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Capítulo VI – Análise e Discussão de Resultados

6.1. Caracterização da Amostra

O inquérito por questionário foi enviado de forma online para os duzentos nutricionistas que trabalham na empresa Farmodiética. Depois de enviados e recolhidos os dados foi possível contar com um total de cento e cinquenta e uma respostas por parte dos nutricionistas, as quais constituem a amostra deste estudo (n=151). Assim, obteve-se uma taxa de resposta ao inquérito por questionário de 75,5%. Não foi possível utilizar todos os nutricionistas como amostra porque os restantes quarenta e nove trabalhadores optaram por não responder ao questionário.

No que diz respeito ao género da amostra, esta é predominantemente do sexo feminino com uma percentagem de 98% (n=148) e apenas 2% (n=3) do género masculino. Ainda que esta predominância de indivíduos do sexo feminino possa parecer pouco comum, verificou-se que segue o padrão daquilo que acontece nesta classe profissional. No site da Ordem dos Nutricionistas é possível encontrar uma caracterização demográfica dos nutricionistas em Portugal que vêm corroborar os dados obtidos relativamente ao género da amostra. Segundo estas informações, cerca de 89,8% dos nutricionistas em Portugal são do sexo feminino, enquanto apenas 10,2% são do sexo masculino (Figueiredo, Biscaia,

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Videira, Santoalha, & Teixeira, 2015). Similarmente, na empresa Farmodiética, dos duzentos nutricionistas que nela trabalham, apenas seis deles são homens.

Relativamente à idade dos inquiridos, foi possível verificar que esta é uma amostra jovem visto que os participantes com mais idade se situam no intervalo entre os trinta e os trinta e nove anos. Observou- se que 65,6% dos participantes revelaram ter entre dezoito e vinte e nove anos e 34,4% assinalaram estar entre os trinta e trinta e nove anos. Dados fornecidos também pela Ordem dos Nutricionistas revelam que a amostra se assemelha à caracterização nacional destes profissionais em termos etários. Segundo esta ordem profissional, cerca de 57% dos nutricionistas em Portugal tem menos do que trinta anos e 85,2% (percentagem cumulativa) tem idade inferior a quarenta anos (Figueiredo et al., 2015). Estas particularidades encontradas na amostra utilizada, impossibilitariam qualquer tentativa de extrapolação dos resultados obtidos, mesmo que em muito maior número, para a população. Note-se que estas duas variáveis sociodemográficas eram de resposta obrigatória pelo que se obteve um número de respostas igual ao número total da amostra, contudo nas seguintes variáveis sociodemográficas verificaram-se algumas omissões nas respostas as questões.

No respeitante ao estado civil dos participantes foi possível averiguar que predominam os indivíduos que afirmam ser solteiros (um total de cento e nove pessoas, o correspondente a 72,7% da amostra). Quarenta mencionaram ser casados, com uma percentagem de 26,7% e apenas um inquirido manifestou ser divorciado ou separado, o que corresponde a 0,7% da amostra. Verificou-se também a existência de um participante que não respondeu à questão.

Na sequência da análise a outras variáveis demográficas apresentadas anteriormente, as respostas ao número de filhos eram, de certa forma, previsíveis. Cento e vinte e oito participantes responderam não ter filhos, o que corresponde a 85,3% das respostas, dezassete manifestaram ter um filho (11,3% da amostra), quatro disseram ter dois filhos (2,7% das respostas) e apenas um inquirido declarou ter três ou mais filhos, o correspondente a 0,7%. Verificou-se, novamente, uma resposta omissa nesta questão.

Relativamente à escolaridade dos participantes foi possível verificar uma amostra com elevadas habilitações académicas, sendo que a resposta predominante foi: licenciatura ou bacharelato. Os resultados não são surpreendentes, pois a profissão de nutricionista implica, necessariamente, uma licenciatura como escolaridade mínima. Com uma percentagem de 82,1%, que corresponde a cento e vinte e quatro respostas, os participantes afirmaram ter licenciatura ou bacharelato. Vinte e sete participantes (17,9%), revelam ter grau de mestrado. Em termos de escolaridade, esta amostra representa bem o universo dos nutricionistas. Dados fornecidos pelo estudo da Ordem dos Nutricionistas

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afirmam que 79% dos membros da Ordem tem licenciatura, sendo que 17,3% também têm grau de Mestre (Figueiredo et al., 2015).

