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No catálogo de cursos de graduação da UFS, estão listados dentre os objetivos para o curso de Medicina: formar médicos aptos a desenvolver ações de prevenção, promoção, proteção e viabilização da saúde, tanto em nível individual quanto coletivo. A edição 2012

deste catálogo faz menção ao curso de Medicina como uma das graduações que ajudaram na criação da Universidade Federal de Sergipe. A tradição do curso, implantado no início da década de 1960, projeta-se nos diversos espaços de atuação profissional do mercado sergipano, tendo comemorado em 2011, o cinquentenário da sua fundação35.

O Bacharelado em Medicina tem duração de seis anos, em regime integral. As disciplinas de sua matriz curricular proporcionam uma formação generalista, humanista, crítica e reflexiva. Para os estudantes que optam pela carreira acadêmica, a UFS oferece Pós- Graduação stricto sensu em Ciências da Saúde (mestrado e doutorado), em que é possível desenvolver pesquisas tanto na área básica como na área clínica.

Além do contato direto com pacientes, o curso de Medicina habilita os futuros profissionais a trabalhar realizando pesquisas na área, analisando exames, administrando centros de saúde, ensinando, dentre outras atividades. Em Sergipe, o Departamento de Medicina da UFS aponta como possíveis locais de trabalho, na esfera pública, os laboratórios do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS) do Campus de São Cristóvão, o Hospital Universitário (HU), o Hospital de Urgência Governador João Alves Filho, a Maternidade Nossa Senhora de Lourdes e as unidades de saúde da família da capital e do interior.

O Hospital Universitário (HU) está vinculado à Universidade Federal de Sergipe desde 1984, e presta assistência médico-hospitalar de média e alta complexidade, sendo referência no sistema único de saúde. Na seleção de 2010, o HU ofertou vagas para treze áreas: clínica médica, clínica cirúrgica, pediatria, obstetrícia e ginecologia, infectologia, medicina de família e comunidade, nefrologia, pneumologia, dermatologia, endocrinologia, radiologia, cardiologia e coloproctologia.

Voltado aos programas de assistência e inclusão social por meio de parcerias com órgãos públicos, o HU desenvolve atividades de natureza preventiva e extensiva, através de programas nacionais de saúde e educação oferecidos à população sergipana. Atende cerca de 150 mil pessoas carentes de bairros de Aracaju, de municípios do interior de Sergipe e dos

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Dados sobre o curso de Medicina, disponíveis para consulta em: <http://divulgacoes.ufs.br/sites/default/files/ catalogo.pdf>.

Estados circunvizinhos. Atualmente, dispõe de 123 leitos, realiza mais de 10 mil consultas ambulatoriais e 200 cirurgias por mês em diversas especialidades. 36

De acordo com dados divulgados no site institucional, referentes a 2011-2, o curso de Medicina da UFS possui 520 alunos matriculados e 88 docentes no quadro ativo permanente37. A pesquisa contou com um total de 95 pesquisados: 68 alunos, 26 professores e um gestor. Sendo este último ligado à política de graduação na universidade como um todo. Os professores38 pesquisados, que ministram disciplinas no curso de Medicina, encontram-se lotados em diferentes departamentos, sendo que 69,23% atuam no Departamento de Medicina, e os demais atuam em outros departamentos, conforme dados discriminados no Gráfico 1, a seguir.

GRÁFICO 1 – DISTRIBUIÇÃO DOS PROFESSORES PESQUISADOS POR DEPARTAMENTO 1 2 2 3 18 0 5 10 15 20 QUANTIDADE Biologia Morfologia Psicologia Fisiologia Medicina

Dos 26 entrevistados, 21 (80,76%) concluíram a graduação em Medicina na própria UFS. Dentre estes 21 pesquisados que concluíram a graduação na UFS, 9 (42,85%) concluíram também a pós-graduação na UFS. 12 (46,15%) possuem idade entre 30 e 40 anos e 14 (53,85%) possuem idade entre 41 e 70 anos. 16 (61,53%) destes professores possuem experiência na parte administrativa na UFS, exercendo ou tendo exercido cargos de reitoria, vice-reitoria, pró-reitoria, chefia e vice-chefia de departamento, coordenação de núcleos de graduação e pós-graduação, diretoria e vice-diretoria do Hospital Universitário, coordenação de programas de residência, dentre outras atividades. Isto significa que além de ampla

36 Dados sobre o Hospital Universitário, disponíveis para consulta em: <http://hospital.ufs.br/>. 37

experiência na docência, o grupo pesquisado também possui considerável tempo de atuação em atividades administrativas na universidade.

