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3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1. Características gerais dos experimentos

Os experimentos foram conduzidos no delineamento em blocos casualizados, com quatro repetições, sendo consideradas cinco plantas centrais de cada parcela como área útil. O número de plantas nas parcelas variou de dez a doze, sendo comum a todos os experimentos.

As mudas foram produzidas em bandejas de poliestireno expandido com 128 células, contendo substrato comercial recomendado para hortaliças. O transplantio ocorreu quando as mudas atingiram duas folhas definitivas, variando esse período de 15 a 28 dias, em função da época da semeadura.

A correção da acidez do solo e as adubações obedeceram recomendações de RAIJ et al. (1996) para melão no Estado de São Paulo, considerando-se os resultados de análise do solo (Tabela 1). Para cultivos no solo, não foram efetuadas adubações complementares, tendo a adubação de plantio sido feita uma semana antes do transplantio. Nos sistemas de cultivo em sacolas de polietileno ("slab"), utilizaram-se sais recomendados para fertirrigação, em proporção de 2,0; 0,4; 1,65; 1,5; 1,33; e 1,0 parte, respectivamente, de N, P, K, Ca, Mg e S, em três aplicações durante o ciclo da cultura, utilizando-se 8 g da mistura de adubos por planta em cada aplicação. Os micronutrientes foram aplicados na forma líquida, no mesmo período, em solução de 0,008; 0,8; 0,25; 0,05; 0,01 e 0,002 mg, respectivamente, de B, Fe, ZN, Cu e Mo por litro d'água .

Nos experimentos em que houve tutoramento, foi utilizada cerca vertical com três fios de arame, sendo o mais alto, esticado a 2,0 m de altura. As plantas foram conduzidas na vertical, enrolando-se o ramo principal em fitilho fixado nos arames, à medida em que a planta se desenvolvia. Essa prática era feita a cada três dias, em razão do meloeiro ter grande velocidade de crescimento.

Tabela 1. Resultados de análises químicas efetuadas pelo laboratório do Departamento de Solos e Adubos da UNESP-FCAV, em amostras de solo dos locais de condução dos experimentos.

K Ca Mg H+Al SB T Época pH em CaCl2 M.O. g/dm3 P resina mg/dm3 ---mmolc/dm3--- V % CV E1 5,8 29 407 6,5 68 19 28 93,5 121,5 77 CV E2 6,3 24 301 7,2 62 17 30 82,4 121,0 78 CV E3 5,1 23 107 4,0 28 7 34 39,0 76,4 51 CV E5 5,3 20 148 2,9 33 12 34 46,9 80,9 58 C e TB E4 5,9 19 153 3,3 34 11 36 61,4 89,4 71 C e TB E5 6,4 23 181 4,9 34 12 35 69,4 81,0 62

CV = casa de vegetação; C = campo aberto; TB = túnel baixo; E1, 2, 3, 4, 5, = épocas 1, 2, 3, 4 e 5.

Em dois experimentos conduzidos em condições de campo, entre novembro de 1998 e fevereiro de 1999, as plantas foram tutoradas, tendo sido utilizadas varas de bambu em substituição ao fitilho.

Nos experimentos em que houve tutoramento, as plantas foram conduzidas em haste única, podando-se estas ao ultrapassarem 2,0 m de comprimento. Foram eliminadas brotações laterais surgidas até o décimo nó do ramo principal, quando permitiu-se o desenvolvimento de ramos secundários, favorecendo o surgimento de maior quantidade de flores femininas ou hermafroditas. Iniciado o desenvolvimento de frutos, os ramos de segunda ordem foram podados após a segunda folha seguinte ao fruto. Ramos secundários que não fixavam frutos foram podados na região da axila das folhas. Em um dos experimentos conduzidos entre agosto e dezembro de 2000, permitiu-se o

desenvolvimento de ramos secundários desde o primeiro nó da haste principal, mantendo-se apenas a poda de ramos secundários, após fixarem frutos, com o intuito de verificar se tais ramos exerciam competição por nutrientes com os frutos. As podas foram executadas a cada três dias, a partir da segunda semana do transplantio.

Nos experimentos cujas plantas foram conduzidas sem tutoramento, o ramo principal foi podado após o surgimento da quarta folha, escolhendo-se dois ramos secundários mais vigorosos e podando-se os outros dois. As plantas então desenvolveram-se sem nenhuma outra poda de ramos.

