• Nenhum resultado encontrado

Administração, Contabilidade e Economia: Entendendo Desafios - Volume 1

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2023

Share "Administração, Contabilidade e Economia: Entendendo Desafios - Volume 1"

Copied!
205
0
0

Texto

(1)
(2)
(3)

www.editoraunion.com.br editoraunion@gmail.com

Organizadora Resiane Paula da Silveira

Editor Chefe: Jader Luís da Silveira Editoração e Arte: Resiane Paula da Silveira

Capa: Freepik/Union

Revisão: Respectivos autores dos artigos

Conselho Editorial

Ma. Heloisa Alves Braga, Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais, SEE-MG Me. Ricardo Ferreira de Sousa, Universidade Federal do Tocantins, UFT

Dra. Náyra de Oliveira Frederico Pinto, Universidade Federal do Ceará, UFC Me. Guilherme de Andrade Ruela, Universidade Federal de Juiz de Fora, UFJF Esp. Ricael Spirandeli Rocha, Instituto Federal Minas Gerais, IFMG

Ma. Luana Ferreira dos Santos, Universidade Estadual de Santa Cruz, UESC

Ma. Ana Paula Cota Moreira, Fundação Comunitária Educacional e Cultural de João Monlevade, FUNCEC

Me. Camilla Mariane Menezes Souza, Universidade Federal do Paraná, UFPR Ma. Jocilene dos Santos Pereira, Universidade Estadual de Santa Cruz, UESC

Ma. Tatiany Michelle Gonçalves da Silva, Secretaria de Estado do Distrito Federal, SEE-DF Dra. Haiany Aparecida Ferreira, Universidade Federal de Lavras, UFLA

Me. Arthur Lima de Oliveira, Fundação Centro de Ciências e Educação Superior à Distância do Estado do RJ, CECIERJ

(4)

Os artigos, seus conteúdos, textos e contextos que participam da presente obra apresentam responsabilidade de seus autores.

Downloads podem ser feitos com créditos aos autores. São proibidas as modificações e os fins comerciais.

Proibido plágio e todas as formas de cópias.

Editora Union CNPJ: 35.335.163/0001-00 Telefone: +55 (37) 99855-6001

www.editoraunion.com.br editoraunion@gmail.com

Formiga - MG

Catálogo Geral: https://editoras.grupomultiatual.com.br/

Silveira, Resiane Paula da

S587a Administração, Contabilidade e Economia: Entendendo Desafios - Volume 1 / Resiane Paula da Silveira (organizadora). – Formiga (MG): Editora Union, 2023. 204 p. : il.

Formato: PDF

Requisitos de sistema: Adobe Acrobat Reader Modo de acesso: World Wide Web

Inclui bibliografia

ISBN 978-65-84885-15-8 DOI: 10.5281/zenodo.7681354

1. Administração. 2. Contabilidade. 3. Economia. 4. Desafios. I.

Silveira, Resiane Paula da. II. Título.

CDD: 658.4 CDU: 658

Acesse a obra originalmente publicada em:

https://www.editoraunion.com.br/2023/02/administracao- contabilidade-e-economia.html

(5)

ALCIONE LINO DE ARAÚJO ALESSANDRA ZUCCO AMANDA MAURINA CEVEY

ANA CAROLINE DZULINSKI ANA CRISTINA LIMA E SILVA ANDRÉ FILIPE COSTA GOMES ANNA CAROLINE DE AZEVÊDO BARCELOS MORATELLI AUGUSTO CÉZAR DE AQUINO CABRAL DAIARA CORREIA DE OLIVEIRA DANIEL ORLANDO CHAGAS EMERSON HISSAO KOJIMA ENDERSON LUIZ PEREIRA JUNIOR EVELYN SELIGMANN FEITOSA

FELIPE DA SILVA MEDEIROS FERNANDA MENEZES FERRARI ESTEVES

FRANCISCO TANILSON DA SILVA GENAILDA RAMOS NEVES IGOR PINHEIRO DE ARAÚJO COSTA

LUANA DE AZEVEDO DE OLIVEIRA LUANA PONTE PAIVA DANTAS LUÍS HENRIQUE RAMOS DE CAMARGO

MARCOS DA SILVA COELHO MARCOS DOS SANTOS NATÁLIA FRANCISCA ALVES MIRANDA COELHO NILTON CEZAR CARRARO PATRICK ALLISSON DA SILVA SANTANA PLÍNIO GONÇALVES FAHD RENATA FERNANDA ROVIGATI DE CAMPOS SANDRA MARIA DOS SANTOS SÍLVIA LETÍCIA FERREIRA DA SILVA

THALES REIS DA SILVA

VITÓRIA APARECIDA SILVA VALÉRIO

(6)

A Administração é fundamentada em um conjunto de princípios, normas e funções criadas para gerir os meios de produção de forma que serviços sejam prestados de forma adequada e geralmente com o principal objetivo de maximizar os lucros de uma organização. Assim, da gestão de pessoas até a área financeira, busca as melhores estratégias para extrair o máximo de valor de cada uma dessas áreas, permitindo assim que a organização seja gerenciada com qualidade.

A Contabilidade é, na prática, a ciência da riqueza. Para os teóricos importantes dessa área de conhecimento, é uma ciência ou serviço social que estuda e coloca em prática funções de registro e controle relativas a atos e fatos da Economia e da Administração. De forma específica, estuda e controla o patrimônio das empresas por meio de registros contábeis dos fatos e suas respectivas demonstrações de resultados produzidos.

A Economia é uma ciência que estuda a produção, alocação e consumo de bens e serviço. O estudo da Economia é fundamental para a vida financeira das pessoas, dos negócios e dos investidores. Entender a dinâmica desse importante mecanismo é fundamental para a tomada de decisões inteligentes e antecipadas.

Unir conhecimentos de três grandes áreas: Administração, Contabilidade e Economia, faz da obra um instrumento rico para profissionais, docentes, acadêmicos e pesquisadores, na busca de pesquisa, o próprio conhecimento e base para que seja fonte de inspiração na melhoria de processos em organizações, bem como no meio acadêmico e científico.

