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Caracterização da escola e seus elementos

CAPÍTULO IV Análise e interpretação dos dados

1. Análise e interpretação dos dados relativos ao questionário

1.1. Caracterização da escola e seus elementos

Esta secção do questionário teve por objectivo a obtenção de dados que permitissem efectuar a caracterização da amostra em estudo (variável CARACTC), nomeadamente e entre outras, características amostrais dos professores do 1.º Ano, das escolas, dos alunos e respectivos encarregados de educação.

Dos 34 professores que responderam ao questionário, 14 pertenciam ao Agrupamento de Escolas Santa Iria (41,18%), 6 pertenciam ao Agrupamento de Escolas Gualdim Pais (17,65%) e 14 pertenciam ao Agrupamento de Escolas D. Nuno Álvares Pereira (41,18%), com a maioria das escolas (25, correspondentes a 73,53%) a inserir-se num meio e ambiente social rural, contra 9 escolas (26,47%) situadas em meio e ambiente social urbano178.

Relativamente à experiência profissional dos docentes da amostra, verificou-se que, em média, possuíam 24,82 anos de serviço179 (mediana = 26; moda = 30; desvio padrão = 6,19; curtose = 1,09; assimetria = -0,92), com valores entre os 7 e os 34 anos de serviço, numa distribuição relativamente dispersa, mas com 31 professores (91,18%) tendo 20 ou mais anos de serviço180. O grau de dispersão, relativamente elevado, da distribuição do tempo de serviço em torno da média, é confirmado pela dimensão do

176

http://office.microsoft.com/pt-pt/excel/HP100908422070.aspx?pid=CH100648512070.

177 Para o esclarecimento de qualquer dúvida relativamente às funções utilizadas, pode ser utilizada esta

referência online: http://office.microsoft.com/pt-pt/excel/CH100645022070.aspx.

178 Correspondentes, na prática, às escolas situadas na cidade de Tomar e na sua periferia próxima

(definida pelo limite urbano da cidade).

179

No final do ano lectivo 2008/2009.

180 Esta constatação denota um conjunto bastante significativo de docentes com uma experiência

______________________________________________________________________ valor do desvio padrão. Os valores obtidos para a curtose181 e para a assimetria sugerem, ainda, uma distribuição ligeiramente em cume (relativamente a uma distribuição normal) e com uma configuração assimétrica dos valores obtidos para o tempo de serviço, com uma ponta assimétrica que se estende para a esquerda da média (cauda à esquerda do valor médio), em direcção aos valores inferiores da distribuição. Esta análise é confirmada pela figura 9.

Figura 9

Distribuição do tempo de serviço dos professores do 1.º Ano do Ensino Básico do concelho de Tomar 0 1 2 3 4 5 6 7 1 6 11 16 21 26 31 36 N d e P r o fe ss o r e s

N.º de anos de serviço no final do Ano Lectivo 2008/2009

Distribuição do tempo de serviço

Destes professores, 14 pertenciam ao Quadro de Escola (41,18%), 19 pertenciam ao Quadro de Zona Pedagógica (55,88%) e apenas 1 professor (2,94%) estava na situação de Contratado182. Em média, estes docentes estavam colocados nos respectivos Agrupamentos de Escolas há 4,56 anos e nas respectivas Escolas há 4,59 anos. A semelhança entre estes valores poderia sugerir uma correlação directa (positiva) bastante “forte” e quase “perfeita”183, mas, na realidade, o coeficiente de correlação entre as 2 matrizes de valores, apesar de “razoavelmente” positivo, não é assim tão elevado (0,45), sugerindo que, nem sempre, o tempo de colocação no Agrupamento corresponderá ao tempo de colocação na Escola.

181 Caracteriza o grau de "achatamento" da curva da função de distribuição, relativamente a uma função

de distribuição normal.

182

Com as novas regras de concurso para as colocações de docentes no ano lectivo 2009/2010, algumas destas designações sofreram alterações.

