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Caracterização das dimensões da sustentabilidade

2. DIMENSÕES DA SUSTENTABILIDADE

2.1 Caracterização das dimensões da sustentabilidade

Com intuito de aprofundar a investigação acerca das ressacas da cidade de Macapá e

conhecer como os componentes fundamentais da sustentabilidade vêm atuando diante dos

problemas urbanos atuais, utilizam-se os indicadores como ferramentas de mensuração de

dados existentes. Estes mostram as realidades sociais, espaciais e dinâmicas. Mostram ainda a

qualidade de vida dos usuários e também o plano físico em que se encontram as ressacas

avaliadas nesta dissertação.

A noção de sustentabilidade tornou-se usual nos últimos anos, mas de fato começou a

ser amplamente debatida em 1972, na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio

Ambiente Humano, conhecida como Conferencia de Estocolmo, programa este idealizado

pela ONU (Organização das Nações Unidas), e que resultou na Declaração da Conferência

das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano ou Declaração de Estocolmo (ONU,

2016). Este evento foi marcado como um importante marco de esclarecimento, perpetuação

de princípios e ideias de conciliação entre atividades humanas, assinalando a necessidade de

compreender e preservar o meio ambiente.

Esse novo pensar sobre o meio ambiente uniu países industrializados e em

desenvolvimento em torno de um objetivo comum e desencadeou uma série de

Conferências Mundiais sobre temas como alimentação, moradia, população,

direitos humanos, biodiversidade planetária e participação da mulher na

sociedade, entre outros (SEQUINEL, 2002, p.12).

Também é nesse período que os problemas ambientais foram discutidos pela primeira

vez, mostrando à população a importância do tema, com intuito de reverter às atividades

degradantes do planeta e preservar o meio ambiente. Assim é proclamado pela Conferência

das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano na Declaração de Estocolmo (1972,

p.1-3), em que:

1. O homem é ao mesmo tempo obra e construtor do meio ambiente que o cerca, o

qual lhe dá sustento material e lhe oferece oportunidade para desenvolver-se

intelectual, moral, social e espiritualmente [...] Os dois aspectos do meio

ambiente humano, o natural e o artificial, são essenciais para o bem-estar do

homem e para o gozo dos direitos humanos fundamentais, inclusive o direito à

vida mesma.

2. A proteção e o melhoramento do meio ambiente humano são uma questão

do mundo inteiro, um desejo urgente dos povos de todo o mundo e um dever de

todos os governos.

3. O homem deve fazer constante avaliação de sua experiência e continuar

descobrindo, inventando, criando e progredindo [...] Hoje em dia, a capacidade

do homem de transformar o que o cerca, utilizada com discernimento, pode

levar a todos os povos os benefícios do desenvolvimento e oferecer-lhes a

oportunidade de enobrecer sua existência. Aplicado errônea e imprudentemente,

o mesmo poder pode causar danos incalculáveis ao ser humano e a seu meio

ambiente.

4. Nos países em desenvolvimento, a maioria dos problemas ambientais estão

motivados pelo subdesenvolvimento [...] Assim, os países em desenvolvimento

devem dirigir seus esforços para o desenvolvimento, tendo presente suas

prioridades e a necessidade de salvaguardar e melhorar o meio ambiente. Com o

mesmo fim, os países industrializados devem esforçar-se para reduzir a

distância que os separa dos países em desenvolvimento. Nos países

industrializados, os problemas ambientais estão geralmente relacionados com a

industrialização e o desenvolvimento tecnológico.

5. O crescimento natural da população coloca continuamente, problemas relativos

à preservação do meio ambiente, e devem-se adotar as normas e medidas

apropriadas para enfrentar esses problemas. De todas as coisas do mundo, os

seres humanos são a mais valiosa. Eles são os que promovem o progresso

social, criam riqueza social, desenvolvem a ciência e a tecnologia e, com seu

árduo trabalho, transformam continuamente o meio ambiente humano. Com o

progresso social e os avanços da produção, da ciência e da tecnologia, a

capacidade do homem de melhorar o meio ambiente aumenta a cada dia que

passa.