(7)

Capítulo 1

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E SISTEMAS APLICADOS À LOGÍSTICA:

IMPACTOS NA EMISSÃO DO REGISTRO GERAL NA EMPRESA ALFA Alcione Lino de Araújo; Plínio Gonçalves Fahd; André Filipe Costa Gomes;

Marcos da Silva Coelho; Natália Francisca Alves Miranda Coelho

9

Capítulo 2

OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL (ODS) COMO INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE NA BOLSA DE VALORES OFICIAL DO BRASIL(B3) E A ADERÊNCIA DAS EMPRESAS NACIONAIS

Luana Ponte Paiva Dantas; Sílvia Letícia Ferreira da Silva; Ana Cristina Lima e Silva; Augusto Cézar de Aquino Cabral; Sandra Maria dos Santos

25

Capítulo 3

CARREIRA DOS EGRESSOS DO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS:

ESCOLHAS, DESAFIOS E CONQUISTAS

Daniel Orlando Chagas; Vitória Aparecida Silva Valério; Fernanda Menezes Ferrari Esteves

46

Capítulo 4

O IMPACTO DA PANDEMIA DA COVID-19 NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS:

ADAPTAÇÃO PARA DELIVERY EM UM RESTAURANTE DE CAXIAS DO SUL Amanda Maurina Cevey; Ana Caroline Dzulinski; Felipe da Silva Medeiros

61

Capítulo 5

PROPOSTA DE MITIGAÇÃO DA INSEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL (INSAN) NO CENTRO DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO POR MEIO DE TRABALHO VOLUNTÁRIO: APLICAÇÃO DA METODOLOGIA DA PROGRAMAÇÃO LINEAR NA EFICIÊNCIA DE RECURSOS CAPTADOS PELO VOLUNTARIADO

Luana de Azevedo de Oliveira; Emerson Hissao Kojima; Thales Reis da Silva; Anna Caroline de Azevêdo Barcelos Moratelli; Enderson Luiz Pereira Junior; Igor Pinheiro de Araújo Costa; Marcos dos Santos

81

Capítulo 6

GESTÃO DE PESSOAS COMO DIFERENCIAL COMPETITIVO PARA AS ORGANIZAÇÕES

Alessandra Zucco; Genailda Ramos Neves

95

Capítulo 7

O PERFIL DOS PROFISSIONAIS E OS PROCESSOS SELETIVOS NOS ESCRITÓRIOS DE CONTABILIDADE DA REGIÃO DE SÃO JOÃO DA BOA VISTA

Daiara Correia de Oliveira; Fernanda Menezes Ferrari Esteves

109

Capítulo 8

O PROCESSO DE PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO PÚBLICO – UM ESTUDO DE CASO NA SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DE POLÍCIA FEDERAL NO PIAUÍ

Evelyn Seligmann Feitosa; Patrick Allisson da Silva Santana

128

(8)

AMBIENTAL

Luís Henrique Ramos de Camargo

147

Capítulo 10

A UTILIZAÇÃO DOS INDICADORES CHAVE DE DESEMPENHO PARA A DEFINIÇÃO DE POSICIONAMENTO COMPETITIVO DAS PRINCIPAIS EMPRESAS DE TRANSPORTES TERRESTRE BRASILEIRAS

Renata Fernanda Rovigati de Campos; Nilton Cezar Carraro

171

Capítulo 11

SEGURANÇA ALIMENTAR E AGRICULTURA FAMILIAR: UMA ANÁLISE E AVALIAÇÃO DO IMPACTO DA COVID-19 CAUSADO AOS PROGRAMAS DE POLÍTICAS PÚBLICAS - PNAE E PAA NA CIDADE DE SANTA INÊS - MA Alcione Lino de Araújo; Plínio Gonçalves Fahd; Francisco Tanilson da Silva

177

AUTORES

196

(9)

Capítulo 1

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E SISTEMAS APLICADOS À LOGÍSTICA: IMPACTOS NA EMISSÃO

DO REGISTRO GERAL NA EMPRESA ALFA Alcione Lino de Araújo

Plínio Gonçalves Fahd André Filipe Costa Gomes

Marcos da Silva Coelho

Natália Francisca Alves Miranda Coelho

(10)

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E SISTEMAS APLICADOS À LOGÍSTICA: IMPACTOS NA EMISSÃO DO REGISTRO GERAL NA

EMPRESA ALFA

Alcione Lino de Araújo Professora EBTT do Instituto Federal do Maranhão – IFMA – Campus Santa Inês;

Pós-doutorado em Engenharia de Produção pela UTFPR – Campus Ponta Grossa;

e-mail: alcione.lino@ifma.edu.br

Plínio Gonçalves Fahd Professor do Curso de Direito na Universidade Estadual do Maranhão – UEMA – Campus Bacabal; Mestrando em Administração e Contabilidade pela FUCAPE Business School;

e-mail: fhad@terra.com.br

André Filipe Costa Gomes Graduando em Administração pelo Instituto Federal do Maranhão – IFMA – Campus Santa Inês;

e-mail: andre.filipe@acad.ifma.edu.br

Marcos da Silva Coelho Graduando em Administração pelo Instituto Federal do Maranhão – IFMA – Campus Santa Inês;

e-mail: marcos.coelho@acad.ifma.edu.br

Natália Francisca Alves Miranda Coelho Graduanda em Administração pelo Instituto Federal do Maranhão – IFMA – Campus Santa Inês;

e-mail: alves.natalia@acad.ifma.edu.br

(11)

Resumo

Esta pesquisa tem como objetivo geral analisar como a tecnologia da informação auxilia na logística no processo de emissão do Registro Geral (RG). O corpus deste estudo foi gerado a partir de pesquisas bibliográficas e análise dos sistemas utilizados dentro desse processo na empresa ALFA. Para a realização deste estudo fundamentou-se em pesquisas e contribuições teóricas na área de tecnologia da informação, sistemas e logística. A presente pesquisa é classificada do ponto de vista de sua natureza como aplicada, com o objetivo de gerar conhecimentos, discussões e a necessidade do tema pelas empresas a partir de definições visto o cenário competitivo em que as empresas modernas se encontram; a pesquisa também se caracteriza como qualitativa. Os resultados da pesquisa mostram como os sistemas e tecnologias da informação aplicados à logística têm dado mais velocidade e praticidade aos processos da emissão de documentos. Concluiu-se, que essas ferramentas tecnológicas são de fundamental importância para as empresas terem mais agilidade, segurança e efetividade nos seus processos e na prestação dos seus serviços.

