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Cadeia de Suprimentos de Calçados

PARTE IV – RESULTADOS E ANÁLISES DAS PESQUISAS EMPÍRICAS

11 Descrição das Cadeias da Amostra

11.5 Cadeia de Suprimentos de Calçados

Os calçados são classificados como artigos complementares ao vestuário. O Brasil é o terceiro maior produtor mundial com 5,2% da produção total. Em 2006 o país produziu 796 milhões de pares, dos quais 22,61% foram destinados às exportações gerando US$1,96 bilhões em divisas. As regiões Sul e Sudeste absorvem a maior parte da produção nacional com 80% de participação. Segundo a Abicalçados - Associação Brasileira da Indústria de Calçados, em 2007 o consumo de pares no país foi de 4,1 por habitante.

Entre os tipos de calçados mais exportados estão os de couro (49%), seguidos pelos de plástico que representam 41% do total. O maior comprador de calçados brasileiros são os EUA que importou em 2006 US$ 853,6 milhões, representando 45,8% da receita total com as exportações brasileiras de calçados. Em seguida vieram o Reino Unido com US$ 200,8 milhões (10,8% das exportações), Argentina com US$ 125,2 milhões (6,7%) e Itália com US$ 55,0 milhões (3,0%). Os demais 123 destinos para os quais o Brasil exporta geraram US$ 628,5 milhões, ou 33,7% das exportações do país.

As importações de calçados dobraram a partir de 2004, chegando a 18,6 milhões de pares em 2006. Os calçados de plásticos e cabedal têxtil são os itens mais importados pelo país, geralmente calçados mais baratos a US$ 7,58/par.

Os calçados são classificados como injetados ou full-plastic; plásticos montados (elaborados no processo tradicional de montagem em forma, com emprego de material sintético); cabedal de couro (empregam couro na parte superior e outro tipo de material no solado); e, cabedal têxtil (empregam materiais têxteis no cabedal e outro tipo de material no solado).

O estado do Rio Grande do Sul é o maior produtor de calçados do país e comporta três pólos calçadistas: Vale do Rio dos Sinos, Vale do Paranhana e Serra Gaúcha. O Vale do Rio dos Sinos é formado por 13 municípios e 232 fábricas que empregam 22.408 pessoas. A região é considerada um dos maiores arranjos produtivos de calçados femininos do mundo, respondendo por 60% das exportações brasileiras em valores e 70% em volume, exportadas para mais de 130 países. O Vale do Paranhana é formado por 10 municípios que concentram 153 indústrias de calçados responsáveis por 21.942 empregos diretos (dados de 2006). A região é especializada na fabricação de sapatos femininos de alta qualidade, produz 45,5 milhões de pares/ano dos quais 82,4% são destinados ao mercado interno. A Serra Gaúcha é formada por 8 municípios que abrigam 127 fábricas com 2.600 funcionários que produzem anualmente 18,8 milhões de pares de sapatos entre masculino (55%), feminino (30%), infantil (8%) e artefatos (7%), dos quais 10% são exportados principalmente para Argentina, Paraguai e Chile. O estado de São Paulo é o segundo maior produtor nacional e comporta 3 pólos calçadistas: Franca, Jaú e Birigui. A região de Franca abriga 760 fábricas de calçados de couro sendo 75% masculinos, 18% femininos, 2% infantis e 2% esportivos. Empregam 14,7 mil funcionários e em 2005 produziram 37,2 milhões de pares na região, sendo 8,3 milhões exportados principalmente para os EUA que absorveram 68,87% do total. A região de Jaú e Santa Cruz do Rio Pardo abriga 282 fábricas especializadas na confecção de calçados femininos (90%), sendo 70% em couro e 30% sintéticos, emprega 10,4 mil pessoas e produze 31,1 milhões de pares/ano (dados de 2006). A cidade de Birigui e região abriga 159 fábricas e 18 mil funcionários que produzem 57 milhões de pares/ano, em sua maioria de calçados infantis em sintético destinados principalmente ao mercado interno. Em 2006, 11,7% do total fabricado foi exportado para América Latina, EUA, Europa Ocidental e Europa Oriental e Oriente Médio.

O Ceará é o terceiro produtor de calçados do país e comporta 3 importantes pólos calçadistas: Cariri, Sobral e Fortaleza. A região do Cariri é formada por 250 fábricas que produzem em sua maioria modelos populares injetados e calçados femininos, geram 10,5 mil empregos diretos e indiretos e exportam para países do

Mercosul, Canadá e países do continente Africano. A região de Sobral forma o maior complexo produtor de calçados do Nordeste, abriga a Grendene e dois estabelecimentos que empregam 8,4 mil pessoas. A cidade de Fortaleza e região abrigam 60 fábricas que empregam 8,5 mil pessoas.

O estado de Minas Gerais é o quarto maior produtor de calçados e é representado pelas regiões de Nova Serrana e Grande Belo Horizonte. Nova Serrana abriga 824 fábricas das quais 671 destinadas à produção de calçados esportivos, 115 femininos e 38 masculinos e juntas empregam 18 mil pessoas. A produção é de 77 milhões de pares/ano (dados de 2006), sendo 2,1 milhões de pares destinados ao mercado externo. A Grande Belo Horizonte abriga 350 fábricas que produzem 22,5 mil de pares de sapatos/dia e empregam 3 mil pessoas.

Outros pólos menores, porém de grande relevância para a indústria de calçados nacional, são: Rio de Janeiro – especializado em alta moda, produz 1,2 milhão de pares por ano, possui 500 empresas distribuídas entre as cidades de Rio Claro, Belford Roxo, Duque de Caixias e Bom Jardim que juntas empregam 3 mil funcionários; Santa Catarina (Vale do Rio Tijucas) – 150 empresas, a maior parte especializada em calçados femininos, emprega 6 mil pessoas e produz 14 milhões pares por ano, sendo 31% destinados ao mercado externo (América Latina, Europa e Países Árabes); Goiás (Goianira) – 450 fábricas com 10 mil empregos diretos e produção anual de 36 milhões de pares de sapatos; Bahia – em franca expansão devido à migração para a região de várias fábricas atraídas por incentivos fiscais oferecidos pelo estado; e Paraíba – maior produtor de sandálias sintéticas do país (150 milhões de pares/ano), fabrica ainda sandálias femininas, calçados infantis, de segurança no trabalho (botas Sete Léguas), tênis e chuteiras.

Figura 12: cadeia de suprimentos de calçados simplificada Fonte: Elaborado pelo autor

A cadeia de suprimentos de calçados simplificada está representada na figura 12. A seguir está um relato da cadeia de suprimentos de brinquedos.