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CAPÍTULO I – DIMENSÃO REFLEXIVA

2. ORGANIZAÇÃO E APRESENTAÇÃO DAS PROPOSTAS EDUCATIVAS

2.1. PROPOSTAS EDUCATIVAS

Proposta educativa de 27 de outubro de 2015

Depois de algumas observações atentas, constatei que o grupo mostrava grande interesse por animais. Desta forma, e considerando também as características de desenvolvimento atrás referidas, planifiquei, para o dia 27 de outubro de 2015 (ver anexo 2), propostas educativas relacionadas com animais.

A primeira proposta educativa tinha como intencionalidades educativas: - Estimular a interação entre pares e adultos; - Relacionar a Expressão Musical com a linguagem; - Desenvolver a motricidade fina; - Reconhecer o que come cada animal.

De forma a desenvolver estas intencionalidades educativas, iniciei o dia com a canção Na Quinta do tio Manel. Tendo em conta que a música faz referência a galinhas, patos, ovelhas e vacas, levei comigo imagens destes animais. Desta forma as crianças podiam acompanhar-me na música, “lendo as imagens” e percebendo que animal vinha a seguir. Efetivamente,

“O contacto assíduo e regular com livros e histórias, bem como com canções e jogos com palavras colaboram, de forma muito direta, no desenvolvimento de competências importantes que ajudarão a criança a aprender a ler melhor e mais depressa, aumentando, também, o gosto por esta atividade.” (Ramos & Silva, 2014, p. 154).

Seguidamente e, individualmente, colocava à disposição das crianças imagens desses mesmos animais e imagens de pão, relva e milho, de forma a observar a reação da criança perante essas imagens e se associavam o que cada um comia.

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Todas as atividades que envolvam música revelam-se de grande importância nestas faixas etárias. A música ajuda a criança a desenvolver a linguagem e a socialização, “Dançar, cantar e tocar algum tipo de instrumento musical são atividades vitais para o desenvolvimento do ritmo, da linguagem, do esquema corporal, o qual será fundamental para o desenvolvimento cognitivo e afetivo da criança.” (Oliveira, Mello, Vitória & Ferreira, 1993, p. 95). De facto, as atividades que envolvem música despertam a atenção das crianças. Nesta atividade as crianças revelaram interesse e mostraram-se participativas, não só cantaram como também interagiam com o adulto, dizendo o nome do animal que iam visualizando.

Relativamente à avaliação das práticas realizadas com estas crianças e refletindo sobre as mesmas (ver anexo 3), foi possível verificar nesta atividade que as crianças gostaram da música, tendo em conta que a cantaram todo o dia e até mesmo noutros dias, iam repetindo muitas vezes o “ia, ia, ia o” da música e pediam que os adultos a cantassem. Relativamente às imagens dos animais, conseguiam identificá-los rapidamente.

Na atividade de correspondência de imagens, todas as crianças mostraram conseguir manipular bem as imagens. Apesar de o principal objetivo ser o de as crianças associarem a comida ao respetivo animal, poucas foram as que o conseguiram fazer. As restantes crianças apenas manuseavam as imagens. Algumas crianças não associaram a comida ao animal, mas foi importante contactarem com as imagens, tendo sido evidente que deveríamos utilizar esta estratégia mais vezes incentivando as crianças a verbalizar o que viam.

Proposta educativa de 9 de dezembro de 2015

Para o dia 9 de dezembro de 2015 planifiquei atividades relativas ao Natal (ver anexo 4). Assim, defini como intencionalidades educativas: - Promover o contacto com a linguagem através da história e das imagens; - Desenvolver a motricidade fina; - Promover a relação entre a música e a palavra; - Estimular a socialização.

De forma a atingir estas intencionalidade educativas e, sabendo que é importante manter o mistério, a dinâmica e a surpresa, levei comigo uma caixa de sapatos embrulhada e referi que era um presente deixado pelo Pai Natal. Dentro da caixa estavam imagens com uma história criada por mim. Desta forma, as crianças estimulam a sua imaginação,

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pensando no que poderia estar dentro da mesma. Optei por levar uma história criada por mim para ser original, para as crianças contactarem com outros suportes de narrativas.

Para que o grupo permanecesse atento à história, sempre que mostrei uma imagem, antes de prosseguir com a leitura, questionei as crianças sobre o que viam e o que achavam que ia acontecer. Esta interação do adulto com as crianças destas faixas etárias é muito importante e, assim, “(…) a criança cada vez mais é chamada a participar da narrativa, completando trechos que já sabe, ou inventando novos, assumindo a narrativa com a ajuda do adulto (…)”. (Oliveira, Mello, Vitória & Ferreira, 1993, p. 94).

No final da história, em conjunto com as crianças, cantei a música do Pinheirinho, incentivando que fizessem os gestos comigo. Por fim, enquanto umas crianças brincavam livremente pela sala de atividades, outras eram chamadas para a realização de uma atividade plástica, em que as crianças mergulhavam as suas mãos em tinta verde e constituíam assim, uma árvore de natal. Nestas idades, “Atividades plásticas são agora desenvolvidas: modelagem, desenhos com crayon e pinturas com tinta guache feitas a dedo ou com pincel já se tornam mais frequentes.” (ibidem).

Tanto na atividade da história como da música, o meu principal objetivo era o de desenvolver a linguagem. Isto porque a criança ao contactar com as imagens, pode falar sobre as mesmas e, na música, desenvolve também a sua linguagem, ao acompanhá-la com o adulto, relacionado a música e a palavra.

Relativamente à avaliação desta proposta e, refletindo sobre a mesma (ver anexo 5), antes de iniciar a leitura da história por mim criada, mostrei as imagens da mesma e o grupo parecia bastante interessado, fazendo alguns comentários. Relativamente à primeira imagem, sempre que a viam referiam: “Árvore de Natal”, “Estêlas”. Na terceira imagem, referiam: “’Tá a faxer óó”, “’Tá na cama”, “Tá no quato”. Na quarta imagem, referiram que as renas eram cavalos. Na sexta imagem, referiram rapidamente: “É o Pai Natal!”, “É a ávore!”. Na última imagem, a protagonista da história estava com as prendas na mão e questionei as crianças: “Será que a Maria gostou das prendas?”, ao que me respondem que sim, porque estava-se a rir com a boneca na mão. As imagens constituíram assim um motivo para nomear e interagir verbalmente em torno delas.

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Com a música “Pinheirinho”, as crianças que se revelaram mais desenvolvidas linguisticamente foram as que cantaram com os adultos. Porém, apenas uma criança imitou os gestos, o que nos leva a pensar que é importante criar tempos para desenvolver a linguagem não verbal neste grupo de crianças.

Relativamente à última atividade, a maioria das crianças pintou pouco as estrelas, dando mais importância ao decalque das mãos, de forma a constituir uma árvore de natal pintada com as mãos, com tinta verde.

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