• Nenhum resultado encontrado

Os mapas esquemáticos de solos têm por fi nalidade fornecer informações generalizadas sobre a distribuição geográfi ca e a natureza dos solos de grandes extensões territoriais. São elaborados a partir de informações pedológicas preexistentes em combinação com interpretações e correlações de geologia, geomorfologia, clima e vegetação, visando à previsão do modo de ocorrência e da natureza dos solos. Como material básico para sua execução, são utilizados principalmente, imagens de radar e de satélites, fotoíndices e mapas/cartas planialtimétricas, além do auxílio de mapas geológicos, climá- ticos, geomorfológicos, hipsométricos, fi togeográfi cos e outros.

As escalas de apresentação dos mapas esquemáticos são em geral iguais ou inferiores a 1:1 000 000. São, portanto, escalas muito pequenas, não permitindo sua utilização no planejamento de uso da terra. Poderão ser utilizados para fi ns didáticos e para avaliação global de recursos regionais.

As unidades de mapeamento identifi cadas nestes mapas são compostas de amplas associações de solos e paisagens.

Este tipo de mapa, em geral, é elaborado sem execução de trabalhos de campo. Normalmente contemplam grandes áreas ou regiões, onde as informações existentes sobre solos são muito escassas, ou então, áreas bem conhecidas, em caso de necessidade de informações mais genéricas em pequenas escalas.

Levantamento exploratório

Esse tipo de levantamento é executado, normalmente, onde há necessidade de informações de natureza qualitativa do recurso solo, com a fi nalidade de identifi car áreas de maior ou menor potencial, prioritárias para o desenvolvi- mento em caráter regional. Trata-se de estudo apropriado a áreas de grande extensão territorial, podendo ser executado em áreas menores, previamente a levantamentos em escalas maiores, em função da premência de obtenção de dados. No Brasil, têm sido realizados com o propósito de subsidiar polí- ticas administrativas, já tendo sido realizado para todo o Território Nacional em escala 1:1 000 000 pelo Projeto RADAMBRASIL, e para várias Unidades da Federação pelo Centro Nacional de Pesquisa de Solos, da Embrapa.

Os materiais básicos necessários poderão compreender: mapas ou cartas planialtimétricas em escalas variadas, imagens de satélites em escalas 1:250 000, 1:500 000 ou menores, imagens de radar e fotoíndices. As escalas de apresentação dos mapas/cartas variam entre 1:750 000 e 1:2 500 000, e a área mínima mapeável está compreendida entre 22,5km2 e 250km2.

A densidade de observações e a freqüência de amostragem não são rigidamente estabelecidas, mas deve ser observado um mínimo básico de 0,04 observação por quilômetro quadrado e um perfi l completo por componente principal de associações e amostras extras de horizontes A e B, ou C, se necessário.

As classes de solos são identifi cadas no campo mediante observação e amostragem em pontos predeterminados, ao longo de percursos traçados previamente de acordo com feições da paisagem e aspectos fi siográfi cos. A extrapolação é largamente utilizada neste tipo de levantamento. Portanto, as observações e coletas de amostras para identifi cação e caracterização das classes de solos são feitas a grandes intervalos.

As unidades de mapeamento são normalmente constituídas por amplas associações, podendo ter até cinco componentes, sendo, portanto, muito heterogêneas.

As classes de solos reconhecidas neste tipo de levantamento são defi nidas em função de características diagnósticas que determinam a classifi cação dos solos em níveis taxonômicos elevados, correspondentes pelo menos a subdivisões de “ordem” e “subordem” em sistemas hierárquicos de classifi cação de solos. As características mais comumente utilizadas são: horizonte diagnóstico sub- superfi cial, horizonte diagnóstico superfi cial, cor e saturação por bases.

As classes de solos defi nidas neste tipo de levantamento geralmente são subdivididas para fi ns cartográfi cos, de acordo com:

- grupamentos texturais em notação simples ou binária e fases de vegetação e relevo.

Este tipo de mapa/carta necessita para sua execução etapas de campo e escritório.

Levantamento de reconhecimento

Os levantamentos do tipo reconhecimento são executados para fi ns de avalia- ção qualitativa e semiquantitativa de solos, visando à estimativa do potencial de uso agrícola e não agrícola.

A seleção de mapas/cartas e sensores remotos básicos, métodos de prospecção de campo, composição de unidades de mapeamento e grau de detalhe carto- gráfi co são estabelecidos previamente, em função da escala de apresentação do mapa ou carta, dos objetivos e da precisão desejada.

