Parte II – Estudo Empírico
4.3. Caracterização da amostra
4.3.3. Caracterização do grupo dos Assistentes Operacionais (AO)
O grupo dos assistentes operacionais que constitui a amostra, num total de 28, é caracterizado de acordo com as variáveis idade, género, estado civil, habilitações literárias, tempo de serviço total e na instituição e categoria profissional.
N Idade Válidos 25 Não respostas 3 Mínimo 33 Máximo 56 Média 46,2
Quadro 20 - Caracterização dos AO quanto à variável idade
Relativamente à variável idade, os AO apresentam uma média de idades situada nos 46 anos, tendo o mais novo 33 anos e o mais velho 53. Três AO não responderam a esta questão (Cf. Quadro 20).
Género N %
Masculino 5 17,9% Feminino 23 82,1% Total 100 100%
Quadro 21 - Caracterização dos professores quanto à variável género
No tocante a variável género, 23 AO são do sexo feminino e cinco são do sexo masculino (Cf. Quadro 21).
Estado Civil N %
Casado 19 67,9% Solteiro 9 32,1%
Total 28 100%
Quadro 22 - Caracterização dos professores quanto à variável estado civil
Nesta variável, a maioria dos AO (N=19) são casados e nove são solteiros (Cf. Quadro 22). Habilitações Literárias N % 3º Ciclo 2 7,1% Secundário 20 71,4% Bacharelato 1 3,6% Licenciatura 4 3,6% Outro 1 3,6% Total 28 100%
Quadro 23 - Caracterização dos AO quanto à variável habilitações literárias
Analisando as habilitações literárias dos AO, conclui-se que a maioria possui o ensino secundário (N=20), quatro têm licenciatura, um bacharelato e um apresenta ouro tipo de habilitação. Apenas dois AO possuem o 3º ciclo (Cf. Quadro 23).
N Tempo de Serviço Total Tempo de Serviço nesta Instituição Mínimo 7 2 Máximo 36 30 Não sei 1 1 Média 21,7 13,9 Não respostas 1 1
Quadro 24 - Caracterização dos AO quanto às variáveis tempos de serviço total
e nesta instituição
No tocante à variável tempo de serviço, atendendo ao total, a média situa-se, aproximadamente, em 22 anos de serviço, com um tempo mínimo de sete e o máximo de 36.
Já no tempo de serviço nesta instituição, a média é de quase 14 anos, variando entre os dois e os 30 anos.
Um assistente operacional não respondeu à questão.
Verifica-se, nestas variáveis, uma forte heterogeneidade relativamente ao temo de serviço prestado na instituição (Cf. Quadro 24).
Categoria Profissional N % Nomeação Definitiva 16 57,1% Contratado 6 21,4% Outro 5 17,9% Total 27 100% Não respostas 1 3,6
Quadro 25 - Caracterização dos AO quanto à variável categoria profissional
Da análise da variável categoria profissional, resulta que apenas 16 AO possuem nomeação definitiva, seis são contratados e cinco apresentam outro tipo de vínculo profissional. Deste grupo, um AO não respondeu à questão (Cf. Quadro 25).
4. 4 Instrumentos de recolha de dados
No presente estudo são aplicados dois instrumentos de recolha de dados, o questionário e a entrevista.
O questionário divide-se em duas partes. A primeira parte tem como objetivo recolher dados biográficos e a situação profissional dos sujeitos participantes na investigação, caracterizando a amostra de acordo com variáveis como o género e idade,
estado civil, variáveis profissionais propriamente ditas, como as habilitações académicas, formação pedagógica, anos de serviço total na instituição, vínculo e grupo de docência. Cada questionário apresentava especificidades, de acordo com o grupo de participante (docentes, assistentes operacionais e diretores),
A segunda parte do questionário visava aplicar a Escala de Inteligência Emocional construída por Moreno (2012).
A escala de medida, enquanto instrumento de autoavaliação e de recolha, foi construída a partir dos domínios da Inteligência Emocional e Competências associadas, preconizadas por Goleman e colaboradores (2007), adaptada por Moreno (2012).
A escala utilizada contém 32 questões que versam os vários domínios da Inteligência Emocional e competências associadas: competências pessoais (autoconsciência e autogestão) e competências sociais (consciência social e gestão das relações). Trata-se de uma escala tipo Likert. “A escala de Likert consiste numa série de enunciados que exprimem um ponto de vista sobre um tema. Pede-se aos participantes para indicarem o seu maior ou menor acordo ou desacordo escolhendo entre 5 categorias de respostas possíveis” (Fortin, 2009, p. 388).
Cada questão foi respondida em termos de uma frequência temporal (1-5), sendo o 1 o que corresponde a Nunca, o 2 a Raramente, o 3 a Poucas Vezes, o 4 a Quase Sempre e o 5 a Sempre.
Relativamente aos outros dois grupos de inquiridos, o instrumento é semelhante, variando apenas algumas questões de análise sociodemográfica e a pessoa verbal utilizada na escala dirigida aos diretores das escolas.
