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Canal de Injeção Principal ou Canal de Alimentação

De um modo geral, os moldes podem possuir várias cavidades ou cavidade única.

Nesse último tipo de molde, a alimentação poderá ser feita pelo próprio canal de injeção principal (figura abaixo), suprimindo os canais de distribuição e os pontos de injeção. Este artifício é geralmente aplicado em peças de parede de espessura relativamente grossa e também para a transformação de materiais de elevada viscosidade.

No projeto deste tipo de canal deve haver um ajuste perfeito do bico de injeção da máquina ao bico de injeção do molde, evitando a ocorrência de rebarbas que possam impedir a extração do canal de alimentação (próxima figura).

Cabe salientar que todas as superfícies envolvidas têm que estar bem.polidas para facilitar a extração do canal de alimentação.

Canais de Distribuição

Os canais de distribuição recebem o polímero fundido do canal de alimentação e o conduzem até as cavidades do molde, fazendo com que estas sejam preenchidas ao mesmo tempo e em condições iguais de temperatura e pressão. Por isso, o

dimensionamento dos canais de distribuição assume grande importância.

Canais de distribuição de seção circular são os mais próximos do ideal, porém sua complexa fabricação encarece o molde. Por isso, usam-se canais de seção parabólica. cujo formato aproxima-se do circular.

O comprimento dos canais de distribuição deve ser o menor possível, a fim de reduzir as perdas de pressão, evitar que o material se resfrie demais antes do molde estar completamente cheio e diminuir a orientação em torno do canal.

Geralmente os canais de distribuição localizam-se na placa móvel do molde e dispensam polimento especial.

Nos moldes de cavidades múltiplas, recomenda-se prolongar os canais de distribuição principais para além do ponto de junção dos últimos canais. Este prolongamento,

denominado “poço frio”, tem a função de reter a primeira porção de material que, sendo mais fria, prejudicaria a qualidade do produto.

Entradas ou Pontos de Injeção

Devem ser localizados criteriosamente de modo a facilitar o fluxo e a distribuição do material na cavidade e a evitar que o material penetre nela em forma de jato. Isso provocaria tensões internas e mau acabamento superficial da peça.

Sempre que possível, o ponto de injeção deve localizar-se o mais perto possível do centro da cavidade, a fim de assegurar um preenchimento uniforme.

Em geral o ponto de injeção localiza-se na região de maior espessura da peça, fazendo com que o material flua progressivamente para as regiões de menor espessura.

Na produção de peças grandes ou retangulares, recomenda-se a utilização de vários pontos de injeção para se obter preenchimento e pressão de recalque uniforme. Neste caso é essencial evitar marcas críticas provocadas por linhas de emenda ou linhas de solda.

Um resumo dos tipos de sistemas de pontos de injeção mais usados é descrito a seguir Entradas totais

São caracterizadas por possuir a seção de admissão relativamente grande. São utilizadas em moldagem de peças grandes e espessas e em moldagem de peças

alimentadas diretamente pelo canal de injeção. Recomenda-se sua utilização na injeção de materiais de alta viscosidade como, por exemplo, resinas de sopro e extrusão.

As entradas totais possibilitam maior tempo de recalque, pois a seção de entrada demora mais para se solidificar. Com isso pode-se compactar melhor o material na cavidade, minimizando os problemas de chupagem, distorção e empenamento.

Entradas restritas

Este tipo de entrada possui seção de admissão relativamente pequena e é utilizada nor- malmente em moldes de duas placas para produção de peças de paredes finas. Possui a vantagem de reduzir o tempo total do ciclo, pois a entrada se solidifica rapidamente após o material parar de fluir. Além disso, a entrada pode ser cortada ou removida com perfeição, melhorando o aspecto do produto sem requerer operações de acabamento. Normalmente, faz-se o diâmetro de entrada igual à metade da espessura da peça no ponto de injeção.