6. Chegamos a um momento da história em que devemos orientar nossos atos em

todo o mundo com particular atenção às consequências que podem ter para o

meio ambiente. Por ignorância ou indiferença, podemos causar danos imensos e

irreparáveis ao meio ambiente da terra do qual dependem nossa vida e nosso

bem-estar [...] Para chegar à plenitude de sua liberdade dentro da natureza, e,

em harmonia com ela, o homem deve aplicar seus conhecimentos para criar um

meio ambiente melhor. A defesa e o melhoramento do meio ambiente humano

para as gerações presentes e futuras se converteram na meta imperiosa da

humanidade, que se deve perseguir, ao mesmo tempo em que se mantém as

metas fundamentais já estabelecidas, da paz e do desenvolvimento econômico e

social em todo o mundo, e em conformidade com elas.

7. Para se chegar a esta meta será necessário que cidadãos e comunidades,

empresas e instituições, em todos os planos, aceitem as responsabilidades que

possuem e que todos eles participem equitativamente, nesse esforço comum.

Homens de toda condição e organizações de diferentes tipos plasmarão o meio

ambiente do futuro, integrando seus próprios valores e a soma de suas

atividades [...] A Conferência encarece aos governos e aos povos que unam

esforços para preservar e melhorar o meio ambiente humano em benefício do

homem e de sua posteridade.

Ao apresentar as condições para a promoção de sustentabilidade, com afirmações

quanto às responsabilidades para a preservação do meio ambiente, como uma proposta de

proporcionar melhores condições de vida a população atual e futura, responde-se ao processo

de industrialização acelerada com princípios ainda expressos na Declaração da Conferência

das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano (1972):

Princípio I: O homem tem o direito fundamental à liberdade, à igualdade e ao

desfrute de condições de vida adequadas em um meio ambiente de qualidade tal

que lhe permita levar uma vida digna e gozar de bem-estar, tendo a solene

obrigação de proteger e melhorar o meio ambiente para as gerações presentes e

futuras [...].

Princípio II: Os recursos naturais da terra [...] devem ser preservados em

benefício das gerações presentes e futuras, mediante uma cuidadosa

planificação ou ordenamento.

Princípio III: Deve-se manter, e sempre que possível, restaurar ou melhorar a

capacidade da terra em produzir recursos vitais renováveis.

Princípio IV: O homem tem a responsabilidade especial de preservar e

administrar judiciosamente o patrimônio da flora e da fauna silvestres e seu

habitat [...].

Princípio V: Os recursos não renováveis da terra devem empregar-se de forma

que se evite o perigo de seu futuro esgotamento e se assegure que toda a

humanidade compartilhe dos benefícios de sua utilização.

Princípio VI: Deve-se pôr fim à descarga de substâncias tóxicas ou de outros

materiais que liberam calor, em quantidades ou concentrações tais que o meio

ambiente não possa neutralizá-los, para que não se causem danos graves e

irreparáveis aos ecossistemas[...].

Princípio VII: Os Estados deverão tomar todas as medidas possíveis para

impedir a poluição dos mares [...].

Princípio VIII: O desenvolvimento econômico e social é indispensável para

assegurar ao homem um ambiente de vida e trabalho favorável e para criar na

terra as condições necessárias de melhoria da qualidade de vida.

Princípio IX: As deficiências do meio ambiente originárias das condições de

subdesenvolvimento e os desastres naturais colocam graves problemas. A

melhor maneira de saná-los está no desenvolvimento acelerado, mediante a

transferência de quantidades consideráveis de assistência financeira e

tecnológica que complementem os esforços internos dos países em

desenvolvimento e a ajuda oportuna que possam requerer.

Princípio X: Para os países em desenvolvimento, a estabilidade dos preços e a

obtenção de ingressos adequados dos produtos básicos e de matérias primas são

elementos essenciais para o ordenamento do meio ambiente, já que há de se ter

em conta os fatores econômicos e os processos ecológicos.

Princípio XI: As políticas ambientais de todos os Estados deveriam estar

encaminhadas para aumentar o potencial de crescimento atual ou futuro dos

países em desenvolvimento e não deveriam restringir esse potencial nem

colocar obstáculos à conquista de melhores condições de vida para todos [...].

Princípio XII: Recursos deveriam ser destinados para a preservação e

melhoramento do meio ambiente tendo em conta as circunstâncias e as

necessidades [...].

