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Caracterização geral do solo

Na identifi cação, caracterização e classifi cação de solos são considerados conceitos, critérios e procedimentos metodológicos que a seguir são descritos. Estas informações foram em sua maioria extraídas de fontes bibliográfi cas diversas, destacando-se: Soil map of the world (1974),da FAO; Normas e crité- rios para levantamentos pedológicos (1989), da Embrapa; Soil survey manual (1993), do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos; Manual técnico de pedologia, de Souza (1995); Procedimentos normativos de levantamentos pedológicos (1995), da Embrapa; Manual de descrição e coleta no

no campo, de Lemos e Santos (1996); Manual para interpretação de análise de solo, de Tomé Junior (1997); Manual de métodos de análise de solo (1997), da Embrapa; Field book for describing and sampling soils, de Schoeneberger e outros (1998); Sistema brasileiro de classifi cação de solos (1999), da Embrapa; Soil taxonomy: a basic system of soil classifi cation for making and interpreting soil surveys (1999) do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos;Field book for describing and sampling soils, version 2.0, de Schoeneberger e outros (2002); Manual de descrição e coleta de solo no campo, de Santos e outros (2005) e Sistema brasileiro de classifi cação de solos (2006), da Embrapa..

Conceito de solo

Dentre as diversas defi nições de solo, a que melhor se adapta ao levantamento pedológico é a do Soil taxonomy (1975) e do Soil survey manual (1984):

Solo é a coletividade de indivíduos naturais, na superfície da terra, eventu- almente modifi cado ou mesmo construído pelo homem, contendo matéria orgânica viva e servindo ou sendo capaz de servir à sustentação de plantas ao ar livre. Em sua parte superior, limita-se com o ar atmosférico ou águas rasas. Lateralmente, limita-se gradualmente com rocha consolidada ou parcialmente desintegrada, água profunda ou gelo. O limite inferior é talvez o mais difícil de defi nir. Mas, o que é reconhecido como solo deve excluir o material que mostre pouco efeito das interações de clima, organismos, material originário e relevo, através do tempo.

Em razão da necessidade de se fazer referência a determinados solos ou porções deles, alguns termos ou expressões passaram a integrar o cotidiano dos cientistas de solos. A seguir

serão relacionados alguns, que são empregados com razoável freqüência na área de Pedologia, cuja conceituação está de acordo com o Vocabulário de ciência do solo, de Curi (1993).

Solo - material mineral e/ou orgâ-

nico inconsolidado na superfície da terra que serve como meio natural para o crescimento e desenvolvi- mento de plantas terrestres. Observação: O termo solo, quando empregado em sistemas taxonô- micos, se refere a todas as partes do perfi l do solo, presentes acima do material de origem (camadas e horizontes genéticos).

Figura 1- Perfi l de ARGISSOLO VERMELHO-

Solum - parte superior e pressupostamente mais intemperizada do perfi l do

solo, compreendendo somente os horizontes A e B (excluído o BC).

Solo autóctone - solo desenvolvido a partir de material de origem proveniente

das rochas imediatamente subjacentes.

Solo alóctone - solo desenvolvido de material de origem não proveniente das rochas

subjacentes. Podem ter natureza distinta ou compatível com as rochas subjacentes. Observação: A natureza alóctone é de difícil percepção no campo quando se tratam de solos de constituição semelhante à das rochas subjacentes. Linhas de pedras (stone lines) de formato arredondado ou subarredondado (seixos), geralmente são indícios de descontinuidade entre os solos e as rochas locais. Porém não é uma regra geral, visto que ocorrem linhas de pedras em perfi s de solos (angulosas), devido a outros condicionantes.

Foto 1 - Stone line (pedras subarre- dondadas) em perfil de ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO Eutrófi co típico. Anápolis – GO.

Foto 2 - Stone line (pedras angulosas) em perfi l de LA- TOSSOLO VERMELHO Distrófi co típico. Posse – GO.

Paleossolo – solo formado

em uma paisagem numa época passada e que foi posteriormente recoberto por sedimentos. Os paleossolos podem estar à superfície caso tenham sido expostos pela erosão do manto de sedimen- tos sobrejacente.

Foto 3 - Paleossolo recoberto por espessa camada de sedimentos. Petrópolis – RJ.

Neusa Maria Costa Mafra

Solo azonal - solo que não apresenta infl uência marcante da zona climática

e/ou da vegetação do ambiente em que está inserido.

Observação: geralmente solos jovens, onde o tempo foi insufi ciente para seu desen- volvimento sob a infl uência dos condicionantes locais, são assim caracterizados.

Solo zonal - solo desenvolvido sob a infl uência dos condicionantes climáticos

e da vegetação do local.

Observação: geralmente trata-se de solo bem desenvolvido, tendo havido a formação de todos os horizontes (A, B e C).

Solo halomórfi co - solo cuja gênese foi muito infl uenciada pelo excesso de sais. Solo de mangue - solo halomórfi co de áreas alagadas, formado sob infl uência

de marés e com vegetação característica, denominada mangue.

Solo transportado - solo formado a partir de depósitos superfi ciais não con-

solidados do tipo colúvio, talus, cones de dejeção, etc.

Taxonomia de solos

A completa caracterização dos solos tem como maiores objetivos a sua classifi cação e delimitação cartográfi ca. Depois de descritos e caracterizados, os solos deverão ser então classifi cados em sis- temas taxonômicos organizados com este propósito. No Brasil, vem sendo desenvolvido um sistema de classifi cação, disponível na publicação Sistema brasileiro de classifi cação de solos (2006), da Embrapa, organizado com o propósito de atender às condições de clima tropical a que está submetida a maior parte do País, e que se encontra estruturado até o seu quarto nível categórico (Apêndice 2).

Descrição morfológica de