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CAPTAÇÃO DE ÓRGÃOS

No documento V BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO indd 1 (páginas 131-136)

Em outubro de 2010 foi instituída a Comissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãos, Tecidos e Transplantes (CIHDOTT) e em 2011, o Hospital do Subúrbio recebeu o Prêmio Amigos do Transplante da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia, pela organização e estrutura desta comissão.

16.1 MORTE ENCEFÁLICA

O gráfico 133 mostra o número de Protocolos de Morte Encefálica abertos do segundo ao sétimoo ano do HS. No último ano foram 54 Protocolos de Morte Encefálica (ME) abertos, com a efetivação de 24 doações (44,4%). Porém, conforme demonstrado no gráfico 134, em 6 casos (11,1%) houve evolução para óbito antes do fechamento do protocolo e em 5 casos existiam critérios de exclusão para captação (9,3%). Portanto, dos 43 casos possíveis de captação, 24 foram efetivadas (55,8%).

Gráfico 133: Números de Protocolos de Morte Encefálica abertos – HS – Ano 2 a 7

Fonte: CIHDOTT - HS

Gráfico 134: Dados de segmento dos Protocolos de Morte Encefálica abertos – HS – Ano 2 a 7

Fonte: CIHDOTT – HS 19 11 15 15 16 24 13 17 20 19 34 18 13 7 9 8 9 6 0 20 40 60

Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7

Protocolos de Morte Encefálica

Protocolos fechados com doação

Protocolos fechados sem doação

Óbitos antes de fechar o protocolo N 45 35 45 41 59 54 0 20 40 60 80

Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7

Protocolos de ME N

132

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16.2 CAPTAÇÃO DE CÓRNEA

Vem sendo observado aumento da captação de córneas no HS, após parceria com programa estabelecido pela Secretaria de Saúde do Estado da Bahia, mas ainda de modo incipiente. No último ano ocorreram apenas 25 captações (gráfico 135).

Ressalta-se que muitos pacientes que evoluem com óbito apresentam contra-indicações para a captação de córneas. No entanto, faz-se necessário a maior sensibilização da equipe quanto à importância desta ação, considerando o contexto de responsabilidade social e coletiva, oportunizando melhor qualidade de vida ao cidadão com deficiência visual.

Gráfico 135: Número de doações de córnea – HS – Ano 2 a 7

Fonte: CIHDOTT - HS 1 4 8 10 7 25 0 10 20 30

Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7

Captação de Córnea

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CONCLUSÃO

A

qualidade da assistência à saúde envolve não apenas o atendimento em si, com equipe multidisciplinar comprometida e tecnologia, mas também uma gestão estratégica clara, que definam objetivos respaldados em valores éticos e com foco nas necessidades dos pacientes. Assim, o entendimento do perfil epidemiológico é essencial para as decisões institucionais nas organizações de saúde, principalmente considerando que a Epidemiologia produz conhecimento capaz de promover a saúde individual através de medidas de alcance coletivo.

Desta forma, a equipe do Hospital do Subúrbio foi capaz de atuar com inovação, garantindo bons resultados assistenciais, fundamentando seu planejamento e suas ações na análise epidemiológica e monitorando quantitativamente e qualitativamente sua produção de serviços.

Ao longo dos sete anos de funcionamento, a instituição consolidou o seu perfil assistencial de urgência e emergência, refletido pela redução dos pacientes atendidos na Emergência com classificação de risco Azul e Verde. O trabalho educativo realizado junto à comunidade e a sua participação estimulando uma maior interação dos componentes do Distrito Sanitário do Subúrbio Ferroviário, para o desenvolvimento de ações mais organizadas e integradas, parecem ter contribuído para progressiva estruturação da rede pública assistencial.

Apesar do quantitativo elevado de atendimentos clínicos na Emergência, o perfil cirúrgico manteve-se marcante nas internações, tendo especial destaque a assistência ao trauma e às patologias cirúrgicas abdominais. Dentre as patologias clínicas, as doenças cerebrovasculares, cardiovasculares e infecciosas mostraram sua significância, seja pela sua frequência ou pela sua criticidade. Este fato implicou na definição das Linhas de Cuidado estratégicas, do Paciente Politraumatizado e do Paciente com Acidente Vascular Cerebral, que foram implantadas no final do quinto ano.

O aumento progressivo de pacientes adultos internados com risco Amarelo e Vermelho, portanto com maior gravidade/complexidade, assim como aqueles mais idosos, contribuíram para a Média de Permanência hospitalar encontrada. No entanto, houve melhora deste indicador nos últimos anos, refletindo a efetividade clínica do processo assistencial, a partir do olhar crítico em busca de sua melhoria.

O comportamento da Mortalidade Institucional se manteve estável e corrobora com o contexto onde o hospital está inserido e com a gravidade dos pacientes atendidos, chamando a atenção, ainda assim, uma mortalidade encontrada inferior à mortalidade esperada nos pacientes que foram internados nas unidades de terapia intensiva.

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Ainda nas unidades de terapia intensiva, foi marcante a redução das densidades de infecção associadas aos dispositivos invasivos ao longo dos anos, fruto de um trabalho multiprofissional engajado e compartilhado na gestão dos riscos clínicos.

A mudança do modelo assistencial na Pediatria ocorrida no sexto ano do HS, num olhar sistêmico, onde a integralidade do cuidado, com única equipe médica atuando na Emergência, Terapia Intensiva e Internação, garantiu a continuidade assistencial e refletiu na melhoria dos indicadores de desempenho, com redução da Média de Permanência e da Mortalidade. Ressalta-se que o sucesso desta inovação incentivou a reestruturação do modelo de assistência à saúde para o paciente clínico e cirúrgico, resultando, no último ano, na estruturação e implantação de suas linhas de cuidado.

Desta forma, compreendemos que a assistência à saúde é dinâmica, sendo fundamental o acompanhamento dos indicadores epidemiológicos, utilizando-os como ferramentas na gestão e operação dos serviços de saúde.

Considerando que aproximadamente metade do público atendido é procedente do Distrito Sanitário Subúrbio Ferroviário, este boletim traz informações valiosas aos poderes públicos municipal e estadual, na medida em que pode subsidiar tomadas de decisões na matriz do planejamento de saúde. O combate à violência, os cuidados primários e secundários à população idosa, a prevenção e promoção da saúde e a necessidade de continuidade dos cuidados em reabilitação são exemplos que extraímos desta publicação e que nos reveste de uma responsabilidade sistêmica, considerando a posição do HS na linha de cuidado na Rede do Sistema Único de Saúde (SUS).

Cyntia Maria Lins Sant’Ana de Lima

No documento V BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO indd 1 (páginas 131-136)

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