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4. MATERIAL E MÉTODOS 21

4.1. Caracterização da área de estudo 21

A bacia do Rio Grande, compreendida entre os Estados de Minas Gerais e São Paulo, pode ser dividida em três regiões fisiográficas: alto, médio e baixo Rio Grande. Caracteriza-se por um período chuvoso de seis a sete meses (outubro a março/abril), com uma concentração de mais de 80% das chuvas no verão. Os meses de setembro e maio são considerados de transição (PAZ, 2007).

Compreende uma área de 145.000 km2 (Figura 1). Além do rio que dá nome à bacia (Rio Grande) e que é um dos formadores do rio Paraná, os rios de destaque na bacia são: Turvo, Mogi-Guaçu, Pardo, Sapucaí, Verde e das Mortes (ANA, 2005).

Na região do Alto Rio Grande, o relevo é marcado por escarpas e reversos planaltos da Serra da Mantiqueira, com altitudes variando entre 800 e 2.700 m. Na região do Médio Rio Grande, o relevo é constituído por planícies interioranas fluviais e, ou, fluvilacustres e por patamares da bacia do Paraná, que ocorrem na porção ocidental. Já na região do Baixo Rio Grande, o relevo é constituído por planalto central e por planícies interioranas fluviais e, ou, fluvilacustres. Nas duas últimas regiões da bacia, as altitudes oscilam entre 200 e 750 m, alcançando 1.600 m em alguns locais (PAZ, 2007).

Figura 1 – Localização da bacia do Rio Grande.

A bacia do Rio Grande possui 7.728.951 habitantes (OLIVEIRA, 2008), distribuídos em 409 municípios analisados (234 em Minas Gerais e 175 em São Paulo). A região apresenta industrialização crescente, com destaque para a agroindústria de alta tecnologia. As atividades agrícolas são mais intensas no Médio e no Baixo Rio Grande, e a bacia possui grande potencial para a irrigação. De acordo com o estudo dos usos consuntivos da água na bacia do Rio Grande, realizado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS, 2003), a irrigação é a maior consumidora de água na região, variando entre 33% e 72%, dependendo do local, e com média de 53% de todo o consumo de água. Em seguida, vem o uso para dessedentação animal, o abastecimento urbano e de indústrias e, por último, o abastecimento rural.

Segundo Oliveira (2008), a bacia do Rio Grande possui quantidade considerável de reservatórios de regularização, responsáveis por 12,3% da produção nacional de energia elétrica. Destacam-se na bacia as hidrelétricas de Marimbondo, Água Vermelha, Furnas e Estreito, cada com potência superior a 1.000 MW (Figura 2).

Figura 2 – Localização dos principais aproveitamentos hidroelétricos na bacia do Rio Grande, classificados pela potência de geração de energia.

Fonte: PAZ, 2007.

Furnas é a usina com maior volume útil (17.217 hm3), seguida pelas usinas de Marimbondo (5.260 hm3) e Água Vermelha (5.169 hm3), localizadas no Rio Grande. Os reservatórios da bacia do Rio Grande se encontram em sequência. Dessa forma, o efeito da regularização da vazão é acumulativo, e a última usina da série (Água Vermelha) é beneficiada pela vazão regularizada de cada um dos outros reservatórios a montante, ou seja, um percentual da sua energia gerada deve-se à vazão que foi regularizada em cada um dos outros reservatórios (OLIVEIRA, 2008).

Nessa bacia, há nove reservatórios a fio de água (Euclides da Cunha, Armando Salles de Oliveira – “Limoeiro”, Itutinga, Funil, Luís C. Barreto de Carvalho – “Estreito”, Jaguará, Igarapava, Volta Grande e Porto Colômbia) e seis reservatórios de acumulação (Caconde, Camargos, Furnas, Mascarenhas de Moraes – “Peixoto”, Marimbondo e Água Vermelha). Os reservatórios a fio de água, que são caracterizados pela baixa capacidade de seu reservatório, costumam ser instalados em locais de alta velocidade e possuem efeito de regularização desprezível. Os reservatórios de acumulação possuem grandes volumes úteis, havendo a inundação de grandes porções de terra. Esses reservatórios regularizam a vazão dos rios, sendo responsáveis por parte da energia que será utilizada futuramente em caso de necessidade, pois suas reservas são, em geral, suficientes para vários meses (OLIVEIRA, 2008).

A Figura 3 mostra os principais reservatórios e os limites dos municípios que compõem a bacia Hidrográfica do Rio Grande.

Figura 3 – Localização dos principais reservatórios e dos municípios na bacia do Rio Grande, divisa de Minas Gerais e São Paulo.

O reservatório de Furnas vem passando por conflitos do uso da água. Segundo Santos et al. (2003), o rebaixamento prolongado do nível de água em Furnas e o intenso crescimento das atividades econômicas ocasionaram redução da atividade agrícola em 40% e o assoreamento do reservatório.

Os reservatórios que compõem a bacia hidrográfica do Rio Grande são mostrados nas Figuras 4 a 17, juntamente com os lagos e os municípios que os margeiam.

Figura 4 – Municípios interceptados pelo reservatório da UHE Camargos. Fonte: ANEEL, 2011.

Usina Hidrelétrica de Itutinga

Figura 5 – Municípios interceptados pelo reservatório da UHE Itutinga. Fonte: ANEEL, 2011.

Figura 6 – Municípios interceptados pelo reservatório da UHE Peixoto. Fonte: ANEEL, 2011.

Usina Hidrelétrica Luis Carlos Barreto de Carvalho (Estreito)

Figura 7 – Municípios interceptados pelo reservatório da UHE Estreito. Fonte: ANEEL, 2011.

Figura 8 – Municípios interceptados pelo reservatório da UHE Jaguará. Fonte: ANEEL, 2011.

Usina Hidrelétrica Igarapava

Figura 9 – Municípios interceptados pelo reservatório da UHE Igarapava. Fonte: ANEEL, 2011.

Figura 10 – Municípios interceptados pelo reservatório da UHE Volta Grande. Fonte: ANEEL, 2011.

Usina Hidrelétrica Porto Colômbia

Figura 11 – Municípios interceptados pelo reservatório da UHE Porto Colômbia. Fonte: ANEEL, 2011.

Figura 12 – Municípios interceptados pelo reservatório da UHE Caconde. Fonte: ANEEL, 2011.

Usina Hidrelétrica Euclides da Cunha

Figura 13 – Municípios interceptados pelo reservatório da UHE Euclides da Cunha. Fonte: ANEEL, 2011.

Figura 14 – Municípios interceptados pelo reservatório da UHE Limoeiro. Fonte: ANEEL, 2011.

Usina Hidrelétrica Furnas

Figura 15 – Municípios interceptados pelo reservatório da UHE Furnas. Fonte: ANEEL, 2011.

Figura 16 – Municípios interceptados pelo reservatório da UHE Marimbondo. Fonte: ANEEL, 2011.

Usina Hidrelétrica Água Vermelha

Figura 17 – Municípios interceptados pelo reservatório da UHE Água Vermelha. Fonte: ANEEL, 2011.