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2 CONCEITOS DE POBREZA: DA POBREZA UNIDIMENSIONAL À

4.2 Características de habitação

Na sequência, constam algumas características das habitações das populações do Brasil e do Rio Grande do Sul analisadas no percurso da pesquisa. São elas: a condição de posse, a existência ou não de energia elétrica no domicílio e o número de moradores.

Verificou-se que, do total de domicílios brasileiros, a ampla maioria (mais de 70 %) era composta por imóveis próprios17, independentemente de estarem total ou parcialmente quitados. Situação similar foi encontrada com relação aos domicílios gaúchos, sendo 75% das moradias de propriedade de algum dos moradores.

Os imóveis alugados18 ocupavam a segunda posição em termos de posse, mas, nessa categoria, o Rio Grande do Sul apresentava um percentual menor que o do Brasil, situação que se repetia no caso de domicílios cedidos19. Já quando se tratava de outra

17

Quando o domicílio é de propriedade, total ou parcial, de um ou mais moradores, estando integral ou parcialmente pago. (Fonte: Notas Metodológicas – Censo 2010).

18

Domicílio com aluguel pago por um ou mais moradores ou pelo empregador (de qualquer um dos moradores) como parte integrante do salário (parcela em dinheiro para o pagamento do aluguel). (Fonte: Notas Metodológicas – Censo 2010).

19

No caso do domicílio ser cedido a algum dos moradores, ainda que mediante uma taxa de ocupação ou conservação (condomínio, gás, luz, etc.). Incluiu-se, neste caso, o domicílio cujo aluguel era pago diretamente pelo empregador de um dos moradores do domicílio ou ainda, de forma direta ou indireta, por não morador ou por instituição que não era empregadora de algum morador. (Fonte: Notas Metodológicas – Censo 2010).

condição20 de posse do imóvel que não as anteriormente mencionadas, o estado possuía um percentual mais elevado que o do país.

Gráfico 5 – Percentual de domicílios por condição de posse – total dos domicílios

Fonte: elaboração própria a partir dos dados do IBGE (Censo 2010).

Avaliando os dados a partir da localização dos domicílios (urbanos ou rurais), percebeu-se que a diferença entre o Brasil e o Rio Grande do Sul, no que diz respeito aos imóveis próprios, era praticamente a mesma – pouco menor que 5% em ambos os casos. O estado, no entanto, apresentava percentuais mais elevados que o país, o que refletiu uma melhor condição de habitação para os gaúchos, se considerado o quesito posse.

Os percentuais relacionados a imóveis cedidos, em comparação com os alugados, eram maiores nas áreas rurais que nas urbanas, o que veio ao encontro das expectativas, dadas as relações de trabalho existentes no campo, onde, muitas vezes, o trabalhador rural mora na propriedade do empregador. Em contrapartida, nas áreas urbanas, cresceu o percentual de imóveis alugados, o que também era esperado.

Já os que possuíam outra condição de posse correspondiam a um percentual maior na área urbana do Rio Grande do Sul do que na do Brasil, ocorrendo o inverso na área rural. No caso dos domicílios com outra condição de posse, o percentual era maior

20 Incluíram-se neste caso: o domicílio cujo aluguel, pago por morador, referia-se à unidade domiciliar em

conjunto com unidade não residencial (oficina, loja, etc.); o domicílio localizado em estabelecimento agropecuário arrendado; e, também, o domicílio ocupado por invasão. (Fonte: Notas Metodológicas – Censo 2010.)

na área rural do que na área urbana quando avaliados os dados do país, e maior na área urbana do que na rural em território gaúcho.

Figura 6 – Percentual de domicílios por condição de posse – urbanos e rurais

Gráfico 6 – Percentual de domicílios por condição de posse – urbanos

Gráfico 7 – Percentual de domicílios por condição de posse – rurais

Fonte: elaboração própria a partir dos dados do IBGE (Censo 2010).