Os gráficos a seguir trazem dados sobre o perfil destes profissionais. Quanto à titulação, dos 26 entrevistados, 12 (46,31%) possuem mestrado, 11 (42,23%) possuem doutorado, 1 (3,84%) é pós-doutor, 1 (3,84%) especialista e 1 (3,84%) graduado apenas, conforme se pode visualizar Gráfico 2, a seguir.

GRÁFICO 2 – DISTRIBUIÇÃO DOS PROFESSORES PESQUISADOS POR TITULAÇÃO 1 11 12 1 1 Pós-Doutor Doutor Mestre Especialista Graduado

Com relação ao regime de trabalho, 18 (69,12%) docentes pesquisados trabalham em regime integral, 5 (19,2%) trabalham em regime de dedicação exclusiva e 3 (11,52%), em regime parcial, conforme ilustrado no Gráfico 3, a seguir.

38 A expressão professores refere-se a professoras e professores, evitei a flexão de gênero para inviabilizar a identificação dos pesquisados e preservar seu sigilo.

GRÁFICO 3 – DISTRIBUIÇÃO DOS PROFESSORES PESQUISADOS POR REGIME DE TRABALHO 3 18 5 Parcial Integral Dedicação Exclusiva

No que se refere ao enquadramento funcional, dos 26 professores entrevistados, 14 (53,76%) são adjuntos, 8 (30,72%) são assistentes, 2 (7,68%) auxiliares, 1 (3,84%) titular e 1 (3,84%) voluntário, conforme se pode visualizar Gráfico 4, a seguir.

GRÁFICO 4 – DISTRIBUIÇÃO DOS PROFESSORES PESQUISADOS POR ENQUADRAMENTO FUNCIONAL 14 8 2 1 1 Adjunto Assistente Auxiliar Titular Voluntário

Quanto ao sexo, 17 (65,28%) são do sexo masculino e 9 (34,72%) são do sexo feminino, conforme ilustrado no Gráfico 5.

GRÁFICO 5 – DISTRIBUIÇÃO DOS PROFESSORES PESQUISADOS POR SEXO

9

17

Feminino Masculino

Com relação à distribuição dos pesquisados por experiência com turmas contendo cotistas, 13 (50%) já atuaram e 13 (50%) nunca atuaram, considerando o marco temporal até 2012-2, período em que foi realizada a coleta de dados (vide dados descriminados no Gráfico 6, a seguir).

GRÁFICO 6 – DISTRIBUIÇÃO DOS PROFESSORES PESQUISADOS POR EXPERIÊNCIA COM COTISTAS

13

13 Já atuaram

Nunca atuaram

No tocante ao tempo de docência na UFS, 12 (46,08%) possuem entre 11 e 30 anos de atuação, 7 (26,88%) possuem mais de 30 anos e 7 (26,88%) possuem até 10 anos, conforme se pode visualizar no Gráfico 7.

GRÁFICO 7 – TEMPO DE DOCÊNCIA DOS PROFESSORES PESQUISADOS NA UFS 7 12 7 0 2 4 6 8 10 12 QUANTIDADE Até 10 anos De 11 a 30 anos Mais de 30 anos

Quanto ao tempo total de experiência no magistério, dos 26 pesquisados 14 (53,76%) possuem entre 11 e 30 anos de atuação, 7 (26,88%) possuem mais de 30 anos e 5 (19,20%) possuem até 10 anos, conforme dados ilustrados no Gráfico 8.

GRÁFICO 8 – TEMPO TOTAL DE EXPERIÊNCIA NO MAGISTÉRIO

5 14 7 0 2 4 6 8 10 12 14 QUANTIDADE Até 10 anos De 11 a 30 anos Mais de 30 anos

No que se refere ao posicionamento dos docentes entrevistados em relação às cotas, 16 (61,44%) posicionaram-se contrários, 6 (23,04%) posicionaram-se a favor, com restrições e 4 (15,36%) posicionaram-se a favor, sem restrições (vide Gráfico 9).

