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PARTE III – AVALIAÇÃO DO PROGRAMA PORTUGUÊS PARA TODOS

Capítulo 1 – Metodologia de Avaliação Critérios substantivos

2. Avaliação pelos Clientes

2.2. Caracterização sóciográfica dos/das formandos/as da amostra

O presente trabalho desenvolve-se no âmbito do Programa PPT – Português para Todos, em torno do tema: a aprendizagem da língua portuguesa, como medida de política pública, para a promoção da integração dos imigrantes na sociedade portuguesa.

Neste âmbito e considerando os objectivos do Programa PPT que visam a disponibilização de cursos de língua portuguesa, no sentido de promover uma melhor integração dos imigrantes em Portugal, parece-nos interessante conhecer como decorre o processo de integração destes imigrantes, as motivações e as expectativas para a frequência das acções de língua portuguesa e por último a avaliação que fazem do Programa PPT e da sua integração social e profissional após a frequência do curso.

Através do inquérito por questionário que foi respondido pelos formandos e formandas que frequentaram a formação em língua portuguesa para estrangeiros pretendia-se: caracterizar do ponto de vista sociológico os formandos dos cursos de língua portuguesa; identificar as dificuldades de adaptação/ integração em Portugal; registar as motivações e expectativas para a frequência das acções de língua portuguesa; verificar o nível da pertinência da obtenção do certificado para a sua integração social e profissional; conhecer a avaliação dos formandos sobre a implementação do Programa PPT.

Para a construção do questionário em muito contribuiu a consulta a sites de Internet; Glossário da DGERT – Avaliação da formação; estudos e teses do Observatório da Imigração do ACIDI, bem como a bibliografia e apontamentos disponibilizados nas aulas de Metodologia de Investigação, no âmbito do ano curricular do mestrado.

Através da aplicação de inquérito por questionário a formandos que frequentaram as acções de língua portuguesa para estrangeiros durante o ano de 2010, nas regiões Norte, Centro, Lisboa e Algarve, foi possível a obtenção de 133 respostas, obtendo-se uma caracterização sóciográfica da amostra. (Ver Anexo 6 e Anexo 7 – Tabela I)

Neste sentido, é de referir que este estudo é de natureza exploratória, assim, os resultados a seguir descritos devem ser interpretados de forma cautelosa, pois estão sujeitos às seguintes limitações:

a) a amostra foi intencional, não aleatória; b) o tamanho da amostra é muito pequeno:

c) em consequência de (a) e (b) os resultados não devem ser generalizados; d) em consequência de (a) e (b) os resultados não se prestam a inferências.

Através do questionário e considerando a sua pertinência vamos iniciar a apresentação dos dados que permitem a identificação do público-alvo.

Tabela 30 – Distribuição dos/as Formandos/as por Sexo, 2010

Variável Questionário (2010) Sexo Frequência Absoluta Frequência Relativa

Homens 54 41%

Mulheres 79 59%

Total: 133 100%

Do total dos inquiridos, verifica-se que 54 são do sexo masculino e 79 do sexo feminino, o que comparado com o universo dos formandos abrangidos no Programa PPT, as percentagens são de 47% para 41% no casos dos Homens e de 53% para 59% no caso das mulheres.

Tabela 31 – Distribuição dos/as Formandos/as por Escalão Etário, 2010

Variável Questionário (2010) Idade (anos) (Grupo Etário) Frequência Absoluta Frequência Relativa 15-19 5 4% 20-24 8 6% 25-34 38 29% 35-44 42 32% Mais de 45 40 30% Total: 133 100%

Fonte: SIIFSE 2010; Dados Inquérito por Questionário (2010) – produção própria

Na Tabela acima encontra-se a distribuição dos respondentes da nossa amostra por escalão etário, verificando-se que o Programa PPT abrange pessoas desde os 15 anos até mais de 45 anos, com maior predominância a partir dos 25 anos, o que equivale à idade activa.

