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O Agrupamento Vertical de Escolas Arco-Íris (AVE Arco-Íris) situa-se no extremo norte de um concelho urbano da Área Metropolitana da Grande Lisboa (AMGL).

Com uma área de cerca de 24Km2, o concelho é constituído por 11 freguesias e tem uma população predominantemente urbana.

Nos anos 40 do século XX este concelho assistiu a um surto demográfico motivado pela electrificação da via-férrea e pela criação do seu Parque Industrial. A fixação na zona de pessoas oriundas de todo o país, e dos Países de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), contribuiu para um acelerado crescimento demográfico que se verificou até à década de 80 e para a elevação a cidade no ano de 1979. Este crescimento populacional diminuiu a partir da década de 80, e desde os anos 90 a população tem vindo a diminuir. De facto, de mais de 180 000 habitantes passou-se para cerca de 175 000 habitantes no ano 2001 (segundo dados do censo de 2001). A redução da taxa de natalidade aponta para uma tendência negativa do crescimento populacional e tem-se reflectido na diminuição do número de alunos, o que já conduziu ao encerramento de uma escola do 3.º ciclo do concelho, no ano lectivo 2002/2003. Apesar de a sua população ter vindo a diminuir, este concelho ainda apresenta a maior densidade populacional do país o que, aliado ao facto de ter uma reduzida área, conduziu a graves problemas habitacionais, nomeadamente à proliferação de bairros de construção clandestina.

O nível de escolaridade dos habitantes desta região é muito heterogéneo, indo do analfabetismo até à licenciatura. Quanto à actividade profissional, a maioria dos residentes no concelho trabalha no sector terciário (no concelho ou fora dele). Embora a actividade económica predominante seja a industrial, verifica-se, actualmente, uma terciarização da economia do concelho.

A maioria das freguesias do concelho possui escolas do ensino básico e secundário, bibliotecas (1 municipal e 1 por freguesia), infra-estruturas desportivas municipais e/ou pertencentes a colectividades, e equipamentos de natureza sociocultural, tais como associações culturais e centros de saúde.

Do conjunto das onze freguesias que constituem este concelho, a freguesia em que está situado o território educativo servido pelo AVE Arco-Íris é uma das quatro que mantém uma tendência de crescimento populacional, com uma estrutura etária relativamente jovem e na qual não se fazem ainda sentir as questões de envelhecimento dos seus habitantes, ao contrário do que acontece no resto do concelho.

Tal facto fica a dever-se, por um lado a um acentuado crescimento urbano, com a construção de diversas urbanizações em altura destinadas à classe média e média alta, e, por outro lado à construção de algumas urbanizações a “custos controlados”, destinadas ao realojamento de populações deslocadas de bairros degradados de outros pontos do concelho e de concelhos limítrofes. (Diagnóstico Social do Concelho X, 2004).

A freguesia que na época correspondia ao limite norte do concelho, para além de um pequeno aglomerado habitacional localizado junto à via-férrea que atravessa o concelho, era constituída por um conjunto de terrenos (casais) que tradicionalmente correspondiam a explorações agrícolas. No entanto, a forte pressão urbanística, associada ao facto de as vias de comunicação entretanto criadas aproximarem essas zonas da grande metrópole, a que acrescia a necessidade de ordenamento do território por parte dos responsáveis pelo novo município, acabaram por determinar uma forte urbanização da freguesia, associada ao aumento significativo da população, numa altura em que já se começava a fazer sentir um decréscimo populacional, tanto na área metropolitana, como em algumas freguesias do concelho.

Essa pressão demográfica obrigou à criação de novos equipamentos sociais, nomeadamente escolas e outros equipamentos destinados às crianças e jovens.

Dessa forma, em 1983 foi construída uma escola do 1º ciclo localizada no coração de uma nova urbanização, maioritariamente habitada por elementos da classe média ligados ao sector terciário, quadros médios e alguns profissionais liberais. Nestas circunstâncias, a população escolar desta escola era maioritariamente constituída por crianças cujos pais valorizavam a escola enquanto instrumento de mobilidade social, o que permitiu criar um padrão de referência elevado em termos da qualidade do serviço educativo prestado pela escola, ao mesmo tempo que proporcionou a criação de uma cultura de exigência em relação às aprendizagens e aos comportamentos dos alunos.

Já no início da década de 90 foi construída uma nova escola no interior da urbanização, embora pertencendo a uma freguesia limítrofe. Essa escola, destinada a

alunos do 2º e 3º ciclo do ensino básico, veio dar resposta a uma crescente procura por parte da população escolar, que tinha aumentado significativamente ao longo dos anos anteriores.

Em 1997 deu-se uma reorganização administrativa do concelho tendo sido criadas novas freguesias, entre as quais se encontra a Nova Freguesia do Norte (NFN), na qual se situa o AVE Arco-Íris. Nesse mesmo ano foi criada pela portaria n.º 560 A/97 de 25 Julho 1997 a escola do 2º e 3º ciclo que viria a tornar-se a sede do AVE Arco-Íris, sobre o qual incidirá o nosso estudo.

1.2. Carta Escolar do Concelho

«Cada edifício escolar tem a sua capacidade inicial, mas ao longo do tempo, as necessidades prementes de acolhimento dos alunos, implicam que o funcionamento se tenha vindo a fazer em regime de desdobramento o que eleva a taxa de ocupação da escola.» (Carta Escolar do Concelho X, 1999)

Embora de construção recente, à data da publicação da carta escolar, a escola sede do AVE Arco-Íris só não tinha ultrapassado a sua capacidade inicial em virtude de ainda não ter em funcionamento o 9º ano de escolaridade, o que aconteceu no ano seguinte. A sobrelotação tem impedido desde então o funcionamento em regime normal.

Tal facto enquadrava-se com naturalidade nas linhas orientadoras da Carta Escolar, na qual se afirmava que «a rede escolar do Município, já caracterizada, consiste num conjunto de equipamentos que asseguram a oferta da educação e ensino em função do seu potencial demográfico – a procura.»

Embora enunciando a intenção de fixar a população escolar nos estabelecimentos da sua área de residência, o documento reconhece que as decisões de política e planeamento não permitem atingir esse objectivo na totalidade, uma vez que também é necessário atender às opções individuais dos cidadãos. A estimativa desse desvio foi fixada em cerca de 20% até ao ano de 2011.

Simultaneamente, a análise prospectiva para o período 1997/2011 apontava para as seguintes tendências:

i. Aumento do peso relativo do 1º ciclo, embora com diminuição em termos absolutos;

ii. Diminuição em termos absolutos do 2º e 3º ciclo, com um decréscimo gradual do número de alunos até 2003 e posterior estabilização;

iii. Diminuição em termos absolutos e relativos do ensino secundário, podendo inverter-se a situação no caso de alargamento da escolaridade obrigatória;

iv. Diminuição global do número de alunos no ensino público, com especial incidência no período até 2002.

Em termos globais a tendência apontava para a diminuição da população escolar, embora com flutuações pontuais, em função da localização das escolas e da estrutura etária dos bairros servidos por elas.

2. Dados do Projecto Educativo