Palavras-chave: Tecnologia; Logística; Registro Geral (RG).

Abstract

This research has the general objective of analyzing how information technology assists in logistics in the process of issuing the General Registry (RG). The corpus of this study was generated from bibliographic research and analysis of the systems used within this process in the company ALFA. This study was based on research and theoretical contributions in the area of information technology, systems and logistics.

This research is classified from the point of view of its nature as applied, with the objective of generating knowledge, discussions and the need for the theme by companies based on definitions given the competitive scenario in which modern companies find themselves; the research is also characterized as qualitative. The research results show how information systems and technologies applied to logistics have given more speed and practicality to document issuance processes. It was concluded that these technological tools are of fundamental importance for companies to have more agility, security and effectiveness in their processes and in the provision of their services.

Keywords: Technology; Logistics; General Registration (RG).

INTRODUÇÃO

Tendo em vista os efeitos da globalização, com uso frequente da Tecnologia da Informação (TI), torna- se mais evidente a importância de utilizar sistemas que proporcionem maior agilidade no processo, rapidez, e menor custo a empresa e ao cliente. O cenário atual tem exigido das empresas uma alta velocidade de produção, bem como que essa ocorra com baixos custos, ocasionando um ambiente progressivamente competitivo. Nesse sentido, a exigência é maior em relação à capacidade da empresa em se adaptar a diversos cenários e com a quantidade

(12)

massiva de informação e dados existentes. Assim, para as empresas se destacarem nos diversos mercados, é necessário otimizar seus processos e reduzir custos. Em contraponto, muitas empresas ainda utilizam modelos arcaicos que apostam em processos tradicionalistas de produção ou de prestação de serviços. Porém, observamos que outras, por sua vez, têm implementado processos para melhorar seus resultados com o uso de sistemas informacionais e tecnológicos, que quando bem aplicados podem ser o divisor entre o sucesso e o fracasso.

Segundo Porter (1989), a vantagem competitiva surge da maneira como as empresas desempenham suas atividades dentro da cadeia de valor. Com isso, fica claro que a utilização de sistemas, bem como a tecnologia aplicada a logística trará para a empresa redução de custos, segurança e agilidade. É por meio dessa conexão que se alcançará processos cada vez mais rápidos e efetivos.

Analisando a etimologia da palavra “tecnologia” que tem sua origem no grego antigo, observamos “techne”, significa técnica, junto a “logos”, que pode ser interpretado como argumento, razão ou discussão. Pode-se entender então a tecnologia como uma forma de estudar os processos e melhorar as técnicas de forma a reduzir o esforço humano.

Ademais, logística também é uma palavra de origem grega, que significa habilidade de cálculo e de raciocínio lógico, que atualmente seu conceito tem se ampliado por abranger diversas áreas como, de engenharia, economia, marketing, estatística, tecnologia e recursos humanos. Em linhas gerais, logística é uma operação integrada que cuida de suprimentos e distribuição de produtos, o que proporcionará à empresa, o planejamento, a coordenação e a execução do produto.

Além do processo de controle de todas as atividades ligadas à aquisição de materiais, para a formação de estoque, desde sua concepção até a disponibilização do cliente final.

Esse conceito não se resume apenas a “menor distância entre dois pontos", está presente de forma direta na vida das pessoas, e em várias atividades do dia a dia. Como é o caso da compra de algum objeto em sites, onde o cliente tem a opção de escolher o que deseja, selecionar no carrinho de compra, efetuar o pagamento, e ainda acompanhar seu pedido em tempo real através de aplicativos de rastreamento.

O que só é possível através de um bom planejamento logístico e uso de equipamentos modernos, a fim de tornar rápido e eficiente toda a cadeia (MONTEIRO, 2021).

(13)

Nos órgãos públicos, ambientes que dispõem de bens e serviços essenciais ao cidadão, é necessário o uso da tecnologia aplicada à logística, a fim de possibilitar melhorias no processo, tornando-o mais ágil, capaz de alcançar melhores resultados.

Apesar de ser um documento de caráter obrigatório, muitas pessoas ainda não têm conhecimento acerca de sua importância. O RG (Registro Geral), considerado o documento mais importante do cidadão, possui informações de caráter individualizado, como as suas impressões digitais e assinatura. Possui validade em todo o território nacional e é conhecido como documento “mãe”, pois garante a emissão dos demais documentos (ARAÚJO, 2021). De acordo com a Lei nº 7.116/83, todo cidadão tem direito a carteira de identidade, com isso o Governo Federal em parcerias com Estados garante a isenção da primeira carteira, incentivando a todo cidadão adquirir seu documento de identificação (BRASIL, 1983).

A TI e a logística na atual conjuntura da competitividade das empresas, é necessário a aplicação de ferramentas para dinamizar os processos. A tecnologia tem sido uma das principais ferramentas para as empresas alcançarem esses resultados.

Ela busca reduzir os esforços humanos com o aprimoramento das técnicas e aplicação de sistemas de informação, fazendo uma conexão entre diversos setores da empresa. Segundo Spinola e Pessôa (1998, p.98), um “Sistema de Informação (S.I.) é um sistema que cria um ambiente integrado e consistente, capaz de fornecer as informações necessárias a todos os usuários”. Desta maneira, é possível evitar diversos serviços burocráticos outrora existentes.

Com isso, percebe-se como a informação é importante para os processos logísticos. Adotando-se os ensinamentos de Novaes (2001, p.36), pode-se conceituá- los como “o processo de planejar, implementar e controlar de maneira eficiente o fluxo e a armazenagem de produtos, bem como os serviços e informações associados, cobrindo desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o objetivo de atender aos requisitos do consumidor”. Fazendo uma correlação com a física, é possível entendê-la como a menor distância entre dois pontos. Dito isso, é possível através da tecnologia e sistemas de informação reduzir de forma considerável o tempo e custos nos processos logísticos.

