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CAPÍTULO III – ESTUDO EMPÍRICO

3.4 Caracterização dos participantes no estudo

Neste ponto são considerados os participantes que ativamente integraram este estudo, participando de diferentes formas, ou seja, como entrevistados (Educadora e crianças) e ainda nas observações que fomos recolhendo junto das crianças no seu jogo espontâneo.

Para a realização deste estudo, o Responsável pela Instituição foi informado através de carta sobre o estudo e respetivos objetivos e, desta forma, foi-lhe solicitada a autorização para a realização do estudo na sua Instituição (cf. anexo A1). Seguidamente a esta autorização, a Educadora de Infância da sala de atividades responsável pelo grupo de crianças dos 5 anos de idade, foi contactada no sentido de fazer parte do estudo. Também ela informada por carta (cf. anexo A2), contendo esta o que pretendíamos com o estudo e respetivos objetivos. Após estas duas autorizações, os Encarregados de Educação também foram informados sobre o estudo e os seus objetivos, também através de carta (cf. anexo A3). A todos foi pedida a colaboração e autorização, por escrito (cf. anexo A4) para que os seus educandos pudessem fazer parte integrante do estudo assegurando o seu consentimento.

Caracterização da Educadora de Infância

A Educadora de Infância tem 36 anos de idade e reside em Castelo Branco. Tirou o seu Curso de Bacharelato em Educação de Infância na Escola Superior de Educação Maria Ulrich, em Lisboa, terminando no ano de 1999.

Fez a sua licenciatura num regime pós-laboral no Colégio dos Salasianos em Campo de Ourique, Lisboa.

A sua primeira experiência profissional foi no Colégio Particular - o Patronato Cristo Rei - na zona da Lapa, em Lisboa e esteve a exercer a sua função durante o período de três meses e meio. Foi aqui que realizou o seu trabalho final de licenciatura com uma das crianças da Instituição.

Terminou a licenciatura em junho de 2000 e começou a trabalhar nesse mesmo ano, em setembro, onde exerce atualmente a sua atividade profissional. Iniciou o trabalho com um grupo dos dois aos cinco anos de idade e desde então acompanha sempre os grupos até essa mesma idade (5 anos).

- uma experiência com crianças de Educação Pré-Escolar -

Caracterização do grupo de crianças

O grupo é atualmente constituído por 9 crianças (6 meninas e 3 meninos) todas com 5 anos de idade.

De acordo com Alderson (1995) a participação da criança no estudo deve ponderar a forma como essas crianças são selecionadas para fazer parte da investigação. Na perspetiva de Alderson & Morrow (2004), a inclusão ou exclusão das crianças deve salvaguardar possíveis discriminações apoiadas em critérios de competências, etnias ou de estatuto social. O autor ainda acrescenta que as crianças devem ser informadas para que possam compreender o que é a investigação e que a sua participação é voluntária e que têm toda a liberdade para recusar participar ou desistir a qualquer momento da investigação.

Pela importância do mencionado e por concordarmos plenamente com o exposto, foram desenvolvidos estes propósitos antes de iniciar a seleção da amostra.

Para tal, Fortin (1999) refere que a amostra “é uma réplica em miniatura da população” (p. 41). Assim sendo, a amostra é constituída por três crianças do sexo feminino e três crianças do sexo masculino.

Apresentamos em seguida alguns dados de caracterização do grupo que têm por base o PCT, algumas ideias mencionadas pela Educadora deste grupo e ainda segundo as observações realizadas.

É um grupo heterogéneo, na medida em que têm diferentes maneiras de interagir, quer com a Educadora, quer com os amigos da sala.

Neste grupo existem crianças mais desenvolvidas a nível cognitivo, motor, linguístico do que outras.

Não podemos esquecer que cada criança tem as suas características próprias que as distinguem umas das outras e um ritmo próprio de aprendizagem e desenvolvimento.

Mesmo havendo alguma diversidade entre elas, as semelhanças são muitas, a saber: o grupo é afirmativo e expansivo, são crianças meigas, inteligentes, esforçadas, trabalhadoras, perfeccionistas, curiosas, perspicazes, interessadas, autocríticas, por vezes um pouco derrotistas e conflituosas, sendo que, têm alguma dificuldade em saber aguardar a sua vez.

Gostam de experimentar e procurar diferentes estratégias para chegar ao resultado desejado.

Sempre que surge um problema, a maioria do grupo não o consegue resolver sozinho, tendo de ser a Educadora a intervir. Este aspeto é mais notório por parte do sexo masculino.

Realizam verdadeiros intercâmbios de experiências, ideias, valores, emoções, pelo que, pouco a pouco, têm em conta as ideias propostas dos outros para enriquecer as suas. Começam a compreender, reconhecer, interpretar os sentimentos das crianças do seu grupo. Vivem intensamente os dramas dos seus pares.

É, sem dúvida, um grupo que valoriza muito as amizades. É comum vê-las com um amigo preferido partilhando com este a maior parte das atividades.

Começam a diferenciar-se os interesses, desejos entre as meninas e os meninos, iniciando assim pequenos grupos entre elas.

É um grupo que gosta que lhe sejam atribuídas responsabilidades e necessitam muito das rotinas.

No que respeita às profissões dos pais e mães, estas são variadíssimas. Assim, temos mães que são empregadas de limpeza, operadora de callcenter, professora de 1º ciclo do ensino básico, duas operadoras fabris, funcionária pública no tribunal e também uma empregada de hotelaria.

Já os pais desempenham as profissões de guarda prisional, trabalhador nas Scutvias da zona centro, funcionário público da Câmara Municipal, mecânico e dois deles, neste momento, encontram-se em situação de desemprego.

Quanto à constituição familiar/do agregado familiar, temos uma criança que vive apenas com a mãe por falecimento do pai; outra vive com o pai, a madrasta e um meio-irmão; outra vive com a mãe e dois meios-irmãos; as restantes crianças vivem numa família tradicional.