• Nenhum resultado encontrado

CARREIRA DOS EGRESSOS DO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS: ESCOLHAS, DESAFIOS E CONQUISTAS

Daniel Orlando Chagas Bacharel em Ciências Contábeis - UNIFAE daniel.chagas@sou.fae.br

Vitória Aparecida Silva Valério Bacharel em Ciências Contábeis - UNIFAE vitoria.valerio@sou.fae.br

Fernanda Menezes Ferrari Esteves Professora UNIFAE fernanda.esteves@prof.fae.br

RESUMO

O mundo atual exige do profissional da área contábil conhecimento que transcende a técnica, com competências para entender o negócio, visando orientar o gestor e participar das decisões de forma consciente. Neste contexto, a aproximação da instituição de ensino e dos seus egressos permite entender como eles estão no mercado de trabalho, com seus desafios e conquistas. Desta forma, o objetivo geral desta pesquisa foi evidenciar as principais escolhas de carreira e dificuldades encontradas pelos egressos de Ciências Contábeis do Centro Universitário das Faculdades de Ensino - UNIFAE, que concluíram o curso nos últimos cinco anos. A pesquisa foi realizada por meio de um questionário online (Google Forms) enviado aos egressos identificados na rede de contatos dos pesquisadores e professores do curso. Apesar do curso de ciências contábeis proporcionar um grande portfólio de escolhas de atuação, nota-se que, ainda assim, os egressos respondentes encontraram algumas dificuldades para ingressar no mercado de trabalho. A insegurança em relação ao preparo para atuação no mercado de trabalho é natural entre os recém formados, mas poderia ser minimizada durante a graduação, intensificando-se o uso de softwares de uso contábil, a realização de visitas técnicas e de projetos junto à Empresa Jr. Estas ações poderiam fortalecer as três competências que os egressos ressaltaram sentir mais falta: competência técnica, pensamento analítico e resolução de problemas. De forma geral, os objetivos desta pesquisa foram alcançados, mostrando a trajetória inicial dos egressos do curso de Ciências Contábeis da UNIFAE e trazendo importantes reflexões para os atuais estudantes e também para a instituição, na busca de melhorias.

Palavras-chave: egresso; carreira; ciências contábeis.

Introdução

De acordo com Lousada e Martins (2005), egresso é o indivíduo que concluiu a graduação e está apto para iniciar no mercado de trabalho. Botelho (1990) afirma que as empresas necessitam de profissionais que tenham visão de futuro, que trabalhem o hoje pensando no amanhã, mas para isso, precisam preparar seus profissionais para enfrentar tais desafios. As universidades têm importância fundamental na formação das competências dos estudantes para atuarem com excelência no mercado de trabalho pois é, no decorrer dos anos letivos, que o aluno tem a oportunidade de se preparar, acertar, errar e aprender com erros; depois de formado, atuando na profissão, o profissional corre atrás de aperfeiçoar suas práticas (RODRIGUES, 2009).

Lousada e Martins (2005) reforçam que uma das finalidades da universidade é inserir na sociedade diplomados aptos para o exercício profissional; nesse aspecto, a integração universidade-mercado de trabalho é fundamental. É fato que cada vez mais são maiores as expectativas em torno dos egressos e as instituições de ensino superior precisam acompanhar essas necessidades do mercado.

Segundo Viega et al. (2018), os egressos do curso de Ciências Contábeis precisam estar preparados nas mais diversas áreas de conhecimento para que sejam capazes de fornecer informações relevantes aos administradores e usuários das informações contábeis. O mundo atual exige do profissional da área contábil um conhecimento que transcende a técnica, busca um profissional com competências para entender o negócio, visando orientar o gestor e participar das decisões de forma consciente. Dessa forma, recai para os profissionais a exigência de um novo perfil, mais condizente com a atual dinâmica assumida pelas organizações (LEAL, SOARES e SOUZA, 2008).

Para Marion e Marion (2000), no mercado atual, não há mais espaço para profissionais contábeis com postura retraída, tímida e submissa. O contador deve ser um profundo conhecedor dos problemas, necessidades e gerenciador de informações econômicas, financeiras e patrimoniais da empresa, podendo dessa forma, atuar em sua continuidade e crescimento. Esse profissional apresenta-se como um tradutor das informações e não simplesmente como um apurador de dados (MARION e SANTOS, 2001).

