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CAPÍ TULO I

No documento O Relicário de Celeida Tostes (páginas 92-134)

"BREVE N ESTE LOCAL, FÁBRI CA DE CHAPÉUS MAN GUEI RA"

Eu só quero é ser feliz Andar t ranqüilam ent e Na favela onde eu nasci

Vinícius & Andinho, Rap da Felicidade

1 . O encont ro com o barro da favela

A prim eira visit a de Celeida Tost es ao Morro do Chapéu Mangueira acont eceu em dezem bro de 1979. Trat a- se de um encont ro m it ificado por art ist as, m oradores, am igos e fam iliares: um t om bo que virou obra de art e.

Convidado por dois m oradores do Chapéu Mangueira, Sr. Ladislau, servent e da EAV- Parque Lage, e por seu am igo Sabará,70 um grupo da Oficina de Artes do Fogo e Transform ações de Materiais subiu o Morro num dia de chuva. Na subida, Celeida escorregou, caiu no barro, assust ando seus acom panhant es, m as para espant o geral, ao levant ar- se, exclam ou: “ Maravilha, que barro bom t em os aqui! ” Nest e m esm o dia, Celeida e os part icipantes da Oficina das Art es do Fogo propuseram aos dirigent es da associação de m oradores, a Associação de Am igos do Chapéu Mangueira, o desenvolvim ento de um t rabalho de cerâm ica que ut ilizasse o barro do solo da com unidade. Daí surgiu a experiência- pilot o obj et o dest a pesquisa: “ Form ação de Centros de Cerâm ica Ut ilit ária nas Com unidades de Periferia Urbana do Rio de Janeiro – Cham adas Favelas” , que teve o início no ano seguint e, 1980.

70 Ladislau e Lourenço Lúcio, o Sabará, faziam parte do bloco Aventureiros do Lem e do Chapéu Mangueira e Babilônia, am bos no alto do Lem e. O pessoal do Parque Lage conhecia Sabará porque ele ia à EAV buscar m ateriais doados para o bloco.

O m ot ivo da ida do grupo ao Chapéu Mangueira é cont rovert ida: Luiz Áquila relat ou em ent revist a que foram assist ir à disput a do concurso de sam ba- enredo do bloco carnavalesco Avent ureiros do Lem e; a prim a- irm ã Terezinha diz que foi um a reunião polít ica; para o Sr. Coracy, que na época era vice- president e do bloco, a art ist a foi convidada para ensinar a técnica de confecção de bonecas de papel m achê para o desfile de carnaval; Sabará, um dos aut ores do convit e, garante: “ Ela veio é com er um a feij oada” .

O fat o é que esse episódio povoa o im aginário de quase t odas as pessoas que conhecem ou ouviram falar da art ist a Celeida Tost es, m esm o os que nunca foram ao Chapéu Mangueira. Pollak diz que a m em ória sobre fat os que não foram presenciados, m as que são lem brados com o t al, pode ser com preendida com o “ m em ória herdada” . A identificação com determ inado event o é de t al ordem que se torna difícil saber quem dele part icipou ou não.71 Sant os fala t am bém de “ m em ória adquirida” , ou sej a: a m em ória é adquirida à m edida que o indivíduo t om a com o suas as lem branças do grupo com o qual se relaciona: há um processo de apropriação de represent ações colet ivas por parte do indivíduo em int eração com out ros indivíduos.72 Tam bém cham ou a atenção o fato de a grande m aioria dos ent revist ados dest a pesquisa fazer quest ão de relat ar esse m esm o episódio sob diferentes aspect os. Cabe aqui ainda sinalizar que um acont ecim ent o, que em outro contexto seria quase banal, era contado com o se apresentassem um docum ent o ident ificat ório que com provava a sua part icipação naquela hist ória. A form ação da ident idade de um grupo social se dá a part ir de invest im ent os feit os por seus int egrant es, e “ essa perm anent e

71 Pollak, 1992, p. 200- 212. 72 Santos, 1998, p. 155.

realim ent ação da ident idade est á associada diret am ent e a um t rabalho de ‘enquadram ent o’ da m em ória.” 73

A seguir são apresent ados alguns relat os, nos quais é int eressant e observar o entusiasm o dem onstrado pelas pessoas durante a narrativa, principalm ent e t endo em vist a que, apesar dos pont os com uns, possivelm ent e só um dos ent revist ados est ava present e. As out ras pessoas, que ficaram sabendo do acont ecido por int erm édio da própria Celeida, provavelm ent e incorporaram um a representação construída pela própria art ist a de com o se sent ia a respeit o do episódio.

