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As unidades didáticas foram lecionadas a duas turmas de nível A1.2 que faziam parte do Curso Semestral de Português Língua Estrangeira. Em primeiro lugar, será descrita a turma que acompanhámos no primeiro semestre. Tratou-se de uma turma bastante heterogénea, tanto em termos de faixa etária, como de ocupação profissional, background cultural e nacionalidades. Esta turma era composta por 23 alunos, sendo que a maioria, oito elementos, era proveniente de diversas regiões de Espanha. O segundo grupo, mais numeroso, era composto por alunos italianos que perfaziam seis indivíduos. A seguir, havia três alunos oriundos da Polónia e a Nova Zelândia, a Noruega, Marrocos, a República Checa e a Áustria tinham cada uma um representante. Havia também um aluno timorense que não fazia parte da turma mas costumava assistir, com consentimento da professora Ângela Carvalho, às aulas lecionadas às terças-feiras. Tendo em atenção as línguas maternas dos alunos que integravam esta turma, é possível concluir que catorze eram falantes nativos de línguas românicas (sete falavam castelhano, um falava catalão e seis falavam italiano), quatro eram falantes nativos de línguas eslavas (três falavam polaco e um falava checo), dois eram falantes nativos de línguas germânicas (um falava alemão e o outro norueguês) e, por fim, um aluno era falante nativo de uma língua semítica, o árabe. A nível das competências linguísticas referentes à língua portuguesa, a turma revelou alguma heterogeneidade, uma vez que se observou uma certa desigualdade entre alguns elementos da turma. Embora a maioria dos alunos possuísse um domínio razoável da língua portuguesa, dentro do que é pretendido no nível A1.2, segundo os parâmetros previstos no Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas (Conselho da Europa: 2001), havia, porém, alguns

33 alunos que revelavam claras dificuldades que, por vezes, podiam comprometer o progresso e orientação das aulas, assim como o interesse e motivação dos restantes alunos.

É também importante referir que, grosso modo, a turma se revelou ser bastante comunicativa e com uma boa dinâmica de trabalho, embora, no que toca às tarefas a realizar em casa, alguns alunos tivessem tido uma prestação menos positiva, não as realizando, ou realizando-as com algum atraso. Nesta turma, existia uma boa interação e mostrou-se sempre bastante recetiva a novas atividades e, acima de tudo, reconheceu e aceitou os professores estagiários, não mostrando desconfiança nem desconsideração para com eles. Consideramos ainda importante referir que dos 23 alunos que perfaziam a turma inicialmente, apenas 19 foram aprovados com sucesso, uma vez que os restantes 4 ficaram retidos por terem excedido o limite de faltas estabelecido. Uma vez que o nosso interesse para a elaboração deste trabalho se centra no grupo de alunos eslavos, consideramos relevante adiantar que dos três elementos polacos que integravam a turma, apenas incluiremos os resultados obtidos por parte de dois deles, pois o restante não realizou a maioria das tarefas propostas por nós, sendo assim excluído deste estudo. Dos dois alunos incluídos, interessa salientar que apenas um deles realizou todas as tarefas propostas, sendo que o outro realizou todas, à exceção da gravação de um texto, sobre o qual adiantaremos mais detalhes ao longo da parte prática do nosso trabalho.

Estando a primeira turma descrita, passaremos agora à caracterização da que acompanhámos no segundo semestre. À semelhança do que se observou no primeiro semestre, o público-alvo deste trabalho era uma turma de nível A1.2 bastante heterogénea, tanto em termos de faixa etária, como de ocupação profissional, background cultural e nacionalidades. Apesar de, inicialmente, haver 20 alunos inscritos, no final, é possível afirmar que esta turma era composta por 14 alunos, sendo que a maioria, quatro alunos, era proveniente da Polónia. Para além disso, havia dois alunos oriundos da Ucrânia. Alemanha, Estónia, Estados Unidos da América, Grécia, Espanha, Finlândia, Colômbia e Venezuela tinham cada um um representante. A nível das línguas maternas dos alunos que integravam esta turma, é possível concluir que seis eram falantes nativos de línguas eslavas (quatro falavam polaco, dois falavam russo, sendo que um afirmava possuir igualmente o ucraniano como língua materna), dois eram falantes nativos de línguas germânicas (um falava alemão e um inglês), dois eram falantes nativos de línguas fino-úgricas (um falava estónio e o outro finlandês). Os

34 falantes de línguas românicas, ao contrário do que se observou no semestre anterior, eram uma minoria, havendo apenas dois elementos que tinham o castelhano como língua materna e um o catalão. Por fim, existia ainda um falante de uma língua helénica, o grego. Consideramos importante referir que dos 14 alunos inscritos, apenas 11 foram aprovados com sucesso, uma vez que os restantes 3 ficaram retidos por terem excedido o limite de faltas estabelecido.

A maioria dos alunos possuía um domínio bastante bom da língua portuguesa, tendo em conta o pretendido para o nível A1.2 pelo Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas (Conselho da Europa, 2001). No entanto, havia também alguns elementos que revelaram claras dificuldades, o que não pareceu comprometer o progresso e orientação das aulas, assim como o interesse e motivação dos restantes alunos. De uma maneira geral, esta turma também se revelou bastante comunicativa, ativa e com uma boa dinâmica de trabalho. Existiu uma boa interação entre elementos e a turma mostrou-se bastante recetiva a novas atividades e, sobretudo, notou-se uma aceitação e um reconhecimento dos professores estagiários bastante positivos. Não se observou, por isso, qualquer sentimento de desconfiança ou desconsideração para com os mesmos. Consideramos que a nível de relações entre alunos e professores, estas foram mais estreitas do que as do semestre precedente. Centrando-nos no grupo de alunos eslavos, devemos referir que dos seis elementos que integravam a turma, apenas analisaremos os resultados obtidos por três, pois os restantes não realizaram a maioria das atividades propostas, sendo, por isso, excluídos deste estudo, por carência de material pertinente para análise.