Neste contexto, que apresenta um mercado cada vez mais exigente para os profissionais contábeis, a aproximação da instituição de ensino e dos seus egressos permite entender como eles estão no mercado de trabalho, com seus desafios e conquistas. Esse entendimento sobre os egressos é de extrema importância, pois é a partir do perfil do profissional que deseja formar que se estabelecem as competências profissionais de uma área e esse perfil ideal deve estar presente no planejamento do curso (ORO, NAUE, STÜRMER e BRITO, 2008).

Os resultados desta pesquisa poderão auxiliar a instituição a verificar se está cumprindo os objetivos propostos e oferecendo condições para formar um profissional qualificado e diferenciado no mercado de trabalho. A mesma poderá, com os resultados obtidos, adequar o currículo do curso às necessidades do atual mercado de trabalho. O trabalho também proporcionará aos alunos atuais uma visão das possibilidades de carreira e dos principais desafios encontrados, permitindo que possam fazer o planejamento de suas carreiras e das ações de desenvolvimento de forma mais adequada.

Desta forma, o objetivo geral desta pesquisa é evidenciar as principais escolhas de carreira e dificuldades encontradas pelos egressos de Ciências Contábeis do Centro Universitário das Faculdades de Ensino - UNIFAE, que concluíram o curso nos últimos cinco anos.

Como objetivos específicos, serão destacados:

● Mapear as principais áreas de atuação escolhidas pelos egressos do curso de Ciências Contábeis.

● Levantar as principais dificuldades encontradas pelos egressos para ingressar na área de atuação escolhida.

● Identificar potenciais melhorias na formação dos alunos atuais (no curso e também ações de autodesenvolvimento) que possam minimizar tais dificuldades.

A realização deste trabalho foi baseada em uma revisão bibliográfica sobre as escolhas e desafios de carreira do profissional contábil, bem como das exigências do mercado de trabalho atual. Depois, foi realizado um levantamento da realidade dos egressos formados nos últimos cinco anos no curso de Ciências Contábeis da Unifae e então foi possível descrever os diferentes aspectos levantados na teoria aplicados a este público específico.

Método

Segundo Martins e Theóphilo (2000), “o objetivo da metodologia é o aperfeiçoamento dos processos e critérios utilizados na pesquisa. Por sua vez, o método (do grego méthodos) é o caminho para se chegar a determinado fim ou objetivo”.

Baseada em sua forma de abordagem, esta pesquisa pode ser caracterizada como qualitativa, pois seu foco principal está na interpretação detalhada de um fenômeno (NIELSEN, DE FARIA OLIVO e MORILHAS, 2017), no caso, a carreira dos egressos.

Essa pesquisa constitui, de acordo com seus objetivos, uma pesquisa descritiva. Para Farias Filho e Arruda Filho (2013), uma pesquisa descritiva visa descrever as características de uma determinada população ou fenômeno, ou o estabelecimento de relações entre variáveis.

O estudo usa como técnica para coleta de dados a pesquisa de levantamento.

Para Martins e Theóphilo (2000), esses procedimentos são usados quando se deseja conhecer as peculiaridades de determinadas pessoas ou grupos, ou seja, suas variáveis e suas ligações.

A pesquisa teve como participantes os egressos do Centro Universitário das Faculdades Associadas de Ensino – UNIFAE do curso superior de Ciências Contábeis, localizada na cidade de São João da Boa Vista, que terminaram a graduação nos últimos cinco anos (a partir de 2017). O projeto foi aprovado pelo Conselho de Ética em Pesquisa da UNIFAE, sob no. CAAE 58321522.0.0000.5382.

A pesquisa foi realizada por meio de um questionário online (Google Forms) enviado aos egressos identificados na rede de contatos dos pesquisadores e professores do curso. As questões investigaram a situação dos egressos e suas tomadas de decisões após o término do período estudantil.

Após o encerramento do prazo de resposta (cerca de um mês), os dados foram consolidados e analisados, buscando identificar o perfil pessoal e profissional dos egressos, bem como as principais escolhas e dificuldades encontradas por eles no mercado de trabalho.

