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A escola de aprender a ensinar o povo (1961-1964)

Na década de 1960, a cidade de Natal possuía apenas uma instituição estadual de educação normal: o Instituto de Educação de Natal (criado em 11 de maio de 1954, no governo de Sylvio Piza Pedroza), anteriormente denominado Escola Normal de Natal (criada, em 13 de maio de 1908, no governo de Alberto Frederico de Albuquerque Maranhão).

Segundo Moacyr de Góes (1980, p. 71), o programa do governo de Djalma Maranhão tinha como princípio “[...] ampliar serviços e aumentar a mobilização”. Visando, então, a esse alcance, criou o Centro de Formação de Professores da Campanha De Pé no Chão Também se Aprende a Ler (Lei n° 1.301, de 27 de dezembro de 1962), que funcionava com três níveis de ensino: o Curso de Emergência, o Curso Ginasial Normal e o Curso Colegial Normal.

No Rio Grande do Norte, as instituições de ensino destinadas à formação de professores datam dos séculos XIX e XX. Segundo atestam Araújo, Aquino e Lima (2018), foi justamente no ano de 1897 que se deu a implantação, propriamente dita, de um curso de formação de professores, denominado Curso Profissional, com duração de três anos, realizado no período de 1897 a 1900. Parece oportuno lembrar que as políticas públicas de educação referentes à formação de professores para o magistério primário revelam-se condizentes com as reformas sociopolíticas e educacionais de cada época histórica.

No século XX, no governo de Alberto Frederico de Albuquerque Maranhão (1908-1913), foi criada a Escola Normal de Natal (Decreto nº 178, de 29 de abril de 1908), destinada à formação de professores para atuarem no magistério primário. A criação dessa Escola Normal fez parte da reforma da Instrução Pública, decretada no governo de Antonio de Souza e Melo (1906-1907), cujo êxito dependia da formação de professo-

res para o magistério primário, consoante as orientações da moderna pedagogia (Decreto n° 178, de 29 de abril de 1908).

Vale ressaltar o fato de que, nos governos eleitos (1908-1930) e nos governos dos Interventores Federais no Rio Grande do Norte (1935-1948), houve uma expansão das escolas primárias públicas (grupos escolares, escolas reunidas, escolas isoladas e escolas rudimentares) em cidades, vilas, povoações, pequenos lugarejos, praias, sítios e engenhos, contemplando os 42 municípios do Estado. O objetivo precípuo era não apenas ampliar as oportunidades socioeducacionais mas também promover a regulação social dos processos escolares de educar, de ensinar e de aprender.

Essa expansão das escolas primárias públicas nas referidas modalidades escolares correspondeu, gradativamente, à criação de cursos de formação de professores para o magistério primário, com a preponderância das Escolas Normais Regionais, equivalentes ao 1º ciclo ginasial do ensino secundário, com a duração de quatro anos.

As Escolas Normais Regionais, similares ao ciclo ginasial do ensino secundário, foram preconizadas pela Lei Orgânica do Ensino Normal (Decreto-Lei nº 8.530, de 2 de janeiro de 1946). Por essa lei, as instituições de ensino normal, destinadas a promover a formação de professores para as escolas primárias, eram assim denominadas: Escola Normal (destinada a ministrar o 2º ciclo colegial em três anos); Curso Normal Regional (destinado a ministrar o 1º ciclo ginasial do ensino secundário em quatro anos) e Instituto de Educação (destinado a ministrar os cursos do ensino normal em três anos, além de cursos de especialização para o magistério).

Após a promulgação da Lei Orgânica do Ensino Normal (1946), o governo do Interventor General Orestes da Rocha Lima (1947) promulgou a Lei Orgânica do Ensino Normal do Estado do Rio Grande do Norte (Decreto-Lei nº 684, de 11 de fevereiro de 1947), com a finalidade de adaptar o sistema de ensino normal à legislação federal. Em razão disso,

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o Ginásio Normal de Mossoró passou a denominar-se Escola Normal de Mossoró (Decreto nº 1.557, de 4 de março de 1947).

No governo de José Augusto Varela (1947-1951), foram acrescidos à Escola Normal de Natal (criada pelo Decreto nº 178, de 29 de abril de 1908) e à Escola Normal de Mossoró (criada pelo Decreto nº 165, de 19 de janeiro de 1922), os primeiros Cursos Normais Regionais do Estado, destinados à formação de Regentes do Ensino Primário (Lei nº 204, de 7 de dezembro de 1949).