As entradas restritas devem ser posicionadas de maneira que o fluxo de material seja direcionado perpendicularmente a uma das paredes do

molde, a fim de evitarem-se marcas de fluxo indesejável, provocado pelo esguichamento do material.

Entrada capilar:

É utilizada geralmente em moldes de três placas ou em moldes de cavidade única, alimentados diretamente pelo bico da injetora, nas moldagens de peças de paredes finas e nos casos em que a marca de alimentação deverá ser a menor possível, como nos casos das peças que necessariamente deverão ser alimentadas por uma face visível.

A entrada capilar origina um fluxo turbulento que pode ocasionar marcas de fluxo do material plástico, principalmente nas proximidades da entrada. Para compensar este inconveniente, recomenda-se aumentar a espessura do produto na região do ponto de injeção.

A utilização de entrada capilar dificulta a aplicação do recalque à peça. Portanto

recomenda-se evitar sua utilização em peças com espessura de paredes acima de 2,5 mm.

Entradas auto-extraíveis ou submarinas:

São utilizadas em moldes automáticos de alta produtividade, pois o produto já sai acabado.

Estas entradas são submersas e perfuradas em ângulo, terminando em arestas finas que são cortadas automaticamente durante a extração do produto.

A entrada submarina é adequada para a injeção lateral das peças. Sem considerar os possíveis problemas por obstrução precoce, a entrada submarina permite seções muito pequenas e, com isso, se conseguem marcas residuais quase invisíveis sobre a peça.

Entradas em leque

Para produzir peças planas e finas, com um mínimo de contração e de tensão, é aconselhável a entrada em forma de leque.

As entradas em leque possibilitam uma orientação do material e conseqüentemente uma contração mais uniforme da peça além de diminuir o efeito das marcas de fluxo.

Com uma largura igual à da peça, este tipo de entrada origina uma distribuição

homogênea da matéria-prima dentro da cavidade. Recomenda-se a confecção da seção de entrada menor que a seção do canal de distribuição.

No caso de moldes simples, a entrada situa-se fora do eixo de gravidade da peça, o que pode conduzir a um desgaste do molde e à formação de rebarbas. A lâmina de entrada é geralmente cisalhada e, por isso, não impede uma produção automática.

Balanceamento das Cavidades

A disposição das cavidades no molde deve permitir o equilíbrio de forças no momento da injeção. Nesse sentido é importante manter-se o ponto de injeção centralizado em relação aos canais de distribuição e cavidades, de forma que, durante a injeção, a resultante das forças tenha sua linha de atuação no centro do molde. A simetria na posição das cavidades também permite um preenchimento de todas as cavidades nas mesmas condições de temperatura, pressão e viscosidade, assegurando a manutenção das propriedades do material em todas as peças. Nos moldes pequenos e

principalmente nos moldes maiores, um balanceamento ‘natural” ou “artificial” é aplicado nos pontos de injeção com o objetivo de obter uma equalização da pressão ou para equilibrar as perdas de pressão a fim de preencher as cavidades simultaneamente. No balanceamento “natural”, geralmente é escolhida a mesma distância dos pontos de injeção. Na simetria “artificial”, o objetivo é atingido por meio da variação

A simetria natural tem a vantagem da independência dos parâmetros de trabalho, tais como temperatura e velocidade, porém, em muitos casos, significa um molde mais complexo e maior.

Retenção dos Canais de Injeção (Poço frio)

Para que os canais de injeção e distribuição possam ser retirados do molde, é necessário que sejam retidos e arrastados pela placa móvel. A função do poço frio é captar a frente fria da massa a ser injetada, reter os canais de injeção na parte móvel do molde e sacar o resíduo da bucha injetora, por isso temos este detalhe com um ângulo reverso que funciona como retenção do lado da extração.

Controle de Temperatura nos

No documento Curso de Projeto de Moldes para Plásticos (páginas 47-55)

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