Considerando-se que toda pesquisa envolvendo seres humanos traz riscos e benefícios aos participantes, esta pesquisa compromete-se ao sigilo das informações individuais, utilizando apenas os dados de forma consolidada. Existia também a

possibilidade de ocasionar estresse e cansaço ao responder o questionário; tais riscos foram minimizados com a elaboração de um questionário enxuto e apenas com questões objetivas. Como benefício, destaca-se a possibilidade, em caso de interesse do participante, de ter acesso aos resultados da pesquisa, de forma que possam refletir sobre sua carreira.

Desenvolvimento teórico Mercado de trabalho contábil

No sentido clássico, o trabalho é um produto, no qual os trabalhadores são vendedores, os empregadores atuam como compradores, os salários são considerados o preço e o mercado de trabalho representa o espaço onde ocorrem estas transações. As diferenças de preço entre companhias serão reduzidas com o livre deslocamento dos trabalhadores entre organizações, o que permite que, eventualmente, se alcance o equilíbrio dos salários em todo o mercado. Este arranjo está inserido no sistema mais amplo da produção capitalista, cumprindo duas funções:

aloca os trabalhadores de uma sociedade em diferentes espaços produtivos e assegura renda àqueles que participam desta relação (HORN, 2006).

Com as mudanças nas organizações, a procura do mercado por profissionais com conhecimentos consolidados, torna-se um item relevante por muitas instituições.

Em relação a contabilidade, essa lógica não é diferente. Para Pitela (2000), existem inúmeros estudos acadêmicos acerca dos problemas que envolvem a formação de um profissional dessa área. Cardoso, Souza e Almeida (2006) afirmam que o contador é questionado, assim como os demais profissionais, quanto à sua efetiva contribuição ao agregar valor às organizações.

Segundo Ferreira e Angonese (2015), pesquisadores e órgãos da contabilidade demonstram um interesse constante sobre a atuação do profissional contábil na sociedade. Buscar o entendimento entre as expectativas da oferta e a demanda de contadores no mercado de trabalho atual é essencial para a criação de estratégias por parte dos cursos de graduação que são responsáveis por manter essa consonância.

O mercado na área contábil tende a gerar concorrência entre os interessados que buscam uma posição de destaque neste espaço profissional, dessa forma, os

alunos do curso de ciências contábeis, que estão no processo de aprendizagem, precisarão demandar mais esforços para adquirir conhecimentos interdisciplinares que envolvam saberes tanto da sua área de atuação como de outras para poderem, assim, atingir às expectativas exigidas pelo mercado e, consequentemente, contribuir no cumprimento do objetivo da contabilidade (SILVA, 2017).

Carreira contábil

A gestão de carreiras é um campo de estudos que se desenvolveu com maior força a partir da segunda metade da década de 1970 e tem evoluído constantemente ao longo desses anos. Partindo de um contexto em que a principal preocupação era o seu desenvolvimento dentro das organizações, as teorias sobre carreiras focaram nos principais componentes da carreira e na integração entre os objetivos do indivíduo e da organização (KILIMNIK; VISENTIN, 2014). Com o passar dos anos e o aumento da quantidade de estudos no campo das carreiras, houve mais dispersão. Ocorreu uma migração de temáticas focadas na relação entre o indivíduo e a organização para a análise de fatores pessoais, mais voltados para a vida profissional de uma pessoa ao longo da sua trajetória de vida (ARTHUR; HALL; LAWRENCE, 1989).

O ramo da contabilidade oferece muitas oportunidades de carreira. O profissional deve escolher a área de atuação que se identifica melhor. Mas, para isso é necessário muita dedicação, conhecimento e perseverança para ingressar na área escolhida.

O conhecimento é fundamental para o acadêmico se tornar um profissional consciente de suas escolhas. O processo de educação, segundo Schein (1996), pode ser simples ou complexo, havendo muitas opções durante esta fase e que vão se tornando mais claras e se transformando. Em alguns casos, as fases da carreira externa exigem cedo uma tomada de decisão, a fim de assegurar que todos os pré‐requisitos necessários para o exercício da profissão sejam atendidos durante o período educacional.

Apesar disso, certas características pessoais são fundamentais como, por exemplo, o domínio da língua inglesa quando se quer seguir carreira em uma empresa multinacional. Também devem ter a capacidade de se relacionar com outras pessoas, seja com outros funcionários da empresa ou com clientes (DAHER, 2007). Diversos são os requisitos necessários para se obter sucesso quando se

opta por seguir determinada carreira na profissão contábil. À medida que as pessoas se movimentam em suas carreiras, aquilo que são capazes de fazer, e sua competência, se alteram. Esta evolução pode ser resultado de seus próprios esforços ou estar relacionada a um treinamento específico ou circunstancial, a oportunidades proporcionadas pelo empregador ou pela profissão. (SCHEIN, 1996).

