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Enseada da Baleia

ONCEITO DE O conceito t

2.2.1 C OMUNIDADE E M ORADORES

O caiçara é um dos pri

ena ocupou principalmente as regiões litorâneas do io de Janeiro e Paraná, e desse modo as tradições do caiçara (termo rinsecamente ligadas à cultura do índio (conhecimento empírico da

uguês (como a navegação). Entretanto, este grupo social foi rocess

até os dias atuais, mesmo que seja relativa. Num segundo momento, sofreram a influência da cultura africana, mais precisamente dos grupos de escravos africanos que chegaram nos séculos XVIII e XIX (BEGOSSI, 2001, p. 209), podendo essa influência cultural

com a cultura japonesa, não por miscigenação, mas, sobretudo, por Essas técnicas, como por exe

as, sob um outro ponto de vista. Noffs (1988, p. 20) coloca que e conviv

N

d

essa perspectiva de formação da cultura caiçara e de conhecimento tradicional, consideramos um quarto momento na formação das atuais comunidades caiçaras, o elemento informação (rápida e diversa), sem tempo sufi

tradicionalid os como

pois as

populações ecimentos,

junto aos co

egossi caminha na direção desse quarto momento de mudança na cultura caiçara, que ocorre atualmente, com a unificação dos conhecimentos externos com sua cultura tradicional, tornando-a comunidade neotradicional. A questão que se coloca é quais os impactos desses novos conhecimentos para a comunidade e para a conservação do meio ambiente, processo que se torna cada vez mais rápido, com o avanço da sociedade da informação (globalizada), com o fluxo de turistas e as redes dos meios de comunicação de massa (TV e Rádio).

[...] populações neotradicionais são as que possuem tanto conhecimentos tradicionais quanto uma bagagem de novos conhecimentos provenientes de fora. Todas as populações apresentam novas variedades de conhecimentos adquiridos, mas podem existir diferenças, ou melhor, uma graduação na proporção do que é velho e do que é novo. (BEGOSSI, 2001, p. 207).

vançando na questão, devemos nos ater ao conceito de comunidades, que tem sua origem no vocábulo latino communitale:

[...] o termo abrange todas as formas de relacionamento caracterizadas por um grau elevado de intimidade pessoal, profundeza emocional, engajamento moral, coerção social e continuidade no tempo (...) A comunidade é a fusão do sentimento e do pensamento, da tradição e da ligação intencional da participação e da volição. (NISBET, 1994, p. 255 – 256).

comunidade participante desse estudo, dentro do conceito descrito por Nisbet (1994), diferenciam-se de outras comunidades caiçaras por serem insulares. Uma ligação

com o Ocean rarapira) justifica sua

escolha, o sentido de serem símbolos diferentes, e, conseqüentemente, percepções e represen

existência do espaço marítimo, do contato com outras sociedades. Assim, o elemento básico da sociedade insular não é a presença física do mar, mas as práticas sociais e simbólicas desenvolvidas em relação ao mar,

N

ciente para a estabilização da ade em relação a esses novos conhecimentos. Consideramos esses fat

conseqüência da pós-modernidade (HARVEY, 2002) e da mundialização, tradicionais estão sujeitas às mudanças e assimilação de novos conh nhecimentos oriundos da tradição.

B

A

A

o (Atlântico) e ao mesmo tempo com o Rio (Canal do A n

tações distintas. Cabe nesse momento a discussão de conceitos para o estudo de comunidades insulares, baseando-se em Diegues (1998):

A especificidade das sociedades insulares reside, em grande parte, na produção e reprodução de práticas econômicas, sociais e simbólicas, que são elaboradas a partir de espaços e recursos limitados, a partir da

representado pelos ilhéus de várias maneiras: obstáculo, e também caminho para o contato com outras sociedades, espaço de trabalho e representações simbólicas. (p. 50).

[...] o cotidiano insular é vivido de forma distinta do continental, pois material e simbolicamente o espaço insular é diferente por, pelo menos três razões

Portanto, as tradicionais, pois sua

(televisão, equipamentos de pesca, sistema formal de ensino etc.), mas ainda mantêm um vínculo

mo árvores frutíferas: Goiabeiras, Bananeiras

por ser uma porção alo de Ararapira.

Localiza-se na divisa d dispersa e composta p

por parte destes em a turistas não seja dese

católica. Todas as re suem energia solar. Os

moradores vivem da pesca costeira, cujo produto é vendido em Cananéia - SP ou em

geográficas: a presença marcante do Oceano, a finitude do espaço que sobrevaloriza tudo o que existe em seu interior e a escala reduzida das ilhas pequenas [...]. (p. 113)

comunidades participantes desta pesquisa são consideradas neo- tradicionalidade é alterada pela modernidade e pós-modernidade

profundo com seus conhecimentos tradicionais. Apoiados nestes conceitos chave, comunidade e populações neotradicionais, consideramos que o fenômeno da insularidade ocorre a partir das comunidades, como pequenas ilhas dentro de um contexto maior. As comunidades diferentes (mesmo as da PEIC) são sempre chamadas de “as outras”, colocando-se fora dessa tradicionalidade local, ou melhor, externas à comunidade (“outsider”, como propõe Buttimer, 1980, ou “outsideness”, na proposição de Relph, 1976). Deste modo, torna-se importante descrever as comunidades participantes da pesquisa com maiores detalhes.

DESCRIÇÃO DA COMUNIDADE:PONTAL DO LESTE

Pontal do Leste localiza-se na porção sul da ilha, onde a vegetação predominante é a restinga, com algumas áreas onde predomina vegetação exótica, co

etc., inseridas por atividades antrópicas. Seu território caracteriza-se ngada e estreita, tendo a leste o Oceano Atlântico e a Oeste o Canal

o Estado de São Paulo com o Paraná, e sua ocupação é or moradores tradicionais, perfazendo 58 ocupantes. Existe interesse lugar quartos e barracas para o turismo, embora a presença dos jada pela maioria. Há uma escola, posto telefônico e uma igreja sidências dos moradores tradicionais pos

Quadro 1 - Ocupantes da Comunidade Pontal do Leste: Localidade Ocupantes

tradicionais Edificações de ocupantes tradicionais

Ocupantes não

tradicionais Edificações de ocupantes não tradicionais

Pontal do Leste 58 17 0 3

Org: Parque Estadual “Ilha do Cardoso”; Modificado e Atualizado por Davi Gutierrez Antonio, 2005. Quadro 2 - Infra-estrutura comunitária:

ntro

nitário Telefônico Posto Posto de Refrigeração Núcleos de Restaurante Comunitário Localidade Escola Igreja Ce

Comu

Saúde Pontal do

Leste 01 01* X 01 X 01** 01***

Org: Parque Estadual “Ilha do Cardoso”; Modificado e Atualizado por Davi Gutierrez Antonio, 2005. * Em construção ** Fora de uso ***Associação das Mulheres dos Pescadores