______________________________________________________________________ Nesta amostra, apenas 6 professores (17,65%) tinham a sua turma só com o 1.º Ano. No outro extremo, 11 professores (32,35%) tinham 3 ou 4 anos na sua turma, pelo que a maioria, 17 professores (50,00%) tinham 2 anos na sua turma (11 com 1.º e 2.º Ano, 5 com 1.º e 4.º e apenas 1 com 1.º e 3.º). Em média, esta distribuição correspondeu a turmas com cerca de 17 alunos (mediana = 16; moda = 15; desvio padrão = 4,03; curtose = -0,91; assimetria = 0,18; mínimo = 9; máximo = 24), valor para o qual contribuiu o facto de 28 professores (82,35%) terem turmas com dois ou mais anos. Aqui convirá acrescentar que estas turmas corresponderam a um total de 562 alunos, sendo 304 do 1.º Ano (54,09%), 129 do 2.º Ano (22,95%), 28 do 3.º Ano (4,98%) e 101 do 4.º Ano (17,97%), como se ilustra na figura 10.

Figura 10

Número de alunos por ano do 1.º CEB nas turmas da amostra obtida

304 129

28

101

N.º de Alunos por Ano do 1.º CEB

1.º Ano 2.º Ano 3.º Ano 4.º Ano

Onde aplicável (de acordo com os anos presentes em cada turma) e considerando todas as turmas da amostra, em média, cada turma tinha cerca de 9 alunos do 1.º Ano, 6 do 2.º Ano, 3 do 3.º Ano e 6 do 4.º Ano. Pelos mesmos critérios, mas agora considerando a idade, em média, cada turma tinha cerca de 7 alunos com 6 (ou menos) anos, 7 alunos com 7 ou 8 anos, 5 alunos com 9 ou 10 anos, 1 aluno com 11 ou 12 anos e 2 alunos com 13 (ou mais) anos.

Dos professores questionados que manifestaram preferência pelo ensino a um dos quatro anos do 1.º CEB, a grande maioria, 14 (41,18%), preferia leccionar ao 1.º Ano. Dos restantes professores que manifestaram preferência, 1 (2,94%) indicou

______________________________________________________________________ preferir leccionar ao 2.º Ano e 8 (23,53%) ao 4.º Ano. Quanto aos restantes professores, em número relativamente significativo, 11 (32,35%), declararam ser-lhes indiferente, em termos de preferência, leccionar a qualquer um dos quatro anos do 1.º CEB. Curiosamente, nenhum dos professores da amostra manifestou preferência por leccionar ao 3.º Ano. A figura 11 ilustra estas preferências.

Figura 11

Ano do 1.º CEB a que os docentes preferem leccionar

0 2 4 6 8 10 12 14 16

1.º Ano 2.º Ano 3.º Ano 4.º Ano Indiferente

N d e P r o fe ss o r e s Ano de Escolaridade

Ano de preferência para leccionar

A grande maioria das turmas dos professores inquiridos, 23 (67,65%), funcionava com horário lectivo normal. Das restantes turmas, 6 (17,65%) tinham horário duplo da manhã e 5 (14,71%) tinham horário duplo da tarde184.

Considerando apenas os 304 alunos do 1.º Ano abrangidos pela investigação, a grande maioria, 269 (88,49%), frequentou o Jardim de Infância, mas ainda se verifica um número relativamente significativo de crianças, 35 (11,51%) que ingressaram no 1.º Ano, sem essa frequência. Aqui há que deixar uma nota adicional: dos 35 alunos que não frequentaram o Jardim de Infância, 25 (71,43%) corresponderam a 3 turmas de uma escola da cidade de Tomar (meio e ambiente social urbano).

Isto poderia parecer uma contradição visto que, normalmente, a tendência de não frequência de Jardim de Infância é mais própria do meio e ambiente social rural, mas neste caso, estas crianças eram, na sua grande maioria, de etnia cigana, cujo primeiro

184 Horário lectivo normal: 09h00-12h00 e 13h30-15h30; horário duplo da manhã: 08h00-13h00; horário

______________________________________________________________________ contacto com a escola aconteceu no Ensino Básico e não na Educação Pré-Escolar. As restantes 10 crianças que não frequentaram o Jardim de Infância, pertenciam a 6 escolas, cujo meio e ambiente social foi classificado como sendo rural.

