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2.2 Conforto

2.2.3 Conforto Ambiental e seus Parâmetros de Avaliação

O conforto ambiental está relacionado à adequação do espaço às exigências fisiológicas do homem. Estudos nesta área normalmente realizam avaliações do ambiente contemplando avaliações de conforto lumínico, térmico e acústico, muitas vezes associado a avaliações de eficiência energética. Estas avaliações possibilitam identificar relações de contraste e ofuscamento presentes nos ambientes, bem como outras relativas aos fatores mencionados, os quais possam gerar situações de desconforto ao usuário do espaço.

As pesquisas no campo de conforto ambiental, especificamente a pesquisa em conforto nas edificações tem buscado definir abordagens de projeto da construção, partindo da análise do seu entorno, do clima e os hábitos construtivos locais, tendo como base responsabilidade ambiental (KRAUSE et al, 2005). Os autores fazem críticas às abordagens que utilizam apenas equipamentos de mensuração como referência para solucionar aspectos do conforto ambiental no interior das edificações.

Apresentaremos aqui uma breve conceituação dos tipos de conforto e ferramentas de avaliação. As informações apresentadas têm por base as normas de regulamentadores e manuais de avaliação de conforto ambiental (OSRAM; BARROSO-KRAUSE et al, 2005). Medidas de referências estarão dispostas nos anexos.

- Conforto Lumínico - Iluminância e Luminânia - Norma NBR 5413.

Como critérios para a boa iluminação devem ser considerados os seguintes fatores de referência:

 Níveis Mínimos de Iluminância (Lux) dados pela Norma NBR 5413.  Boa distribuição destes níveis pelo ambiente (boa uniformidade).  Não ofuscamento.

 Boa reprodução de cor  Boa aparência de cor.

A NBR 5413 estipula valores adequados a determinados tipos de atividades como é o caso, da leitura e escrita: no mínimo 300 lux e no máximo 750 lux. O nível de Iluminância vai depender de fatores como a idade dos usuários, necessidade de acuidade visual e refletância de fundo. Há normas especificando o valor mínimo de iluminância média, para ambientes diferenciados pela atividade exercida, relacionados ao conforto visual. Os exemplos mais importantes estão relacionados no anexo desta publicação (ABNT - NBR 5413).

Neste quesito também deve ser mencionada a norma NBR-15215, que trata da Iluminação natural como fator importante para obtenção de eficiência energética e conforto visual. Sendo o conforto visual determinante para o bem-estar dos ocupantes. A luz natural está associada às qualidades mais agradáveis e apreciadas relacionadas com o ambiente maior no qual estamos inseridos. Aberturas no ambiente proporcionam contato visual com o mundo exterior e relaxamento do sistema visual. Conforto Visual pode ser interpretado como uma recepção clara das mensagens visuais de um ambiente luminoso (PEREIRA, 2012).

Referente a esta questão a norma explica que “toda rota acessível deve ser provida de iluminação natural ou artificial com nível mínimo de iluminância de 150 lux medidos a 1,00 m do chão. São aceitos níveis inferiores de iluminância para ambientes específicos, como cinemas, teatros ou outros, conforme normas técnicas específicas”. (NBR 9050-2015, p.54)

Outro fator determinante para as condições luminosas e térmicas do ambiente refere- se à avaliação das condições do céu (relação entre a quantidade de nuvens observada e a

superfície total da abóbada celeste divide-se usualmente em claro, parcialmente nublado, nublado, encoberto). Por fim, quanto ao conforto luminoso, a literatura informa que espaços com iluminação inadequada podem resultar em: fadiga visual, desconforto, dor de cabeça, ofuscamento, redução da eficiência visual, acidentes. Em contrapartida, a boa iluminação está associada a: aumento da produtividade, sensação de ambiente agradável, ambientes seguros.

- Conforto Térmico - NBR16401 - Parte2 (2008)

Segundo Frota e Schiffer (2008) “as principais variáveis climáticas do conforto térmico são temperatura, umidade e velocidade do ar e radiação solar incidente”. Também é preciso levar em consideração, fatores como: regime de chuvas, vegetação, permeabilidade do solo, aguas superficiais e subterrâneas, topografia, e outras caraterísticas locais possíveis de serem alteradas pela atividade humana.

Quando a troca de calor ocorre sem maiores esforços, a sensação do indivíduo é de conforto térmico, e sua capacidade de trabalho é máxima. Cremonesi et al [2010-2015], relacionam o conforto térmico a variáveis ambientais (temperatura do ar, umidade, velocidade do ar, temperatura radiante) e variáveis pessoais (atividade e vestimentas). Como ferramenta de mensuração subjetiva do conforto térmico, é sugerido o uso da escala de Fanger, uma escala pictórica de 7 pontos que varia do muito quente ao muito frio. Esse tipo de escala permite avaliar a percepção que o usuário tem da temperatura no ambiente em questão.

Figura 3: Índice de conforto de Fanger:

Como valores de referência a norma estabelece medidas diferentes para as estações do ano

Verão (roupa típica 0,5 clo)

 Temperatura operativa e umidade relativa dentro da zona delimitada por:  22,5 °C a 25,5 °C e 65 %;

 23,0 °C a 26,0 °C e 35 %.

Inverno (roupa típica 0,9 clo)

 Temperatura operativa e umidade relativa dentro da zona delimitada por:  21,0 °C a 23,5 °C e 60 %;

 21,5 °C a 24,0 °C e 30 %.

Iida (2001), ao buscar uma zona de conforto térmico apropriada aos padrões brasileiros, estabeleceu como temperatura ideal a temperatura efetiva entre 20 - 24ºC, com umidade relativa de 40%. As diferenças de temperatura em um mesmo ambiente não devem ser superiores a 4 ºC.

- Conforto Acústico - NBR – 10152/1987

A norma indica que níveis de ruído de fundo adequados para o conforto acústico em ambientes de serviços são 45 – 55 dB(A) e 40 – 50 (NC). Além disso, estabelece correspondências entre pressão sonora, nível de pressão sonora e impressão subjetiva (GONZALEZ, s\d).

Tabela 5: Correspondência entre Pressão Sonora, Nível de Pressão Sonora.

Nível Subjetivo Descrição NPS

(dB)

Pressão (Pascal)

Barulhento Banda ou orquestra sinfônica Rua Barulhenta

90 0,63

Dentro de automóvel em alta velocidade Escritório barulhento

Aspirador de Pó

Moderado Rua de barulho médio Pessoa falando a um metro

70 0,06

Escritório de barulho médio Rádio com volume médio

60 0,02

Fonte: Adaptado de GONZALES (s\d).

Analisando a tabela 5 e as descrições dos níveis subjetivos, estima-se que os ambientes de lojas no varejo popular, poderiam se encaixar entre os níveis moderado e barulhento, apresentando os seguintes valores, este quesito será averiguado futuramente.