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Constantemente a economia brasileira vem passando por um processo de transformação para o ajustamento aos novos padrões de expansão da economia mundial. Desde o início da década de 90, o setor madeireiro vem apresentando representativos índices crescentes na composição do produto interno bruto (PIB), volume de exportações e geração de empregos, o setor representa 1,2% do PIB nacional e geração de 2.1 milhões de empregos (MATOS, 2004).

O setor madeireiro vem crescendo a cada ano, e com ele crescem as exigências de mercado que se preocupa cada vez mais com o meio ambiente. Para o cumprimento de tais exigências torna-se necessária a criação de métodos adequadas ao desenvolvimento de monitoramentos e manejos nas áreas de cultivo da madeira, preservando e reestruturando os recursos naturais.

A Região Sul do país segundo Mattos (2004), vem se destacando principalmente pelo grande avanço em relação às florestas plantadas. As atividades madeireira e florestal possuem grande importância para a economia e geração de emprego nos estados de Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Este segmento gera para o Brasil 6,5 milhões de empregos. Deste número dois milhões estão localizados nos estados do Sul, o que representa 31% do total de pessoas empregadas nesta região, segundo revista Referência (2013), a mesma publicação fala que a área florestal compreendida nos três estados é formada por nove milhões de hectares de florestas nativas e 1,538 milhão de hectares de plantadas. Explica também que no Rio Grande do Sul, onde cerca de 340 mil hectares estão plantados com florestas comerciais, a estimativa é de que mais um

milhão de hectares possam ser implantados no período entre 10 e 15 anos, "O potencial do território gaúcho é imenso”.

Segundo SEBRAE (2009), na região Noroeste do Rio Grande do Sul, destaca-se na atividade moveleira cresceu significativamente nos municípios de Santa Rosa, Três de Maio, Nova Candelária e Crissiumal, onde esta atividade, aos poucos, assume grande importância na economia regional através da geração de renda e empregos.

Conforme dados da Associação das Indústrias de Móveis do Estado do Rio Grande do Sul (Movergs), 80,4% das empresas moveleiras são considerados microempresas. Os principais móveis produzidos são: dormitórios (56,2% das empresas), cozinhas (48,8%), móveis sob medida (35,6%) e móveis de banheiro (24,8%).

Dessa forma, cada vez mais as empresas do setor madeireiro devem estar preparadas a suprir a demanda da matéria-prima, (a madeira), porém de forma sustentável que não ocorra à degradação do meio ambiente.

4.1.1 Caracterização da Organização “A”

A empresa está localizada na região noroeste do Estado do Rio Grande do Sul. Iniciou suas atividades e está há 35 anos, tem como missão oferecer aos clientes um ótimo atendimento, na busca constante pelo aperfeiçoamento na qualidade de seus produtos.

É de pequeno porte e seu faturamento enquadra no simples, é de um único proprietário, no qual o mesmo é responsável por todos os processos administrativos: financeiro, marketing, recursos humanos, produção entre outros.

A serraria fornece uma infinidade de serviço como: cortes de tábuas, palanques e tramas para cercas, caibros e ripas para construção, confecciona “tesouras” para telhado, pranchas. Os caibros são utilizados na sustentação das ripas de telhados ou de assoalhos; as pranchas são utilização também para a sustentação do telhado.

O que também fortalece a organização é o conhecimento que o proprietário possui sobre o material. A empresa faz todo o tipo de orientação da madeira que

deve ser utilizada em diversas formas de construção, criando assim um ótimo vínculo com os seus clientes.

Destina-se a atender à demanda de clientes e consumidores por beneficiamento de madeira, na qual corta, derrubam as toras, fazem o corte em forma de tábuas e faz a secagem. A secagem da madeira é utilizada para diminuir a sua umidade da madeira e obter uma maior qualidade do produto final, objetivo da secagem é para assegurar que não ocorra nenhum movimento da madeira.

A empresa ocupa uma área construída de 300 m² incluindo galpões de secagem, corte e armazenamento das madeiras. A área externa, incluindo o pátio de carga e descarga e armazenamento, ocupa uma área de 5.000 m². A serraria utiliza os seguintes equipamentos: um trator, motosserras, serra fita para o desmembramento das toras e serra circular para o corte, possui três caminhões para realizar o transporte próprio das entregas dos produtos e a retirada das torras da floresta.

A organização em relação ao fornecimento de matéria-prima, observou-se que o próprio proprietário realiza o corte e a retirada da mata, possui transporte próprio no qual agiliza o processo produtivo e a entrega dos produtos.

O seu quadro de colaboradores atual são de três funcionários, destaca-se um colaborador que está trabalhando na empresa há 24 anos, isso mostra a fidelidade do mesmo com a empresa. É ele que conduz a serra fita que corta as torras no formato em tábuas, os outros são divididos entre a derrubada de matas, o corte de pranchas na serra fita, corte na serra circular e transporte da madeira.

Observou-se que a organização não desenvolve atividades envolvendo a comunidade que está inserida, faltando a responsabilidade social.

A empresa possui como característica importante à valorização dos clientes, oferecerem produtos com alta qualidade e um atendimento de forma cordial aos mesmos.

4.1.2 Caracterização da Organização B

Iniciou as suas atividades em junho de 1999, estando há 14 anos atuando na região noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, atualmente o seu quadro de funcionários é de 15 funcionários dentre eles uma secretária, um gerente de produção e 13 pessoas na linha de produção.

O seu espaço construído para o galpão de produção, o corte da madeira e a montagem das peças é de 700m², não incluindo a área externa de mais 300 m².

A sua produção atende o seu principal cliente, que aproximadamente adquire 95% da sua produção é a AGCO DO BRASIL, planta Santa Rosa e Ibirubá, sendo que os outros 5% atendem outras empresas que também fornecem a AGCO.

Constatou-se que a mesma possui uma boa tecnologia nas máquinas que realizam o corte da madeira em seu processo produtivo, bem como possui uma máquina especialmente que suga a serragem do chão, pra evitar a criação de poeira e a mesma fica armazenada em um silo na parte externa da empresa.

Os produtos fabricados são as caixarias para colocar as peças das máquinas. Em relação ao fornecimento da matéria-prima (as tábuas) são adquiridas de outra madeireira da mesma cidade, no qual não possuem uma parceria voltada para a sustentabilidade no negócio.

Percebe-se que a organização não fornece qualquer tipo de qualificação aos seus colaborados, sendo que os mesmos aprendem o processo produtivo somente a base da observação do colega de trabalho ao lado.

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