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3.3 Métodos e técnicas de coleta de dados

3.3.2 Caracterização dos atores pesquisados

Diante da extensão e importância da região escolhida como objeto de estudo desta pesquisa e da consequente dificuldade para se entrevistar um grande número de produtores e representantes dentro do período disponibilizado para o trabalho, optou-se por uma pesquisa amostral não probabilística e de caráter intencional, com representantes de cada um dos setores do processo produtivo de todos os estados que compõem a região Centro- Oeste.

De acordo com Mattar apud Oliveira (2001), a amostragem não probabilística é aquela em que a seleção dos elementos da população para compor a amostra depende, pelo menos em parte, do julgamento do pesquisador ou do entrevistador no campo. Uma das vertentes deste tipo de amostragem é a intencional, dentro da qual o pesquisador usa o seu julgamento para selecionar os membros da população considerados como boas fontes de informação precisa, sendo comum a escolha de profissionais especializados, considerando-se assim esta maneira uma forma de escolher elementos “típicos” e “representativos” para uma amostra (FUSCALDI, 2010). Porém, este tipo de amostragem, por se utilizar de julgamento do autor, não permite sua generalização para toda a população (OLIVEIRA, 2001).

Portanto, a escolha dos entrevistados baseou-se principalmente na facilidade de acesso a eles através da indicação de conhecidos e outras pessoas do meio, uma vez que após iniciada a pesquisa percebeu-se que havia muita resistência dos produtores rurais em responder à pesquisa quando estes não conheciam a pesquisadora ou não tinham nenhuma referência ou indicação da mesma por alguém que conheciam e em quem confiavam. No caso das entrevistas de órgãos governamentais e associações representativas, a dificuldade por falta de indicação não foi tão grande, porém foi encontrada certa resistência no que se referiu ao tempo para a entrevista pessoal. Portanto, estes últimos atores, especialmente os representantes de órgãos do governo, optaram, em sua maioria, por responder ao questionário via e-mail ao contrário dos produtores que preferiram a presença da pesquisadora por gerar maior confiança na pesquisa.

Sendo assim, a pesquisa foi segregada em quatro categorias, os produtores, as empresas produtoras de sementes, as associações dos produtores de sementes e os órgãos governamentais, onde todos se enquadram na categoria das organizações definidas na NEI, porém, os órgão governamentais, possuem autoridade para formular instituições, neste caso, as leis aqui estudadas e mencionadas por Azevedo como “as regras do jogo” do setor de sementes.

Produtores:

Para as escolha dos representantes deste segmento foi utilizada a conveniência e a acessibilidade pela indicação de conhecidos, conforme já mencionado anteriormente. Portanto, foram entrevistados tanto produtores que se enquadram apenas na condição de utilizadores de semente de soja, quanto aqueles que também se encaixam no papel de cooperantes de empresas produtoras de sementes, desde que estes já houvessem comprado sementes pelo menos uma vez sem o intuito de multiplicação.

No início da pesquisa, determinou-se que se tentaria obter a resposta de cinco produtores de cada um dos estados que compõem a região Centro- Oeste, totalizando assim 20 produtores entrevistados. Porém, conforme citado anteriormente, nem todas as tentativas de entrevistas foram bem sucedidas e, ao final, foram contabilizadas 18 entrevistas, onde o estado de Mato Grosso foi representado por 4 produtores, Mato Grosso do Sul por 3 produtores e o estado de Goiás e o Distrito Federal foram representados por 5 produtores cada.

Empresas produtoras de sementes:

Neste segmento ficou pré-estabelecido que deveriam ser entrevistados representantes de empresas multiplicadoras de sementes de cada um dos estados que compõem a região, com exceção do Distrito Federal que não possui nenhuma empresa do gênero. Além disso, ficou estabelecido que empresas obtentoras nacionais e multinacionais também deveriam ser entrevistadas. Desta forma pretendia-se obter uma visão geral deste segmento na região.

Em relação a este grupo de pesquisa a questão da conveniência e da indicação também foram preponderantes, muitas vezes a falta delas resultou no insucesso de algumas entrevistas. Portanto, ao final do período de pesquisa foram conseguidas entrevistas com uma empresa multiplicadora de Campo Grande – MS, uma empresa multiplicadora de Rio Verde – GO, uma empresa obtentora nacional de Cristalina – GO e uma empresa obtentora multinacional com atuação nas principais regiões produtoras do país, em especial, o Centro-Oeste.

Associação de produtores de sementes:

Neste segmento, mesmo sem a indicação, em alguns casos, se fez a tentativa de entrevistar todas as associações, uma de cada estado, além da associação nacional. Assim, foram selecionadas as seguintes entidades:

• ABRASEM – Associação Brasileira de Sementes e Mudas; • AGROSEM – Associação Goiana dos Produtores de Sementes;

• APROSSUL – Associação dos Produtores de Sementes e Mudas do Mato Grosso do Sul;

• APROSMAT – Associação dos Produtores de Sementes do Mato Grosso; • COOPA – DF, Cooperativa do Distrito Federal que possui maior poder

representativo diante dos produtores da região. Nesta categoria todas as entrevistas foram bem sucedidas.

Órgãos Governamentais:

Neste segmento considerou-se importante entrevistar representantes de todas as Superintendências Federais de Agricultura dos 3 estados e do Distrito Federal, além da DFIA – Departamento de Fiscalização de Insumos Agrícolas do Ministério da Agricultura. Com estes representantes, considerou-se que teria uma visão ampla da opinião e dificuldades do Ministério da Agricultura por se tratar das suas representações que lidam diretamente com

RENASEM e controle de campos de produção de sementes. Em relação a estes, apenas a Superintendência Federal de Agricultura do DF não foi representada.

Também considerou-se importante obter a opinião de representantes da Câmara Legislativa e do Senado Federal que atuem diretamente com a bancada ruralista. Porém, em ambos os casos, durante o período disponibilizado para pesquisa não se obteve sucesso nas tentativas de entrevista.

Não foram consideradas as Agências Estaduais de Fiscalização Agropecuária em razão do tempo disponível para a pesquisa de campo.