Gráfico 1 – Distribuição dos/as Formandos/as por Situação face ao Emprego, 2010

26% 44% 20% 7% 2% 0% 10% 20% 30% 40% 50% Des empregado Empregado Inac tiv o Trab. por c onta própria Outro

Fonte: Dados Inquérito por Questionário (2010) – produção própria

Em termos de caracterização dos formandos por situação face ao emprego, constata-se que se mantém um grau elevado de formandos empregados, representando uma maioria de 44% o que permite aferir a importância da aprendizagem da língua portuguesa para a integração dos migrantes na sociedade de acolhimento. É de ressalvar que esta situação é equivalente quando se analisa o universo dos formandos abrangidos pelo Programa PPT. (Ver Anexo 7 – Tabela II)

No gráfico seguinte podemos verificar a distribuição dos formandos da nossa amostra, no que respeita aos anos de escolaridade detidos, sendo que é possível aferir a representatividade das diferentes habilitações literárias, desde ao pré-escolar até ao doutoramento/pós doutoramento, o que também caracteriza a diversidade de imigrantes que se encontra em Portugal.

Como se observa no gráfico 2 a maioria dos respondentes apresenta habilitações literárias de 9 anos de escolaridade (15%), seguido dos que possuem 12º anos de escolaridade

(35%) e por fim, os que possuem Bacharelato/Licenciatura, a representarem 42%. (Ver Anexo 7 – Tabela III)

Gráfico 2 – Distribuição dos/as Formandos/as por Habilitações Literárias, 2010

1% 2% 2% 15% 35% 42% 2% 2% 1% 0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% 40% 45% Pré -Esc olar 4 A nos 6 A nos 9 A nos 12 A nos Bac h./ L icen . Mes trad o Dou tora me nto/ Pós Dou N/ R Fonte: Dados Inquérito por Questionário (2010) – produção própria

O Programa PPT desde o seu arranque em 2008 tem abrangido uma diversidade de nacionalidades que abrange todos os continentes. No âmbito da caracterização das nacionalidades já realizada é possível afirmar que o Programa PPT já abrangeu mais de 106 nacionalidades diferentes no período de 2008-2010.

De igual forma a amostra deste estudo exploratório, conseguiu abranger formandos de 32 nacionalidades diferentes, sendo que as nacionalidades mais representativas são dos seguintes países: Ucrânia (30%), Reino Unido (14%), China (8%), Rússia (7%), depois Paquistão, Alemanha e Roménia com 5 %, respectivamente. (Ver Anexo 7 - Tabela V).

Considerando o acima exposto, tentou-se efectuar um paralelo entre os dados disponibilizados pelo SEF (stock estrangeiros por nacionalidade), em comparação com os dados dos mapas internos do Programa PPT para 2010 (distribuição dos formando/as por nacionalidade) e os resultados da amostra (distribuição dos inquiridos/as por nacionalidade).

Tabela 32 - Nacionalidades mais representativas da amostra vs Stock População Estrangeira Residente vs Formandos do Programa PPT, 2010

Total - 2010 Nacionalidades Stock

Imigrantes Programa PPT Amostra Programa PPT % face ao

China 15.699 375 11 3% Paquistão 2.604 271 7 3% Reino Unido 6 420 19 5% Roménia 36.830 376 7 2% Rússia 5.299 468 9 2% Ucrânia 49.505 2.135 40 2% Sub. Total: 109.943 4.045 93 2% Outras 335.319 4.237 40 1% Total Geral 445.262 8.282 133 2%

Assim, procedeu-se à elaboração da Tabela 32, considerando as nacionalidades mais representativas do estudo exploratório, para se fazer a projecção em termos do número total de formandos abrangidos pelo Programa PPT e a sua expressão no stock total de estrangeiros em Portugal, de acordo com os dados do SEF.

Analisando a Tabela 32 é possível observar que as nacionalidades mais representativas do estudo exploratório, em grosso modo representam 30% no stock de imigrantes em 2010 (dados provisórios SEF) e no que respeita aos formandos abrangidos do Programa PPT cerca de 49% do total. Assim, verifica-se que não obstante o presente estudo ser de âmbito exploratório, consegue ter uma expressão de 2% no âmbito do Programa PPT.

Gráfico 3 – Distribuição dos/as Formandos/as por Tempo de Permanecia em Portugal, 2010

4% 12% 18% 26% 6% 6% 0% 5% 10% 15% 20% 25% 30%

< 6 m 6-12 m 1 -2 anos 3-5 anos > 5 anos N/R

Fonte: Dados Inquérito por Questionário (2010) – produção própria

Inquiridos sobre o tempo de permanência em Portugal, a maioria dos respondentes declarou que estava há mais de 5 anos, representando 35% do total dos inquiridos. Por outro lado, verifica-se que o Programa PPT também dá resposta aos recém-chegados, na medida em que com permanência em Portugal com menos de 1 ano, temos 16% dos inquiridos. (Ver Anexo 7 - Tabela IV).