Luiz Áquila, am igo e colega da EAV, que esteve um a única vez no Chapéu Mangueira, cont a o episódio:

No Parque Lage t inha um cont ínuo... que se cham ava seu Ladislau, que era sam bist a do Chapéu Mangueira e que era um gago que quando cant ava ficava m uit o fluent e... E um dia, o sam ba dele est ava em j ulgam ent o pra ver se seria aceit o pela escola de sam ba do Chapéu Mangueira ou não, e ele convidou Celeida pro concurso. E Celeida foi subir na favela, e chovia m uito. Ent ão, ela ia pela viela da favela e, de repent e, escorregou e caiu. As pessoas que est avam acom panhando ficaram m uit o preocupadas, se abaixaram para aj udá- la... ela levantou com a m ão fechada e disse: que argila m aravilhosa!! E foi assim que inicia o núcleo de cerâm ica ut ilitária do Chapéu Mangueira. Quando ela caiu, descobriu a argila at ravés de um t om bo, que poderia ser um a coisa horrorosa e cat ast rófica pra um a out ra pessoa, pra Celeida foi m at éria de criação plást ica. Porque ela j á pensou com o poderia m odificar aquela argila e o que fazer dela. Daí ela com eça a est rut urar pra propor o núcleo de cerâm ica utilit ária. ( Luiz Áquila, 2006)

O m esm o episódio é contado por Terezinha Benj am in, prim a- irm ã da art ista:

( ...) est ava chovendo e ela escorregou. Ela t inha um a form a de êxt ase, que ela dizia – Maravilha! ! É m uit o dela. Tudo era m aravilha pra ela. Maravilha esse barro! Maravilha isso aqui!! E com eçou a

pegar o barro, com eçou a m exer... Ela disse: vocês t êm aqui um a riqueza! ! E com eçou a sondar, pergunt ar. Porque ela foi para um a reunião, inclusive, t am bém polít ica. ( ...) Celeidinha chegou t oda em barreada em casa. Chegou feliz da vida! ! ( ...) As pessoas em casa: que é isso? Você est á im unda! I m unda, não é. Porque ela chegou im unda em casa. Feliz da vida. Às gargalhadas, contando o que t inha havido. ( Terezinha Benj am in, 2006)

Luiz Pizarro, am igo da art ista que com ela dividiu o at eliê da Lapa no início dos anos 1980, relat a o m esm o evento sobre um a época em que ainda não a conhecia:

Sabem com o é que surgiu a hist ória do Chapéu Mangueira, do barro que ela caiu? Quer dizer, que é um a hist ória louca; ela, subindo a ladeira pra ir visit ar o Morro do Chapéu Mangueira aqui no Lem e, chovia... e ela escorregou na subida, est ava chuviscando, era de noit e, e ela escorregou no barro subindo por aquela est radinha. E quando ela caiu, t odo m undo... ah, dona Celeida e t al ( ...) e ela chapada no chão, de cara naquele barro m olhado, e ela disse que com eçou a am aciar e disse: Maravilha, m aravilha, esse barro é m uito bom , esse barro é m uito bom !! E os caras preocupados que ela est ava ali no chão... Eu acho m uit o engraçada essa hist ória, do t om bo da Celeida no barro, que pra Celeida t udo era m aravilha. ( Luiz Pizarro, 2006)

A crít ica de art e Lélia Coelho Frot a t am bém guarda um a visão rom ânt ica da sit uação:

Ela parece um a m est ra zen, ela cai e, em vez de reclam ar ou qualquer coisa, ela t em um a m aravilha de achar um a out ra coisa que, dificilm ent e, alguém veria. ( Lélia Coelho Frot a, 2006)

Para D. August inha e Sr. Coracy, m oradores do Chapéu Mangueira, o episódio foi o m esm o, m as a ênfase se dá m ais nos m otivos da visita ao Morro do que na reação da art ist a à inesperada queda:

Ele [ Sr. Ladislau] falou com Sabará que t inha essa m oça que podia ensinar a fazer esses bonecos de papel m achê. Aí o Sabará ficou m uit o feliz e convidou a Celeida, t eve at é um a fest a na subida dela, e t ava chovendo ( ...) Aí ela escorregou no barro, aí falou pro Sabará que queria reunir as m ulheres, será que as m ulheres t opariam ... Ela m andou pergunt ar se a gent e t oparia fazer um a reunião sobre t rabalho de argila. Eu t opei, convidei a m ulherada, elas t oparam , e a gent e se reuniu no dia, acho que foi dia 12 de j aneiro de 80. I sso

acont eceu, essa ida, em 79 ( ...) Aí ela lançou a idéia... m uit o sim pática... t inha um as 20 m ulheres, e foi lá dent ro da igrej a a prim eira reunião. ( D. August inha, 2006)

O Sabará que levou ela, pra fazer uns bonecos, at é esqueço com o é que diz, uns bonecos que se arm ava lá com cola... ( Sr. Coracy, 2006)

Ela veio com er um feij ão. O que acont eceu? Quando ela viu essa confusão t oda, ela ficou enlouquecida, porque ela não sabia com o fazer: ela não sabia se com ia feij ão ou se olhava a argila que t inha por aí. ( Sabará, 2006)

2 . A favela do Morro do Chapéu Mangueira

O Morro do Chapéu Mangueira é um a favela no alt o do bairro do Lem e, na zona sul da cidade do Rio de Janeiro, localizada na encost a do Morro da Babilônia – que t am bém nom eia a circunvizinha favela da Babilônia. O term o favela geralm ente carrega o estigm a de associação com a violência e o tráfico de drogas. Por isso m uit as vezes é evit ado, pelos próprios m oradores locais. Favela é usualm ent e subst it uída por com unidade, um conceit o que rem et e à solidariedade e harm onia. Nest e t rabalho será assum ido o t erm o com unidade, por se ent ender que é a expressão preferencialm ente usada em várias esferas dentro e fora da própria favela.74

A com unidade do Chapéu Mangueira ocupa um a área de 31.560m2 e possui cerca de 4 m il75 m oradores. Ao contrário de outras favelas do Rio

de Janeiro, o núm ero de habit ant es do Chapéu Mangueira oscila pouco, devido à front eira com áreas pert encent es ao Exércit o e, t am bém , aos lim it es de reservas am bient ais. Um pequeno aum ent o que ocorria no núm ero de habit ant es dava- se pela const rução de “ puxadinhos” , obras

74 Sobre esta disputa de conceitos ver, Pandolfi e Grynszpan, 2002.

de am pliação feit as nas próprias casas, habitadas por fam iliares ou alugadas a t erceiros. Recent em ent e, t em havido um a “ vert icalização” da com unidade, com a subida de novos andares sobre os j á exist ent es. O acesso à com unidade é realizado por t rês vias principais: Ladeira Ari Barroso; Rua Gustavo Sam paio, 164 ( conhecido com o Beco do Zé) ; e Praça Alm irant e Júlio de Noronha, próxim o às inst alações da Com panhia Municipal de Lim peza Urbana – Com lurb ( conhecida com o Escadão) . O nom e Morro do Chapéu Mangueira rem ont a aos anos 1940, quando havia no t erreno da com unidade um a placa com os dizeres: "Breve neste local, Fábrica de Chapéus Mangueira". Tudo leva a crer que est ava previst a a const rução de um a filial da fábrica de chapéus, cuj a sede era na Rua Visconde de Nit erói, em Benfica, próxim a à subida do Morro da Mangueira. A fábrica não foi const ruída, m as o nom e perm aneceu com o um a referência para o local.

A com unidade com eçou a se form ar na prim eira década do século XX, quando, em 1906, t eve início a const rução da via de acesso ent re os bairros de Botafogo e Lem e. A obra do Túnel do Lem e, conhecido na cidade com o Túnel Novo, foi realizada no governo do prefeit o Pereira Passos. Acredita- se que os operários, assim com o os caseiros e em pregados das casas da Rua Gustavo Sam paio, const ruíram no Morro Chapéu Mangueira suas habit ações t em porárias, para ficar m ais próxim os ao t rabalho.

