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3 CONTROLE INTERNO NO TJPA

4.1 Caracterização da Pesquisa.

Silveira e Córdova (2009) ensinam que a pesquisa é a atividade nuclear da ciência, através dela é possível uma aproximação e um entendimento da realidade a investigar, constituindo-se como um processo permanentemente inacabado.

Discorre-se em primeiro lugar com relação à abordagem ou enfoque dado a uma pesquisa científica. Apesar da existência de diversos marcos interpretativos na busca do conhecimento, enfatiza-se duas abordagens principais, quais sejam: o enfoque qualitativo e o enfoque quantitativo (SAMPIERI; COLLADO; LUCIO, 2013).

E embora a abordagem qualitativa e a quantitativa compartilhem de estratégias gerais, cada uma apresenta características específicas (SAMPIERI; COLLADO; LUCIO, 2013), que entre outras, exemplifica-se conforme apresentado no Quadro 7:

Quadro 7: Comparação dos aspectos da pesquisa qualitativa com os da pesquisa quantitativa Pesquisa Qualitativa Pesquisa Quantitativa

Explora fenômenos em profundidade; Mede fenômenos; Os significados são extraídos dos dados; Utiliza estatística Processo Indutivo Processo Dedutivo Maior proximidade do pesquisador em relação

aos fenômenos estudados;

Menor proximidade do pesquisador em relação aos fenômenos estudados;

Enfatiza o subjetivo como meio de compreender e interpretar as experiências;

Enfatiza a objetividade, na coleta e análise dos dados;

Profundidade de significados; Generalização de resultados; Riqueza interpretativa Analisa a realidade objetiva Maior importância do contexto do objeto

pesquisado.

Menor importância do contexto do objeto pesquisado.

Fonte: FONSECA, 2009; SAMPIERI; COLLADO; LUCIO, 2013.

Ainda sobre a taxonomia da pesquisa científica, destaca-se o enfoque misto estabelecido a partir da combinação de técnicas de pesquisa presentes nas abordagens quantitativas e qualitativas. Revela-se como uma terceira via, que se sustenta pela flexibilidade e complementariedade, como elementos chave para a compreensão do fenômeno estudado (SAMPIERI; COLLADO; LUCIO, 2013; CRESWELL, 2010). Diante dessa análise, Creswell (2010) afirma que a combinação de enfoques através do método misto envolve concepções filosóficas capazes de torná-lo maior que as abordagens quantitativas e qualitativas, quando compreendidas isoladamente.

Assim, a Figura 5 demonstra como a presente pesquisa foi desenvolvida com base no enfoque misto:

Figura 5: Etapas da pesquisa

Fonte: SAMPIERI; COLLADO; LUCIO, 2013. Com adaptações.

Compreende-se que ambos os métodos nasceram e evoluíram de maneira bem desigual e hoje continuam representando paradigmas diferentes, mas o fato de que não sejam equiparáveis não impede que diversos métodos possam ser combinados em um só estudo, desde que seja para propósitos de complementação (SAMPIERI; COLLADO; LUCIO, 2013). À vista disso, justifica-se a escolha pelo método misto, pois foi importante analisar como os diferentes atores que compõem o corpo funcional do TJPA compreenderam o fenômeno ora estudado.

Assim, o universo da pesquisa foi composto por servidores lotados nas Secretarias Administrativas do TJPA. No entanto, quando da aplicação das técnicas de pesquisa houve a formação de duas amostras correlacionas aos objetivos da investigação. A análise quantitativa abrangeu uma amostra de servidores (efetivos, cedidos, comissionados e terceirizados) lotados nas unidades administrativas do TJPA, com exceção daqueles lotados na SCI/TJPA, escolhidos de forma aleatória. Com relação à pesquisa qualitativa, a amostra foi formada apenas por servidores (efetivos, cedidos e comissionados) lotados especificamente na SCI/TJPA e nos

Metainferências (produto de ambos os enfoques) Fase Inferencial (discussão) Enfoque Quantitativo Fase Conceitual Fase Empírica metodológica (método) Fase Empírica analítica: análise de resultados Fase Inferencial (discussão) Fase Conceitual Enfoque Qualitativo Fase Empírica metodológica (método) Fase Empírica analítica: análise de resultados

núcleos de controle interno, e que participaram direta ou indiretamente da implementação do sistema de controle interno organizacional.

O estudo pesquisado se deu por meio de fontes secundárias e primárias. A pesquisa bibliográfica, como fonte secundária, ocorreu através do exame da literatura pertinente ao fenômeno em questão. Fonseca (2002) ressalta que qualquer trabalho cientifico inicia-se com uma pesquisa bibliográfica, que possibilita ao pesquisador conhecer o que já se estudou sobre o assunto. E como fontes primárias, foram utilizados os documentos emitidos pela SCI/TJPA no período de 2013 a 2014. Assim a pesquisa documental se assemelha à pesquisa bibliográfica, conforme explica Fonseca (2002, p. 32):

A pesquisa documental trilha os mesmos caminhos da pesquisa bibliográfica, não sendo fácil por vezes distingui-las. A pesquisa bibliográfica utiliza fontes constituídas por material já elaborado, constituído basicamente por livros e artigos científicos localizados em bibliotecas. A pesquisa documental recorre a fontes mais diversificadas e dispersas, sem tratamento analítico, tais como: tabelas estatísticas, jornais, revistas, relatórios, documentos oficiais, cartas, filmes, fotografias, pinturas, tapeçarias, relatórios de empresas, vídeos de programas de televisão, etc.

Quanto aos objetivos, Gil (2010) explica que é possível classificar a pesquisa em três grupos: a) pesquisa exploratória; b) pesquisa descritiva; c) explicativa. A pesquisa exploratória normalmente serve como suporte e antecede as pesquisas com alcances descritivos e explicativos (SAMPIERI; COLLADO; LUCIO, 2013). Possui como objetivo “proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses” (SILVEIRA; CÓRDOVA, 2009, p. 35). Por sua vez, a pesquisa descritiva pretende descrever os fatos e fenômenos de determinada realidade (TRIVIÑOS, 1987). De acordo com Gil (2008), as pesquisas descritivas possuem como finalidade a descrição das características de uma população, fenômeno ou de uma experiência. Por último, a pesquisa explicativa tem como objetivo identificar fatores que determinam ou que contribuem para a ocorrência de fenômenos (GIL, 2008). Sendo assim, a presente pesquisa classifica- se como descritiva considerando a busca em conhecer a realidade estudada, suas especificidades e problemas. E ainda, como uma investigação exploratória, pois objetiva levantar informações acerca de um objeto determinado e delimitado a um campo a ser pesquisado (SEVERINO, 2010).

Isto posto, este estudo classifica-se como uma pesquisa com enfoque misto, de alcance exploratório e descritivo. A operacionalização da investigação utilizará

dados secundários, com origem nas informações institucionais e primários obtidos em pesquisa de campo. Nesse tipo de delineamento, o estudo acontece no local onde de desenvolve o fenômeno e, portanto, reúne informações privilegiadas para explicá-lo (MARTINS, THEÓPHILO, 2009).

Outrossim, considerando que a pesquisa foi desenvolvida no formato de estudo de caso, necessário pormenorizar este tipo de técnica para melhor compreensão do enfoque que se deu a investigação, como a seguir delineado