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Campanhas de amostragem e localização dos pontos amostrados

Capítulo 3 ÁREA DE ESTUDO E PONTOS DE AMOSTRAGEM

3.3. Campanhas de amostragem e localização dos pontos amostrados

As campanhas de amostragem de águas superficiais ocorreram num período de 14 meses, com coletas em agosto de 2016, janeiro, maio, setembro e outubro de 2017. Adicionalmente, dois pontos foram amostrados em abril de 2017 por três dias consecutivos em campanha independente. A definição da localização dos pontos baseou-se na hidrografia local, acessibilidade aos corpos d’água e objetivos do estudo. Procurou-se ajustar as datas das coletas das águas superficiais de forma a abranger períodos com diferentes condições sazonais. As coletas ocorreram entre 17 e 25 de agosto de 2016, 04 e 11 de janeiro, 04 a 06 de abril, 18 e 25 de maio de 2017, e, 25 de setembro e 02 de outubro de 2017, no período da manhã. Adicionalmente, em 03 de outubro de 2017, foi efetuada uma amostragem de águas subterrâneas em quatro poços tubulares de abastecimento do campus da Unicamp, do quais três são operacionais. A Tabela 3.1 e a Figura 3.5 apresentam os pontos amostrados e suas coordenadas UTM. As Figuras 3.6 e 3.7 ilustram as características de cada ponto, que serão descritos a seguir.

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Tabela 3.1– Pontos de amostragem de água, suas coordenadas UTM e breve descrição.

Pontos Longitude (mE)

Latitude

(mS) Descrição

BR 286983 7476032 Ponto RSL – branco de amostragem

Mn 1 288622 7474613 Manilha que direciona água de drenagem com nascente na Fazenda Argentina

Mn 2 288476 7474652 Extravasor da barragem do ponto Mn 1

LC 288506 7474603 Lago próximo ao CEMA-Unicamp

LB 288362 7474391 Lago paralelo à Av. Magalhães Teixeira

RRA 288203 7474781 Riacho formado a partir das duas nascentes à SE-NW

AR 288169 7474799 Afluente do riacho RRA (SW-NE)

LS 287671 7475797 Manilha na saída do lago FUNCAMP e de águas pluviais da parte norte da universidade e adjacências

LM 287509 7475680 Três manilhas com fluxo da drenagem principal e galeria de águas pluviais

LI 287253 7475696 Manilha da drenagem IB para a LCM e de águas pluviais da parte oeste da universidade e adjacências

RP 287000 7475983 Travessia na saída da LCM

RSL 286983 7476032 Extravasor na saída da LCM

IMECC 287855 7475415 Poço tubular ativo

IB 287566 7474809 Poço tubular ativo

FEF 287216 7475664 Poço tubular ativo

GM 287328 7475477 Poço tubular desativado

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Figura 3.5- Localização dos pontos amostrados na área de estudo, drenagens e lagos (azul), pontos (vermelho), instalações hospitalares (amarelo) e direção do fluxo

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Figura 3.6 - Localização dos pontos situados dentro do campus da Unicamp e ilustração de suas características.

Ponto AR Ponto Mn 1 Ponto RRA Ponto Mn 2 Ponto LC Ponto LB

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Figura 3.7 - Localização dos pontos situados na Lagoa Chico Mendes, no Parque Ecológico Professor Hermógenes Freitas Leitão Filho.

Ponto LM: estação seca Ponto LM: estação chuvosa

Ponto LS Ponto LI

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No total, treze pontos para coleta de água superficial foram escolhidos como representativos da área de estudo, sendo seis deles dentro do campus da Unicamp em APP’s (áreas de preservação permanente), lagos e pequenas drenagens (Mn 1a, Mn 1, Mn 2, LC, LB, RRA e AR), quatro deles no entorno da Lagoa Chico Mendes (LS, LM, LI e RP), no parque vizinho à universidade, um ponto à saída deste (RSL) e um ponto no Ribeirão Anhumas (An 1) apenas para controle. Os poços de abastecimento de água subterrânea no campus correspondem a quatro pontos os quais são nomeados de acordo com sua localização (IMECC, IB, FEF e GM). O poço IB, especificamente, fica localizado próximo ao Departamento de Zoologia do IB e por isso, é chamado pela DSIS de poço da Zoologia. Entretanto, neste trabalho, utilizamos a nomenclatura como poço IB.

