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Enseada da Baleia

4 N AVEGANDO PARA A C ONSERVAÇÃO P ARTICIPATIVA

Vem, vamos embora qu erar não é saber

Quem sabe faz a hora, não espera a ntecer Geraldo Vandré

islum ramos a onservação participativa no sentido dos atores envolvidos part arem o processo de elab ração de medidas e ações conservacionistas de

maneira mp s re antes dos habitantes locais em comitês,

órgãos gestores, reuniões setoriais, etc. Mais especialmente, através de uma participação coletiva das comunidades, com atuação e integração de todos os atores locais (crianças, mulheres e homens), envolvendo imentos e s beres

s que devem apenas revel seu conhecimento tradicional, mas como cidadãos interessados pela qualidade de seu espaço vivido. De interesses dos formuladores de diretrizes políticas, capazes de intervenções ou de influências que visam ou

m considerar os aspectos

conservacionistas uma perspectiva integra

a proteção dessa paisagem é o único meio de prote

relacionados às identidades culturais e territoriais, submetidos a contínuos proce significação e ressignificação concernentes aos seus valores estr

etivo .

ssim como o processo que antecede a pesca nas comunidades tradicio

confecção das redes, preparação das embarcações e a p coletiva que abarca atividade, pretendemos colaborar fornecendo subsídios às diretrizes alternativas, contr ara a elaboração de planos de conservação e manejo de unid

protegid rarm

bem como a retirada de outros recursos pesqueiros das águas, ou seja, não objetivamos a lho, mas sim apontar cenários para que outras possibilidades ocorram, de forma a no aproximarmos da realidade ambiental ilhéu, mediante a junção dos conhecimentos científicos e tradicionais, na busca de uma conservação participativa no que concerne aos aspectos teóricos e metodológicos. Neste trabalho,

Antoine de Saint-Exupéry

Caminhando e cantando e seguindo a canção dos ou não nstruções o a canção Somos todos iguais braços da

Nas escolas, nas ruas, campos, co Caminhando e cantado e seguind

e esp

co

V b c

com ilh o

a la, com a participação do present

ambientais, não como

seus conhec a

informante ar

ste modo, os

pretendem visar a conservação e a preservação ambiental, deve

legais do patrimônio natural e cultural sob da, pois ger também os seus aspectos

ssos de uturais, setoriais ou subj s A nais ─ a articipação todo essa ibuindo p ades de

conservação ou de outras áreas as, sem, contudo, conside os a pesca de fato,

utilizamo

representantes do terceiro setor (BRASIL, 2004, p. 131). De

pretação legal. Assim, partindo da legislação em vigor, mais precisamente a lei que estabelece o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC, 2004), encontramos esta definição estabelecida em seu Art. 2º, inciso II:

Conservação da natureza: o manejo do uso humano da natureza, compreendendo a preservação, a manutenção, a utilização sustentável, a restauração e a recuperação do ambiente natural, para que possa produzir o maior benefício, em bases sustentáveis, às atuais gerações, mantendo seu potencial de satisfazer as necessidades e aspirações das gerações futuras, e garantindo a sobrevivência dos seres vivos em geral;

Por “preservação” a mesma Lei entende em seu Art. 2º inciso V:

Preservação: conjunto de métodos, procedimentos e políticas que visem a proteção a longo prazo das espécies, habitats e ecossistemas, além da manutenção dos processos ecológicos, prevenindo a simplificação dos sistemas naturais (SNUC, 2004)

s a percepção e interpretação da Natureza, através das experiências ambientais das crianças, como uma forma de indicadores do conhecimento ambiental.

A experiência com a gestão no Parque Estadual “Ilha do Cardoso” (PEIC) de forma participativa já existe, sendo que seu Plano de Manejo contempla estas questões, abrangendo a participação das comunidades tradicionais moradoras da ilha em reuniões setoriais, através do Conselho Gestor do PEIC (órgão consultivo), que tem a seguinte composição: 01 representante de cada comunidade (05 representantes ao total), 04 representantes do Poder Público e 04

ste modo, as comunidades são representadas, inclusive a comunidade participante da pesquisa (Pontal do Leste), e o que se apresenta para análise é até que ponto os representantes neo-tradicionais no conselho gestor representam realmente a comunidade e como podem apreender todo o conhecimento inerente a sua cultura de forma a propor ações mais conscientes e conscienciosas. Assim, buscamos refletir e analisar a questão dos conhecimentos tradicionais aliados ao conhecimento técnico-científico, tendo em vista o estabelecimento de medidas conservacionistas de forma interativa e participativa, através do olhar das crianças, propondo então que, a partir dessa somatória de conhecimentos, as medidas de conservação sejam direcionadas no âmbito do próprio PEIC, assim como em outras Unidades de Conservação (UC), sem, contudo, retirar a importância da participação direta da comunidade nas reuniões gestoras, fato que julgamos essencial e primário para que o tipo de conservação proposta tenha validade e concretização efetiva, pois implica num modo de conviver, facilitando a ações cooperativas mútuas e eqüitativas em todos os níveis e etapas dos processos de decisão.

