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PII – O Plano para a Integração de Imigrantes enquanto “directório “integrado” para a

PARTE II – POLÍTICAS DE INTEGRAÇÃO DE IMIGRANTES: actores, estratégias e

Capítulo 2 População Estrangeira e Políticas de Imigração e Integração em Portugal

3. PII – O Plano para a Integração de Imigrantes enquanto “directório “integrado” para a

As questões relativas às políticas de integração de imigrantes têm vindo a ganhar cada vez mais relevo na agenda politica europeia, com a Agenda Comum para a Integração e a adopção dos PBC para a integração dos nacionais de países terceiros na União Europeia; mas também na agenda nacional, pelo que foi criado o PII – Plano para a Integração de Imigrantes.

Este documento foi elaborado a partir de um trabalho conjunto de todos os ministérios, com contributos das organizações da sociedade civil recolhidos durante um período de discussão pública, que resultou num documento que espelha as sensibilidades da sociedade portuguesa.

3.1.I Plano para a Integração dos Imigrantes (2007-2009)

O PII – Plano para a Integração de Imigrantes (2007-2009) aprovado pela Resolução de Conselho de Ministros n.º63-A/2007, estabeleceu um conjunto de 120 medidas, numa articulação estreita com vários ministérios de diferentes áreas sectoriais com o objectivo de encetar uma política integrada e concertada de integração de imigrantes, em que seja visível o papel do Estado como principal aliado na implementação das políticas de integração. Ao todo, o plano inclui medidas nas áreas do acolhimento, trabalho, emprego e formação profissional, habitação, saúde, educação, solidariedade e segurança social, cultura e língua, justiça, sociedade de informação, desporto, descendentes de imigrantes, direito a viver em família – reagrupamento familiar, racismo e discriminação, liberdade religiosa, associativismo imigrante, media, relações com países de origem, acesso à cidadania e direitos políticos, questões de género e tráfico de

No que respeita ao acolhimento dos imigrantes estavam previstas as seguintes medidas de política (RCM n.º63-A/2007 de 03.05):

1 - Consolidação dos Centros Nacionais de Apoio ao Imigrante, através do reforço e alargamento das áreas de intervenção e apoio dos Centros Nacionais de Apoio ao Imigrante (CNAI), em Lisboa e no Porto, através do desenvolvimento de novos serviços adequados às necessidades dos imigrantes, sempre numa perspectiva de integração e cooperação de serviços públicos. Por outro lado, reforçar e consolidar o envolvimento dos mediadores socio-culturais como elementos estruturantes dos CNAI. Por último estimular o envolvimento mais aprofundado no Algarve, região com maior número de imigrantes, imediatamente a seguir à área metropolitana de Lisboa.

2 - Consolidação e alargamento da Rede de Centros Locais de Apoio ao Imigrante, mantendo em funcionamento os CLAII já existentes e promovendo a abertura de novos Centros em concelhos com presença significativa de imigrantes, com atribuições na informação, orientação e integração dos imigrantes no contexto local e com um forte envolvimento das autarquias e das instituições locais da sociedade civil.

3 - Consolidação da Rede Nacional de Informação ao Imigrante com vista ao reforço das várias ferramentas de informação, disponíveis em todos os suportes (papel, televisão, Internet, telefone), quer para informação aos imigrantes sobre direitos e deveres, quer para a sociedade de acolhimento em geral, nas várias línguas das principais comunidades estrangeiras presentes em território nacional.

No capítulo exclusivo sobre Cultura e Língua, prevê-se as seguintes medidas:

Medida 51 - Programa «Portugal Acolhe» (MTSS/IEFP, I.P.): alargar e optimizar o âmbito do programa «Portugal Acolhe», integrado no Programa de Intervenção para Trabalhadores Desempregados Imigrantes, da responsabilidade do IEFP, I. P., a um maior número de participantes, rentabilizando o investimento e adaptando-o a uma maior diversidade de contextos e de promotores.

Medida 54 — Investimento em cursos de formação de Português técnico (MTSS/IEFP, I. P., MCTES/DGES): desenvolver programas de formação em língua portuguesa, especializados para determinados contextos profissionais que exigem um vocabulário específico.

Estas medidas dão consistência ao entendimento que a hospitalidade e a integração com mais cidadania é um dos pilares fundamentais das políticas de imigração. Neste capítulo

com mais cidadania”, reforçando igualmente a “visão positiva da imigração, que reconhece o seu contributo económico, social e cultural e assume o compromisso pelo bom acolhimento e pela integração plena das comunidades imigrantes na sociedade portuguesa”. Para a concretização destas medidas foram definidos os indicadores, as metas a atingir, bem como os respectivos responsáveis políticos pela implementação das medidas, conforme se pode verificar na Tabela 10, abaixo identificada.

Tabela 10 – Resumo Medidas do PII (2007-2009): Cultura e Língua

Medidas Indicadores Responsáveis Metas

51. Programa Portugal

Acolhe (MTSS/IEFP, I.P.) . Número de formandos MTSS/IEFP, I.P. . 5000 Formandos em 2007 . Abranger 10.000 até 2009 54. Investimento em cursos

de formação de Português técnico (MTSS/IEFP, I.P., MCTES/DGES)

. Número de módulos/ áreas disponibilizadas

. Número de acções de formação . Número de formandos MTSS/IEFP, I.P. MCTES/DGES . 2 Módulos disponibilizados em 2007 (3 em 2008 e 4 em 2009)

. 20 Acções de formação ano . 300 Formandos/ano

Fonte: I PII – Plano para a Integração de Imigrantes (2007-2009)

O I Plano para a Integração de Imigrantes – PII (2007-2009) atribuiu à aprendizagem da língua enquanto factor de integração na sociedade de acolhimento, uma importância primordial e neste âmbito as metas previstas atingiram uma execução que compreende os 80% a 89%.