Princípio XIII: [...] os Estados deveriam adotar um enfoque integrado e

coordenado de planejamento de seu desenvolvimento, de modo a que fique

assegurada a compatibilidade entre o desenvolvimento e a necessidade de

proteger e melhorar o meio ambiente humano em benefício de sua população.

Princípio XIV: O planejamento racional constitui um instrumento indispensável

para conciliar às diferenças que possam surgir entre as exigências do

desenvolvimento e a necessidade de proteger e melhorar o meio ambiente.

Princípio XV: Deve-se aplicar o planejamento aos assentamentos humanos e à

urbanização com vistas a evitar repercussões prejudiciais sobre o meio ambiente

e a obter os máximos benefícios sociais, econômicos e ambientais para todos

[...].

Princípio XVI: Nas regiões onde exista o risco de que a taxa de crescimento

demográfico ou as concentrações excessivas de população prejudiquem o meio

ambiente ou o desenvolvimento [...] deveriam ser aplicadas políticas

demográficas que respeitassem os direitos humanos fundamentais e contassem

com a aprovação dos governos interessados.

Princípio XVII: Deve-se confiar às instituições nacionais competentes a tarefa

de planejar, administrar ou controlar a utilização dos recursos ambientais dos

estados, com o fim de melhorar a qualidade do meio ambiente.

Princípio XVIII: Como parte de sua contribuição ao desenvolvimento

econômico e social deve-se utilizar a ciência e a tecnologia para descobrir,

evitar e combater os riscos que ameaçam o meio ambiente, para solucionar os

problemas ambientais e para o bem comum da humanidade.

Princípio XIX: É indispensável um esforço para a educação em questões

ambientais [...].

Princípio XX: Devem-se fomentar em todos os países, especialmente nos países

em desenvolvimento, a pesquisa e o desenvolvimento científicos referentes aos

problemas ambientais, tanto nacionais como multinacionais [...].

Princípio XXI: Em conformidade com a Carta das Nações Unidas e com os

princípios de direito internacional, os Estados têm o direito soberano de

explorar seus próprios recursos em aplicação de sua própria política ambiental e

a obrigação de assegurar-se de que as atividades que se levem a cabo, dentro de

sua jurisdição, ou sob seu controle, não prejudiquem o meio ambiente de outros

Estados ou de zonas situadas fora de toda jurisdição nacional.

Princípio XXII: Os Estados devem cooperar para continuar desenvolvendo o

direito internacional no que se refere à responsabilidade e à indenização às

vítimas da poluição e de outros danos ambientais que as atividades realizadas

dentro da jurisdição ou sob o controle de tais Estados causem a zonas fora de

sua jurisdição.

Princípio XXIII: Sem prejuízo dos critérios de consenso da comunidade

internacional e das normas que deverão ser definidas a nível nacional, em todos

os casos será indispensável considerar os sistemas de valores prevalecentes em

cada país, e, a aplicabilidade de normas que, embora válidas para os países mais

avançados, possam ser inadequadas e de alto custo social para países em

desenvolvimento.

Princípio XXIV: Todos os países, grandes e pequenos, devem ocupar-se com

espírito e cooperação e em pé de igualdade das questões internacionais relativas

à proteção e melhoramento do meio ambiente.

Princípio XXV: Os Estados devem assegurar-se de que as organizações

internacionais realizem um trabalho coordenado, eficaz e dinâmico na

conservação e no melhoramento do meio ambiente.

Princípio XXVI: É preciso livrar o homem e seu meio ambiente dos efeitos das

armas nucleares e de todos os demais meios de destruição em massa [...].

Em 1987 a ONU, lançou o relatório Nosso Futuro Comum ou relatório Brundtland,

publicado pela Comissão Mundial para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, que traz a

definição do que conhecemos como desenvolvimento sustentável (1991, p.46), configurado

como “aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as

gerações futuras atenderem às suas necessidades”.

