria, de estofos ou da montagem, seguindo-se a expedição (tema que não será alvo de análise no presente trabalho).

O sistema produtivo, do ponto de vista macro, apresenta-se configurado fisicamente pelo tipo “implantação orientada ao processo” (unidade funcional). Tal facto corrobora-se, pois as máquinas encontram-se agrupadas por tipo (corte de chapa, serralharia, entre outros). No entanto, no ponto de vista micro, assume outras classificações. Por exemplo, na secção de serralharia, existem várias células6,

cada uma correspondente a um tipo de produto (secretárias, armários, etc.). Deste modo, a classificação não é realizada de um modo habitual, mas presencia-se um caso híbrido entre implantação orientada ao processo e ao produto.

3.2.2. F

ATORES DE

P

RODUÇÃO

Nos pontos seguintes explicitam-se alguns exemplos dos variados fatores de produção relativos à atividade produtiva da organização.

MATERIAIS: Os materiais dividem-se em materiais primários e materiais secundários. Relativamente aos materiais primários, estes subdividem-se em matérias-primas – como é exemplo a tinta em pó e os tampos – e os componentes – como é o caso dos parafusos e dos rebites. Quanto aos materiais secundários, nestes enquadram-se: os produtos de limpeza, onde se encontram os produtos de limpeza das máquinas, os detergentes para banhos da pintura e os detergentes para limpeza dos artigos antes de embalagem; os lubrificantes, como o loctite (máquinas em geral),o belt dressing (correias) e o óleo

synthesco (para sistema de transporte da pintura); o ar comprimido; e a energia: eléctrica, gás propano, madeira e resíduos desta, bem como gasóleo.

MEIOS DE PRODUÇÃO: Para que a atividade produtiva seja realizada, são necessários meios de produção diretos e indiretos. Nos diretos abarcam-se: as máquinas, como as cabines de pintura, o esmeril e a máquina de soldar por pontos; as ferramentas, por exemplo as brocas; e os transportadores, onde se enquadra o empilhador. Relativamente aos meios de produção indiretos, fazem parte as instalações da empresa, a frota e o sistema informático. A empresa apresenta instalações próprias, com cerca de 26300 m2; uma frota de 14 veículos; bem como um sistema informático, o Navision.

6 Denominação adotada na empresa para um espaço físico, dotado de equipamentos e um conjunto de colaboradores, que constituem uma equipa de trabalho que é coordenada por um chefe de célula.

TRABALHO7: Nos quadros da empresa constam 155 colaboradores, com idade média de 42 anos. O

nível académico destes divide-se do seguinte modo: 44% com 4º ano; 14% com 12º ano; 11% licenciados; e os restantes com distintos graus. No que respeita às competências, ao conhecimento e à formação, a organização tem estabelecido procedimentos documentados relativos: ao recrutamento e seleção de recursos humanos; à admissão de colaboradores; ao acolhimento e integração dos colaboradores; ao desenvolvimento de competências; assim como ao reconhecimento de competências. No Anexo 4 indica- se o modo como é realizado.

INFORMAÇÃO: Quando uma encomenda é rececionada pelo Departamento Comercial, este procede ao seu registo. No Departamento de Produção gera-se, no software Navision, o Material Requirements Planning (MRP) semanal. Após este, são gerados os mapas para cada célula com o artigo a produzir e respetiva quantidade. De seguida, são enviadas as necessidades de matérias-primas e componentes a adquirir, para o Departamento de Compras. Na produção, o material e a informação são empurrados de operação em operação até à secção final, para posterior expedição. A expedição é realizada consoante o mapa de carga, no qual se encontra o cliente, a zona e os respetivos produtos.

3.2.3. A

MBIENTE DE

P

RODUÇÃO

Na organização existem três ambientes produtivos, face à natureza da procura. O ambiente produtivo mais presente na empresa é o Make-To-Order (MTO), pois a maioria dos produtos fabricados resultam de encomendas feitas pelos clientes através do catálogo da empresa. No entanto, os clientes podem fazer mudanças aos produtos, sendo estas mudanças alvo de análise e posterior aceitação ou rejeição da encomenda, como indicado precedentemente. Deste modo, a empresa apresenta também o ambiente

Engineer-To-Order (ETO). Este ambiente adequa-se ao caso citado mas, similarmente, à criação/desenvolvimento de produtos a pedido dos clientes. No que concerne a algumas cadeiras, a

Famo, com a finalidade de diminuir os prazos de entrega, armazena os componentes constituintes deste tipo de produto (com exceção dos estofos) que são, após encomenda, montados consoante a ordem expressa nesta. Esta abordagem é designada Assemble-To-Order (ATO).

A secção definida pela empresa para alvo de sugestão de melhorias foi a secção de pintura. Os principais objetivos da empresa, na elaboração do presente projeto, abrangem a revisão do processo. Esta revisão deve conter a verificação de parâmetros, a racionalização do transportador, a inclusão de um programa para controlo da secção de pintura a inclusão de ensaios de controlo do processo, assim como a classificação dos defeitos e definição de causas, com respetivas ações a proceder, bem como uma revisão do modo de manutenção e limpeza da instalação. Os capítulos posteriores dedicam-se à caraterização detalhada da secção de pintura, seguida da exposição de problemas identificados e posteriores propostas de melhoria.

7 Dados relativos a dezembro de dois mil e dez.