Entendemos necessária a conceituação dos termos “conservação” e “preservação” da Natureza, bem como suas implicações metodológicas e práticas e sua inter

do, temos que a conservação inclui a utilização racional dos recursos aturais, bem como sua restauração e recuperação, e sob este aspecto podemos lembrar ue a cu adicional da comunidade “Pontal do Leste” viveu até recentemente em lativo e om o seu entorno, produzindo alterações que não prejudicavam seu odo de zando a “utilização sustentável”, conservando seu patrimônio natural. É erdade também que as bases históricas para que isso acontecesse mudaram ─ a

odernidade e a pós-m

endo mais possível a manutenção a

omo vinha ocorrendo. Daí a ne o

cnico-científico como onservação e de prese tradicional e o científ

onstruídos historicamente pelos ilhéus se fazem necessários à conservação, pois como sclarece Begossi (2001, p. 206): “[...] comportamentos culturais tradicionais podem elevar

siliência ecológica, ao prevenir a sobreexploração de sistemas ou ao auxiliar na sua cuperação”.

Outro tema que envolve a discussão é o conceito de preservação, considerado omo na lei c

longo prazo. Assim se torna fecunda a utilização de forma conjunta dos conhecimentos ientíficos e tradicionais na elaboração e aplicação desses conceitos, bem como sua relação ais próxima com a realidade percebida e interpretada por quem vivencia e tem suas xperiências nos locais que são simultaneamente alvos da preservação ambiental. Temos, este modo, uma participação ativa dos dois lados (moradores tradicionais e esquisadores/conservacionistas), necessários à elaboração de projetos e à implementação e programas de conservação e preservação ambiental.

Prosseguimos na discussão com a definição da IUCN (1980, apud DIEGUES, 1995, . 72), sobre conservação:

A conservação se define aqui da seguinte maneira: a gestão da utilização da biosfera pelo homem, de tal sorte que produza o maior beneficio sustentado para as gerações atuais, mas que mantenha sua potencialidade para satisfazer às necessidades e às aspirações das gerações futuras. Portanto, a conservação é positiva, e compreende a preservação, a manutenção, a utilização sustentada, a restauração e a melhoria do ambiente natural. A conservação, bem como o desenvolvimento destina-se aos homens. Enquanto o desenvolvimento procura alcançar as finalidades do homem, antes de tudo mediante a utilização da biosfera, a conservação procura obtê-la por meio da manutenção da referida utilização. Porém, para que não seja contraproducente, o desenvolvimento deverá ser sustentado e a conservação permite obtê-lo.

Nesse senti n q ltura neotr quilíbrio c vida, reali re m v

m odernidade inseriram elementos não presentes anteriormente, não

s das formas de sustentabilidade dos recursos da form

cessidade emergencial da inserção do conheciment condição fundamental para a garantia dos processos de rvação, de modo a conciliarmos estes dois níveis de conhecimentos ico], visto que, por outro lado, todo o arcabouço de conhecimentos c té c [o c e re re

c itada, pertinente aos procedimentos, métodos e políticas que visam a proteção a c m e d p d p

ção sob a perspectiva de um desenvolvimento ecológico, permitindo-nos compreender que a conservação e o desenvolvimento são muito próximos, bem c mo a

necessidades das gerações futuras, mantendo e priorizand

opção relacionados aos recursos paisagísticos naturais e cultura

somente aliando os saberes científicos e tradicionais podemos nos aproximar de uma realidade ambiental fundada nos princípios e estra

Ao considerarmos que o processo de

participação direta da comunidade nas decisões, mas também a inter-relação do conhecimento dito tradicional com o cientifico, c

(1999, p. 169), referente às dimensões do conhecimento “simbólico/mitol

empírico/técnico/racional”, sendo que o conhecimento tradicional comporta o empírico, o

técnico e o racional, diferentemente do científico, que não se alia ao simbólico, ao mitológico e ao má

experiências. (Grifo nosso)