Não obstante os bons resultados obtidos no âmbito do I PII ainda havia a necessidade de consolidar respostas a necessidades ainda prementes do processo de integração, dar continuidade a medidas já implementadas no biénio 2007-2009, mas também encontrar novas formas de actuação. Assim, pelo seu interesse e face à importância dos contributos da sociedade portuguesa em geral e das comunidades imigrantes em particular, foi colocado à discussão pública o Anteprojecto do II Plano para a Integração dos Imigrantes 2010-2013, que esteve aberto até 23 de Julho de 2010.

3.2.II Plano para a Integração dos Imigrantes (2010-2013)

Actualmente, encontra-se já aprovado o II PII – Plano para Integração de Imigrantes, que foi publicado a 17/09/2010 no Diário da República, consubstanciada na Resolução de Conselho de Ministros n.º 74/2010. A aprovação do II Plano para a Integração de Imigrantes renova os objectivos do Estado português relativamente a esta temática, dando continuidade a uma nova geração de políticas sociais que têm por objectivo concretizar os compromissos sectoriais do Estado.

O II PII (2010-2013) inclui 90 medidas e abrange uma intervenção em 17 áreas, quatro delas novas: diversidade, interculturalidade, idosos imigrantes e imigrantes em situação de desemprego. O novo PII assenta na avaliação do Plano anterior e na identificação das

necessidades de intervenção para o período 2010-2013, beneficiando do contributo de todos os ministérios e da participação da sociedade civil, em especial através das associações de imigrantes ou de outras entidades que trabalham com imigrantes.

A estruturação do novo PII enquadra um total de 17 áreas de intervenção, sendo de ressalvar: acolhimento; cultura e língua; emprego, formação profissional e dinâmicas empresariais; educação; solidariedade e segurança social; saúde; habitação; acesso à cidadania e participação cívica; promoção da diversidade e da interculturalidade e questões de género.

No que respeita às medidas de acolhimento de imigrantes estão previstas as que a seguir se identificam:

• Medida 1 - Consolidação dos CNAI - Centros Nacionais de Apoio ao Imigrante – esta medida visa consolidar os CNAI em termos de capacidade de resposta dos gabinetes e serviços que o integram, e de estrutura de referência para o acolhimento e integração dos imigrantes em Portugal.

• Medida 2 - Consolidação dos CLAII - Centros Locais de Apoio à Integração dos Imigrantes através do alargamento dos serviços prestados para o acolhimento e a integração dos imigrantes, nomeadamente com a realização de estudos de diagnóstico que visam conhecer as dinâmicas migratórias a nível local.

• Medida 3 - Reforço da Rede Nacional de Informação ao Imigrante, neste âmbito o enfoque centra-se na melhoria da informação prestada aos imigrantes, direccionado para a divulgação dos recursos e serviços disponíveis, bem como dos direitos e deveres dos imigrantes. A melhoria da informação será um objectivo em todos os canais de comunicação e procurará, de modo especial, superar as barreiras linguísticas.

No II PII as medidas relativas à promoção da aprendizagem da língua do país de acolhimento encontram-se no Cap. 2 – Cultura e Língua e apresentam os seguintes desafios: “Medida 7 – Consolidação do Programa Português para Todos (PCM/ACIDI, I. P; ME; MTSS/IE FP, I. P):

• Dar continuidade ao Programa Português para Todos (PPT), que visa o desenvolvimento de cursos de Português básico e de Português técnico dirigidos à população imigrante, potenciando o conhecimento da Língua Portuguesa como factor de integração.

• Alargar o PPT aos níveis B1 e B2 (Nível Intermédio do Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas), de forma a facilitar aos imigrantes um maior domínio da língua

• Promover a divulgação dos cursos de formação de Português técnico, mediante uma estratégia de marketing a utilizar pelas entidades formadoras que ministram cursos de PPT.

Estas medidas ainda que se enquadrem nas anteriores identificadas no I Plano para a Integração dos Imigrantes, trazem a mais valia de enquadrar um novo desafio ao Programa PPT, a possibilidade dos imigrantes que já possuem competências de nível A2 - Utilizador Elementar frequentar acções de língua portuguesa que certificam ao nível B2 – Utilizador Independente. Este nível permite ao imigrante aumentar o nível de proficiência linguística e confere a possibilidade de ser actor social activo, cidadão de pleno direito para a defesa dos direitos e cumprimento dos seus deveres.

As medidas acima identificadas, apresentam as seguintes metas e indicadores, conforme a Tabela abaixo:

Tabela 11 – Resumo Medidas do PII (2010-2013): Cultura e Língua

Medidas Indicadores Responsáveis Metas

Número de formandos.

Número de acções de formação de língua portuguesa.

- 4500 Formandos por ano. - 160 Acções de formação por ano.

Número de acções de formação de português técnico.

Número de acções de divulgação dos cursos de formação de português técnico.

- 10 Acções de formação por ano envolvendo 150 formandos por ano.

- 5 Acções de divulgação por ano. 7 - Consolidação do

PPT.

Prazo de alargamento do PPT aos níveis B1 e B2.

PCM/ACIDI, I. P; ME; MTSS.

Prazo de alargamento do PPT aos níveis B1 e B2 até 2012.

Fonte: II PII – Plano para a Integração de Imigrantes (2010-2013)

Capítulo 3 - A promoção do ensino/ aprendizagem da língua enquanto componente das