No tocante a relevância social do presente trabalho, essa encontra-se na necessidade de reflexão acerca da tecnologia da informação e sistemas aplicados à logística. Tal discussão vem da notória conjuntura de grande parte dos órgãos públicos, os quais ainda não utilizam dessas ferramentas durante seus

(14)

procedimentos, o que acarreta uma quantidade expressiva de prejuízos na qualidade do atendimento, na ergonomia dos funcionários e na prestação do serviço.

Além do aumento de despesa, o excesso da burocracia no Brasil resulta em estímulo à corrupção, desestímulo aos negócios, afeta o dia a dia dos brasileiros e é um dos principais entraves ao crescimento econômico do País, conforme informações da Secretaria Especial de Comunicação Social do Ministério das Comunicações prestadas ao Tribunal de Contas da União em 2018. Percebe-se que um dos grandes problemas ainda excessivas etapas burocráticas em diversos setores em especial o serviço público.

Ante a necessidade da adoção de novas tecnologias, verifica-se como viável a aplicação da intercessão do Sistema de Informação com a Tecnologia da Informação.

Rezende e Abreu (2000, p.62) definem esta junção como “um conjunto de software, hardware, recursos humanos e respectivos procedimentos que antecedem e sucedem o software”. Nota-se pela fala dos autores, existe um logica e toda uma organização para que essas ferramentas atuem do modo correto e traga benefícios ao seu usuário.

Um estudo da Associação Brasileira de Entidades Estaduais de Tecnologia da Informação e Comunicação (ABEP), a cada R$ 1 (um real) investido em tecnologia, os governos conseguem economizar em média R$ 9,79 (nove reais e setenta e nove centavos) no ano seguinte evidenciando que aplicação dessas tecnologias podem trazer resultados positivos aos que investem nela. O investimento tem que ser estratégico. Não somente colocar um computador dentro da unidade e pensar que melhorou tecnologicamente. É preciso entender qual a necessidade do serviço, quais equipamentos necessários, treinar os funcionários e saber incluir a população.

De acordo com o levantamento do Ministério da Comunicação; 82,7% dos domicílios nacionais possuem acesso à internet, um aumento de 3,6 pontos percentuais em relação a 2018. Neste sentido, percebe-se que o brasileiro está cada vez mais conectado. Porém, ainda resta uma parcela da população que não tem acesso a esses recursos. Assim, a implementação estratégica dessas ferramentas deve pensar na parte da dessa população que não tem acesso, olhando para o público-alvo em que ela está inserida (MINISTÉRIO DA COMUNICAÇÃO, 2021).

Diante do exposto, este artigo tem por objetivo analisar como a tecnologia da informação auxilia na logística no processo de emissão do Registro Geral (RG) em um órgão público na cidade de Santa Inês - MA, mediante o serviço prestado pela

(15)

empresa terceirizada ALFA, como subsídio para aprofundamento da reflexão e debate sobre o tema.

A abordagem metodológica utilizada neste artigo caracteriza-se como: quanto à natureza é aplicada; quanto à forma de abordagem do problema é uma pesquisa qualitativa; quanto aos objetivos é exploratória e descritiva; e quanto aos procedimentos técnicos é caracterizada como levantamento, pois se trata de uma pesquisa bibliográfica.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Tanto a Tecnologia da Informação, mais comumente chamada de TI, como a Logística surgiram em épocas muito próximas. A Logística surgiu antes de 1950 e era utilizada na área militar para planejar e realizar a aquisição, armazenagem, distribuição, manutenção e transporte de materiais. Entre 1950 e 1970, houve a necessidade de redução de custos devido à mudança de padrões e atitudes dos consumidores, implantação do sistema de análise de custos total, integração das diversas atividades logísticas na empresa e pela preocupação com o serviço de atendimento ao cliente (BALLOU, 2002).

Com o passar do tempo e o aprimoramento de suas técnicas e tarefas a executar, nos anos 70, a logística se preocupou em reduzir as necessidades de transporte e armazenagens, flexibilização no sistema de produção, desenvolvimento da informática e incorporação do atendimento ao cliente e estimativas de vendas.

Devido a exigências do mercado em obter respostas rápidas para seus problemas, surgiu um setor vital para a economia atual, que é a economia da informação ou TI. Na busca pela competitividade, as empresas passaram a utilizar ferramentas como: JIT - Just in Time que em sua abordagem mais simples significa estoque zero, ou seja, só produz bens ou serviços quando tiver demanda. Mas não é de hoje que surge esta necessidade pela competitividade. Nos anos 70, ano de origem da TI, surgiu o MRP - Materials Requirement Planning (programa para resolver soluções de processamento das requisições de materiais a partir da previsão e estrutura dos produtos ou serviços) identificando quais são os itens necessários, bem como quando e quanto deverão ser comprados ou fabricados (BOWERSOX E CLOSS, 2001).

(16)

Com o aprimoramento do MRP, surgiu nos anos 80 o MRP II - Manufacturing Resources Planning passando a ter o planejamento dos recursos de manufatura, considerando-os recursos críticos, equipamentos, ferramentas, necessidade de mão de obra, programação consolidada e avaliação de capacidade infinita.

Nos anos 90, surgiu o ERP – (Enterprise Resource Planning), um dos programas mais importantes para a gestão empresarial, o qual é uma arquitetura de software que facilita o fluxo de informações integradas, geralmente dividido em módulos que se comunicam e se atualizam uma mesma base de dados. Tem a finalidade de dar suporte a todas ou à maioria das operações de uma empresa dentre elas aos departamentos administrativo, o de manufatura, o de distribuição, de recursos humanos e o de gestão da qualidade (BALLOU, 2002).

Portanto a TI serve para designar o conjunto de recursos tecnológicos e computacionais para a geração e uso da informação e está fundamentada em componentes como hardware, software, sistemas de telecomunicações e gestão de dados e informações. Enquanto a logística é o processo de planejar, implementar e controlar de maneira eficiente o fluxo e a armazenagem de produtos, como os serviços e informações associados, cobrindo desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o objetivo de atender aos requisitos do consumidor (NOVAES,2001). Logo, a TI deve ser vista como suporte aos processos de logística e às decisões operacionais e de negócios das empresas.