Principais escolhas e desafios relacionados à carreira contábil

O mercado de trabalho possibilita diversas áreas de atuação da contabilidade com boas vagas de emprego, como, por exemplo: atuar com questões patrimoniais, tributárias, fiscais e até trabalhistas. Com tantas possibilidades, a profissão tem crescido cada vez mais, já que qualquer empresa, seja de grande ou pequeno porte, necessita de um profissional de contabilidade capacitado para estar à frente de toda a parte burocrática.

Apesar das inúmeras oportunidades de trabalho, a globalização, os avanços e mudanças na realidade contemporânea, é exigido dos profissionais que ingressam no mercado uma grande preparação e até mesmo experiência prática em determinadas áreas. As competências multidisciplinares e até mesmo os aspectos de empreendedorismo e gerência tem que fazer parte do know‐how de quem almeja uma carreira de sucesso. Desta forma, o aluno deve comprometer‐se com um constante aprimoramento profissional e pessoal. (ALMEIDA, 2010, p. 25)

De acordo com Marion (2022), o contador pode atuar em quatro diferentes áreas, listadas na tabela 1.

Tabela 1: Áreas e atuações do contador

Áreas Atuações

Empresa - Planejador Tributário

- Analista Financeiro - Contador Geral

- Cargos Administrativos - Auditor Interno

- Contador de Custos - Contador Gerencial - Contador Internacional

Autônomo - Auditor Independente

- Consultor

- Empresário Contábil - Perito Contábil

- Investigador de Fraude

Ensino - Professor

- Pesquisador - Escritor - Parecerista - Conferencista

Órgão Público - Contador Público

- Agente Fisc. de Renda - Diversos Conc. Públicos - Tribunal de Contas - Oficial Contador Fonte: MARION, 2022

A Contabilidade, como conhecemos hoje, é resultado de um grandioso processo de evolução, que ao longo do tempo, vem se adaptando às novas tendências e se aperfeiçoando por meio dos desafios e necessidades enfrentadas.

Os padrões de mercado no mundo atual somado às exigências governamentais, principalmente neste período da pandemia, fazem com que o contador seja um profissional essencial para a obtenção de informação que venha auxiliar empresários e gestores a tomarem as melhores decisões acerca do desenvolvimento, riscos e oportunidades de seu empreendimento. Neste cenário o contador tem um papel fundamental, por isso, agora, mais do que nunca, os contadores devem se informar e estudar sobre todos os cenários e medidas impostas pelo governo (CORRÊA, 2020).

Resultados e Análises

Durante trinta e oito dias de coleta, o questionário foi enviado para 145 egressos e obtivemos 34 respondentes (taxa de resposta de 23,4%). Os resultados da pesquisa foram apresentados em três partes: a primeira descreve o perfil do respondente, a segunda descreve a formação acadêmica e a terceira é sobre a atuação profissional.

Entre os egressos respondentes, temos 22 mulheres (64,7%) e 12 homens (35,3%) com a margem de idade variando entre 20 e 30 anos (88,2%) e 31 e 40 anos (11,8%), e a maioria deles (35,3%) mora e trabalha em São João da Boa Vista, o restante trabalha em diversas cidades da região.

Quando questionados sobre a percepção de preparação para o mercado de trabalho (figura 1), nenhum dos respondentes se declarou totalmente preparado e cerca de 53%, pouco preparado. 75% dos respondentes afirmaram sentir falta de competência técnica, seguidos pelas competências de pensamento analítico e inovador e a competência de resolução de problemas. Apesar dessa percepção, cerca de 75% dos entrevistados consideram que o curso possibilitou a entrada no mercado de trabalho e 65% afirmam que aprimoraram seus conhecimentos durante a graduação.

Figura 1: O quanto os egressos se sentem preparados para o mercado de trabalho

Fonte: Autores

Em relação às disciplinas em que os egressos julgaram mais importantes para a prática profissional (nesta questão, os egressos poderiam escolher quantas alternativas julgassem necessárias), destacam-se como mais importante as análises de demonstrações contábeis (44,1%), em segundo, conteúdos de administração e contabilidade fiscal e tributária, ambos com 38,2% e em terceiro, contabilidade e análises de custo com 35,3%.

