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M ELHORIA DE P OSTOS DE T RABALHO E Á REAS A BRANGENTES

5. P ROPOSTA E I MPLEMENTAÇÃO DE M ELHORIAS

5.1. M ELHORIA DE P OSTOS DE T RABALHO E Á REAS A BRANGENTES

Uma vez que toda a secção se apresenta bastante desorganizada, utilizou-se a ferramenta 5S de forma a melhorar o aspeto/organização. Com a aplicação desta ferramenta, que se apresenta como de fácil utilização e com resultados visíveis, visou-se colmatar a falta de organização e, complementarmente, tentar induzir nos colaboradores uma maior satisfação pela secção e pelo próprio trabalho que efetuam. Estes sentimentos têm sido dissipados ao longo dos anos, pois toda a secção se encontra degradada e os espaços descuidados.

Nas formações existentes na empresa, a ferramenta 5S foi alvo de explicação aos colaboradores. Este facto permitiu que estes conhecessem as atividades que iriam ser realizadas e a sua finalidade.

Nestas melhorias foram efetuadas: triagens de materiais, separando todos os materiais necessários dos não necessários (1º S); arrumação, onde foram estipulados locais específicos para que todos os colaboradores facilmente percecionem onde se encontram os materiais, tendo-se optado por colocar os materiais utilizados constantemente junto aos colaboradores, os utilizados ocasionalmente próximos do PT e os raramente usados em locais mais longínquos (2º S); limpeza (3º S), neste “s” para além da limpeza propriamente dita foram alertados os colaboradores para não sujarem, tendo sido assegurados

locais próximos dos PT para a colocação dos resíduos; o 4º S é por vezes indicado como o senso onde se devem incidir as preocupações com a higiene e segurança no trabalho, assim como com questões ergonómicas, neste senso, adotado como senso de normalização foram criadas regras para que os anteriores sensos fossem cumpridos, por exemplo a utilização de cores e rótulos para fácil identificação (este senso está fortemente ligado à gestão visual, pois facilmente se detetam ocorrências fora do padrão estabelecido); por fim é imprescindível manter o compromisso de manter os 4S anteriores, tendo sido inicialmente alvo de controlo e depois assumida a responsabilidade dos colaboradores cumprirem as melhorias efetuadas, assumindo estes um papel fundamental na melhoria contínua do PT e, consequentemente, da empresa. Em relação ao último senso, após conversação com os intervenientes, foram feitos vários controlos e alertas, de forma a verificar se se estava a cumprir o efetuado.

O primeiro grande objetivo para a secção de pintura, de forma a mudar totalmente o aspeto desta, foi a reparação e pintura do pavimento, assim como das paredes. De modo a reparar as fendas existentes, foram adquiridos produtos especiais que resistem à passagem dos carros – que transportam as peças – assim como à circulação dos empilhadores. Após reparadas as fendas, o pavimento foi pintado e as limitações dos corredores repintadas (Figura 48).

As paredes foram igualmente alvo de melhoria, tendo sido reparadas e repintadas. As obras indicadas foram cruciais para que os colaboradores sentissem maior gosto pela secção e se preocupassem em mantê-la limpa, solucionando-se, deste modo, o PG.2. Adicionalmente foi adquirido um aspirador, adjudicado à secção de pintura (Figura 49). Este foi escolhido com base no tipo de tinta a aspirar. Na implementação restringiu-se um local, com vista a colocação do mesmo, e foram responsabilizados os pintores pela limpeza contínua da secção.

As linhas efetuadas no chão (a amarelo) fazem parte da padronização (4º S) sendo essencial para o 5º S (auto-disciplina), uma vez que os colaboradores sabem que têm que transitar nos corredores e não colocar material nestes.

ZONA DE CARGA

A bancada do chefe de célula (ver PC.4 e Figura 20) foi desenhada e construída tendo em atenção as necessidades deste (Figura 50). Para o estudo ergonómico foi utilizada a tabela da Universidade do Minho referente aos dados antropométricos da população portuguesa adulta (Anexo 19). As dimensões foram calculadas através da fórmula , onde:

p - indica a percentagem como dimensão igual ou superior à P; m - diz respeito à média da população do sexo em análise; s - referencia-se ao desvio padrão;

Quando se trata de posições em que o colaborador se encontra de pé, às dimensões calculadas devem ser incrementados 25 mm, correspondentes à correção do calçado (Barroso & Costa, 2010).

