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Campo de Investigação ± Gestão em Alagoas (em construção)

4 METODOLOGIA: ENCAMINHAMENTOS TEÓRICOS E

4.2 Campo de Investigação ± Gestão em Alagoas (em construção)

Esta pesquisa foi realizada na rede pública estadual de Alagoas, a qual sou vinculada desde 2006 como professora das séries iniciais, embora trabalhando principalmente com Ensino Médio.

Alagoas é uma das 27 unidades federativas do Brasil. Situa-se no leste da Região Nordeste e tem como limites ao norte e nordeste do estado de Pernambuco, ao sul Sergipe e ao sudeste, numa pequena área com a Bahia. O estado de Alagoas possui uma área física de 27.848.158 Km², a população estimada de 2016, segundo o IBGE, é de 3.358.963 habitantes. Apesar de ser o penúltimo estado em área, mais extenso apenas que Sergipe, em população ocupa a 16º posição em relação às 27 unidades federativas. A capital de Alagoas é Maceió onde está localizada a sede administrativa palácio República dos Palmares, tendo como atual governador Renan Calheiros Filho do PMDB (Partido do Movimento Democrático Brasileiro) e como vice-governador e também Secretário estadual de Educação Luciano Barbosa, a sede da Secretaria Estadual de Educação também está localizada na capital.

Alagoas possui 102 municípios e tem como principal base da economia a agropecuária, é um dos maiores produtores do país de cana-de- açúcar e coco-da-baía. É conhecida como terra do sururu, marisco das lagoas que serve de alimento e que foi considerado em 2014 como patrimônio imaterial de Alagoas. O turismo tem crescido consideravelmente em virtude de suas belezas naturais, ³$ODJRDV p SULYLOHJLDGD geograficamente por possuir, de um lado, uma costa doce, com a presença do rio São Francisco e, do outro lado, uma costa salgada, banhada pelo oceano Atlântico, tendo no total NPGHH[WHQVmRGRVHXOLWRUDO´ $/$*2$6S. 20).

Apesar de suas belezas naturais o estado possui o menor índice de desenvolvimento humano (IDH) e carrega péssimos indicadores sociais. É terceiro estado com maior número de miseráveis no Brasil, cerca de 20,3% de sua população (IBGE, 2011). Lidera o ranking de violência no país (mapa da violência 2011); Além do mais 5% dos alagoanos controlam 62% das nossas terras, enquanto os pequenos proprietários, 82% detêm apenas 11% do território alagoano (CRESS/AL, 2011); Apenas 1% da população detém 22,34% da riqueza do estado, em contrastes com os 50% mais pobres com apenas 14,78% da riqueza total (IPEA, 2008); O rendimento médio dos 10% mais ricos é 54,4 vezes maior que a renda dos 10% mais pobres do estado (CRESS/AL, 2011); É um dos estados com percentuais mais altos quando os temas

são violência contra a mulher e morte por homofobia (Mapa da Violência contra as Mulheres, 2012);

Não obstante, se tratando de educação também apresentamos quase sempre os últimos lugares com alto índice de analfabetismo e também ficando entre as últimas colocações no ³UDQNLQJ´GR Ideb. Por este motivo a melhoria da qualidade da educação está sempre presente nos discursos dos políticos em anos de campanha eleitoral. Inclusive a incrementação das escolhas dos gerentes regionais via desempenho no Ideb passa por essa justificativa de elevar os índices educacionais do estado.

Os resultados de Alagoas no Ideb (metas observadas e projetadas) estão representados no quadro a seguir:

Quadro 2 ± IDEB de Alagoas

Fonte: Site do Inep. Disponível em <http://ideb.inep.gov.br/ >Acesso em junho de 2017.

O quadro 2 apresenta as metas observadas e projetadas para o Estado de Alagoas, é interessante observar que as marcações em verde indicam que a média projetada foi alcançada, desta forma, desde 2011, assim como em 2013 e 2015 o Ensino Médio não alcança média projetada. O 9º do Ensino Fundamental embora tenha progredido de 2.9, para 3.1 e depois para 3.5, mesmo assim não alcançou as projeções definidas para 2013 e 2015.

Alagoas construiu sua história de caráter essencialmente agrícola, apoiada no cultivo da cana-de-açúcar, na formação dos engenhos e posteriormente das usinas. Para Verçosa (2006) o estado de Alagoas é marcado pela permanência de velhas estruturas que apoiaram o início do estado e que, ainda que a sociedade alagoana tenha passado pelas transformações ao longo do tempo, culturalmente é o ethos oligárquico, fruto desta sociedade agrária, alimentada

pelos latifúndios, escravismo, patriarcalismo, falocentrismo, coronelismo, patrimonialismo que ainda se faz presente. O que ainda influenciaria não somente na distribuição econômica atual, como em outras esferas da vida, como a política, a educacional entre outras.

No que se refere à gestão escolar a década de 1990 é colocada como um marco, pois teve início o processo de implantação da gestão democrática. Em 1999, tendo como governador Ronaldo Lessa e como Secretária Estadual de Educação Maria José Pereira Viana, que já havia vivenciado de 1993 à 1996, também como secretária a experiência da implantação da gestão democrática na rede municipal de educação de Maceió. Em dezembro de 1999 a Secretaria Estadual de Educação organizou o I Congresso Constituinte, a partir das discussões realizadas com a participação das entidades educacionais, foi criada a Carta de Princípios, que representa a Constituição da Educação do Estado de Alagoas, inspirada no processo de democratização brasileira, que resultou na Constituição Federal de 1988 que preconiza a participação da comunidade escolar. Com defesa dos princípios de autonomia e descentralização através, sobretudo, da implementação institucionalizada dos conselhos escolares e da eleição direta pra diretores e diretores adjuntos como ferramentas de participação da comunidade na gestão escolar (SILVA; SILVA, 2012).

No plano Legal a efetivação da gestão democrática nas escolas da rede estadual se deu pela Lei GHPDLRGHSHOD$VVHPEOHLD/HJLVODWLYDGH$ODJRDV³LQVWLWXLXDJHVWmR democrática da rede pública estadual de ensino, como espaço de participação e construção coletiva, através de eleições diretas para diretores e diretores ± adjuntos das escolas de HGXFDomREiVLFDHGDSURYLGHQFLDVFRUUHODWDV´ $/$*2$6