O Relatório Brundtland, faz parte de uma série de iniciativas, anteriores à

Agenda 21, as quais reafirmam uma visão crítica do modelo de

desenvolvimento adotado pelos países industrializados e reproduzido pelas

nações em desenvolvimento, e que ressaltam os riscos do uso excessivo dos

recursos naturais sem considerar a capacidade de suporte dos ecossistemas. O

Relatório aponta para a incompatibilidade entre desenvolvimento sustentável e

os padrões de produção e consumo, trazendo à tona mais uma vez a necessidade

de uma nova relação “ser humano-meio ambiente”. Ao mesmo tempo, esse

modelo não sugere a estagnação do crescimento econômico, mas sim essa

conciliação com as questões ambientais e sociais. O documento enfatizou

problemas ambientais, como o aquecimento global e a destruição da camada de

ozônio (conceitos novos para a época), e expressou preocupação em relação ao

fato de a velocidade das mudanças estar excedendo a capacidade das disciplinas

científicas e de nossas habilidades de avaliar e propor soluções [...]Entre as

medidas apontadas pelo relatório, constam soluções, como a diminuição do

consumo de energia, o desenvolvimento de tecnologias para uso de fontes

energéticas renováveis e o aumento da produção industrial nos países

não-industrializados com base em tecnologias ecologicamente adaptadas [...] (INBS,

2014, p.1).

Segundo o relatório de Brundtland (1991), os atuais processos de desenvolvimento

devem ser modificados a partir da adoção de novas políticas que causem menos impactos,

assim as estratégias nacionais de política ambiental e desenvolvimento que são elaboradas de

acordo com o princípio de desenvolvimento sustentável são: retomar o crescimento,

revertendo o quadro de declínio econômico com o intuito de diminuir a pobreza,

principalmente em países em desenvolvimento que detém a maior concentração da população

em pobreza absoluta, onde esta situação diminui a capacidade de utilização de recursos de

maneira sustentável e consciente; alterar a qualidade do desenvolvimento, onde o padrão de

crescimento deve ser alterado, tornando o consumo de matérias-primas mais consciente e de

baixo impacto, assim reduzindo crises econômicas e mantendo o equilíbrio ecológico; atender

as necessidades humanas essenciais, como o papel central ás aspirações da população que

cresce cada vez mais e necessita de equilíbrio entre o consumo da população ‘rica’ que

consome desenfreadamente e a ‘pobre’ que não possui condições de exercer um consumo

sustentável; manter um nível populacional sustentável, dependendo do crescimento

populacional, local de nascença que possui diversos padrões de consumo e o acesso aos bens

de forma ecológica; conservar e melhorar a base de recursos, a fim de proporcionar o uso

racional dos bens tanto a geração atual, quanto as futuras, para isto é necessário a mudança do

cenário político, econômico e institucional; reorientar a tecnologia e administrar o risco,

dando atenção as questões ambientais para que os países em desenvolvimento possam aplicar

uma novas ações tecnológicas, associadas ao uso ponderado dos recursos e aos países

desenvolvidos a mudança do seu arsenal, tarefa árdua, para diminuir a exploração indevida e

implantar um novo processo com menores riscos ao meio ambiente; e incluir o meio ambiente

e economia no processo de tomada de decisões, alterando os objetivos institucionais, onde

estes dois devem ser pensado no processo de formatação das decisões.

O modelo de desenvolvimento, diretamente ligado aos padrões industriais de produção

torna-se ultrapassado, na medida em que se deve encontrar o equilíbrio entre a sociedade e

natureza, onde há a indução de uma nova forma de ação, voltada ao baixo impacto, uso

consciente dos recursos, alteração no padrão de consumo, distribuição da riqueza e

ordenamento do crescimento das cidades e populações.

Assim, a ideia de sustentabilidade implica a prevalência da premissa de que é

preciso definir limites às possibilidades de crescimento e delinear um conjunto

de iniciativas que levem em conta a existência de interlocutores e participantes

sociais relevantes e ativos por meio de práticas educativas e de um processo de

diálogo informado, o que reforça um sentimento de corresponsabilidade e de

constituição de valores éticos. Isto também implica que uma política de

desenvolvimento para uma sociedade sustentável não pode ignorar nem as

dimensões culturais, nem as relações de poder existentes e muito menos o

reconhecimento das limitações ecológicas, sob pena de apenas manter um

padrão predatório de desenvolvimento (JACOBI, 2003, p. 195).

