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3. DISPOSITIVOS ELETRÔNICOS DE CONTROLE DE VELOCIDADE

4.2. Capacidade Viária

A Capacidade Viária, segundo a versão 2000 do Highway Capacity Manual – HCM, pode ser definida como:

A taxa máxima aceitável de fluxo de veículos que pode atravessar um ponto ou um segmento uniforme de uma faixa ou de uma via durante um período de tempo especificado sob dadas condições geométricas, de tráfego, ambientais, e de controle.” (TRB, 2000)

MOBILIDADE ACESSIBILIDADE Sistema Arterial Sistema Coletor Sistema Local

A capacidade viária pode ser afetada pelos seguintes fatores:

a) condições do tráfego : composição do tráfego, distribuição dos

veículos por faixa, movimentos permitidos, etc;

b) condições da via : características geométricas (número de faixas, largura, acostamento, rampa, curvatura, valetas), tipo de pavimento (aderência e composição), etc;

c) condições de controle : sinalização horizontal e vertical, semáforos, vias de mão única, etc;

d) condições locais : comportamento do motorista, volume de pedestres, existência de estacionamento; e,

e) aleatoriedades : clima, acidentes, etc.

Uma outra consideração a respeito da capacidade máxima é a que se pela quantidade máxima de veículos que pode cruzar uma determinada seção de via na unidade de tempo em condições ideais (normais) de tráfego e de via.

As condições ideais para se calcular a capacidade máxima são:

a) Fluxo contínuo livre de interferências laterais de veículos e de pedestres;

b) Só automóveis;

c) Faixa de 3,60 m, com acostamento adequado e sem obstruções laterais (1,80 m do limite do pavimento); e,

d) Alinhamento vertical e horizontal adequado e distância de visibilidade de 450 m de tal forma que a velocidade de cruzeiro possa ser de 112 km/h (70 m/h).

De forma esquemática, a seguir são apresentados alguns aspectos das condições do tráfego que influenciam, significativamente, a fluidez viária:

a) Sistema Viário

i. Más condições da via;

ii. Estagnação do crescimento do sistema viário;

b) Sinalização

i. Problemas com os dispositivos de sinalização;

ii. Regulamentação inadequada (estacionamento, conversões,

carga/descarga e sentido de circulação);

iii. Operação de semáforos;

c) Uso do solo

d) Tráfego em geral

i. Falta de condições para operação adequada da via;

ii. Concentração das viagens nos períodos de pico;

iii. Não cumprimento de regulamentação e de sinalização;

e) Eventos

i. Problemas decorrentes das chuvas;

ii. Situações de emergência;

iii. Eventos especiais com impacto sobre o trânsito;

iv. Feiras–livres;

f) Pedestres

i. Veículos e obstáculos em ruas de pedestres e ruas de

tráfego seletivo;

ii. Conflitos: pedestres X veículos;

g) Transporte de Carga

i. Operação de carga e descarga junto ao meio-fio;

h) Transporte Público

i. Problema de tráfego dos transportes coletivos;

ii. Embarque e desembarque de passageiros;

PORTUGAL (1989) alerta para o fato de que, caso se aborde a questão da capacidade viária de uma forma local e/ou isolada, perdendo assim a noção sistêmica, podem acontecer as seguintes situações indesejáveis:

 transferência dos problemas de um local, horário e modalidade

para outro, podendo se constituir numa situação ainda mais crítica;

 desequilíbrios operacionais e de qualidade de serviço ao longo

da rede; e,

4.2.1. NÍVEL DE SERVIÇO

Enquanto a capacidade da via representa a quantidade máxima de veículos que pode se movimentar em um trecho, durante um intervalo de tempo, sob um conjunto especificado de condições de composição de demanda de tráfego e ambientais, o nível de serviço é uma medida de qualidade do serviço para o usuário da via.

Esta grandeza é determinada em função das condições operacionais dentro de uma corrente de tráfego, baseada em medidas de serviço como velocidade e tempo de percurso, liberdade para manobras (mudanças de faixas), interrupções do tráfego, conforto, e conveniência. (TRB, 2000)

Os principais itens mensuráveis do nível de serviço são a freqüência de paradas, velocidade de operação, tempo de viagem, densidade do tráfego e os custos operacionais do veículo.

O nível de serviço e condições de tráfego não são conceitos equivalentes. Geralmente a condição do tráfego está mais associada à velocidade, enquanto o nível de serviço envolve outros fatores como liberdade de manobras e proximidade de outros veículos.

As medidas mais utilizadas para o nível de serviço são a velocidade operacional para um fluxo ininterrupto e a quantidade de tempo de atraso para o fluxo interrompido, ou a relação volume/capacidade do trecho.

São estabelecidos seis níveis de serviço, caracterizados para as condições operacionais de uma via de fluxo ininterrupto. Os níveis de serviço de outras facilidades são definidos de forma análoga, (TRB, 2000):

A: Fluxo livre, liberdade de manobra e de seleção de velocidade;

B: A presença de outros usuários já se faz notar, mas ainda está dentro do fluxo estável; a seleção de velocidade é praticamente livre, mas a liberdade de manobra é menor que no nível de serviço A;

C: A seleção de velocidade já é afetada pela presença de outros veículos e as manobras requerem perícia por parte dos motoristas;

D: Registra-se fluxo de alta densidade, mas ainda estável; a

seleção de velocidade e as manobras são muito restritas;

E: As condições operacionais se encontram na capacidade ou próximas dela; as velocidades são reduzidas, porém relativamente uniformes; estas condições operacionais são instáveis;

F: O fluxo é forçado ou congestionado;

A FIG. 4 .21 representa a variação do nível de serviço segundo os seus principais parâmetros de análise: velocidade de operação e a relação volume/capacidade (v/c).

FIG. 4.21 - Variação do Nível de Serviço segundo Fluxo e Velocidade

Relação Volume / Capacidade

V

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O

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N.Serviço E N.Serviço D N.Serviço C N. Serviço B N.S. A N.Serviço F

A análise do nível de serviço no fluxo interrompido é baseada no fluxo de saturação que, por sua vez, é calculado através da expressão: S = 3600/headway e representa o número de veículos por hora e por faixa que pode passar numa determinada aproximação se o ciclo tem 100% de verde para ela e o fluxo tem demanda máxima, sem interrupção (SILVA, 2001a).