• Nenhum resultado encontrado

3.1. Introdução

3.2.2. Caixa, Tracção e Choque CTC

Elevando o simplismo ao seu extremo, pensa-se ser de senso comum considerar que uma composição é composta essencialmente por dois corpos principais: toda a estrutura que envolve o material circulante propriamente dito (caixa) e os seus componentes que o constituem.

A Caixa de um veículo ferroviário é a componente que resguarda e protege tudo o que se encontra no interior desse veículo, seja carga ou passageiros. Como se compreenderá, o tipo de caixa dependerá exclusivamente da carga que este transporta. Assim, a caixa poderá ser do tipo fechado ou do tipo aberto, sendo que esta última apenas se poderá encontrar nalguns vagões. A quase totalidade das caixas é fabricada em materiais metálico ferrosos, podendo ser nalguns casos ser de madeira ou de materiais sintéticos. No caso em que as caixas são metálicas, poder-se-ão dividir em duas grandes famílias, que resultam do modelo de aço utilizado:

 Caixas de Aço ao Carbono – Possui acabamento a tinta, e como tal, o fabricante poderá dar a cor que o cliente pretender, sendo esta uma vantagem do ponto de vista estético. No entanto, como devido a este tipo de acabamento em tinta, existirá o inconveniente inerente à sua conservação e manutenção. As superfícies são lisas e a duração do aço ao carbono é inferior à do aço inox, o que poderá constituir também uma desvantagem.

 Caixas de Aço Inox – Têm um acabamento à cor do material de que são feitas (aço inox). Podem, no entanto, ser pintadas parcialmente conseguindo-se deste modo soluções estéticas agradáveis, embora regra geral isso não aconteça, tirando assim partido das características do material que não oxida. Se não se

recorrer à pintura, este tipo de material oferece poucas soluções do ponto de vista estético, o que poderá ser uma desvantagem. Têm superfícies onduladas (caneladas), conseguindo-se deste modo aumentar a resistência mecânica de chapas de baixa espessura e obter alguns ganho sem termos de tara do veículo. A sua duração é mais elevada que a caixas construídas em aço ao carbono.

A caixa da automotora representada na figura 3.1 é formada por um conjunto autoportante apoiado sobre dois bogies e está equipada com dispositivos de choque e de tracção nas cabeceiras. A disposição geral da caixa é a seguinte:

 Uma cabine de condução o Mesa de condução;

o Um painel por cima da mesa de condução;

o Um armário de aparelhagem eléctrica de baixa tensão; o Um armário de aparelhagem electrónica.

 Um compartimento técnico de aparelhagem que inclui:

o Um bloco eléctrico para alimentação dos motores de tracção do bogie dianteiro (bloco motor 1);

o Um conversor estático para alimentação dos serviços auxiliares; o A unidade autónoma de climatização e ar condicionado da cabine; o O cofre da bateria.

 Um painel de comando do ar condicionado

 Um vestíbulo com duas portas para acesso dos passageiros, que comunica com os pisos superior e inferior através de duas escadas

 Dois salões centrais, um cada piso, ambos dotados de bancos

 Na parte de trás, um vestíbulo com duas portas para acesso dos passageiros que comunica com os pisos superior e inferior através de duas escadas, e o compartimento traseiro; este vestíbulo traseiro dispõe de dois bancos rebatíveis  Um compartimento para passageiros na parte de trás com quatro bancos e espaço

para PMR (Pessoas com Mobilidade Reduzida)

 Um compartimento técnico de aparelhagem, que incliu:

o Um bloco eléctrico para a alimentação dos motores de tracção do bogie traseiro (bloco motor 2);

o Um compartimento do transformador

A cabeceira frontal da unidade motora é em poliéster. Um pára-brisas de grande dimensão, em vidro laminado anti-impacto, proporciona ao maquinista uma boa visibilidade e uma protecção eficaz contra possíveis projécteis.

Em cada compartimento existente na automotora, existem duas janelas de emergência situadas na zona central, e quatro janelas basculantes, situadas nas extremidades, para ventilação em caso de falha da climatização.

Nas zonas das portas de acesso, existem degraus fixos nos reboques e degraus escamoteáveis nas motoras, permitem o acesso ao interior dos veículos a partir das diversas plataformas da rede.

A Tracção é o conjunto de equipamentos existentes em todos os veículos ferroviários cuja função é a de permitir a ligação entre veículos de forma a conseguir a formação e reboque de comboios desejável.

Estes equipamentos estão localizados nas cabeceiras do material circulante, em locais bem definidos, de maneira a permitirem a ligação entre qualquer veículo dotado do mesmo tipo de tracção.

Quanto ao sistema de engatagem, existem os seguintes tipos de tracção:

 Clássica – Onde a operação de engatar ou desengatar veículos é realizada manualmente;

 Semi-Automática – Onde a operação de engatar ou desengatar veículos é realizada de forma manual e automática;

 Automática – Onde a operação de engatar ou desengatar veículos é feita sem intervenção humana directa, sendo o operador que, da cabina de condução, efectua as operações necessárias.

Por último, fazem parte do Choque todos os equipamentos existentes em todos os veículos, em locais normalizados, que têm por função suavizar os movimentos irregulares do arranque e paragem dos comboios, mediante a absorção de energias libertadas naqueles movimentos e nos resultantes de encostos de veículos.

Tal como acontece no caso da tracção, no choque também existem diferenças substanciais nos diferentes tipos de engatagem. No entanto, de um modo geral podem- se considerar que os elementos que fazem parte do choque passam essencialmente por: tampões de choque, molas, amortecedores normais e especiais ligados ao engate e acessórios variados.