No governo de Sylvio Piza Pedrosa (1951-1956), devido ao convênio firmado entre o Estado do Rio Grande do Norte e o Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos (Inep,) foram criados mais 14 Cursos Normais Regionais, igualmente destinados à formação de Regentes do Ensino Primário, nas seguintes cidades: Angicos, Alexandria, Apodi, Açu, Caraúbas, Ceará Mirim, Currais Novos, Florânia, Macau, Martins, Nova Cruz, Pau dos Ferros, Santa Cruz e Santana do Matos. Esses Cursos Normais Regionais deveriam funcionar anexos aos Grupos Escolares dessas cidades-sede de seus municípios (Lei n° 621, de 6 de dezembro de 1951). No ano seguinte (1952), a Assembleia Legislativa autorizou a criação de mais 6 Cursos Normais Regionais para Regentes do Ensino Primário nas seguintes cidades: Acari, Areia Branca, Baixa Verde, Itaretama, Jardim do Seridó e Parelhas (Lei n° 873, de 31 de dezembro de 1952). No ano de 1953, foi criado o Instituto de Educação do Rio Grande do Norte (Lei n° 1.038, de 12 de dezembro de 1953), com as seguintes instituições de ensino: a Escola Normal de Natal e o Colégio Estadual (com os cursos secundários ginasial, científico e clássico).

Em 1954, o governador Sylvio Piza Pedrosa concedeu ao Ginásio Diocesano Seridoense, da cidade de Caicó, a autorização para ministrar o Curso Normal Regional e/ou o Curso de Regente do Ensino Primário (Decreto nº 2.463, de 26 de fevereiro de 1954). No início desse mesmo ano, as instituições com a denominação de Escola Normal e Curso Normal Regional e/ou Curso de Regente do Ensino Primário, destinadas

tanto à formação de docentes para as escolas primárias quanto à formação de professores regentes para o ensino primário eram, no total, 23 instituições públicas: 2 Escolas Normais e 21 Cursos Normais Regionais e/ou Cursos de Regentes do Ensino Primário.

No governo de Dinarte de Medeiros Mariz (1956-1961), pela Lei n° 2.639, de 28 de janeiro de 1960, foi criado o Centro de Formação Educacional do Magistério Primário de Mossoró (constituído do Curso Pedagógico, do Colégio Estadual, da Escola de Aplicação e do Jardim de Infância) e o Centro de Formação do Magistério Primário de Caicó (constituído do Curso Pedagógico, do Colégio Estadual, da Escola de Aplicação e Artesanato e do Jardim de Infância). Por sua vez, o Instituto de Educação do Rio Grande do Norte foi transformado em Instituto de Educação de Natal (constituído da Escola Normal de Natal, da Escola de Aplicação e do Jardim de Infância).

No ano de 1960, o Conselho Nacional de Estatística, órgão do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pela coordenação e sistematização das estatísticas brasileiras, divulgou, no Anuário Estatístico do Brasil, a quantidade de instituições de Ensino Normal nos Estados da federação. Na região Nordeste, a Bahia aparecia em primeiro lugar, com 62 instituições de Ensino Normal; o Ceará, em segundo lugar, com 55 instituições de Ensino Normal; Pernambuco, em terceiro lugar, com 54 instituições de Ensino Normal; e o Rio Grande do Norte, em quarto lugar, com 23 instituições de Ensino Normal.

No ano seguinte (1961), as instituições de ensino para a formação de professores, em consonância com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 4.024, de 20 de dezembro de 1961), eram as seguintes: Escolas Normais de grau ginasial (cujos cursos tinham duração de quatro anos, e eram destinadas à preparação pedagógica de regentes de ensino primário); Escolas Normais de grau colegial (cujos cursos tinham duração de três anos, e eram destinadas à preparação pedagógica de professores primários); e os Cursos Pedagógicos de grau

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colegial dos Institutos de Educação (cujos cursos tinham duração de três anos, e eram destinados à formação de professores primários). Faz-se pertinente chamar atenção para o fato de que os Cursos Normais Regionais, preconizados pela Lei Orgânica do Ensino Normal de 1946, deixaram de ser contemplados pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1961 como cursos destinados à formação de professores regentes do ensino primário.

Não obstante, desde a década de 1950, a formação de professores primários foi objeto de discussão e de recomendações do Seminário Interamericano de Educação Primária (1950), da Conferência Internacional de Instrução Pública (1951), da Conferência Regional Latino-Americana sobre Educação Primária Gratuita e Obrigatória (1956), da Conferência Sobre Educação e Desenvolvimento Econômico e Social na América Latina (1962) e da Terceira Reunião Interamericana de Ministros da Educação (1963). Nesses Seminários e nas Conferências Internacionais, a educação primária, destinada a promover uma justa e elevada vida social em âmbito local, nacional e internacional, assumia, sempre, uma concepção democrática do dever do Estado e do direito de todos.

