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4.1 Mamanguape (PB)

Tufos de Cladonia substellata Vainio (Figura 4C) foram coletados sobre tabuleiros arenosos situado à margem esquerda da BR-101, no sentido João Pessoa- Natal, no município de Mamanguape-PB (Figura 3), próximo à Reserva Biológica de Guaribas.

Figura 3: Localização geográfica do município Mamanguape, área de coleta de Cladonia substellata Vainio.

Mapa: Fonte IBGE com adaptações de Girlan Silva e Herika Barbosa, 2012.

Em seguida o líquen ele foi devidamente acondicionado em caixas de papelão (Figura 4 A e B). Parte dele foi levada para identificação das características morfológicas e químicas do talo, sendo registrado no herbário UFP-Geraldo Mariz, do Departamento de Botânica da UFPE (exsicata nº 75. 451). O restante do líquen foi seco em laboratório à temperatura ambiente (28±3ºC) e limpo com auxílio de pinça metálica, para utilização nos experimentos.

O ponto de coleta foi georreferenciado com o GPS modelo Garmin e-Trex 30, cujos dados marcaram uma elevação de 181m, coordenadas geográficas de latitude 06° 42‘ 42,4‖ S e longitude 35° 07‘ 07.0‖ W, distando 150,3 km do Recife.

Figura 4: Local de coleta de Cladonia substellata Vainio.

Foto: Herika Barbosa e Juliane Sales, 2012.

Legenda: A- Coleta e acondicionamento de C. substellata em caixas de papelão; B- Georreferenciamento do ponto de coleta; C- Tufos de C. substellata .

O Estado da Paraíba está localizado na porção oriental do Nordeste do Brasil, entre os meridianos 34º45‘54‖ e 38º45‘45‖ oeste, e entre os paralelos de 6º02‘12‖ e 8º19‘18‖ sul. Por sua vez, o município de Mamanguape está inserido na Microrregião Mamanguape e na Mesorregião Mata Paraibana, pertencendo à unidade Geoambiental dos Tabuleiros Costeiros os quais acompanham o litoral de todo o Nordeste, apresentando altitude média de 50 a 100 metros.

Os Tabuleiros Costeiros são definidos em função da predominância de formas tabulares e da proximidade com o litoral. Mabesoone e Castro (1975) os caracterizam como ―superfície dos tabuleiros‖. Esta unidade compreende platôs de origem sedimentar, que apresentam grau de entalhamento variável, ora com vales estreitos e encostas abruptas, ora abertos com encostas suaves e fundos com amplas várzeas. De modo geral os solos são profundos e de baixa fertilidade natural.

No Nordeste brasileiro, a denominação Tabuleiro é utilizada tanto para o conjunto formado pelos baixos planaltos próximos ao litoral com solo arenoso lixiviado, como para a sua vegetação semelhante ao Cerrado. A ocorrência de Tabuleiros é vista nas áreas continentais adjacentes à restinga, estendendo-se sobre as planícies arenosas

da Formação Barreiras. Demattê et al. (1996) ressaltam que a formação dos solos nesse ecossistema está diretamente relacionada às condições de drenagem e que, apesar do relevo, em geral plano a suave ondulado, ocorrem micro relevos com tamanho e formas variáveis caracterizados pela drenagem permanentemente imperfeita.

A espécie liquênica em estudo foi coletada em área caracterizada por uma vegetação aberta semelhante ao Cerrado, com muitas gramíneas, arbustos e árvores isoladas. Os solos subjacentes à C. substellata formam as ―manchas de cerrado‖ com elevado teor de areia quartzosa distrófica, segundo Prates et al. (1981) e Salgado et al. (1981), recebendo atualmente a denominação de Neossolos (EMBRAPA, 2006).

4.2 Cabo de Santo Agostinho (PE)

No Cabo de Santo Agostinho (Figura 5) foi coletado granito, como demonstrado a seguir.