Os cálculos (Anexo 22) foram efetuados de modo a satisfazer cerca 90% da população da população masculina portuguesa, visto que na secção apenas trabalham pessoas do sexo masculino.

Figura 48 - Pavimento Repintado Figura 49 - Aspirador da Secção Figura 50 - Novo Posto do Chefe de Célula

Antes da implementação do novo posto, foi eliminado todo o material desnecessário. A nova bancada apresenta zonas diferenciadas para a separação dos documentos nos locais indicados (etiquetas pretas da figura), estes foram colocados após a arrumação e limpeza dos materiais, permitindo facilitar a auto- disciplina. A nova bancada tem possibilidade de deslocação, pois possui rodízios e um tamanho adequado a esta finalidade. A área ocupada é de 0,472 m2.

ZONA DE CABINES

A ferramenta 5S foi utilizada nos componentes existentes nas zonas da cabine corona e tribo. Para estes existiam armários, para além de se encontrarem componentes armazenados em outros locais, como é exemplo a cabine tribo fora de utilização (ver PB.1 e Tabela 7, bem como PB.2 e Tabela 8).

Inicialmente identificaram-se as zonas onde existe material da cabine, em segundo lugar separou-se o material – material obsoleto, material necessário e material a ser reencaminhado para outros colaboradores – de seguida foi ponderada a dimensão necessária do armário. Este foi um passo fundamental, pois não se poderia permitir que a sua dimensão originasse nova armazenagem de material não necessário para a cabine. Deste modo optou-se pelo armário da Figura 52, para a cabine corona. De forma similar, escolheu-se o armário apresentado na Figura 52 para os componentes da cabine tribo. O material existente no interior encontrasse separado por tipo e etiquetados para mais fácil identificação. Os armários utilizados foram aproveitados de produtos considerados obsoletos. Conjuntamente a estes factos, a área ocupada pelo armário da cabine corona é 0,5 m2, embora não tenha existido diminuição na

Figura 51 - Armário Cabine Corona (Fechado/Aberto)

Figura 52 - Armário Cabine Tribo (Fechado/Aberto)

Em relação ao armário da cabine tribo, a área ocupada é de 0,34 m2 (redução de 53% da área), para

além da diminuição de área, o novo armário tem cerca de metade da altura. O facto de se diminuir a área de armazenamento faz com que os colaboradores tenham especial atenção ao que realmente necessitam de armazenar, diminuindo-se o material desnecessário.

Em relação ao armário da cabine corona, ficou ainda por realizar um quadro para colocação das ferramentas, estando estas na caixa de ferramentas vermelhas visível na Figura 51. Este painel conterá, apenas, o material estritamente necessário para a manutenção efetuada pelos pintores às cabines. No que respeita à desordem criada pelas caixas vazias de tinta (PB.6), foi projetado um carro para a colocação destas. O carro foi situado junto às estantes de tinta, tendo sido colocada uma identificação para reconhecimento do local onde este deve se encontrar (Figura 53).

A colocação das caixas no carro permite facilidade de movimentações, uma vez que o espaço fica livre. O carro ocupa 0,44 m2.

A escada existente junto às cabines foi igualmente alvo de aplicação de 5S, no entanto não foi necessária a aplicação do 1º S. Esta escada é utilizada para a manutenção das cabines e era apoiada em diversos lugares, tendo os colaboradores sempre que necessitam desta, que despender tempo a procurá-la. De modo a melhorar este problema foi colocado um suporte para a colocação da escada (Figura 54). Com esta localização fixa evitam-se os tempos na procura da escada e é reconhecido o local para a colocação desta, uma vez que foi colocada a respetiva identificação.