Considerando apenas os alunos do 1.º Ano, a grande maioria, 295 (97,04%), tem por encarregado de educação o pai ou a mãe. Dos restantes 9 alunos, 6 (1,97%) têm por encarregado de educação um dos avós, 1 aluno (0,33) tem por encarregado de educação alguém que não é um familiar directo e, relativamente a 2 alunos (0,66%) não foi possível apurar a sua situação sobre este aspecto.

Em particular no que respeita aos pais, estes dados apresentam uma correlação directa (positiva) “perfeita” (1,00) com os alunos do 1.º Ano que vivem com um ou ambos os pais (os mesmos 295 alunos), atestando da correlação “perfeita” entre a função “encarregado de educação” e a função do “agregado familiar”, no qual o aluno vive e se insere.

Também foi possível apurar, no contexto do 1.º Ano, a frequência com que os encarregados de educação contactaram, desde o início do ano lectivo 2008/2009, os professores dos respectivos educandos, relativamente ao seu aproveitamento escolar. A grande maioria dos encarregados de educação, 187 (61,51%), efectuou entre 3 a 6 contactos, e um número bastante significativo, 71 (23,36%), efectuou entre 7 a 12 contactos.

Em síntese e desde o início do ano lectivo 2008/2009, 284 encarregados de educação (93,42%) contactaram o professor do respectivo educando, pelo menos 3 vezes, o que denota um interesse geral bastante razoável pelo acompanhamento da evolução do educando, em termos do seu aproveitamento escolar.

Neste particular, foi também interessante constatar que não houve um único caso de alheamento total por parte dos encarregados de educação, o que corresponderia a respostas “Nunca”. As 0 (zero) respostas a este item atestam a afirmação anterior. Contudo, apesar de marginal, ainda se observou um conjunto de 20 encarregados de educação que, durante o ano lectivo, contactaram o docente dos seus educandos apenas 1 ou 2 vezes, correspondente a 6,58% dos encarregados de educação de alunos do 1.º Ano. A figura 12 ilustra graficamente estes resultados.

______________________________________________________________________

Figura 12

Frequência de contacto dos encarregados de educação com os professores relativamente ao aproveitamento escolar dos educandos

0 20 187 71 26 0 50 100 150 200 Nunca 1 ou 2 vezes 3 a 6 vezes 7 a 12 vezes Ma is de 12 vezes

Frequência de contacto dos Encarregados de

Educação com os Professores

Fazendo apelo à sua experiência como professores do 1.º Ano, questionou-se os mesmos relativamente a alguns aspectos específicos. Assim, em termos do tipo de horário lectivo que melhor se adequa aos alunos do 1.º Ano, a quase unanimidade dos respondentes, 33 (97,06%), indicou que é o horário normal (apenas 1 professor indicou o horário duplo da manhã como o mais adequado).

Outro aspecto abordado, teve em conta que a situação mais frequente é a de não ter turmas exclusivamente com o 1.º Ano185. Neste contexto, questionou-se qual seria a melhor opção de composição duma turma, considerando os vários anos do 1.º CEB. A grande maioria dos professores, 28 (82,35%), foi de opinião que a melhor opção é a de turmas só com o 1.º Ano186, enquanto 5 professores (14,71%) julgaram que a melhor opção é a de turmas com alunos do 1.º e do 2.º Ano. Um professor (2,94%) ainda indicou a opção “turmas com alunos do 1.º e 4.º Ano”, mas ninguém indicou outras opções de combinação ou se revelou indiferente à questão.

Para finalizar a caracterização dos casos, outro aspecto importante sobre o qual se questionou os respondentes, foi o que se relaciona com aquela que deveria ser a

185 No âmbito desta investigação, apenas 6 turmas (das 34) estavam nesta situação. 186

A selecção desta opção pela grande maioria dos professores (82,35%) é particularmente significativa, tendo em conta que apenas 6 professores (17,65%) tinham turmas exclusivamente compostas por alunos do 1.º Ano. Este resultado poderá, eventualmente, ser explicado pela especificidade do 1.º Ano, correspondente ao início do Ensino Básico.

______________________________________________________________________ dimensão ideal das turmas. De entre as várias opções sugeridas no questionário, apenas duas obtiveram respostas, com a grande maioria, 26 professores (76,47%), a responder “turmas com 11 a 15 alunos”187

e os restantes 8 professores (23,53%) a responder “turmas com 16 a 20 alunos”.