Sobre as atividades que poderiam ser melhor exploradas ao longo dos quatro anos de formação, os respondentes destacaram as visitas técnicas, às atividades usando softwares e também atuações em projetos da Empresa Jr, conforme demonstrado na figura 2.

Figura 2: Atividades que poderiam ser melhor exploradas no curso de graduação.

Fonte: Autores

Sobre a continuidade da formação, apenas 12% dos egressos respondentes já cursaram ou estão cursando uma pós graduação e apenas 18% possuem o registro no CRC (Conselho Regional de Contabilidade).

Atualmente, cerca de 62% dos egressos que responderam a pesquisa trabalham no mercado contábil e 31% dos que não trabalham na área hoje, já trabalharam. Para estes não estão na área contábil, foi questionado o motivo e as respostas principais foram insegurança profissional (não se sentir totalmente capacitado), com 31% dos respondentes, e exigência de experiência prévia pelo empregador, com 31% também.

Em relação aos egressos respondentes que atuam hoje na área contábil, 60%

deles declararam dificuldade regular para entrar neste mercado e no início de carreira, nota-se na figura 3, que tiveram grande dificuldades em questões tributárias (68%), conhecimento de guias contábeis, formulários e documentos relacionados à contabilidade (60%) e também na utilização de softwares contábeis (48%).

Figura 3: Dificuldades encontradas no início da carreira contábil

Fonte: Autores

Em relação aos setores de atuação, os egressos que atuam na área contábil estão principalmente em escritórios prestadores de serviços (40%), depois na indústria (20%) e no comércio (16%), conforme demonstrado na figura 4.

Figura 4: Setor de atividade econômica onde desempenha as atividades.

Fonte: Autores.

Estes egressos ocupam principalmente (85% dos casos) os cargos iniciais da carreira (auxiliares, assistentes e analistas), apenas 2 deles ocupam cargos de gestão e 2 são autônomos e empresários.

Na figura 5, observamos um alto nível de satisfação dos egressos em relação a área que atua, mas não necessariamente na área contábil.

Figura 5: Nível de satisfação com a área que atua.

Fonte: Autores

Considerações finais

O objetivo geral desta pesquisa foi analisar o desenvolvimento profissional dos egressos junto às oportunidades e desafios que a profissão contábil apresenta.

Apesar do curso de ciências contábeis proporcionar um grande portfólio de escolhas de atuação, nota-se que, ainda assim, os egressos respondentes encontraram algumas dificuldades para ingressar no mercado de trabalho.

A insegurança em relação ao preparo para atuação no mercado de trabalho é natural entre os recém formados, mas poderia ser minimizada durante a graduação, intensificando-se o uso de softwares de uso contábil, a realização de visitas técnicas e de projetos junto à Empresa Jr. Estas ações poderiam fortalecer as três competências que os egressos ressaltaram sentir mais falta: competência técnica, pensamento analítico e resolução de problemas.

É importante ressaltar também que para minimizar a insegurança na atuação profissional e complementar a competência técnica, a continuidade dos estudos, como os cursos de pós-graduação, pode ser um caminho interessante, que foi trilhado por poucos dos respondentes.

Observou-se que, apesar das dificuldades, a maioria dos egressos atua na área contábil, reforçando a alta empregabilidade da profissão contábil e a importância do curso, que possibilitou a entrada destes profissionais no mercado.

De forma geral, os objetivos desta pesquisa foram alcançados, mostrando a trajetória inicial dos egressos do curso de Ciências Contábeis da UNIFAE e trazendo importantes reflexões para os atuais estudantes e também para a instituição, na busca de melhorias. Para futuros trabalhos, sugere-se uma pesquisa com egressos que já se formaram há mais tempo, possibilitando entender esta trajetória do egresso no mais longo prazo.

Referências

ALMEIDA, C. W. S. A. P. Revista de Estudos Contábeis. Londrina, v.1, n.1, jul./dez. pág. 25, 2010.

ARTHUR, M. B.; HALL, D. T.; LAWRENCE, B. S. (ed.). Handbook of career theory.

New York: Cambridge University Press, 1989.

BOTELHO, E.F. Do gerente ao líder – A evolução do Profissional. São Paulo, Ed.

