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4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

4.3 Etapa 3 | Estudo de Caso Avaliação do Conforto no Ambiente de Loja – Um Estudo de Caso

4.3.4 Caracterização dos Espaços

Para melhor compreensão do espaço, procedeu-se o levantamento de medidas do ambiente, elaboração do desenho da planta, localização e mensuração do mobiliário existente, identificação de tipos de materiais utilizados e formato de exposição dos produtos. No desenho da planta baixa, apresentado abaixo, é possível observar a setorização do espaço e divisão do mesmo em quatro regiões, cuja identificação foi elaborada com finalidade de facilitar e organizar a coleta de dados quanto a setorização dos produtos e usos do espaço.

Como exposto na imagem a seguir, a loja contém quatro áreas com usos e funções distintas. A primeira região A1 se trata da vitrine e entrada da loja, onde estão expostos os principais produtos da loja. No mostruário da direita situam-se as peças de moda praia e fitness, enquanto que a arara da esquerda expõe vestidos e batas indianas. A região A2 é formada pelo Caixa e expositores de camisetas, livros e acessórios, nesta sessão são efetuados os pagamentos, e escolha de produtos.

Figura 10: Divisão do Espaço em Regiões.

Fonte: Elaborado pela autora (2015).

O espaço nomeado de A3 tem por principal função o estoque de produtos e também é comumente utilizado para a prova de peças, apesar da falta de privacidade. Nesta região também se encontra um dos mostruários responsável por expor batas longas, saias e vestidos

curtos. Por fim, a região A4 situa-se no banheiro, onde eventualmente também é realizada a prova de produtos.

Por situar-se em uma avenida de alto fluxo de pessoas, próxima a uma parada de ônibus, e em frente a um semáforo de transito, a loja está exposta a transeuntes passando rapidamente a caminho do trabalho, academias, escolas, entre outros, os quais frequentemente param em frente à loja, seja a procura de produtos específicos, interessados em alguma peça que captou sua atenção ou mesmo em busca de uma sombra fornecida pelo toldo da fachada enquanto aguardam o ônibus chegar, ou o sinal abrir, e até estes últimos fatores são motivadores a uma rápida entrada na loja que pode algumas vezes resultar no fechamento de uma compra. Portanto, é importante lembrar que apesar de dificultar a instalação de uma vitrine formal e refrigeradores de ar, a entrada constantemente aberta, funciona como atrativo ou fator de aproximação dos clientes.

Figura 11: Fachada e vitrine da Loja H.

Fonte: Acervo da pesquisadora (2015).

A entrada da loja é formada por uma abertura de cerca de dois metros de comprimento (o fechamento da loja é realizado por uma de porta de rolo). Desta forma, os produtos ficam expostos abertamente, sem qualquer barreira entre eles e as pessoas que circulam pela calçada; tal conformação possui um lado positivo e outro negativo. A ampla exposição dos produtos permite que poeira e sujeira vindas da rua sujem e manchem as peças; o toque constante de pedestres que param para observar os produtos também pode ser um fator de risco quanto à formação de manchas. Por outro lado, a inexistência de uma fachada/vitrine formal (com vidro e porta) aproxima os pedestres/clientes da loja à medida que eles constantemente param e pedem informações sobre os produtos diretamente a

proprietária/vendedora, sentindo menor constrangimento para entrar rapidamente e obter informações sobre novos produtos e checar peças de interesse.

Figura 12: Vista do interior da loja para a rua principal.

Fonte: Acervo da pesquisadora (2015).

A sessão de fechamento da compra possui Caixa do tipo único em linha reta (NEUFERT, 2009). Como é possível observar nas imagens abaixo o posicionamento da prateleira e mostruário de peças passa sobre o local do caixa, gerando dificuldade de visualização das peças adquiridas e realização da contagem de produtos (para realizar pagamento) em pé, ou no colo do vendedor responsável. Além disso, há acumulo de produtos guardados abaixo do caixa, sem divisão por cor ou tipo o que resulta em dificuldade de localização de peças solicitadas pelos clientes no momento da compra.

Figura 13: Área destinada ao caixa da loja em um armário de estoque das peças de moda praia e fitness.

Fonte: Acervo da pesquisadora (2015).

- Equipamentos utilizados no espaço:

Por se tratar de uma loja de roupas, o ambiente conta com duas araras móveis (de altura regulável), um armário e uma prateleira que funcionam como expositores de manequins em seu espaço superior e suporte de cabides na região inferior. O armazenamento e exposição dos livros e acessórios (incensos, bijuterias, entre outros) é realizado em uma estante de estrutura aberta situada atrás do Caixa. Este último é estruturado em um armário do tipo aramado com placa de vidro superior, como mostra a figura acima.

Além destes, o ambiente ainda possui três armários destinados ao armazenamento do estoque, material de escritório, sacolas, telefone, além de itens de uso pessoal dos funcionários. No espaço destinado ao banheiro, há presença de pia, bacia sanitária, chuveiro e um suporte de madeira (aproveitado durante a atividade de prova de roupas). Por fim, observou-se a existência de máquinas de cartão de crédito e equipamento de som, localizados na região do caixa.

- Percepção inicial | Observações Preliminares sobre os Espaços:

 Iluminação: natural e artificial (luz branca e amarela – fluorescente), disposição insuficiente e inadequada;

 Ventilação: entrada de ar pela abertura principal, sem janelas ou sistemas de refrigeração geral (apenas existência de um ventilador de piso). Temperatura desconfortável em todas as regiões da loja;

 Espaço de circulação estreito e insuficiente (em determinados momentos a loja chega a comportar 7 a 8 pessoas, gerando grande aglomeração no espaço);

 Mobiliário destinado ao estoque de produtos, mal aproveitado (nichos e sessões quase vazias);

 Falta de acabamento acústico especial no ambiente (grande interferência de ruído proveniente da movimentação de carros e pessoas na rua);

 Telefone longe do alcance do varejista (posicionado no armário de estoque);  Iluminação insuficiente no banheiro e área destinada a estoque e prova de roupas;

 Fios soltos a vista;

 Pouca segurança no espaço; abertura da loja torna o ambiente vulnerável à entrada de qualquer pessoa;

 Inexistência de rampas para o acesso à loja, e falta de sinalizador de degrau na entrada da loja;

 Não há sinalização básica e/ou especial. Loja conta apenas com sinalização de marcas, bandeiras de cartões de crédito e redes-do-bem vinculadas;

 Pontos de energia/tomadas com localização inadequada e insuficiente às necessidades do local;

 Ausência de porta para o banheiro, dificultando o seu uso para atividades outras que não a de provar roupas.