Figura 5: Localização geográfica dos municípios de Cabo de Santo Agostinho (PE) e Sirinhaém (PE) com identificação dos locais de coleta das amostras rochosas.

Mapa: Fonte IBGE com adaptações de Girlan Silva e Herika Barbosa, 2012 Foto: Herika Barbosa, 2012.

Este município situa-se na porção sul da Região Metropolitana do Recife (RMR), distando 41 km da capital. Está incluído, em parte, na Microrregião do Complexo Suape, no Estado de Pernambuco, Nordeste do Brasil.

Cabo de Santo Agostinho apresenta a sua porção leste inserida geotectonicamente em uma bacia sedimentar do tipo rifte, denominada sub-bacia Cabo,

no conceito de Mabesoone e Alheiros (1988); Nascimento et al.(2004); Barroso (2012), e sua porção oeste encontra-se assentada no embasamento cristalino.

A evolução tectônica da bacia está associada segundo a uma intensa dinâmica extensional, devido à atuação de falhas lístricas de grandes rejeitos, na direção SSW- NNE (CPRM, 1999).

Ainda de acordo com o Serviço Geológico Brasileiro, a partir da compartimentação tectônica que caracteriza o município, podem-se individualizar dois domínios morfoestruturais: o domínio do embasamento e o domínio do rifte.

O embasamento cristalino é constituído por rochas de idade pré-cambriana que formam os terrenos gnáissicos-migmatíticos, estruturalmente orientados na direção SW- NE e com estruturas mais recentes no sentido NW-SE.

O rifte é composto por uma sequência vulcano-sedimentar (Formação Cabo, Formação Algodoais e Formação Ipojuca) que repousa sobre o embasamento. Esta sequência é, em parte, recoberta por sedimentos terciários (Formação Barreiras) e por sedimentos mais recentes de idade Quaternária.

Ainda de acordo com o CPRM (1999), a morfologia destas formações é regida, especialmente, pelo rifteamento sul-atlântico e o cretáceo, associado à separação entre a América do Sul e a África, sendo representada por um sistema de leques aluviais coalescentes, formados ao pé de falésias de falhas normais e que progradam para um lago tectônico, no sentido Leste. Os sedimentos são representados tanto por rochas conglomeráticas, como arenitos e argilitos. As rochas vulcânicas cortam e recobrem os sedimentos, aflorando a forma de derrames, diques ou sills, de composição variada (basaltos, traquitos e riolitos), os quais respondem de forma diferenciada à ação intempérica.

4.3 Sirinhaém (PE)

Coleta de basalto e granito foi feita no município de Sirinhaém (Figura 5) que se localiza na Mesorregião Mata e na Microrregião Meridional do Estado de Pernambuco, estando inserido na Região Metropolitana do Recife do Estado de Pernambuco.

Seu relevo faz parte da unidade das Superfícies Retrabalhadas que é formada por áreas que têm sofrido retrabalhamento intenso, com relevo bastante dissecado e vales profundos (CPRM, 2005). O clima é do tipo Tropical Chuvoso com verão seco e a vegetação é predominantemente do tipo Floresta Subperenifólia, com partes de Floresta Hipoxerófila.

No que se refere aos solos dessa unidade geoambiental, estes são representados pelos Latossolos nos topos planos, sendo profundos e bem drenados; pelos Argissolos nas vertentes íngremes, sendo pouco a medianamente profundos e bem drenados e pelos Gleissolos de Várzea nos fundos de vales estreitos, com solos orgânicos e encharcados.

Com base no proposto pela CPRM (2005), geologicamente Sirinhaém encontra- se inserido na Província Borborema, sendo constituído pelos litotipos dos complexos Cabrobó e Belém de São Francisco das suítes Intrusiva Leucocrática Peraluminosa e Calcialcalina de Médio a Alto Potássio Itaporanga, do Grupo Pernambuco e dos Depósitos Flúvio-Marinhos e Aluvionares.

5 MATERIAIS E