A análise dos questionários é feita de acordo com o modelo de competências emocionais de Goleman (2007), que dispõe de um conjunto de competências e capacidades emocionais que motivam o indivíduo ao sucesso das exigências que a sociedade lhe impõe. Assim, do item 1 ao item 16 surgem as competências individuais, das questões n.º 17 à n.º 32 estão presentes as competências sociais. Numa análise detalhada, o primeiro grupo de oito questões centra a sua atenção na competência pessoal da autoconsciência, em que se deseja que cada um dos inquiridos dos vários grupos avalie o diretor da sua organização escolar, quanto à autoconsciência emocional, isto é, à sua capacidade de reconhecer as emoções e as suas forças e limites. A avaliação da subescala competência da autogestão está presente nos itens 9 a 16. Neste sentido, elencaram-se perguntas que visaram aferir o autodomínio emocional do diretor, traduzido nos conceitos de
transparência, capacidade de adaptação, de iniciativa e otimismo (Ver anexo 1 - Questionários).
Relativamente às competências sociais, questionaram-se os diferentes inquiridos, no sentido de se perceberem as perceções sobre se o diretor fruiu de uma consciência social assente na empatia, espírito de serviço e, finalmente, se é capaz de gerir as relações através de um avivar da consciência organizacional. Por fim, pretendeu-se entender se o diretor, na subescala gestão das relações, é um catalisador da mudança e influência ao nível da liderança, se consegue gerir conflitos, criar laços, cultivar e manter redes de relações.
No presente estudo, será também aplicada aos três diretores de escolas uma entrevista semiestruturada, em que o investigador segue um guia de perguntas de cariz aberto, obtendo respostas por parte do entrevistado. Depois de devidamente categorizada, passar-se-á à leitura dos dados e análise dos resultados que permitirão responder às questões da investigação (Ver anexo 1 - Questionários).
No tocante à entrevista, surge devidamente categorizada, como consta da matriz que se apresenta de seguida:
Categorias Objetivos Perguntas
Introduzir a entrevista
Sensibilizar para a entrevista.
Motivação
profissional Conhecer as motivações para o exercício do cargo; Perceber o grau de satisfação profissional.
- O que o levou a concorrer ao cargo de diretor?
- Mantém as mesmas motivações?
- Que aspetos têm contribuído mais para essa motivação?
Relações interpessoais Identificar potenciais focos de
conflito. - Considera importante promover um clima de abertura entre os professores e assistentes operacionais? Justifique.
- Até que ponto entende a comunicação como um fator relevante na organização da escola? – Considera o diálogo e a informalidade pontos fortes da liderança?
- Com que frequência interage com os professores e assistentes operacionais em situações informais? Que importância atribui a essa interação?
Projeto Educativo (Estratégias/valores e ação do diretor)
Analisar as estratégias usadas nas várias situações
profissionais; Identificar a forma de implementação do Projeto Educativo.
- De que modo encoraja os docentes e assistentes operacionais a envolverem-se ativamente na elaboração e implementação do Projeto Educativo?
- De que modo passa a mensagem da missão que tem para a escola?
- Reconhece e valoriza o empenho dos vários intervenientes no cumprimento dos objetivos? - Considera-se um impulsionador da mudança e da inovação? Como transmite essa ideia? - De que forma atua no seio dos docentes e assistentes operacionais a fim de alcançar os
objetivos do Plano de Melhoria no tocante aos resultados escolares?
- Como motiva os professores e assistentes operacionais para a melhoria da cultura de inclusão que a escola/agrupamento preconiza? - Que estratégias utiliza para consciencializar professores e assistentes operacionais da missão de educar para a dimensão pessoal, social e cultural?
- De que forma consegue levar a cabo os valores do Projeto Educativo, centrado na cidadania, respeito pela diferença, solidariedade, disciplina e sentido de pertença?
Cultura da organização e
propostas de melhoria
Entender a forma como o diretor age no sentido de unir todos os elementos e
incrementar melhores desempenhos na escola.
- De que forma o diretor garante a coesão da
comunidade escolar?
- Quais os principais constrangimentos e os pontos fortes que enfrenta diariamente no exercício da função?
-Tem sido fácil conquistar os docentes e assistentes operacionais no compromisso de melhoria? Quais as principais dificuldades? - Considera o sentido de pertença
organizacional um constrangimento ou uma mais-valia? Que estratégias utiliza para estimular o sentido de pertença? - Que mecanismos utiliza para suscitar a mudança de postura e cultura do
agrupamento/escola, no sentido de criar mais hábitos de participação e de trabalho
colaborativo?
- Como pensa que é visto pelos docentes e pelos assistentes operacionais?
Competências emocionais
Verificar a capacidade de agir, tomando decisões relacionadas com o nível pessoal e
profissional, encontrando respostas e soluções, enfrentando dificuldades, expressando emoções e gerindo conflitos.
- De que forma tem em consideração as perspetivas e opiniões dos docentes e assistentes operacionais?
- Como responde às críticas que lhe são feitas?
- Que estratégias utiliza para motivar os outros no sentido de alcançarem os objetivos que pretende?
- De que forma exprime a sua satisfação quando os outros correspondem às suas expectativas?
- Reconhece os seus pontos fortes e fragilidades? Como o faz?
- Que estratégias costuma utilizar para gerir situações mais difíceis?
- Que estratégias utiliza para lidar com o stress?
- Já recorreu ao poder de forma mais vincada para fazer valer os seus interesses? Se sim, como o fez?
- Na abordagem que faz aos intervenientes do processo educativo, considera ser um diretor mais assertivo ou diretivo? Exemplifique.