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Caracterização do meio envolvente da escola em estudo

No documento A indisciplina e a escola. (páginas 132-136)

PARTE I I – FUNDAMENTAÇÃO EMPÍRICA

6- Caracterização do meio envolvente da escola em estudo

A Vila onde se encontra a escola em estudo está situada numa colina na margem esquerda do Rio Douro, a cerca de 6 km da sua foz e é banhada a Este pelo Rio Febros. Possui uma área de 9,38 km2, tem de acordo com os censos 2001 aproximadamente 12 000 habitantes.

Fonte: Mapa do Distrito

Já foi “honra”, “couto”, “condado” e “concelho” e deteve grande independência na administração da justiça com a sua “Pedra da Audiência” e o seu “Julgado de Paz”. A freguesia encontra-se assinalada por cruzeiros e capelas, testemunhas de um passado marcadamente religioso, mas detém igualmente muitos vestígios de uma história laboriosa, próspera e de grande vontade autonómica. São exemplos as suas quintas, de que restam alguns solares e capelas, os seus cerca de trinta moinhos de rodízio, mais de metade anterior a 1600, quase todos em avançado estado de degradação, o Teatro, a

Pedra da Audiência, espécie de tribunal onde no século XVIII era administrada a justiça, os palacetes dos “brasileiros”.

É uma terra com ainda grande ruralidade, que encerra muitas tradições ligadas ao ciclo do pão.

O ex-libris de desta terra é a sua famosa broa, produto gastronómico de características únicas com o seu particular formato de torre sineira, compacta e robusta, deixa na boca um paladar agridoce, que faz a delícia dos apreciadores, tendo a sua fama ultrapassado fronteiras e dado origem à criação de uma confraria.

Nas artes e nas letras a freguesia foi berço de grandes vultos de âmbito nacional, como os escritores Mesquita e Melo e José Vaz, os escultores Henrique Moreira, Fernandes de Sá e Manuel Pereira da Silva e ainda o cantor Adriano Correia de Oliveira. No artesanato a freguesia conta com uma “escola” de cascateiros que anualmente, pelo S. João, cria os seus pequenos mundos onde retratam a beleza que descobrem e lhes inspira a terra em que habitam (P.E.E.).

No capítulo associativo a freguesia possui trinta e seis colectividades, distribuídas pelas mais diversas áreas, desde o ambiental ao juvenil, do cultural ao desportivo e recreativo, passando pelas instituições de solidariedade e pelo movimento associativo de pais. Merecem particular relevância as que mantêm viva uma actividade teatral que faz com esta terra seja cognominada “Capital

do Teatro Amador”.

Possui igualmente uma indústria variada, do tipo familiar, onde se destaca o calçado, os estofos, a marcenaria, a ourivesaria e a arte da talha. Encontram-se ainda implantadas nesta Vila algumas empresas de grande dimensão (P.E.E.).

Existem alguns equipamentos de grande relevância, nomeadamente o Parque Biológico Municipal e a Quintas Zoológicas.

O ensino foi, ao longo dos anos, uma luta constante dos habitantes desta terra. A primeira escola data de 1782, foi frequentada por alunos da freguesia e por alguns de outras freguesias limítrofes. Mais de um século depois, em 1885, foi inaugurado o edifício escolar, que actualmente alberga a Junta de Freguesia, construído pela então Junta de Paróquia com a

comparticipação, de mais de metade dos seus custos, pela população, através de subscrição.

Fruto desse empenho e dessa aposta na educação, nos censos de 1900, esta terra era a terceira freguesia no concelho de Vila Nova de Gaia com maior percentagem de população a saber ler e escrever.

Ainda nos finais do século XIX, foram construídas algumas escolas primárias. Salienta-se também o funcionamento da telescola que assegurou o ensino do segundo ciclo aos alunos da terra.

A construção da actual EB 2/3 em estudo, concretizou-se apenas no ano de 1993, após árdua e difícil luta (P.E.E.).

A proximidade geográfica dos Jardins-de-infância e das Escolas do Ensino Básico da freguesia e ainda o facto de os seus alunos realizarem parte significativa da sua vida escolar em estabelecimentos de ensino desta freguesia fizeram emergir, no início de 1999, a necessidade de avançar com a formação de um único agrupamento vertical de escolas.

A defesa dos interesses das crianças e dos jovens, bem como a possibilidade de estes realizarem com mais sucesso o seu percurso escolar, desde o pré- -escolar até ao final da escolaridade básica, foram os princípios que nortearam a elaboração e apresentação de um projecto de agrupamento vertical, que envolveu todos os estabelecimentos de ensino aderentes.

Homologado em 3 de Maio de 1999, o Agrupamento de Escolas faz a cobertura educacional do pré-escolar ao terceiro ciclo do ensino básico e tem como sede a Escola EB 2/3 a qual constitui o nosso estudo. Integra, para além deste estabelecimento de ensino, seis escolas do primeiro ciclo sendo que cinco destas englobam a educação pré-escolar.

6.1- População de estudo

Como já referimos, optamos no nosso trabalho por um estudo de caso, realizado numa única escola do ensino básico onde são ministrados o 2º e 3º ciclos.

Para procedermos à investigação dentro da referida EB 2,3 fizemos uma primeira abordagem informal, a docentes que já conhecíamos com a

finalidade de nos apercebermos se a nossa presença com vista a uma investigação, seria bem acolhida.

Num segundo momento contactamos a Presidente do Conselho Executivo para lhe apresentarmos a nossa intenção, o que foi bem aceite.

A partir deste momento, tomamos como objecto de estudo o corpo docente da EB 2,3, tendo em conta que estes docentes identificaram nos alunos que a frequentam comportamentos desajustados, a maior parte das vezes, sem qualquer regra ou limite, prejudicando em larga medida, o processo ensino-aprendizagem e levando ao professor a um desgaste contínuo muito superior ao normal.

Assim, aplicamos o inquérito por questionário à totalidade dos professores da escola. Dos 73 inquéritos entregues ao corpo docente deste estabelecimento de ensino e que constituem a população do nosso estudo, obtivemos um retorno de 55, o que perfaz uma percentagem bastante satisfatória de 75,3%. Q Quueessttiioonnáárriiooss e ennttrreegguueess QQuurreeeeccssoottiilloohhnniiddááoorrsiisooss QQuuaaeennssuuttiillooaannddáooárrssiiooss 73 55 0

CAPITULO V- Apresentação e análise dos resultados

No documento A indisciplina e a escola. (páginas 132-136)