No Seminário Interamericano de Educação Primária, promovido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e pela Organização dos Estados Americanos (OEA), ocorrido em Montevidéu (Uruguai), de 26 de setembro a 30 de outubro de 1950, as principais recomendações destinadas à formação de professores foram assim enunciadas:

• Promover, sempre que necessário, campanhas de emergências, visando à formação de professores primários.

• Organizar cursos normais, considerando as condições culturais integradoras da escola primária, da comunidade dos alunos, dos pais e dos seus moradores.

• Considerar o professor como sendo o agente deveras capacitado a promover a educação para todos, atribuindo-se, por conseguinte, aos governos democráticos o dever de ampliar as instituições de formação de professores para que estes possam atender, com eficiência, à população escolar, visando favorecer os alunos com o benefício de iguais oportunidades socioeducacionais.

• Correlacionar a formação de professores com a concepção de educação primária igualmente para todos.

• Proporcionar a formação de professores orientada pelos princípios da Pedagogia da Educação Nova.

Na Conferência Internacional de Instrução Pública, coodenada pela Organização das Nações Unidas Para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e pelo Bureau Internacional de Educação, realizada em Genebra (Suíça), em 12 de julho de 1951, a recomendação para a formação de professores foi, principalmente, a de criar centros de formação profissional de professores, visando ao seu aperfeiçoamento contínuo (cursos de férias, estágios, missões pedagógicas, revistas educativas etc.).

Na Conferência Regional Latino-Americana sobre Educação Primária Gratuita e Obrigatória, promovida pela Organização das Nações Unidas Para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e pela Organização dos Estados Americanos (OEA), ocorrida em Lima (Peru), de 23 de abril a 5 de maio de 1956, as recomendações dirigidas à formação de professores incidiram sobre dois pontos básicos: orientar a formação de professores para a valorização dos bens culturais de sua comunidade e da sociedade em geral, e proporcionar uma formação que permita ao professor cooperar na organização da comunidade que se destina à educação das crianças e dos jovens.

Na Conferência Sobre Educação e Desenvolvimento Econômico e Social na América Latina, patrocinada pela Organização dos Estados

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Americanos (OEA), pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e pela Comissão Econômica Para a América Latina (Cepal), realizada em Santiago (Chile), de 5 a 19 de março de 1962, em que esteve presente Anísio Teixeira, como Diretor do Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos, a recomendação principal foi no sentido de incluir, na formação de professores, estudos relacionados à vida em sociedade, que permitissem a compreensão da interação de fatores demográficos, econômicos e sociais com a educação.

Na Terceira Reunião Interamericana de Ministros da Educação (1963), convocada pelo Conselho da Organização dos Estados Americanos (OEA), ocorrida em Bogotá (Colômbia), de 4 a 10 de agosto de 1963), as recomendações concernentes à formação do professor traduziram-se nas seguintes proposições: atribuir prioridade à formação de professores, incluindo cursos de treinamentos e cursos de aperfeiçoamentos, visando ao fortalecimento da carreira profissional do educador; e aperfeiçoar, permanentemente, a formação do professor em termos culturais, pedagógicos e profissionais.

Observando a importância desses indicativos que marcam a história da educação, propusemo-nos, neste capítulo, dicorrer sobre o caráter pedagógico do Centro de Formação de Professores da Campanha De Pé no Chão Também se Aprende a Ler, instituição de formação de professores e de aperfeiçoamento profissional.

A educação normal municipal na cidade de Natal

As instituições educacionais, geralmente, consagram uma combinatória de finalidades e de compromissos pedagógicos como condição instituinte do direito à educação para todos. Para o historiador da educação Décio Gatti (2002, p. 20), a história de uma instituição educacional deve pôr em relevo “[...] os vários autores envolvidos no processo educativo [...] além daquilo que se passa no interior das escolas.

No município de Natal, no decorrer dos anos de 1961 e de 1962, foram planejados cursos e seminários na Diretoria de Ensino Municipal (dirigida por Omar Fernandes Pimenta). Entretanto, já a partir de outubro de 1961, essas atividades, então programadas, ficaram sob a responsabilidade da Coordenação Técnico-Pedagógica da Secretaria de Educação e Cultura (dirigida pela Prof.ª Margarida de Jesus Cortez), devendo ser realizadas nas dependências do Ginásio Municipal de Natal. Essas diversificadas atividades acadêmicas (curso intensivo e de preparação pedagógica, seminários etc.) tinham a finalidade de ampliar o Plano de Erradicação do Analfabetismo.