No que concerne à antiguidade na empresa, as respostas foram mais variadas. Vinte e oito pessoas afirmaram estar na empresa há menos de um ano (18,8%), noventa e nove mencionaram estar na organização há mais de um e menos de cinco anos (66,4%), vinte responderam que trabalham na Farmodiética entre cinco e dez anos (13,4%) e, por último, duas pessoas (1,34%) afirmam ter uma antiguidade na empresa entre dez e vinte anos. Não foi encontrado nenhum participante que trabalhe há mais de vinte anos na organização, sendo percetível que se trata de uma força de trabalho jovem. Adicionalmente, dois indivíduos participantes neste inquérito por questionário optaram por não responder à questão.

Além destas perguntas sociodemográficas, foram também colocadas duas questões sobre a saúde dos indivíduos por se considerar ser um fator influenciador na felicidade individual (Diener & Seligman, 2002; Frey & Stutzer, 2002). Quando questionados sobre a existência ou não de alguma doença crónica, 86% dos inquiridos (cento e vinte e nove pessoas) responderam não sofrer de doenças crónicas, enquanto 14% (vinte e um participantes) mencionaram ter alguma doença crónica. Mais uma vez, verificou-se também a existência de um indivíduo que optou por não responder.

A segunda questão relacionada com a saúde tinha como objetivo perceber se os participantes tinham uma boa condição de saúde. Dois participantes selecionaram “discordo” (1,3%), seis escolheram “nem concordo nem discordo” (4%), oitenta e três dos inquiridos optaram pelo “concordo” (55,3%) e, por fim, cinquenta e nove indivíduos escolheram o “concordo completamente” para definir a sua condição de saúde (39,3%). Novamente, verificou-se a existência de um inquirido que decidiu não responder à questão e não houve ninguém que que selecionasse a opção “discordo completamente”.

A última pergunta sociodemográfica foi relativa ao rendimento mensal do agregado familiar. A mediana desta questão foi de 3 o que significa que até 50% da amostra, os inquiridos afirmaram ter um rendimento mensal do agregado familiar até 2000€. O percentil 25 foi de 2, isto é, 25% da amostra demonstrou ter um rendimento mensal até 1500€. Por último, o percentil 75 foi de 4, ou seja, até 75% da amostra têm um rendimento mensal do agregado familiar até 2500€. A percentagem cumulativa nesta questão revelou que até 30,9% dos participantes tem um rendimento até 1500€, 61,1% dos inquiridos tem um rendimento até 2000€ e, 75,2% dos participantes tem um rendimento até 2500€. Note-se que mais do que 70% da amostra é constituída por trabalhadores solteiros, o que significa que este rendimento mensal do agregado familiar parece coincidir com o valor do ordenado mensal dos

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trabalhadores. Dados retirados do PORDATA (Base de Dados Portugal Contemporâneo) afirmam que o salário mínimo nacional em 2019 é de 600€, enquanto o salário médio se encontra nos 943€ (Santos, 2019). Parece que a grande maioria destes trabalhadores têm um salário mensal superior ao salário mínimo nacional e, inclusive, superior ao salário médio nacional, o que indica que os problemas que normalmente surgem pelos baixos salários (insatisfação ou desmotivação, por exemplo) não devem ser tão frequentes nesta organização.

O gráfico 1 apresenta a distribuição do rendimento mensal do agregado familiar dos inquiridos, conforme as respostas dadas pelos mesmos. Onze participantes (7,3%) responderam ter um rendimento mensal do agregado familiar entre 500€ e 1000€, trinta e cinco (23,2%) selecionaram um rendimento entre 1000€ e 1500€ e quarenta e cinco (29,8%) escolheram entre 1500€ e 2000€. Vinte e um participantes (13,9%) selecionaram um rendimento entre 2000€ e 2500€, dezoito (11,9%) marcaram um intervalo entre 2500€ e 3000€ e dez (6,6%) indicaram ter um rendimento mensal entre 3000€ e 3500€. Para terminar, foi possível verificar a existência de cinco participantes (3,3%) com um rendimento mensal do agregado familiar pertencente ao intervalo entre 3500€ e 4000€, apenas um indivíduo (0,7%) com um rendimento entre 5500€ e 6000€ e três inquiridos (2%) que selecionaram um rendimento superior a 6000€. Nesta questão verificaram-se duas respostas omissas, ou seja, dois participantes que decidiram não responder à pergunta.

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