Ao se relacionar comparativamente esses dois segmentos, verifica-se que eles são muito comuns, ou seja, apresentam características iguais ou semelhantes, como pode-se conferir no quadro 1:

Quadro 1: Diferença entre Tecnologia da Informação e Logística

Tecnologia da Informação Logística

- Única maneira de fazer determinado trabalho;

- Aumentar a produtividade e a competitividade;

- Melhorar processos internos Melhorar processos tecnológicos - Aplicar controles melhores Flexibilizar o sistema de produção

- Reduzir custos Reduzir custos

- Agregar valor aos serviços e produtos ofertados por uma organização

- Valorizar clientes

(17)

- Melhorar qualidade e disponibilidade das informações importantes interna e externamente à organização

- Expandir o comércio internacional com eliminação de barreiras comerciais

Fonte: Autoria Própria (2021)

Analisa-se, de acordo com o quadro acima, que a TI é de fundamental importância para o serviço logístico, fornecendo suporte necessário para a logística, destacando-se a qualidade da informação que se traduz em informações íntegras, atualizadas, precisas e no tempo certo para a tomada de decisão correta; possui um menor tempo no processamento do pedido, ou seja, no ciclo do pedido; tem uma maior consistência no prazo de entrega do pedido; tem maior flexibilidade podendo atender seus clientes em condições especiais de entrega, como por exemplo: urgência, adiantamentos, alterações, qualidade no atendimento, podendo dispor: facilidade de colocação do pedido, agilidade na confirmação, cordialidade, preparo do atendente e credibilidade; previsões de situações, sejam elas no ciclo produtivo ou no ciclo da entrega (REZENDE E ABREU, 2000; MONTEIRO, 2021).

O desafio para a TI é identificar, encontrar, desenvolver e implementar tecnologias e sistemas de informações que apoiem a comunicação empresarial e a troca de ideais e grupos, e a se renovarem em redes informais.

Os autores Rezende e Abreu (2000) apresentam que a TI precisa dar meios para que se formem comunidades de trabalho, e não apenas para que as pessoas se comuniquem burocraticamente. O papel a ser desempenhado pela TI é estratégico, busca ajudar o desenvolvimento do conhecimento coletivo dos funcionários e do aprendizado contínuo, tornando mais fácil para as pessoas na organização compartilharem problemas, perspectivas, ideias e soluções.

Apesar das grandes vantagens que a TI pode proporcionar a uma empresa, como melhoria nos processos e controles internos, melhoria na qualidade do produto ou serviço, um funcionamento organizacional que ganhasse tempo e atendesse a grandes distâncias, melhoria no relacionamento cliente/empresa e liderança na competitividade. Existem também as desvantagens, e, dentre elas, pode-se encontrar:

o medo dos empresários ou dos gestores na esfera pública em mudar a cultura organizacional, os custos que são elevadíssimos e a rápida mudança no ritmo de trabalho.

(18)

METODOLOGIA DA PESQUISA

A presente pesquisa é classificada, do ponto de vista de sua natureza, como aplicada, com o objetivo de gerar conhecimentos para aplicabilidade prática e dirigida à solução de problemas específicos. Pode ser também caracterizada como qualitativa, visto que traduz em opiniões as informações para sua classificação e análise, mas, também porque foram analisados o fluxo de atendimento, bem como os sistemas informacionais que são utilizados durante esse processo (DA SILVA e MENEZES, 2005).

No que diz respeito aos objetivos, pode ser classificada como explicativa. Visa identificar o papel da TI dentro da logística. Quanto aos procedimentos técnicos, trata- se de uma pesquisa descritiva, pois foram observados o fluxo operacional da empresa em questão para alcançar os dados descritos nesta pesquisa. O método científico utilizado foi histórico-dialético, pois foram feitas pesquisas cronológicas dos procedimentos utilizados na empresa, como também pode ser considerada como experimental, visto que foi a análise do impacto que a TI e os sistemas informacionais e a logística influenciaram os procedimentos da prestação do serviço.

A pesquisa foi realizada através da observação do fluxo de atendimento de um dia normal de trabalho. Foram analisados os sistemas que são utilizados desde o início no agendamento online, passando pelo cadastramento e chegando até a entrega do produto, no caso o RG, ao fim do fluxo.

Para esse trabalho, foram abordados tópicos referentes aos impactos da TI na logística, sendo a coleta de dados realizada por meio de um questionário com perguntas abertas e fechadas, num total de quatro blocos com cerca de cinco questões cada ao final foram utilizadas ferramentas de software para criação dos fluxos observados. O mesmo, foi respondido (escrito) por funcionários e clientes da empresa em questão.

ANÁLISE DE DADOS

Nesta seção, discutem-se aspectos quanto a magnitude da TI na Logística da emissão do RG. Compreendendo a importância da tecnologia para os processos logísticos, analisa-se como ela atua dentro de uma empresa na emissão de um documento de identificação.

(19)

Percebe-se ainda hoje que muitos órgãos públicos têm dificuldades de implementar processos que melhorem e deem agilidade nos serviços oferecidos. O excesso de burocracia é facilmente notado em diversas instituições. Ao olhar-se o histórico do processo de emissão do RG na cidade de Santa Inês - MA, constata-se uma grande evolução e a exclusão de diversos trâmites administrativos demorados.

Até o ano de 2009, a emissão acontecia com atendimentos presenciais na prefeitura da cidade, muitas pessoas chegavam de madrugada para conseguirem garantir uma senha para ser atendido. O serviço era centralizado somente em algumas cidades e muitas vezes o cidadão precisava se deslocar por quilômetros para conseguir um atendimento.