GRÁFICO 9 – POSICIONAMENTO DOS DOCENTES EM RELAÇÃO ÀS COTAS 4 6 16 0 2 4 6 8 10 12 14 16 QUANTIDADE A favor

A favor, com restrições

Contra

A partir destes dados, pode-se traçar um perfil geral, em termos percentuais, dos docentes pesquisados: 80,76% concluiu a graduação em Medicina na própria UFS, 61,53% possui experiência na parte administrativa na UFS, 46,31% são mestres, 69,12% trabalha em regime integral, 53,76% são adjuntos, 65,28% são do sexo masculino. Com relação à distribuição dos pesquisados por experiência com turmas contendo cotistas, 50% já atuaram e 50% nunca atuaram nestas turmas, considerando o marco temporal até 2012-2, período em que foi realizada a coleta de dados. Além disso, 46,08% possuem entre 11 e 30 anos de atuação na UFS e 53,76% possuem entre 11 e 30 anos de tempo total de atuação no magistério. No que se refere ao posicionamento dos docentes entrevistados em relação às cotas, 61,44% posicionaram-se contrários.

Realizei sondagem com 68 alunos, da 1ª, 3ª e 4ª turmas de cotistas (2010-1, 2011-1 e 2011-2) e destes apenas 7 aceitaram conceder entrevista, 5 discentes não se dispuseram a conceder entrevista, porém aceitaram responder o questionário de pesquisa via e-mail. Os dados preliminares colhidos na sondagem junto aos alunos serviram de importantes subsídios para compreender as percepções do grupo pesquisado em relação ao sistema de cotas e seu processo de implantação na UFS, contribuindo para desvelar a realidade em estudo.

Foram pesquisados 68 alunos39, dentre os quais 42 não cotistas e 26 cotistas, conforme ilustrado na Tabela 22, a seguir.

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A expressão alunos refere-se a alunas e alunos, evitei a flexão de gênero para inviabilizar a identificação dos pesquisados e preservar seu sigilo.

TABELA 22 – DISTRIBUIÇÃO DOS DISCENTES PESQUISADOS POR GRUPO

Grupo Quantidade %

Não Cotista 42 61,76

Cotista 26 38,24

Total 68 100

Dentre os 68 pesquisados, 35 manifestaram-se favoráveis às cotas, 30 posicionaram-se contrários às cotas, e 3 revelaram-se indefinidos, conforme dados absolutos e percentuais dispostos na Tabela 23, a seguir.

TABELA 23 – DISTRIBUIÇÃO DOS DISCENTES PESQUISADOS POR POSICIONAMENTO EM RELAÇÃO ÀS COTAS

Posicionamento Quantidade %

A favor das cotas 35 51,47

Contra as cotas 30 44,12

Indefinido 03 4,41

Total 68 100

Todos os 26 cotistas manifestaram-se favoráveis às cotas. Dos 42 não-cotistas, 30 manifestaram-se contrários às cotas, apenas 9 manifestaram-se favoráveis e 3 indefinidos, conforme dados apresentados na Tabela 24, abaixo.

TABELA 24 – DISTRIBUIÇÃO DOS NÃO-COTISTAS EM RELAÇÃO ÀS COTAS

Grupo/Posicionamento Quantidade %

Contrário às cotas 30 71,43

Favorável às cotas 09 21,43

Indefinido 03 7,14

Dentre os 68 alunos que participaram da primeira etapa da pesquisa, apenas 12 (17,64%) responderam o questionário completo (presencialmente ou por e-mail). Dentre estes 5 (41,65%) são do sexo feminino, 7 (58,31%) do sexo masculino; 10 (83,33%) têm idade até 23 anos, 2 (16,66%) têm mais de 23 anos; 6 (49,98%) ingressaram por cotas raciais, 2 (16,66%) por cotas sociais e 4 (33,32%) não ingressaram por cotas. 11 (91,63) concluíram o ensino médio nos últimos 4 anos, só 1 (8,33%) concluiu há dez anos; 8 (66,64%) são oriundos da rede pública e 4 (33,32%) da rede privada. 8 (66,64%) possuem pais com nível de escolaridade acima do nível médio e 4 (33,32%) com nível inferior ao médio. 10 (83,33%) possuem mães com nível de escolaridade acima do nível médio e 2 com nível inferior ao médio. 7 (58,31%) afirmaram que a família possui renda superior a 6 salários mínimos, 5 (41,65%) afirmaram que a família possui renda inferior a 6 salários mínimos.

Diante da inexpressividade da amostra de discentes que aceitou participar da pesquisa completa, apenas 17,64%, não foi possível tomar esta caracterização com o objetivo de produzir inferências e análises mais aprofundadas sobre o total do grupo pesquisado, prestando-se o parágrafo anterior apenas à finalidade de descrever seu perfil, em linhas gerais.

5 O OLHAR DOS PESQUISADOS

Neste capítulo, são apresentadas as falas dos 39 pesquisados40 que aceitaram conceder entrevista ou preencheram o questionário de pesquisa em sua versão completa: 26 professores, 12 alunos e 1 gestor.