Duas pequenas nascentes, com direção SE-NW, formam a principal drenagem que atravessa o campus e deságua na Lagoa Chico Mendes (LCM). A extensão total da drenagem é de 2,67 km e a declividade é de 2,28%, com altura máxima de 641 m (ponto Mn 1) até 580 m (ponto RSL). Três pontos (Mn 1, Mn 2 e LC), próximos à nascente mais a NE, são locais com vegetação e pouca interferência antrópica. O ponto Mn 1, próximo ao CEMA (Centro de Monitoramento Animal) da Divisão do Meio Ambiente da universidade possui vegetação constituída por bambus, fica dentro de uma área com acesso limitado e após uma manilha que direciona a nascente do córrego vindo da Fazenda Argentina (sudeste do campus) para um pequeno lago. Coletas em três dias consecutivos (04, 05 e 06 de abril de 2017) foram realizadas antes da manilha (Mn 1a).

O ponto LC localiza-se junto à barragem do primeiro represamento, antes das águas desaguarem no lago inferior com área de 4.162 m² (ponto LC). No entorno do lago, há um cinturão de reflorestamento com espécies nativas como parte de iniciativas da Divisão de Áreas Verdes da universidade. O ponto Mn 2 localiza-se a nordeste dos dois lagos e corresponde à saída do extravasor da barragem.

Na porção mais à SE da área, outra nascente dá origem a um pequeno riacho que represado forma o pequeno lago próximo às avenidas José Roberto Magalhães Teixeira e Oswaldo Cruz. As amostras (LB) deste lago foram coletadas na sua saída, especificamente no nível da lâmina d’água no fluxo produzido pela sua queda no dissipador de energia que direciona a água para a tubulação que a conduz à principal drenagem de direção SE-NW. Tanto nos pontos Mn 1a, Mn 1, Mn 2 e LC quanto no ponto LB há cercas para a proteção de animais silvestres. Dentre eles, as capivaras alteram as características do solo às margens do lago e, em épocas de estiagem, uma camada oleosa pode ser percebida no corpo d’água. Estas áreas do campus constituem áreas compensatórias de impacto ambiental com plantio de espécies nativas.

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Canalizações subterrâneas que passam sob as vias de tráfego da área conduzem a água que sai dos lagos para formar a drenagem principal que segue entre a av. Pref. Antônio da Costa Santos e alguns órgãos da universidade como o CEMEQ (Centro de Manutenção de Equipamentos) e a Gráfica do DGA (Diretoria Geral da Administração) e a Faculdade de Engenharia Química. Este trecho faz parte de uma APP, mas apresenta sinais de disposição de resíduos e ponto final de canalizações provavelmente de uso misto. As canalizações não estão interligadas a nenhuma rede e os seus fluxos escoam para a principal drenagem (RRA). O ponto RRA corresponde à essa drenagem principal e o ponto AR é um afluente desta. Nas amostragens em períodos chuvosos (janeiro/2017 e maio/2017), esses pontos apresentaram sinais de erosão das margens. Após passar sob a avenida Albert Einstein, a drenagem principal canalizada segue paralela à rua Bertrand Russel, em um trecho de aproximadamente 900 metros até desaguar na Lagoa Chico Mendes, no Parque Hermógenes Freitas Leitão Filho. Os pontos descritos encontram-se indicados e ilustrados na Figura 3.6.