O conceito proposto pela IUCN aproxima-se da conserva

o preservação ambiental que atenda às o assim os valores de herança e

is locais, lembrando que

tégias de sustentabilidade.

participação não envolve somente

oncordamos com a afirmação de Morin

ógico/mágico e

gico de forma consciente. Queiroz (2005, p. 190), ao tecer considerações sobre os resultados obtidos na Reserva do Desenvolvimento Sustentável (RDS) de Mamirauá (Pará), discute a participação na gestão da reserva, que se revelou importante para a busca da sustentabilidade. De acordo com o autor, ressalta-se, principalmente a questão da comunhão dos conhecimentos:

A participação comunitária na gestão da RDS deve acontecer em vários níveis e sob várias formas: por meio da agregação do conhecimento tradicional ao científico, por meio do envolvimento das comunidades em todas as etapas de execução das atividades, e também na determinação a priori (independente da existência de um marco legal mais claro e incisivo) de que a população tradicional local tem prioridade na apropriação dos recursos naturais (ou ao acesso a eles) e na partição dos benefícios gerados pela biodiversidade. Além disso, este envolvimento também se observa por meio do poder de decisão que as comunidades possuem sobre a gestão dos seus recursos. Todo esse processo participativo é baseado num sistema de capacitação e fortalecimento de lideranças locais, que é realizado através de oficinas de cidadania, cursos de capacitação de liderança e de intercâmbios com outras áreas e instituições para partilha de

Prosseguindo na análise, a somatória, a complementaridade dos conhecimentos se faz necessária à compreensão e interpretação do próprio meio ambiente. Morin (1999) considera a união indissociável desses conhecimentos, assim como Queiroz (2005), que, ao se referir à experiência prática em uma UC que vem apresentando bons resultados, julga necessária a agregação destes dois níveis de conhecimentos, inerentes à conservação.

Diante da busca de alternativas à dicotomia do saber tradicional e o saber acadêmico, Diegues (1995, p.196-197) demonstra essa relação contrária e elucida a questão:

[...] o confronto de dois “saberes”. O tradicional e o científico-moderno. De um lado, está o saber acumulado das populações tra

ciclos naturais, a reprodução e migração da fauna, a infldicionais sobre os uência da lua nas

ndo natural e sobrenatural, gerados no âmbito da sociedade strial e transmitidos oralmente de geração em geração.

e mesmo do sobrenatural, própria e específica das comunidades tradicionais, valoriza a prática de conservação indireta, pois é intermediada por ritua

espaços e lugares, atri naturais e, sobretudo, d

ad r a visão

romântica das populaçõ icionais são vistas

como conservacionistas natas

participação das comunidades e a inclusão de seus saberes na conservação de seu são necessárias, mas

ser associadas aos con

atividades de corte da madeira, da pesca, sobre os sistemas de manejo dos recursos naturais, as proibições do exercício de atividades em certas áreas ou períodos do ano tendo em vista a conservação das espécies. De outro lado, está o conhecimento científico, oriundo das ciências exatas que não apenas desconhece, mas despreza o conhecimento acumulado. Em lugar da etnociência, instala-se o poder da ciência moderna, com seus modelos ecossistêmicos, com a administração “moderna” dos recursos naturais, com a noção de capacidade de suporte baseada em informações científicas (na maioria das vezes, inclusive, insuficientes).

Diegues, ao apontar a relação das populações caiçaras e o sistema de manejo dos recursos naturais, ressalta que “em muitos casos, valores culturais e crenças religiosas

relacionadas com o meio ambiente têm uma função de conservação importante. Áreas de reprodução de aves e animais são protegidas por tabus, interdições sociais e outras proibições” (1995, p. 243). Deste modo, fica clara a relação dos saberes locais e a

possibilidade destes na conservação e preservação da Natureza. Faz-se necessário voltarmos ao conceito de conhecimento tradicional (também tratado como saber local), no sentido de realizarmos uma inter-relação entre este e a conservação da Natureza, sendo que para essa conceituação e aporte na discussão proposta respaldamo-nos em Diegues (2000, p. 30), em sua discussão e reflexão sobre o papel do conhecimento e do manejo tradicional na conservação:

Conhecimento tradicional pode ser definido como saber e o saber-fazer, a respeito do mu

não urbano/indu

Para muitas sociedades, sobretudo indígenas, existe uma interligação orgânica entre o mundo natural, o sobrenatural e a organização social. Nesse sentido, para estas últimas, não existe classificação dualista, uma linha divisória rígida entre o “natural” e o “social” mas sim um continuum entre ambos.