A part ir da década de 1940, o Morro recebeu um a quant idade significat iva de m igrant es, principalm ent e de Minas Gerais, Espírit o Sant o, zona rural do Est ado do Rio de Janeiro e do Nordest e, que buscavam em prego e m elhores condições de vida. Nessa época a vida na com unidade era bem precária, não havia água nem luz, e eram

freqüent es os surt os de doenças. Os cam inhos eram de t erra bat ida e const ant em ent e ocorriam deslizam ent os de encostas. Não havia presença do poder público, e a am eaça de rem oção era um a constante. Em 1937, quando da publicação do Código de Obras do Estado, o governo se referia oficialm ente ao “ problem a da favela” . As favelas, tidas com o um a “ ’aberração’, não podiam const ar do m apa oficial da cidade; por isso, o código propunha sua elim inação. Tam bém t ornava proibida a const rução de novas m oradias, assim com o a m elhoria das exist ent es.”76 Um a das soluções do período do Est ado Novo,77 durant e a gest ão do prefeit o Henrique Dodswort h, foi a const rução dos Parques Proletários no Caj u, Gávea e Leblon, para onde foram rem ovidos cerca de 4 m il favelados de um universo de cerca de 130 m il.78

D. August inha lem bra de sua chegada ao Morro, em 1955, e de qual foi sua prim eira im pressão:

( ...) t inha um a t erceira subida, pelo Lem e Tênis Clube, que era um cam inho no m eio da m at a, e um cam inho de pedras, com o nas hist órias dos desenhos, e a gent e bot ava o pé num a pedra e t inha que t er cuidado pra não escorregar na próxim a que a gent e ia pisar. E eu achei aquilo m uit o est ranho ( ...) Muit os barracos de m adeira... m uit os barracos cobert os com lat a, com zinco, “ barracão de zinco” , não t inha água e não t inha cam inho. ( ...) t inha um rapaz que carregava água pra gent e, carregava em galão. ( ...) É balança, que t em um a lat a na frent e e out ra at rás... fogão de lenha, a gent e não t inha fogão a gás, t inha aqueles fogãozinho j acaré ( ...) a gent e cozinhava com querosene. Essa casa era de est uque... Pau- a- pique e cobert a com t elha, j á era cobert a de t elha, e o chão dela era ( ...) um as m adeiras com pridas, tem casas antigas que ainda tem essas m adeiras. E a casa era pequena ( ...) só tinha o quart o e a cozinha, a sala e um banheiro, e eu dorm ia na sala. ( D. August inha, 2006)

76 Burgos, 1988, p. 27.

77 Por m eio de um golpe de Estado, o presidente da República Getúlio Vargas instaurou um a ditadura no Brasil. O período foi cham ado de Estado Novo e vigorou de 1937 a 1945. 78 Pandolfi e Grynszpan, 2002, p. 240- 242.

É t am bém a part ir da década de 1940 que a I grej a passa a at uar j unt o às populações faveladas. Segundo Burgos ( 1988) , Pandolfi e Grynszpan ( 2002) , a at uação da I grej a procurava fazer frent e à incipient e organização dos m oradores e ao t rabalho de grupos de esquerda j unt o à população. A Arquidiocese do Rio de Janeiro e a Prefeit ura da cidade criaram , em 1946, a Fundação Leão XI I I , inst it uição volt ada para a “ assistência m aterial e m oral” dos m oradores dos m orros, que teve at uação pat ernalist a e assist encialist a em 34 favelas cariocas, no período 1947- 1954. Em 1955, por iniciat iva do bispo auxiliar do Rio de Janeiro, Dom Hélder Câm ara, é criada a Cruzada São Sebast ião, que busca “ reunir de form a m ais concret a urbanização e pedagogia crist ã”79 É na est eira da at uação da I grej a em com unidades que, nos anos 1950, a m issionária católica francesa Renné de Lorne, a D. Renné, que era enferm eira, passar a ser volunt ária j unt o à população do Chapéu Mangueira.