As classes de solos defi nidas nos levantamentos de reconhecimento acumulam características diferenciais utilizadas nos levantamentos exploratórios e mais características que correspondem em níveis categóricos de “Grandes Grupos e Subgrupos”, em sistemas taxonômicos organizados.

As classes de solos defi nidas neste tipo de levantamento normalmente são subdivididas, para fi ns cartográfi cos e de interpretações diversas, de acordo com o grupamento textural (em notação simples ou binária) e em fases de relevo, vegetação, rochosidade e pedregosidade.

Dados morfológicos e analíticos (químicos, físicos e mineralógicos) de perfi s completos e amostras extras, são necessárias para caracterização dos solos e defi nição das unidades de mapeamento.

Considerando que os levantamentos do tipo reconhecimento atendem a uma ampla faixa de objetivos e necessidades, estão compartimentados em três níveis de execução, compreendendo alta, média e baixa intensidade (NOR- MAS..., 1989).

Os níveis de reconhecimento diferenciam-se quanto aos objetivos, métodos de prospecção, tipos de unidades de mapeamento, área mínima mapeável, material cartográfi co e sensores remotos básicos e escala de publicação. A densidade de observações por área é variável, entre 0,04 a 2,0 observações por quilômetro quadrado.

Baixa intensidade

Os levantamentos de reconhecimento de baixa intensidade têm como objetivo o fornecimento de dados para a avaliação de recursos potenciais de solos, através da identifi cação de áreas de baixo e alto potencial. Este tipo de levantamento pode ser elaborado em grandes áreas, em razão de seu caráter ainda generalizado. No Brasil, têm sido elaborados para algumas regiões, estados, municípios e/ ou outras situações, geralmente com o objetivo de subsidiar o planejamento desenvolvimentista regional ou como componente de Estudos Ambientais diversos, como para Zoneamentos Ecológico-Econômicos, EIA-RIMAS e outros. As bases cartográfi cas e imagens de sensores remotos mais indicadas neste nível de reconhecimento compreendem: mapas/cartas planialtimétricas com escalas entre 1:100 000 e 1:500 000, imagens de radar na escala 1:250 000, imagens de satélite nas escalas entre 1:100 000 e 1:500 000 e carta-imagens de sensores remotos orbitais nas escalas 1:100 000 e 1:250 000.

Os mapas/cartas resultantes de levantamentos neste nível devem ser apresen- tados em escalas compreendidas entre 1:250 000 e 1:750 000. A área mínima mapeável varia de 2,5km2 a 22,5km2.

A freqüência de amostragem é de um perfi l completo por componente de associação e mais amostras extras de horizontes superfi ciais e subsuperfi ciais para defi nir limites e conceituar unidades de mapeamento.

As unidades de mapeamento são identifi cadas no campo, ao longo de per- cursos traçados sobre imagens de radar ou de satélite, ou sobre mapas/cartas planialtimétricas. Os limites entre unidades de mapeamento são inferidos pelas linhas gerais de fotointerpretação, combinada com verificações de campo e interpretação das correlações “padrões de imagens - tipos de solos”. Estas unidades podem ser simples ou de associações de até qua- tro componentes de Grandes Grupos de solos. Inclusões são comuns em todas as unidades de mapeamento.

Admite-se, neste nível de reconhecimento, uma precisão de informações sobre a composição das unidades de mapeamento entre 50 e 70% de confi abilidade.

Um levantamento pedológico de reconhecimento de baixa intensidade, ainda apresenta um grau de generalização relativamente alto, em razão das escalas de trabalho e de apresentação dos mapas/cartas, freqüência de amostragem e densidade de observações de campo.

Média intensidade

Levantamento executado visando a obter informações de natureza qualitativa e semiquantitativa do recurso solo, para fi ns de elaboração de projetos de uso e planejamento, incluindo seleção de áreas para colonização, construção de rodovias e ferrovias, zoneamentos agroecológicos e seleção de áreas para levantamentos mais detalhados.

Nesta categoria, os levantamentos ainda têm enfoque regional. Têm sido usados para trabalhos em áreas menores, como municípios, bacias hidrográfi cas e mesmo fazendas, com o objetivo de possibilitar a tomada de decisões corretivas e/ou preventivas com relação à preservação ambiental principalmente. São muito utilizados ultimamente no Brasil para estudos ambientais, quando da inserção de grandes empreendimentos do tipo barragens, estradas, etc.