Em 2010, a energia elétrica chegava a praticamente 100% dos domicílios brasileiros, e a diferença entre os que possuíam luz elétrica na zona urbana e na zona rural era de apenas sete pontos percentuais. Situação similar à do Brasil, no mesmo ano, apresentavam os domicílios do Rio Grande do Sul, mas, no estado, praticamente não havia diferença (menos de 1%) entre os que se encontravam nas regiões urbanas e os localizados nas áreas rurais.

Ao se compararem os dados das zonas urbanas dos dois territórios, constatou-se que quase não existiam domicílios sem energia elétrica, e que a diferença percentual entre o estado e o país era inferior a 0,1 pontos percentuais nesse item. Situação diversa apresentava a zona rural, onde o Rio Grande do Sul superava o Brasil em alcance de fornecimento de energia elétrica, com uma diferença de sete pontos percentuais.

Gráfico 8 – Percentual de domicílios com/sem energia elétrica – total dos domicílios

Fonte: elaboração própria a partir dos dados do IBGE (Censo 2010).

Figura 7 – Percentual de domicílios com/sem energia elétrica – urbanos e rurais

Gráfico 9 – Percentual de domicílios com/sem energia elétrica – urbanos

Gráfico 10 – Percentual de domicílios com/sem energia elétrica - rurais

Fonte: elaboração própria a partir dos dados do IBGE (Censo 2010).

A análise relativa à ocupação dos domicílios permitiu observar que a faixa de ocupação mais representativa era a correspondente a 1 a 4 moradores/domicílio. Nessa faixa, o Rio Grande do Sul apresentou um índice de ocupação superior ao do Brasil em sete pontos percentuais. Na faixa seguinte, de 5 a 8 moradores/domicílio, o Brasil superava o Rio Grande do Sul, com uma diferença de seis pontos percentuais. Os domicílios que apresentavam uma ocupação na faixa de 9 ou mais moradores/domicílio apareceram com baixa incidência – seus percentuais eram pouco superiores ao 1% para o Brasil e ficavam abaixo dos 0,5% no Rio Grande do Sul.

Gráfico 11 – Percentual de domicílios por densidade de moradores – total dos domicílios

Fonte: elaboração própria a partir dos dados do IBGE (Censo 2010).

Ao serem analisados os territórios através da localização dos domicílios, constatou-se que os percentuais brasileiros superavam os gaúchos, nas zonas urbanas, no referente aos domicílios que se encontravam na faixa dos que possuíssem, no mínimo, 5 moradores. Enquanto isso, na faixa de menor densidade de habitantes (1 a 4/domicílio), também em áreas urbanas, o estado superava o país, indicando a existência de uma melhor condição de utilização da moradia no Rio Grande do Sul. Nas zonas urbanas, portanto, a maior diferença estava na faixa favorável aos gaúchos (5,83%), mas não era muito maior que a da faixa de 5 a 8 moradores/domicílio, favorável ao Brasil (5,38%).

Nas zonas rurais, os resultados repetiram os da análise do total dos municípios, mas as diferenças percentuais entre o estado e o país eram maiores em todas as três faixas de ocupação, em comparação aos apresentados nas zonas urbanas e no total de municípios. A maior diferença, novamente, foi na faixa de 1 a 4 moradores/domicílio, em que o Rio Grande do Sul possuía um percentual de ocupação pouco mais de 12 pontos superior ao do Brasil. Já na faixa de 5 a 8 habitantes/domicílio, a diferença percentual era favorável ao país em 10,52 pontos percentuais, ficando em quase dois pontos maior do que a do estado na faixa de ocupação de 9 ou mais moradores/domicílio.

Figura 8 – Percentual de domicílios por densidade de moradores – urbanos e rurais

Gráfico 12 – Percentual de domicílios por densidade de moradores – urbanos

Gráfico 13 – Percentual de domicílios por densidade de moradores – rurais

Fonte: elaboração própria a partir dos dados do IBGE (Censo 2010).