Os plantios em casa de vegetação necessitaram de polinização manual, sendo essa efetuada diariamente, por duas semanas, a partir do surgimento das flores pistiladas. Para alguns híbridos e ambientes, houve necessidade de estender essa prática por mais uma semana. A polinização foi efetuada encostando-se a região estaminada de uma flor masculina no estigma das flores pistiladas.

Para irrigação foi utilizado sistema de gotejamento. A freqüência e o volume de água aplicados em cada experimento foram determinados por critérios visuais diversos, tais como fase de desenvolvimento das plantas e condições climáticas do período. De forma geral a irrigação foi distribuída da seguinte maneira: do transplantio até os primeiros 20 dias, as irrigações foram efetuadas duas vezes por dia, totalizando duas horas diárias de gotejamento. Nas fases de floração e desenvolvimento dos frutos passou a ser feita apenas uma irrigação diária, com duração de uma hora e na fase de amadurecimento dos frutos as irrigações passaram a ser feitas a cada 3 dias. Cada hora de gotejamento

correspondeu a aproximadamente um litro de água por gotejador, de acordo com as características do sistema de irrigação utilizado. A frequência foi modificada sempre que as condições climáticas tornavam as exigências diferenciadas. Em períodos de chuva, suspendia-se as irrigações em condições de campo e túnel baixo e reduzia-se o volume aplicado em casa de vegetação. Quando as plantas entravam em ponto de murcha, também era fornecida uma irrigação suplementar. Preferencialmente as irrigações eram realizadas no período da manhã e não foram feitas irrigações no final da tarde.

Quanto ao controle fitossanitário, foram executadas medidas preventivas para controle de Didymella bryoniae, causadora do crestamento gomoso e da mosca branca (Bemisia argentifolii). No primeiro grupo de experimentos foi utilizado o fungicida Benomyl em pulverizações semanais e no pincelamento das áreas que sofreram poda. Tendo em vista a alta incidência da doença e o produto ter se mostrado pouco efetivo, nos cultivos seguintes intercalaram-se os fungicidas tiophanato metílico + clorotalonil e iprodione em pulverizações a cada dez dias. O combate à mosca branca foi efetuado com imidacloprid nos primeiros grupos de experimentos, fazendo-se uma aplicação duas semanas após o transplantio. Nos três últimos grupos foi utilizado o produto tiametoxam, aplicado em sementeira, uma semana antes do transplantio.

Outro patógeno controlado durante o período de realização da pesquisa foi o oídio (Oidium spp), cuja intensidade de ocorrência variou com a época de cultivo e entre os híbridos. O controle foi efetuado com fenarimol ou azoxystrobin quando era identificada a sua ocorrência.

Quanto a outras pragas, também variou a ocorrência entre os grupos de plantio. No segundo grupo, a larva minadora (Liriomyza sp) causou sensíveis prejuízos, não sendo eficazmente controlada pelos produtos aplicados. No quinto grupo, em condições de campo e túnel baixo, houve grande ocorrência de broca dos frutos (Dhiaphania sp), tendo sido feitas aplicações semanais alternadas de lambdacialotrina e deltametrina durante o período de floração e fase inicial de formação dos frutos.

Nos grupos de experimentos três e cinco, as plantas foram severamente afetadas por nematóides do gênero Meloidogyne, tendo os sintomas sido mais sensíveis na fase final de desenvolvimento dos frutos.

Em todos os experimentos a presença de vaquinha (Diabrotica speciosa) foi notada, danificando principalmente flores. O seu controle ocorreu com o uso de produtos destinados às outras pragas.

As colheitas foram efetuadas de acordo com as características de cada híbrido. Os frutos das cultivares Mission, Don Carlos, Don Domingos, Pacstart e PPAA foram colhidos a partir de mudanças na coloração da casca, ou ao se desprenderem da planta. Bônus no 2, Louis e Nero tiveram a observação do ponto ideal de colheita dificultada, uma vez que não apresentavam característica marcante. Nesses casos, a colheita era efetuada em função da idade da planta, uniformidade de coloração da casca ou ligeira mudança de cor, fendilhamento da região expandida do pedúnculo, ligada ao fruto, ou ainda por amostragem e análise dos sólidos solúveis totais.

Os elementos meteorológicos foram extraídos de um conjunto de dados pertencentes ao acervo da área de Agrometeorologia do Departamento de Ciências Exatas da FCAV-UNESP.