A união do conhecimento social, natural

is e símbolos, presentes na construção e (re)estruturação de seus buindo significado e valor, o que permite a preservação dos recursos

os recursos hídricos no que tange à comunidade “Pontal do Leste”. o, partilhamos da opinião do autor, que deseja afasta

Por outro l

es tradicionais, “pelas quais as comunidades trad

” (DIEGUES, 2000, p. 41). Deste modo, salientamos que a

espaço não devem ser vistas como fontes únicas de informações, devendo hecimentos científicos e técnicos, igualmente importantes nas ações

conservacionistas e preservacionistas. Afastar a “visão romântica” justifica-se também pelo fato da

patrimonio que forma parte de su identidad cultural y su cosmovisión y que lo han transmitido, mediante sus propias normas y patrones culturales, de

s cientistas naturais e do especialista dois níveis: no mais global, o uso de lado, acumula conhecimentos por várias gerações sobre ecossistemas e suas variações. Existe pois, grande necessidade de se integrar essas duas contribuições no planejamento e execução de ações

A Ciência e expansões, e a supera avançar no sentido d dialógica. As vantagen têm que se aliar com a papel da ciência nessa

científico de dialogar com o conhecimento tradicional:

s comunidades tornarem-se cada vez mais neo-tradicionais, a exemplo da comunidade participante deste estudo, tendo sua cultura e modo de vida impregnados pelos conhecimentos e experiências propiciados pela sociedade urbana e mundializada, motivo que leva à necessidade de integrar as medidas de conservação da Natureza às ações que visem a continuidade, resgate e valorização da tradicionalidade das comunidades. Consideramos que a própria inclusão dos saberes tradicionais já se constitui parte de um processo de valorização necessário, de um aprendizado permanente sobre a própria comunidade e compartilhado pela mesma.

Neste contexto, destacamos a afirmação da IUCN – União Internacional para Conservação da Natureza, que preconiza algumas diretrizes sobre o conhecimento tradicional das populações indígenas, que também pode ser avaliada e considerada no que tange aos problemas enfrentados por outras comunidades locais e tradicionais como um todo:

[…] conocimientos tradicionales como su patrimonio intelectual colectivo, un generación en generación. Por lo tanto, han manifestado que los conocimientos tradicionales deben ser protegidos por su valor per se, es decir por la importancia que ello representa para su pervivencia como pueblos. (IUCN, 2006)

Ainda considerando a integração das visões e dos conhecimentos científicos e tradicionais, Diegues (2000, p. 42) nos leva a avançar na discussão, ao trazer a relação entre os cientistas e os saberes locais:

O importante seria integrar a visão do local: O cientista tem vantagens em

sistemas de informação geográfica informatizados e uso de bancos de dados e, no âmbito local, o uso de técnicas taxonômicas. O saber local, por outro

conservacionistas.

ncontra-se em um tempo de mudanças, de contestações, de ção da neutralidade científica, que o positivismo estabelecia, tem que

e aproximar-se da realidade de uma forma mais humanística e s dos cientistas, conforme citação anterior (DIEGUES, 2000, p. 42), proficuidade do conhecimento tradicional, assim, no concernente ao relação, Allut (2000, p. 102) nos alerta sobre a necessidade do saber

Um dos tipos de saber com que o conhecimento hegemônico (a ciência oficial e a comunidade científica) tem de dialogar se não quiser continuar sendo, como Hegel diria, abstrato, isto é, falseador da realidade, é o conhecimento tradicional.

Esta integração e suas complementaridades não consistem somente em um diálogo, como com um informante, mas sim, em uma união, um diálogo entre os conhecimentos, retornando ao unidual de Morin (1999), e significando o próprio retorno da ciência à

ais protegidas, faz a relação da conservação com a questão do símbolo: Toda concepção de “conservação” passa necessariamente pela noção

de mundo natural. Ess moderna, cartesiana, m concepção de conserv mitológico, mágico e s tradicional do ilhéu. Guimarães (2 ambiental em relação refere-se à gestão e ao

científicas devem relacionar-se com o conhecimento empírico das comunidades tradicionais, e assim

das

econômicos, tendo em vista, uma perspectiva sócio-ambiental da evolução e da continuidade das transformações, bem como de suas demandas conseqüentes.

realidade. Assim, não visualizamos os saberes locais como somente uma fonte de dados, mas como essencial e inerente ao conhecimento científico, no que se reporta à elaboração de propostas e ações que visem à proteção do meio ambiente e seus recursos, em nosso estudo, especialmente os recursos hídricos.