Atlas,1990.

CARDOSO, J. L.; SOUZA, M. A.; ALMEIDA, L. B. Perfil do contador na atualidade:

um estudo exploratório. BASE - Revista de Administração e Contabilidade da UNISINOS, v. 3, n. 3, p. 275-284, 2006.

CORREA, L. O papel do Contador com o Corona vírus. 2020. Disponível em:

<https://contadorheroi.com.br/o-papel-do-contador-com-o-coronavirus/>. Acesso em:

21 mai. 2022.

DAHER, V. Guia Megazine de profissões. São Paulo: Globo, 2007.

FARIAS FILHO, M. C.; ARRUDA FILHO, E. J. M., Planejamento da Pesquisa Científica. São Paulo, Ed. Atlas, 2013.

FERREIRA, V. P., ANGONESE, R. O mercado de trabalho para contadores:

expectativas e realidades. XV Convenção de Contabilidade do Rio Grande do Sul,Bento Gonçalves, RS, Brasil, 2015.

HENDRIKSEN, E. S.; BREDA, M. F. V. Teoria da Contabilidade. 5.ed. São Paulo:

Atlas, 1999.

HORN, C. H.; Mercado de trabalho. In: CATTANI, Antonio David; HOLZMANN, Lorena. Dicionário de trabalho e tecnologia. Porto Alegre: UFRGS, 2006.

KILIMNIK, Z. M.; VISENTIN, I. C. Evolução dos estudos internacionais sobre o tema carreira. Revista de Carreiras e Pessoas, São Paulo, v. 4, n. 2, p. 204-211, 2014

LEAL, E. A.; SOARES, M. A.; SOUSA, E. G. Perspectivas dos Formandos do Curso de Ciências Contábeis e as Exigências do Mercado de Trabalho.

Editora Científica Sandra Rolim Ensslin, 2007.

LOUSADA, A. C. Z.; MARTINS, G. A. Egressos como fonte de informação à gestão dos cursos de Ciências Contábeis. Revista Contabilidade & Finanças, 2005.

MARION, J. C. ; Contabilidade Empresarial e Gerencial: Instrumentos de Análise, Gerência e Decisão; 19º Edição. São Paulo: Grupo GEN, 2022.

MARION, J. C.; MARION, M. M. C. Os dois lados de uma profissão; Vol. 11.

Contabilidade Vista & Revista, 2000.

MARION, J. C.; SANTOS, M. C. Os dois lados de uma profissão; N° 2. Revista Acadêmica. Augusto Guzzo, 2001.

MARQUES, V. A., DIAS, K. C. M., & SILVA, L. K. C. Expectativas profissionais dos estudantes de ciências contábeis: uma análise em uma instituição de ensino de Minas Gerais. Percurso Acadêmico, 2017.

MARTINS, G.; THEÓPHILO, C., Metodologia da pesquisa Científica. São Paulo.

2000.

NIELSEN, F.A.G.; DE FARIA OLIVO, R. L.; MORILHAS, L.J. Guia prático para elaboração de monografias, dissertações e teses em administração. São Paulo.

Saraiva Educação SA, 2017.

ORO, I. M.; NAUE, J.; STÜRMER, A. L.; BRITO, F. Egressos em Ciências

Contábeis: análise do desenvolvimento profissional sob o enfoque da Teoria do Capital Humano; Vol. 6. Revista Universo Contábil, 2010.

PITELA, A. C.; O desempenho profissional do contador na opinião do

empresário. Publicatio UEPG: ciências humanas, linguís-tica, letras e artes, v. 8, n.

1, p. 51-77, jan./dez. 2000.

RODRIGUES, A. K. S. O profissional contábil e as exigências do mercado de trabalho no município de Juína. 2009.

SCHEIN, E. H. Identidade profissional: como ajustar suas inclinações e suas opções de trabalho. Nobel, 1996.

VIEGAS, R. L. S. O.; PAES, L. S.; GOUVEIA, T. M. O. A.; TRACTENBERG, L. E. F.;

KURTZ, R. G. M. A Disciplina Contabilidade Gerencial sob a Perspectiva dos Egressos do Curso de Ciências Contábeis: Importância Atribuída e Conexão com a Prática Contábil. Sociedade, Contabilidade e Gestão. 2018.

Capítulo 4

O IMPACTO DA PANDEMIA DA COVID-19 NA