No ano de 2010 foi inaugurado na cidade um órgão que conseguiu fornecer alguns serviços aos cidadãos com o auxílio da empresa Alfa, como terceirizada, aplicando tecnologias e sistemas para esse órgão foi capaz de atender o cidadão de forma mais ágil, com segurança e com menos custos. É o que se observa no fluxo na figura 01:

Figura 01 – Atendimento inicial

Fonte: Autoria Própria (2021)

Como visto na figura acima, o serviço de agendamento que antes era feito de forma presencial. Atualmente, pode ser feito através do site do órgão, no qual o interessado escolhe o serviço, o dia e horário que deseja ser atendido. Porém, como ainda existe uma parcela da população sem acesso à internet, o agendamento pode ainda ser feito presencialmente com o atendente da unidade, que por sua vez acessa o site do órgão e faz o agendamento e emite uma senha para o cidadão. Outro serviço

(20)

que antes não era disponibilizado e passou a ser ofertado foi a emissão do CPF (Cadastro de Pessoa Física), pois antes o cidadão tinha que se deslocar aos correios ou a Receita Federal para sua emissão, porém, como esse outro documento também se utiliza de sistemas informações sendo possível, dentro do órgão por um profissional capacitado, emitir esse documento.

Um grande avanço com implementação da logística é a possibilidade da consulta da regularidade do documento totalmente pelo sistema devido a um grande banco de dados disponível. Segundo Korth e Silberschatz(1994), um banco de dados

“é uma coleção de dados inter-relacionados, representando informações sobre um domínio específico”. Sendo assim, facilitando aos funcionários acessarem de maneira interativa os dados, sem necessitar procurar entre vários arquivos, evitando uma das funções burocráticas, a qual Rezende e Abreu (200) definiu como “excesso de papelório”.

Observa-se ainda na Figura 01 a existência de um correspondente bancário dentro da unidade, benefício possível devido a existência de sistemas bancários online que são capazes de fazer essa conexão entre os parceiros e as agências. No final desse fluxo, pode-se atentar ainda ao sistema de chamada de senhas, pois é comum observar-se em algumas instituições funcionários chamando verbalmente o cliente, porém, com a inclusão desse sistema o atendente na praticidade do seu computador é capaz de chamar através de um programa a senha que por sua vez aparecerá em um monitor e com chamada vocal computadorizada.

Figura 2 – Cadastramento ao recebimento

Fonte: Autoria Própria (2021)

(21)

Anteriormente, o cadastramento dos dados era realizado de forma manual, coletando-se as informações e as encaminhando ao Instituto de Identificação. No modelo antigo, acontecia muitos casos de perdas de cédulas de identidade, visto que não existiam sistemas capazes de confrontar os dados ou corrigir qualquer falha antes que fosse impresso na cédula. Além desses erros, aconteciam muito casos de duplicidade, pois não existia um banco de dados que permitisse o registro desses documentos.

Como visto na Figura 02, hoje o atendimento pode ser feito na própria unidade do município, com o uso do sistema ALFA de cadastramento, que permite uma análise mais precisa dos dados, sendo possível em questões de segundos verificar casos de duplicidades ou erros de cadastramentos anteriores. Atualmente, é possível adicionar nesse banco de dados uma série de informações que são impressos na cédula, como:

a numeração da carteira de trabalho, cartão nacional de saúde, título de eleitor entre outros; como também informações sobre todos os tipos de deficiências e tipo sanguíneo, sendo esse conhecido como “RG Mais”. Antes de ir para a análise, passa pela captura das imagens, coleta de impressões digitais e assinatura em um sistema ALFACAP, sistema bem avançado que permite uma rapidez no envio de dados ao Instituto de Identificação e elimina a necessidade de papeis para cadastramento do cidadão.

Quando as informações chegam ao Instituto de Identificação, passam por uma equipe especializada, os papiloscopistas, que fazem uma operação minuciosa, onde é acessado o banco de dados com as imagens onde contém as fotos, assinaturas e digitais, buscando possíveis duplicidades ou tentativas de falsificação e com o auxílio de um software, fazem o cruzamento desses dados, que após o término liberam para a impressão.

Nessa outra etapa, como exposto na Figura 02, o operador tem acesso a uma parte do sistema, o PREVIEW, que gera a imagem real do RG para impressão, e permite fazer a correção da carteira de identidade caso apresente algum erro nas informações cadastradas, evitando gastos e desperdícios de materiais. E por fim, se confecciona a carteira e digitaliza o código (tipográfico) que vem no verso da cédula, no sistema de impressão ALFA, após isso é feito o controle de qualidade com uma máquina que emite uma luz ultravioleta permitindo verificar na cédula de identidade algumas características de segurança, para que assim este seja exportado para a

(22)

Central de Dados, sendo, nesta etapa, entregue ao supervisor que encaminha para o setor de entrega.

Outro avanço da TI nesses sistemas é a possibilidade de resolver quando há casos de RG's bloqueados, por conta de duplicidade ou pendências com maior rapidez, o que anteriormente demorava cerca de 39 (trinta a noventa dias); o interessado precisava se deslocar até a capital munido de muitos papeis que comprovassem a veracidade dos seus dados, e muitas vezes tinham gastos adicionais com advogados, para auxiliarem nesse processo (SECRETARIA DE COMUNICAÇÃO, 2021). Atualmente esse problema pode ser solucionado com menos de 30 (trinta dias), onde o supervisor da unidade reuni os documentos necessários e faz a solicitação da liberação totalmente de forma online.

Outro grande benefício da TI e sistemas informacionais é em relação a abertura de chamados. Antes, era necessário o deslocamento de um técnico de suporte para qualquer falha encontrada durante o processo. Com a inclusão de um sistema de chamados técnicos, o GLPI, é possível abrir um chamado e em questões de minutos o técnico de suporte entra em contato com o operador; se necessário, acessa remotamente a máquina e faz as devidas correções necessárias.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente artigo buscou analisar como a tecnologia da informação auxilia na logística no processo de emissão do Registro Geral (RG), bem como os sistemas utilizados no atendimento para emissão e entrega do RG ao cliente pela empresa ALFA.

Conclui-se que a TI é de fundamental importância para garantir a praticidade, segurança e redução de custos necessários para o sucesso da empresa. Ao analisar os órgãos públicos, que muitas vezes se utilizam de métodos antiquados, foi possível notar de forma cronológica que a TI e a logística trouxeram benefícios à empresa estudada.

Atendimentos que antes demoravam cerca de 60 (sessenta) a 90 (noventa) dias para sua conclusão, hoje podem ser feitos em questões de horas. Possibilitando redução de processos burocráticos, bem como gastos e deslocamentos desnecessários dos clientes.

