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PARTE III – PERCURSO EM EDUCAÇÃO DE INFÂNCIA – CONTEXTO DE JARDIM-

1.1. CARACTERIZAÇÃO DO JARDIM-DE-INFÂNCIA

O percurso formativo realizado, no âmbito deste mestrado, fez-se também por um tempo passado em contexto de Jardim-de-Infância, nomeadamente o Jardim-de-Infância de Barreira. Este está inserido no Agrupamento Domingos Sequeira e está situado na localidade de Barreira, pertencente à união de freguesias de Leiria, Pousos, Barreira e Cortes. Esta é uma instituição de cariz público.

O Jardim-de-Infância de Barreira é constituído por um edifício com duas salas, a sala de atividades e a sala de refeições, que serve também como sala polivalente, onde se procede ao acolhimento e ao prolongamento. Esta instituição tem um espaço exterior muito amplo, com balizas, escorrega, triciclos e árvores. O horário de funcionamento é das 8h às 15h30. Depois desta hora, algumas crianças vão embora e outras optam pelo prolongamento, mais concretamente para as Atividades de Animação e Apoio à Família (AAAF).

1.2. CARACTERIZAÇÃO DO GRUPO DE CRIANÇAS

Através da observação direta e de conversas informais com a Educadora Cooperante, constata-se que o grupo é formado por vinte crianças, quinze do sexo masculino e cinco do feminino. Com idades compreendidas entre os dois e os seis anos. Por se tratar de um grupo bastante heterogéneo relativamente à faixa etária, é importante proceder-se à caracterização das crianças, considerando os diferentes domínios de desenvolvimento. Relativamente ao desenvolvimento físico-motor, a esmagadora maioria das crianças apresenta comportamentos esperados para a sua faixa etária, tanto a nível de motricidade fina como global. Excetuando uma criança de 5 anos que apresenta algumas dificuldades no recorte, a calçar as sapatilhas, em abotoar o bibe e em saltar ao pé-coxinho. Esta criança devia estar mais desenvolvida a este nível tendo em conta que, “O desenvolvimento motor dos dois aos seis anos consiste em aperfeiçoar as habilidades de mobilidade e aumentar as habilidades motoras mais refinadas, tais como a destreza digital necessária à manipulação de ferramentas ou de um lápis.” (Faw, 1980, p. 155).

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No domínio cognitivo, o grupo encontra-se no estágio pré-operatório, “Os avanços no pensamento simbólico são acompanhados pelo crescente entendimento de identidades, espaço, causalidade, categorização e número.” (Papalia, Olds & Feldamn, 2006, p. 284). Outra característica desta faixa etária recai sobre o faz de conta e os jogos simbólicos. Este grupo de crianças demonstra grande interesse pelo faz-de-conta, geralmente imitam ações que já observaram ou situações do seu quotidiano, “As crianças demonstram a função simbólica através da imitação diferida, nas brincadeiras de faz-de-conta e na linguagem.” (ibidem).

Em relação ao domínio da Matemática, as crianças de faixa etária superior já revelam noção do número quando contam, pelo menos até vinte (número de crianças do grupo). Também demonstram grande interesse em comparar quantidades, ou alturas de pessoas e de objetos.

No domínio da linguagem, existem algumas diferenças no seio do grupo, que também se devem à discrepância das idades. As crianças de faixa etária superior (4, 5 e 6 anos) conhecem mais palavras que as de faixa etária inferior (2 e 3 anos). É de referir que, relativamente ao vocabulário, “(…); com cerca de dois anos de idade, começa a aumentar rapidamente. Com três anos, há um surto ainda mais rápido no desenvolvimento do vocabulário. Com seis anos de idade, porém, a rapidez do crescimento do vocabulário se nivela.” (Faw, 1980, p. 194).

Este grupo de crianças interessa-se por ouvir histórias, por rimas, lengalengas e trava- línguas. Para além deste aspeto, também contactam e revelam interesse pelo código escrito, tendo em conta que o chefe e o ajudante do dia relatam, através dos seus grafismos, tudo o que se passa ao longo do dia. As crianças de 5 e 6 anos revelam noções de escrita quando, escrevem da esquerda para a direita, até ao final da linha e com letras que já conhecem, na maioria do seu nome.

Em relação ao domínio psicossocial, o grupo é bastante autónomo, na hora da refeição, de vestir ou de ir à casa-de-banho. Nas crianças mais novas deve-se ao facto de que, “A criança de dois e três anos de idade frequentemente é considerada como um indivíduo que sempre quer agir à sua própria maneira.” (ibidem, p. 212). Relativamente às crianças

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de faixa etária superior, “As de cinco anos (…) buscam certeza e atenção por suas ações autônomas;” (ibidem, p. 213).

Respetivamente às relações, trata-se de um grupo com relações positivas entre si, pois é raro existirem conflitos entre as crianças, cooperam e ajudam-se mutuamente, tanto na higiene como em atividades orientadas. Apesar disto, “Os pré-escolares são seletivos em relação aos parceiros para brincar. Além de geralmente gostarem de brincar com crianças da mesma idade e do mesmo sexo que o seu, eles são muito seletivos em relação a com quais crianças brincam.” (Papalia, Olds & Feldman, 2006, p. 347).

Outro aspeto que se faz notar nestas faixas etárias recai sobre as questões de género, Com três anos, tipicamente os meninos demonstram preferência por brinquedos definidos por sua sociedade como associados ao papel do sexo masculino. Depois dos seis anos essa preferência aumenta de modo impressionante. Para meninas, o desenvolvimento de preferência por brinquedos é menos sistemático. (Faw, 1980, p. 216).

A caracterização das crianças, acima sucintamente apresentada, decorrente da observação feita, constitui um recurso importante para planificar atividades que a seguir são apresentadas.

2. “À PROCURA DOS INSETOS” – AGIR E CRESCER COM A

METODOLOGIA DE TRABALHO DE PROJETO

Neste capítulo do relatório irei apresentar o projeto desenvolvido com o grupo de crianças intitulado de “À procura dos insetos”. Depois de revelarem interesse em querer saber mais sobre os insetos, procurámos dar resposta às suas curiosidades.

2.1. CONTEXTUALIZAÇÃO DO PROJETO “À PROCURA DOS

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