Figura 53 - Carro para Colocação de Caixas Vazias de Tinta

Figura 54 - Suporte para Colocação de Escada

Em relação ao posto de lixar apenas foi melhorada visualmente 1 das mesas – Figura 55 mesa com tampo forrado a vermelho. Recuperou-se uma secretária que se encontrava desaproveitada, de forma a ser possível guardar cada tipo de material em cada gaveta. O estado anterior das mesas pode ser visualizado na Figura 36, encontrando-se a descrição do problema no PB.12.

Figura 55 - Restauração do Posto de Lixar

As mesas onde são colocadas as peças e limpas, após o TUS e precedentemente à pintura, foram igualmente alvo de restauração e organização (Figura 56). Estas foram niveladas à mesma altura, podendo a situação antes de melhoria ser vista na Figura 37. Os cálculos para obtenção da altura encontram-se no Anexo 23. Os tampos destas foram alvo de reforço, uma vez que para além da deterioração evidente, também causavam quedas. Procedeu-se, complementarmente, à pintura das estruturas. As melhorias indicadas permitiram eliminar o PB.13.

Os ganchos, panos e lixas existentes neste posto foram colocados em caixas adquiridas para este efeito, tendo sido devidamente identificadas. O mesmo foi efetuado para as mesas de colocação de peças pintadas na cabine manual (Figura 57), onde foram dispostas caixas para ganchos e panos existentes. Estas mesas foram desamolgadas e pintadas, assim como as escadas. No que concerne à altura em relação ao transportador, a altura foi calculada (Anexo 24), tendo sido verificada a dispensabilidade de alteração. De forma a se facilitar a deslocação destas foram colocados rodízios em ambas as mesas. As medidas indicadas foram sugeridas e implementadas de forma a extinguir o PB.15, encontrando-se visível as mesas antes da melhoria na Figura 38.

Figura 56 - Posto de Virar/Soprar Após Melhoria Figura 57 - Mesas Após Cabines Melhoradas TTS e TUS

Como citado no PT.4 e no PS.3, ambos os túneis apresentam-se bastante deteriorados (Figura 27 e Figura 31). De modo a melhorar o aspeto destes, os túneis foram alvo de uma desincrustação na parte exterior, seguida de uma recuperação das fendas e soldadura destas, bem como pintura com uma tinta apropriada às temperaturas a que estes túneis estão sujeitos. Nas figuras seguintes são visíveis os resultados após as melhorias indicadas. Estas melhorias permitiram um melhor isolamento dos túneis e uma menor degradação que, por vezes, contamina os banhos (no caso do TTS).

Figura 58 - TTS e TUP Após Restauração

Conjuntamente à melhoria significativa do aspeto dos túneis, os produtos aplicados permitem uma melhor conservação das superfícies.

Adicionalmente na zona do TTS foi enterrado um tubo que se encontrava à superfície, permitindo uma grande melhoria na circulação de pessoas e dos equipamentos de trabalho, como é o caso dos porta- paletes e dos empilhadores. Complementarmente reduziu-se o risco associado a quedas, bem como o desperdício de tempo consumido a apertar e desapertar os tubos.

No que concerne à bancada, problema indicado no PT.1, procedeu-se à restauração deste (Figura 59), encontrando-se a bancada antes de melhoria na Figura 25. Esta melhoria, para além de melhorar o aspeto da zona, permitiu reduzir o tempo no manuseamento das portas, que se apresentavam dificuldades de movimentar. Complementarmente, os produtos e equipamentos presentes na bancada foram rotulados.

ZONA DE DESCARGA

Na zona de descarga o primeiro alvo de aplicação de 5S foi a estante existente no local. Para a criação do nova bancada foi adaptada uma mesa de cabeceira hospitalar antiga, tendo sido projetado um suporte para facilitar a escrita no posto (Figura 60). O dimensionamento deste posto encontra-se no Anexo 25.

Figura 59 - Bancada dos Banhos Restaurada Figura 60 - Mesa de Cabeceira/Bancada da Descarga

A bancada foi colocada de modo a cada material ter o seu lugar e, assim, não existir perdas de tempo à procura destes. O facto de existirem espaços limitados não permite a presença de material obsoleto e desnecessário. Em relação à área ocupada, o novo posto ocupa 0,18 m2. Deste modo solucionou-se o

PD.12, ilustrado na Figura 45.