Deste modo, esse conhecimento construído no espaço vivido e no lugar torna-se necessário para refletimos sobre a questão primordial que permeia todo o nosso estudo - a conservação da natureza, em especial dos recursos hídricos, a partir do olhar e dos saberes das crianças de comunidades tradicionais, considerando a união dos conhecimentos (tradicional e científico) como caminho para se atingir a sustentabilidade, ou para nos aproximarmos de forma coerente e racional dos seus princípios. Diegues (1995, p. 167), ao discutir a questão de áreas natur

e conhecimento, mesmo hoje, não se restringe ao produto da ciência as é representado por símbolos e mitos. Assim, temos que a própria

ação tem relação direta com o conhecimento tradicional, visto que é imbólico, além de ser também racional e lógico, segundo a realidade

002b, p. 342), ao discutir sobre a percepção e a interpretação à conservação dos recursos paisagísticos naturais e construídos, manejo integrado dos recursos, onde salienta que as bases técnico-

podemos pensar sobre as possibilidades da sustentabilidade na totalidade do ambiente:

A gestão e o manejo integrado dos recursos paisagísticos não devem ser somente desenvolvidos sobre bases técnico-científicas, mas ainda devem saber reconhecer os fundamentos do conhecimento empírico comunidades tradicionais e do entorno, considerando tanto os aspectos de natureza biofísica quanto sócio-cultural, sem subestimar quaisquer das faces, preservando a criação e a continuidade dos processos ecológicos e

Prosseguindo Declaração do Rio sob relação das populaçõ “desenvolvimento suste

l na gestão do meio ambiente e no desenvolvimento, em virtude de seus conhecimentos e práticas

17.5. Os Estados costeiros comprometem-se a praticar um gerenciamento integrado e sustentável das zonas costeiras e do meio ambiente marinho

O documento

do gerenciamento integrado e sustentável das zonas costeiras, e para a concretização de seus ob

Gerencia

na discussão do tema, podemos relacionar com o Princípio 22º da re Meio Ambiente e Desenvolvimento, 1992, onde fica estabelecida a es indígenas e das comunidades locais com o conhecimento e o

ntável”:

As populações indígenas e suas comunidades, bem como outras comunidades locais, têm papel fundamenta

tradicionais. Os Estados devem reconhecer e apoiar de forma apropriada a identidade, cultura e interesses dessas populações e comunidades, bem como habilitá-las a participar efetivamente da promoção do desenvolvimento sustentável. (p. 158)

Torna-se clara a importância das populações tradicionais, também no contexto internacional, como observado na citação acima, fazendo-se necessário relacioná-las com a conservação dos recursos de uso comum, com especial enfoque nos recursos hídricos. No que concerne à conservação dos recursos hídricos, mais precisamente das áreas costeiras, a Agenda 21, no capítulo 17, área de programas sobre o “Gerenciamento integrado e desenvolvimento sustentável das zonas costeiras e marinhas, inclusive zonas econômicas exclusivas”, delimita como objetivo:

sob suas jurisdições nacionais. Para tal, é necessário, inter aliar:

(a) Estabelecer um processo integrado de definição de políticas e tomada de decisões, com a inclusão de todos os setores envolvidos, com o objetivo de promover compatibilidade e equilíbrio entre as diversas utilizações; (MMA, 2006)

“Agenda 21”, de abrangência internacional, estabelece a prioridade

jetivos é necessário a participação coletiva dos envolvidos de maneira a estabelecermos um gerenciamento realmente integrado, congregando todas as pessoas interessadas e que estejam relacionadas, direta e indiretamente, ao contexto, situando-se mais próximo dos ideais de sustentabilidade pretendido pelo documento.

Voltando a uma escala mais local, apoiamo-nos nos objetivos do Plano Estadual de mento Costeiro do Estado de São Paulo: Lei n º 10.019, de 3 de Julho de 1998, Capitulo II, artigo 4º, parágrafo V:

Garantia de fixação e de desenvoIvimento das populações locais através da regularização fundiária, dos procedimentos que possibilitem o acesso das mesmas à exploração sustentada dos recursos naturais e da assessoria