(23)

Ao olhar do ponto de vista da segurança, os sistemas utilizados são capazes de analisar mais detalhadamente as características individuais, reduzindo assim, a quase zero os casos de duplicidades e falsificações, um problema comum antes da aplicação dos métodos atuais.

Apesar do constante avanço da TI na logística em órgãos públicos, ainda existem grandes desafios a serem vencidos nesses órgãos, e para que se alcance um bom êxito é preciso investir cada vez mais em recursos dessa natureza, além de implantá-los quando necessários nos diversos setores, a fim de trazer celeridade e segurança ao cidadão.

Outro desafio encontrado é quanto a resistência e barreiras burocráticas dos prestadores de serviços públicos, que muitas vezes estão acostumados com os métodos tradicionais que são aplicados. Ou ainda, a resistência dos próprios servidores que já trabalham a anos no modelo antigo e não quererem aprender novos métodos de trabalho, criando assim outra dificuldade que é escassez da mão de obra qualificada. Uma possível solução para o último problema é a contratação de empresas que oferecem o serviço especializado de forma terceirizada, que é o caso da empresa estudada.

Outra melhoria está relacionada à quantidade de pessoas atendidas por dia.

Devido ao excesso de burocracia, custos adicionais como tirar foto 3x4 para levar ao atendimento, deslocamento a unidade e até a quantidade insuficiente de funcionários, era possível atender por dia em média 20 (vinte) pessoas. Com a chegada da prestadora de serviços ALFA, houve uma descentralização dos serviços, sendo possível observar durante os dias da pesquisa, um fluxo médio de 200 (duzentas) pessoas diariamente; graças a velocidade proporcionada por equipamentos tecnológicos e sistemas que foram introduzidos dentro dessa unidade.

Dessa forma, foi possível verificar os diversos benefícios que a TI e os sistemas aplicados a logística, quando bem executados, trazem para qualquer órgão público.

No entanto, há um longo caminho a ser percorrido para que muitos desses órgãos públicos deixem seus sistemas obsoletos de lado e invistam em tecnologia e sistemas informacionais.

Diante do cenário apresentado nesta pesquisa, sugere-se que este artigo contribua para novas pesquisas sobre a importância da TI e sistemas informacionais aplicados à logística, tal qual sua aplicação em órgãos públicos, visto os aspectos apresentados e que servem como parâmetros para futuras pesquisas.

(24)

REFERÊNCIAS

ARAÚJO, Fernanda. O que é RG? Entenda Tudo Sobre o Documento. Serasa ensina. Disponível em: <https://www.serasa.com.br/ensina/dicas/o-que-e-rg>

Acessado em: 21 Set. 2021.

BALLOU, Ronald H. Logística empresarial. Porto Alegre: Bookman, 2002.

BOWERSOX, Donald J.; CLOSS, David J. Logística empresarial: o processo de integração na cadeia de suprimentos. São Paulo: Atlas, 2001.

BRASIL. LEI Nº 7.116, DE 29 DE AGOSTO DE 1983. Assegura validade nacional as Carteiras de Identidade regulam sua expedição e dá outras providências Planalto.

Casa Civil. Brasília, em 29 de agosto de 1983; 162º da Independência e 95º da República. Disponível em < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/1980- 1988/l7116.htm>. Acesso em: 25 Set. 2021.

DA SILVA, Edna Lúcia; MENEZES, Estera Muszkat. Metodologia da pesquisa e elaboração de dissertação. UFSC, Florianópolis, 4 ed, v. 123, 2005.

KORTH, H.F. e SILBERSCHATZ, A. Sistemas de Bancos de Dados. Makron Books, 2. ed revisada, 1994.

MINISTÉRIO DA COMUNICAÇÃO. Assessoria do Ministério das Comunicações.

Disponível em <https://www.gov.br/mcom/pt-br/noticias/2021/abril/pesquisa- mostra-que-82-7-dos-domicilios-brasileiros-tem-acesso-a-internet>. Acesso 25 Set.

2021.

MONTEIRO, José. Logística aplicada à organização pública. Administradores, 19/11/2010. Disponível em: <https://administradores.com.br/artigos/logistica- aplicada-a- organizacao-publica> Acesso em:20 Set. 2021.

NOVAES, Antônio G. Logística e Gerenciamento da Cadeia de Distribuição:

Estratégia, Operação e Avaliação. Rio de Janeiro: Campus, 2001.

PORTER, M. Vantagem Competitiva - Criando e Sustentando um Desempenho Superior. 17 ed. Rio de Janeiro: Campus, 1989.

REZENDE, Denis A., ABREU, Aline F., Tecnologia da Informação aplicada a sistemas de informação empresariais: o papel estratégico da informação e dos sistemas de informação nas empresas. São Paulo: Atlas, 2000.

Secretaria de Comunicação. Brasil, campeão de burocracia. Tribunal de Contas da União. Disponível em <https://portal.tcu.gov.br/imprensa/noticias/brasil-campeao- de- burocracia.htm>. Acesso em: 25 Set. 2021.

SPINOLA, Mauro, PESSÔA, Marcelo. Tecnologia da Informação. In: Gestão de Operações. 2 ed. Professores do Departamento de Engenharia da escola Politécnica da USP e da Fundação Carlos Alberto Vanzolini. São Paulo: Editora Edgard

Blücher,1998.