De acordo com o Instituto Brasileiro de Sustentabilidade-INBS, no resumo da

definição dos princípios e objetivos do Relatório Brundtland “Nosso Futuro Comum” (2004,

p.2-3):

O atual modelo de crescimento econômico gerou enormes desequilíbrios; se,

por um lado, nunca houve tanta riqueza e fartura no mundo, por outro lado, a

miséria, a degradação ambiental e a poluição aumentam dia-a-dia. Diante desta

constatação, surge a ideia do Desenvolvimento Sustentável (DS), buscando

conciliar o desenvolvimento econômico com a preservação ambiental e, ainda,

ao fim da pobreza no mundo. O conceito foi definitivamente incorporado como

um princípio, durante a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e

Desenvolvimento, a Cúpula da Terra de 1992 – Eco-92, no Rio de Janeiro. O

Desenvolvimento Sustentável busca o equilíbrio entre proteção ambiental e

desenvolvimento econômico e serviu como base para a formulação da Agenda

21, com a qual mais de 170 países se comprometeram, por ocasião da

Conferência. Trata-se de um abrangente conjunto de metas para a criação de um

mundo, enfim, equilibrado.

Após 20 anos dos primeiros debates que levantaram as questões ambientais, a ECO-92

ou A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (Cnumad)

que ocorreu na cidade do Rio de Janeiro – BR no ano de 1992 colocou de vez o assunto

sustentabilidade como imprescindível, ao desenvolvimento e bem-estar coletivo.

Após a publicação do Relatório Brundtland, a Assembleia Geral das Nações

Unidas decidiu realizar a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente

e Desenvolvimento no Rio de Janeiro, em 1992. Essa Conferência, também

conhecida como Cúpula da Terra, Conferência do Rio ou simplesmente Rio-92

gerou os seguintes documentos: Agenda 21, programa de ação global com 40

capítulos; Declaração do Rio, um conjunto de 27 princípios por meio dos quais

deveria ser conduzida a interação dos seres humanos com o planeta; Declaração

de Princípios sobre Florestas; Convenção sobre Diversidade Biológica e

Convenção Quadro sobre Mudanças Climáticas (SEQUINEL, 2002, p.12).

Como afirma Jacobi (2003, p.194):

Na Rio 92, o Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e

Responsabilidade Global coloca princípios e um plano de ação para educadores

ambientais, estabelecendo uma relação entre as políticas públicas de educação

ambiental e a sustentabilidade. Enfatizam-se os processos participativos na

promoção do meio ambiente, voltados para a sua recuperação, conservação e

melhoria, bem como para a melhoria da qualidade de vida. É importante

ressaltar que, apesar das críticas a que tem sido sujeito, o conceito de

desenvolvimento sustentável representa um importante avanço, na medida em

que a Agenda 21 global, como plano abrangente de ação para o

desenvolvimento sustentável no século XXI, considera a complexa relação entre

o desenvolvimento e o meio ambiente numa variedade de áreas, destacando a

sua pluralidade, diversidade, multiplicidade e heterogeneidade.

Como resultado da Eco-92, elaborou-se a Agenda 21 como um plano de ação global

encabeçado por diversos setores da sociedade civil organizada e órgãos governamentais que

apresenta novas posturas que visam o equilíbrio com o meio ambiente, adotando o ‘novo’

padrão de consumo e desenvolvimento, voltado a sustentabilidade ambiental, econômica e

social.

As tentativas de obter uma avaliação quantitativa da sustentabilidade podem ser

encontradas em várias pesquisas. Porém, os esforços mais significativos para

mensurar o desenvolvimento sustentável começaram, somente, na década de 90.

Esses esforços cresceram após 1992 quando na Conferência das Nações Unidas

sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio-92), a Comunidade

Internacional exprimiu obviamente a necessidade de se mensurar o nível de

desenvolvimento sustentável. A busca de indicadores e índices de

desenvolvimento sustentável passou a ser uma questão bem discutível na

literatura mundial e nacional. Naquela época foram destacados como os dois

assuntos mais urgentes para serem resolvidos: a falta de metodologias de

avaliação quantitativa (que se tornou um fator limite) e a grande carência de

dados estatísticos ambientais. Por isso, paralelamente à discussão do conceito de

sustentabilidade têm-se procurado metodologias capazes de mensurarem tal

desenvolvimento, medindo o nível do desenvolvimento de uma nação e da

sustentabilidade de seus sistemas socioeconômicos e ecológicos

(MIKHAILOVA, 2004, p.30).

Existe um conjunto de políticas com o objetivo de alcançar a sustentabilidade do nível

global ao local, gerando educação ambiental à população, assim como a participação dos

mesmos na formulação de políticas públicas, o comprometimento de diversos países para o

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