• Nenhum resultado encontrado

PARTE II PROJETO EDUCATIVO

5. Relatório de Prática de Ensino Supervisionada

5.2. Prática de Ensino Supervisionada

5.2.1. Caracterização dos elementos envolvidos

 Orientador cooperante

O papel de orientador cooperante foi desempenhado pela professora Andreia Costa. Para além de ser professora de piano e orientadora da prática pedagógica dos alunos estagiários de piano, exerce também o cargo de Coordenadora do Departamento Curricular de Piano e Acompanhamento. Desde os primeiros contactos que estabeleci com a mesma, esta mostrou-se sempre muito disponível para me ajudar, bem como solicitou, várias vezes, a minha opinião relativamente aos conteúdos que iam sendo abordados durante as aulas. É uma professora muito acarinhada por toda a comunidade do Curso de Música Silva Monteiro, que engloba professores, funcionários e alunos. Estes últimos possuem uma relação muito próxima e dinâmica com a mesma, o que ministra um ambiente propício à aprendizagem dos mesmos.

 Alunos no âmbito da Prática Pedagógica de Coadjuvação Letiva

Como foi explicado, esta componente contou com a participação de dois alunos do 2º grau do Curso Básico em regime articulado. No que concerne às características de cada um deles, no início da Prática de Ensino Supervisionada (estágio profissional), a orientadora cooperante Andreia Costa fez-me uma apresentação dos aspetos mais relevantes de cada um, relativamente ao percurso e desempenho dos mesmos como alunos do CMSM. Apresenta-se de seguida uma breve descrição referente a cada aluno envolvido. Serão designados como alunos A e B, de modo a proteger as suas identidades.

Aluno A

O aluno iniciou os seus estudos de piano há sensivelmente dois anos, na classe de piano da professora Andreia Costa. Tem doze anos e frequenta o 2º grau do Curso Básico em regime de ensino articulado. É um aluno que apresenta diversos problemas ao nível da postura e da destreza técnica, incutindo sempre demasiada tensão muscular. Não possui hábitos regulares de estudo, o que prejudica a sua evolução e consequente assimilação de conceitos essenciais para a interpretação técnica e musical.

Um dos aspetos técnicos em que mais problemas manifestou e que mais correções suscitou, pela minha parte e por parte da professora Andreia Costa ao longo do presente ano letivo, foi a postura dos pulsos, que se encontravam, constantemente, demasiado em baixo, e a posição dos quintos dedos que permaneciam sempre esticados e ‗deitados‘ sob o teclado.

Ao nível da interpretação musical, o aluno compreendia o que lhe era pedido e o que tinha de fazer no respeitante à realização da dinâmica, articulação, entre outros. Contudo, devido aos problemas técnicos supracitados, nem sempre conseguia corresponder a estas particularidades na prática direta do instrumento.

Durante o primeiro período, o aluno foi chamado diversas vezes à atenção relativamente ao estudo individual em casa, que era inexistente. Esteve mesmo em risco de reprovar na primeira prova semestral (fim de janeiro). Apesar destas adversidades, no segundo período demonstrou uma atitude diferente, mostrando- se mais motivado e empenhado, conseguindo preparar, atempadamente, o

repertório e alcançando assim uma melhoria considerável na nota da última prova semestral (final de maio).

Aluno B

O aluno tem doze anos e estuda piano desde os seis anos, na classe de piano da professora Andreia Costa. Frequenta o 2º grau do Curso Básico em regime articulado. Durante estes anos, tem vindo a solidificar o seu percurso pianístico, que conta já com a obtenção de prémios em concursos de piano, como no Concurso Interno do CMSM ou o Concurso Internacional de Santa Cecília.