Nós t ivem os um a facilidade m uit o grande, e essa facilidade nós devem os a um a enferm eira que apareceu aqui, graças a Deus, cham ada René. Essa senhora, ela trouxe idéias novas de fora pra nós, colocou na nossa cabeça a idéia do m ut irão e, com um det alhe, esse m ut irão era dom ingo, às set e e m eia da m anhã; era feriado às set e da m anhã. E ela bat ia na port a: – Acorda aí! ! Levant a! E t inha que levant ar. Podia chegar às set e da m anhã, m as t inha que levant ar às set e pra ir pro m ut irão. ( Sabará, 2006)

Além da prát ica do t rabalho colet ivo na com unidade, foi t am bém D. Renné quem com andou a const rução do prim eiro Post o Médico, aj udou a organizar os m oradores e a fundar, no dia 6 de j unho de 1960, a Associação dos Am igos do Chapéu Mangueira.

As associações de m oradores surgem na década de 1940, m uit as delas est im uladas pelo PCB, o Part ido Com unist a do Brasil; no ent ant o, nos anos 1960, o próprio governo e a Fundação Leão XI I I est im ularam sua

form ação, com o m eio de reprim ir o crescim ento das favelas, na m edida em que deveriam auxiliar o governo na im plant ação de serviços básicos e na m anut enção da ordem int erna. Cont udo, a polít ica de erradicação e rem oção de favelas adotada pelo governo Carlos Lacerda, na prim eira m et ade da década de 1960, levou as associações de m oradores a se dist anciarem do governo e a criarem a Fafeg ( Associação de Favelas do Est ado da Guanabara) , que t inha com o obj et ivos “ resist ir à polít ica de rem oções e lut ar pela im plem ent ação de serviços públicos básicos nas favelas” .80

A Associação dos Am igos do Chapéu Mangueira era com post a por um a diretoria de 12 m em bros,81 t odos eleit os dem ocrat icam ent e. A associação foi um a das prim eiras entidades a se associar à Fafeg. A represent ação inst it ucional cum priu seu obj et ivo de facilit ar o diálogo com o poder público e de beneficiar a com unidade com m elhorias urbanísticas, instalações elét ricas e hidráulicas. No ent ant o, apesar da atuação da associação de m oradores, foram os dom inicanos, com a prática dos m utirões e a organização com unitária, os responsáveis pelas m elhorias na favela, com o at est a Sabará:

Em qualquer lugar que você andar aqui você encont ra casa desse j eit o, você encont ra com água, e a rapaziada, principalm ent e o pessoal da m inha época, e principalm ent e o pessoal que foi escot eiro, foi lobinho, at ravés de frei Anselm o, at ravés de Cecília, at ravés da I grej a Nossa Senhora do Rosário [ na rua Gen. Ribeiro da Cost a, Lem e] , at ravés de frei Raim undo, essa rapaziada aprendeu a dar um salt o de qualidade m uit o grande, aprendeu a trabalhar. E nós fazíam os trabalhos assim , fant ást icos, na com unidade. Esses post es que você vê por aí fom os nós que carregam os, e essas donas aí levavam lanche pra gente. Pra onde o povo ia, elas iam atrás. ( Sabará, 2006)

80 Pandolfi e Grynszpan, 2002, p. 243- 244.

81 A diretoria da associação era dividida em Adm inistração, Controle de Luz, Posto Médico, Escola Maternal e Jardim , Departam ento Fem inino, Setor de Obras, Relações Públicas e Divulgação, Departam ent o Jurídico, Urbanização, Contato I nterior e Exterior, Água e Esgoto e [ posteriorm ente] Galpão de Arte.

Foi por int erm édio da I grej a Cat ólica que Roselene Menezes, a Rose, chegou e at ua há cerca de duas décadas na localidade. Prim eiro com o alfabet izadora, a convit e das pessoas da capela N. Sra. das Graças, e m ais t arde com o cat equizadora. Rose lem bra com o era a com unidade nos anos 1970:

Eu fui pra lá em 71, j á t inha... um a luz elét rica... m uit o ruinzinha... era part icular... j á t inha água, que puxava lá do Fort e. Ainda t inha uns barracos ali na ent rada. Não ent rava diret o não, naquela part e que hoj e t em o Cent ro Esport ivo, ent ão, ali era cheio de barracos; era um buraco, cheio de barracos ali, m as j á t inha um asfalt o

No documento O Relicário de Celeida Tostes (páginas 92-134)

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