O material básico cartográfi co e sensores remotos mais indicados para este nível de reconhecimento compreendem: imagens de satélite na escala entre 1:100 000 e 1:250 000; mapas/cartas planialtimétricas em escalas preferenciais entre 1:25 000 e 1:250 000; fotografi as aéreas em escalas preferenciais entre 1:60 000 e 1:120 000, imagens de radar na escala 1:250 000 e carta-imagem de sensores remotos orbitais nas escalas 1:100 000 e 1:250 000.

De acordo com a escala de apresentação do mapa/carta, em geral, entre 1:100 000 e 1:250 000, a área mínima mapeável situa-se entre 40ha e 2,5km2.

A freqüência de amostragem é de um perfi l completo por classe de solo componente de unidade de mapeamento simples ou de associação. Amos- tras extras adicionais podem ser necessárias para estabelecer limites entre classes.

As unidades de mapeamento são identifi cadas no campo, por observação e amostragem ao longo de percursos que cruzem diferentes padrões de drenagem, relevo, geologia e vegetação. Parte dos limites entre unidades de mapeamento é constatada no campo e parte é inferida por correlações com padrões de fotografi as aéreas, imagens de radar e de satélite e carta-imagens ou mapas/cartas topográfi cas.

As unidades de mapeamento nos levantamentos de reconhecimento de média intensidade podem ser constituídas por unidades simples ou por associações de até quatro componentes de Grandes Grupos de solos. Neste nível de re- conhecimento é admitida uma precisão de informações sobre a composição das unidades de mapeamento entre 70 e 80% de confi abilidade.

Alta intensidade

Os levantamentos de reconhecimento com este nível têm por objetivo obter informações de natureza qualitativa e semiquantitativa do recurso solo, em áreas prioritárias para desenvolvimento de projetos agrícolas, pastoris e florestais, instalação de núcleos de colonização e localização de estações experimentais.

Geralmente, são elaborados em áreas de relativamente pequenas dimen- sões e têm sido muito demandados, ultimamente para efeito de estudos ambientais para inserção de grandes empreendimentos, visando a sub- sidiar o estabelecimento de medidas corretivas e compensatórias, tais como EIA-RIMAS.

Este nível de reconhecimento fornece informações básicas razoavelmente precisas para planejamento geral de programas de conservação e mane- jo dos solos. Podem substituir levantamentos semidetalhados em áreas que requerem estudos preliminares para planejamento regional de uso e conservação dos solos.

O material básico mais recomendado para este nível de reconhecimento é constituído por: mapas/cartas planialtimétricas em escalas preferenciais entre 1:20 000 e 1:100 000, fotografi as aéreas em escalas preferenciais entre 1:20 000 e 1:100 000 e carta-imagem em escala maior que 1:100 000.

A escala de apresentação do mapa, em geral, situa-se entre 1:50 000 e 1:100 000, sendo a área mínima mapeável variável entre 10 e 40ha.

A freqüência de amostragem é de um perfi l completo e um ponto de amostra extra por classe de solo componente de unidade de mapeamento simples ou de associação. Todas as classes de solos identifi cadas na área devem ser caracterizadas por um perfi l representativo completo.

As unidades de mapeamento são identifi cadas por observações e amostragem ao longo de percursos que cruzem diferentes padrões de drenagem, relevo, vegetação, geologia e geomorfologia. Grande parte dos limites entre unidades de mapeamento é estabelecida no campo e os limites defi nidos por fotoin- terpretação são testados por observações de campo, segundo planejamento prévio de verifi cações da área.

Nos levantamentos de reconhecimento de alta intensidade, as unidades de mapeamento são constituídas por unidades simples ou por associações de até três componentes de Subgrupos de solos. Neste nível de reconhe- cimento, as unidades de mapeamento são mais homogêneas do que nos níveis de média e baixa intensidade. Nele, é esperada uma precisão de informações sobre a composição e pureza das unidades de mapeamento em torno de 80% de confi abilidade.

* A CODEVASF, com sua experiência em elaborar, implantar e operar projetos de irrigação no vale do rio São

Francisco, tem tentado aprimorar os parâmetros até então utilizados e recomenda para Levantamentos Semidetalhados, espaçamento de curva entre 2 e 6m, para escalas de mapa entre 1:10 000 e 1:25 000.