As mencionadas atividades acadêmicas que estiveram sob a responsabilidade da Diretoria de Ensino Municipal, da Coordenação Técnico-Pedagógica, do Ginásio Municipal de Natal, de técnicos da Secretaria de Educação e Cultura e do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), conforme divulgação da Folha da Tarde, nos anos de 1961 e de 1962, foram as seguintes:

• Curso Intensivo para o Magistério Primário Municipal (de 14 a 28 de fevereiro de1961), coordenado pelo Prof. Moacyr Góes (Secretário de Educação e Cultura) e supervisionado pela Prof.ª Lia Campos (técnica do Centro Regional de Pesquisas Educacionais de Porto Alegre. Total de inscritos: 250 professores.

• Seminário de Estudos dos Problemas de Educação e Cultura do Município de Natal (de 6 de março a 10 de junho de 1961 – o primeiro a ser realizado nessa temática), coordenado pelo Prof. Moacyr Góes (Secretário de Educação) e auxiliado por Omar Fernandes Pimenta (Diretoria de Ensino Municipal) e pelo Prof. Severino Fernandes (Diretor do Ginásio Municipal de Natal). Total de inscritos: 200 professores.

• Curso de Preparação de Professores para colaborar na Campanha De Pé no Chão Também se Aprende a Ler (de 5 de novembro de 1961), organizado pelo Grupo de Trabalho de Educação Popular da Secretaria de Educação e Cultura. Total de inscritos: 200 professores.

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• Curso de Preparação Pedagógica para os Professores que Integrarão a Campanha De Pé no Chão Também se Aprende a Ler (de 2 de janeiro a 28 de fevereiro de 1962), coordenado pela Prof.ª Margarida de Jesus Cortez. Total de inscritos: 300 professores.

• Curso de Didática Geral e de Filosofia da Educação (de 26 a 28 de fevereiro de 1962), coordenado pelo Prof. Moacyr Góes (Secretário de Educação) e pela Associação dos Professores do Rio Grande do Norte (APRN). Total de inscritos: 103 professores.

Como já mencionado, a formação de professores era matéria de discussão e de recomendações dos Seminários e das Conferências Internacionais de Educação Primária e de Instrução Pública na década de 1950, principalmemente. A educação primária era, por sua vez, dever do Estado e direito de todas as crianças. Com base nesse preceito democrático, a formação de professores primários assumia total prioridade no plano nacional, estadual e municipal.

No município de Natal, o prefeito Djalma Maranhão, o Secretário de Educação e Cultura (Prof. Moacyr de Góes) e a Coordenadora Técnico-Pedagógica da Secretaria de Educação e Cultura (Margarida de Jesus Cortez) idealizaram a quarta instituição educacional do seu governo municipal: o Centro de Formação de Professores da Campanha De Pé no Chão Também se Aprende a Ler (Lei nº 1.301, de 27 de dezembro de 1962), dez meses depois da instalação dos Galpões-Escolas dos Acampamentos Escolares das Rocas. Vale também ressaltar a importante colaboração daqueles intelectuais, formuladores de uma educação como direito igualitário para todos: Omar Fernandes Pimenta (Diretor do Ensino Municipal), Heriberto Bezerra (Diretor de Saúde) e Mailde Ferreira de Almeida (Diretoria de Documentação e Cultura).

A instituição Centro de Formação de Professores da Campanha De Pé no Chão Também se Aprende a Ler vinha, em parte, ao encontro das recomendações dos eventos internacionais e das instituições de

ensino normal de formação de professores. Essa instituição de formação de professores foi aprovada pela Câmara Municipal de Natal, conforme atesta o seguinte documento legal:

O Prefeito Municipal de Natal,

Faço saber que a Câmara Municipal aprovou e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1° − Fica criado o Centro de Formação de Professores da Campanha de Pé no Chão Também se Aprende a Ler, subordinado à Diretoria do Ensino da Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Saúde do Município.

§ Único − Concluída a fase do Plano de Emergência de Educação, que é a Campanha de Pé no Chão Também se Aprende a Ler, o Centro ora criado se transformará, automaticamente, no Instituto de Educação Municipal, com Regimento Interno específico.

Art. 2° − O Centro de Formação de Professores da Campanha De Pé no Chão Também se Aprende a Ler será instalado nesta Capital, obedecendo as finalidades legais que regem a matéria e manterá os seguintes cursos: I − Curso de Emergência, com treinamento de Regentes de Classes para Natal e o interior.