Os três pontos amostrados no entorno da LCM correspondem a três diferentes afluxos via dissipadores de energia e se distinguem pela proveniência. No ponto LS dois dissipadores conduzem a água do lago entre o Centro Médico de Campinas e a FUNCAMP (Fundação de Desenvolvimento da Unicamp) à LCM, abaixo da barragem que também é uma passagem de pedestres. Aquele lago recebe a água de um córrego oriundo da porção norte do Bairro Cidade Universitária II e Guará. O ponto LS também é uma confluência entre as redes de afastamento de efluentes da universidade e da SANASA, bem como de tubulações de galerias pluviais e assim, pode eventualmente apresentar mistura destas fontes. A montante do córrego há várias corporações de ensino, pesquisa, tecnologia e serviços. O ponto LS apresenta estrutura de dissipação de energia de fluxo de características construtivas cuja tecnologia é mais aprimorada do que as dos dois outros pontos (LM e LI) (Figura 3.7). Apesar disso o carreamento de sedimentos em períodos chuvosos e/ou em períodos com alto fluxo da corrente de água é perceptível, com a formação de pequenos meandros que contornam a mata ciliar e a acumulação de sedimentos.

No ponto LM há três manilhas que distam 0,5 m entre si e que trazem a água da principal drenagem da Unicamp. Na estação seca (agosto/2016), a coleta das amostras ocorreu na manilha central e, eventualmente na manilha à direita desta (vista frontal), pois eram as únicas com fluxo d’água advindo da canalização da principal drenagem da área de estudo. Na estação chuvosa (janeiro/2017) e nos dias de coleta de maio/2017, devido ao grande volume de precipitação e o consequente aumento da lâmina d’água da lagoa, as coletas foram realizadas o mais próximo da manilha central, contudo estas amostras possivelmente representam uma

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mistura. Neste ponto também confluem tubulações de emissários de afastamento de efluentes da SANASA e da própria universidade, além de galerias de águas pluviais.

O ponto LI encontra-se na saída da uma manilha que traz a água de uma pequena drenagem localizada entre o Centro de Convivência Infantil e o IB – Instituto de Biologia, ambos da Unicamp, até a LCM. Essa drenagem também recebe águas pluviais da porção oeste da universidade e do Bairro Cidade Universitária I, entretanto não é descartada a possibilidade deste ponto receber efluentes provenientes de ligações irregulares por parte de estabelecimentos vizinhos e que deveriam estar conectados à rede de afastamento. A tubulação deste ponto está com infraestrutura precária e apresenta erosão em suas margens. Em algumas amostragens uma camada oleosa e espumosa pode ser percebida neste ponto, além de uma coloração esverdeada da água. Entretanto, a administração da universidade atua para detectar e solucionar problemas como os apontados.

Na saída da LCM a água passa por um dissipador localizado sob uma ponte (ponto RP) próximo à entrada do Parque Ecológico, e segue por tubulação que subterrânea atravessa a avenida Dr. Luís de Tela e forma um riacho afluente do Ribeirão das Pedras que, alguns quilômetros à frente, desemboca no ribeirão Anhumas. O ponto RSL corresponde ao local onde o riacho se forma e todas as suas amostragens foram realizadas em duplicata.

Amostras de todos os pontos foram coletadas nas diferentes campanhas. Os pontos na LCM foram amostrados duas vezes a mais que aqueles dentro do campus. A numeração que acompanha os símbolos das amostras cresce na ordem cronológica da amostragem. Adicionalmente, na campanha amostral independente do ponto Mn1a, realizada nos dias 04, 05 e 06 de abril de 2017, também foi amostrado um ponto no ribeirão Anhumas (An 1) sobre a ponte na rua Dr. Ricardo Benetton Martins próximo à Rodovia Governador Doutor Adhemar Pereira de Barros. Os pontos An 1 e RSL também foram amostrados por Campos (2014). Adicionalmente, foi amostrada alíquota da água da torneira do laboratório de Geoquímica do IG-Unicamp (T-Lab), a qual provém de abastecimento dos poços tubulares. Ao todo foram coletadas 62 amostras, as quais incluem quatro duplicatas e quatro brancos (ponto RSL) e as seis amostras em campanha independente (Mn 1a e An1) (abril de 2016).

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