É um aluno interessado e empenhado, não apresentando, no geral, problemas a nível da postura corporal e destreza técnica. É certo que, relativamente a este último ponto, o aluno, frequentemente, permanece com os pulsos, braços e ombros suspensos após o ataque de cada dedo nas teclas, produzindo por isso um som superficial na maioria das vezes. No entanto, após indicações facultadas por mim ou pela professora Andreia Costa, corrige rapidamente esta questão. Compreende as componentes que lhe são pedidas, tanto a nível técnico como de expressão musical, corrige, se for o caso, e consegue executar na prática direta do instrumento.

Durante o 1º período, desenvolveu um trabalho mais ou menos constante, no sentido em que, nos primeiros meses deste período, não demonstrou muita regularidade do estudo individual em casa, tendo apenas começado o mesmo a meio do período em questão. Já no segundo período, o aluno pareceu desmotivado e o estudo em casa era praticamente inexistente. Este, apenas começou a estudar com mais seriedade a quinze dias da última prova semestral (fim de maio), tendo por isso baixado a nota relativamente à primeira prova (fim de janeiro).

Considera-se que o facto de o aluno estar a atravessar a idade inicial da adolescência, juntamente com a agravante de não ter sempre um piano disponível para estudo (dado que os pais são divorciados e o piano encontra-se apenas na casa de um destes elementos) influenciaram os pontos referidos.

 Alunos no âmbito da Participação em Atividade Pedagógica da Orientadora Cooperante

A minha Prática em Atividade Pedagógica da Orientadora Cooperante, consistiu na assistência, durante o presente ano letivo, das aulas de piano de uma turma com três alunos de Iniciação. Estes, como anteriormente referido, pertencem aos I, III e IV níveis. Salientam-se de seguida as características relevantes de cada aluno. Mais uma vez, para proteção das suas identidades, estes serão denominados por C, D e E.

Aluno C, Nível I

O aluno tem seis anos de idade e iniciou os seus estudos de piano precisamente neste ano letivo de 2017/2018. Dado que o mesmo não possuía nenhum conhecimento relativamente ao instrumento, as primeiras abordagens tornam-se essenciais para o seu desenvolvimento técnico e expressivo, assim como para potencializar a sua motivação. É importante que o aluno compreenda que deve realizar um estudo individual regular, contribuindo assim para a sua evolução.

Assim sendo, introduziram-se, progressivamente, conteúdos técnicos e expressivos, mediante o trabalho e as dificuldades que o aluno ia demonstrando. Neste ponto, o mesmo, desde o começo do ano letivo, nunca realizou um estudo constante manifestando desinteresse pela aprendizagem do instrumento. A sua evolução foi lenta, visto que o trabalho desenvolvido era fruto apenas da aula semanal de piano. A má postura e a tensão constantes nos pulsos, mãos e dedos foram fatores que influenciaram a sua aprendizagem ao longo do ano letivo.

Aluno D, Nível III

O aluno tem oito anos e frequentou sempre a classe de piano da professora Andreia Costa. É um aluno que não apresenta um estudo do instrumento em casa muito regular, no entanto tem fases em que o intensifica e consegue alcançar grandes progressos.

Faz uso de uma postura razoável, sendo que um dos problemas técnicos que se destacam é a intensidade de ataque das teclas pois, por vezes, é muita fraca e acaba por produzir um som muito superficial.

Quanto aos aspetos interpretativos e expressivos, mostrou compreensão em conceitos como dinâmica e articulação. Relativamente à leitura, também não foram evidenciadas muitas dificuldades.

Aluno E, Nível IV

O aluno tem nove anos e estudou na classe da professora Andreia Costa durante todo o seu curso de iniciação. É um aluno que mostra vontade e interesse em estar presente na aula de piano, contudo não efetua um estudo individual em casa, o que compromete a sua evolução.

Apresenta bastantes problemas na leitura das peças, assim como na localização do início das mesmas, no teclado. Não possuí rigor rítmico e tem dificuldade em realizar os diferentes tipos de articulação, dado que a interdependência de dedos ainda não é uma componente adquirida por parte do mesmo.