II − Curso Ginasial Normal, com treinamento de Instrutores de Ensino, preparando pessoal desde a primeira e segunda séries para a referida Campanha.

III − Curso Colegial Normal, para formação de Professores. Art. 3° − Para regência das cadeiras do referido Centro de Formação de Professores, o Prefeito Municipal contratará Professores, dentro das normas estabelecidas, até que sejam criados os cargos a serem preenchidos na forma da Lei.

§ Único − A remuneração dos Professores não será inferior a que vigorar para idêntica categoria nos Estabelecimentos de Ensino Oficial do Estado.

Art. 4° − O Quadro do Pessoal Administrativo do Centro de Formação de Professores da Campanha De Pé no Chão Também se Aprende a Ler, será organizado à base dos cargos que foram criados:

1 Diretor CC-2.

3 Vice-Diretores FG-2. 1 Secretário FG-2.

1 Assessor Técnico de Orientação Educacional Padrão Z. 2 Assessores Técnicos de Pesquisa Educacional Padrão Z. 1 Assessor Técnico de Recreação Educacional Padrão Z. 1 Assessor Técnico de Assistência Social Padrão Z.

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1 Assessor Técnico de Administração Padrão Z. 3 Supervisores de Ensino.

§ 1º − Cada um dos Vice-Diretores terá funções específicas de Atribuições Administrativas, Atribuições Pedagógicas, Atribuições Executivas junto à Campanha e Atribuições de Serviços de Extensão Cultural.

§ 2º − As nomeações serão feitas em caráter interino ou efetivo, a critério do Prefeito Municipal, apresentando, na medida de possibilidade, o pessoal integrante da Campanha De Pé no Chão Também se Aprende a Ler. Art. 5° − Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário. Prefeitura Municipal de Natal (LEI Nº 1.301, DE 27 DE DEZEMBRO DE 1962, fl. 1-2).

A aprovação desse Centro de Formação de Professores da Campanha De Pé no Chão Também se Aprende a Ler foi, ainda, referendada pelo Conselho Estadual de Educação e Cultura do Rio Grande do Norte (Resolução nº 20, de 20 de março de 1963), com os cursos de Emergência; Ginasial Normal e Colegial Normal, conforme disposto na Lei nº 1.301, de 27 de dezembro de 1962, respaldada pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 4.024, de 20 de dezembro de 1961).

Para a direção dessa quarta instituição educacional municipal − Centro de Formação de Professores da Campanha De Pé no Chão Também se Aprende a Ler −, o prefeito Djalma Maranhão nomeou Margarida de Jesus Cortez (Coordenadora Técnico-Pedagógica da Secretaria de Educação e Cultura e também Prof.ª de Didática Geral da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Natal e de Matemática do Ginásio Municipal de Natal). Para a Vice-Direção, foi nomeada Maria Diva da Salete Lucena, Prof.ª de Organização Social e Política Brasileira do Ginásio Municipal de Natal.

Complementando o corpo diretivo dessa instituição, o Prof. Moacyr de Góes e as professoras Margarida de Jesus Cortez e Maria Diva da Salete Lucena constituíram a equipe pedagógica, que era formada pelas professoras Lourdes Bezerra Varela (Diretora da Escola de

Demonstração), Denise de Felippes Oliveira (Diretora Pedagógica), Maria do Socorro Dantas Barreto e Mariza Monte (Diretoras de Planejamento), Olindina Lima Gomes da Costa (Coordenadora do Círculo de Pais e Professores), Maria Salviano e Joana D’Arc Câmara de Freitas (Coordenadoras de Recreação), Clívia Marinho Lopes (Supervisora Geral

dos Galpões-Escolas dos Acampamentos Escolares); pelos professores Antônio Campos e Silva (Diretor de Pesquisa) e Joaquim Herly Parente (Supervisor Administrativo); e pelo estudante Josemá Azevedo (Interiorização da Campanha De Pé no Chão Também se Aprende a Ler). A professora Margarida de Jesus Cortez, comprometida com os destinos da instituição que ora se colocava sob sua responsabilidade, procurou, na medida do possível, manter-se em consonância com as orientações derivadas dos seminários e das conferências internacionais sobre educação. Uma dessas recomendações, oriunda do Seminário Interamericano de Educação Primária (1950), concernente à formação de professores, era pautada nos princípios da Pedagogia da Educação Nova, cujas ideias endossavam uma formação docente bem mais proficiente, no sentido de valorizar o professor primário oferecendo-lhe as condições necessárias para que pudesse exercer, com mais plenitude,

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