(25)

Capítulo 2

OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO

SUSTENTÁVEL (ODS) COMO INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE NA BOLSA DE VALORES OFICIAL DO BRASIL(B3) E A ADERÊNCIA DAS

EMPRESAS NACIONAIS Luana Ponte Paiva Dantas Sílvia Letícia Ferreira da Silva

Ana Cristina Lima e Silva Augusto Cézar de Aquino Cabral

Sandra Maria dos Santos

(26)

OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL (ODS) COMO INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE NA BOLSA DE VALORES

OFICIAL DO BRASIL(B3) E A ADERÊNCIA DAS EMPRESAS NACIONAIS

Luana Ponte Paiva Dantas Mestranda do PPAC da FEAAC/UFC.E-mail para contato:

luanaponte@gmail.com

Sílvia Letícia Ferreira da Silva Mestranda do PPAC da FEAAC/UFC.E-mail para contato:

silvia.leticia@gmail.com

Ana Cristina Lima e Silva Mestranda do PPAC da FEAAC/UFC.E-mail para contato:

acristinalimas@gmail.com

Prof. Dr. Augusto Cézar de Aquino Cabral Professor Orientador do PPAC da FEAAC/UFC. E-mail para contato:

cabral@ufc.br

Profª. Dra. Sandra Maria dos Santos Professora Orientadora do PPAC da FEAAC/UFC. E-mail para contato:

smsantos@ufc.br

RESUMO

A Agenda 2030 implementou Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) em âmbito global com o intuito de consolidar o desenvolvimento sustentável nos pilares ambiental, econômico e social. Alinhada a esta temática, esta pesquisa tem por objetivo identificar o nível de aderência das empresas da B3 em relação aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS). Para isto, faz uso do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), sendo os ODS e pilares da sustentabilidade analisados individualmente. Quanto à metodologia, a abordagem da pesquisa foi do tipo quantitativa, fazendo uso de método documental e por meio descritivo. O universo

(27)

da pesquisa foi composto pelas empresas que fazem parte da carteira 2021/2022.

Constatou-se uma adesão de quase a totalidade das companhias que indicaram que priorizam os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) mais relevantes para os seus negócios. Analisando cada ODS individualmente, é possível observar que o objetivo com maior aderência foi ODS 13: Tomar medidas urgentes para combater a mudança do clima e seus impactos. Por outro lado, o Objetivo com menor aderência foi ODS 14: Conservação e uso sustentável dos oceanos, dos mares e dos recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável. Com isso, percebeu-se que os mesmos ODS que tiveram as maiores adesões e as menores adesões em 2021/2022 coincidem com essa mesma observância nos dois anos anteriores. Em linhas gerais, fica perceptível a queda nos índices de adesão por estes ODS.

Palavras-chaves: Índice de Sustentabilidade Empresarial. ISE. B3. ODS. Agenda 2030.

ABSTRACT

The 2030 Agenda implemented Sustainable Development Goals (SDGs) at a global level with the aim of consolidating sustainable development in the environmental, economic and social pillars. In line with this theme, this research aims to identify the level of adherence of B3 companies in relation to the Sustainable Development Goals (SDGs). For this, it makes use of the Corporate Sustainability Index (ISE), with the SDGs and sustainability pillars being analyzed individually. As for the methodology, the research approach was of the quantitative type, using a documental and descriptive method. The research universe was composed of companies that are part of the 2021/2022 portfolio. Almost all of the companies that indicated that they prioritize the Sustainable Development Goals (SDGs) that are most relevant to their businesses adhered to it. Analyzing each SDG individually, it is possible to observe that the objective with the highest adherence was SDG 9: Build resilient infrastructure, promote inclusive and sustainable industrialization and foster innovation and the Objective with the lowest adherence was SDG 1: End poverty in all areas. its forms and everywhere.

With this, it was noticed that the same SDGs that had the highest adherence and the lowest adherence in 2021/2022 coincide with this same observance in the two previous years. In general terms, the drop in adherence rates for these SDGs is noticeable.

Keywords: Corporate Sustainability Index. ISE. B3. SDG Agenda 2030.

1 INTRODUÇÃO

Boff (2017), cita que a humanidade deve se direcionar ao desenvolvimento sustentável por uma questão de sobrevivência própria. Nessa linha de pensamento, há que se preocupar em preservar o futuro da humanidade neste planeta, dado o esgotamento de recursos naturais, o que inclui a preservação da resiliência de ecossistemas.

Na medida em que aumentou a conscientização da sociedade acerca das questões sociais e ambientais, as empresas se viram cobradas e obrigadas a adotarem atitudes social e ambientalmente sustentáveis. Da mesma forma, o

(28)

comportamento dos consumidores passou a exigir das empresas a adoção de condutas mais éticas, transparentes e socialmente responsáveis. Por conseguinte, as pessoas jurídicas passaram a se preocupar crescentemente com a responsabilidade das suas práticas (SILVA; LUCENA, 2019).

A gestão empresarial age com responsabilidade social e alcança a ética e a preocupação com aspectos sociais e ambientais. Como maneira de fomentar a responsabilidade social, desenvolvem instrumentos capazes de avaliar a qualidade e transparência das companhias em suas ações. Portanto, depreende-se que, para conferir credibilidade ao que seja verdadeiramente sustentável, é essencial valer-se de instituições sérias que elejam critérios objetivos e claros em seus índices (MACHADO et al., 2009).

Para contextualizar e delimitar o tema, há um conjunto formado por legislação, consumidores e comunidade que configuram cada vez mais uma força para o engajamento das empresas aos benefícios ambientais e sociais. Nessa linha de raciocínio, atuar como uma companhia que busca trazer melhorias sociais, passou a ser considerado como importante meio de adquirir vantagem competitiva (SILVA;

LUCENA, 2019). Investir na conscientização e educação acompanha o novo paradigma vigente e exige mudança de valores, que precisam ser operacionalizadas no ambiente interno das organizações (SANTOS et al., 2021).

A geração de riqueza continua sendo uma forma socialmente responsável, o que implica em adicionar às suas obrigações de fazer, também as obrigações de deixar de fazer ações como: poluir o meio ambiente, empregar mão-de-obra infantil, encobrir informações nocivas sobre seus produtos, etc. (SANTOS et al., 2021). Para tanto, a sustentabilidade deve ser avaliada e mensurada através de índices para agregar valor e respeito àquela organização.

Indicadores servem, pois, de estratégia para o aperfeiçoamento, com o fito ao atingimento de metas e como apoio à tomada de decisão do gestor, a depender do estudo organizacional a ser praticado. As delimitações de indicadores de desempenho compõem-se de estratégia de desenvolvimento organizacional (COSTA; FEREZIN, 2021).

Silva e Lucena (2019) relatam em seu trabalho que as organizações estão buscando se preocupar mais com a legitimidade social de suas ações, pois perceberam que o posicionamento socialmente responsável pode acarretar em uma vantagem competitiva. Consideram ser vantajoso para as companhias de capital

(29)

aberto investirem em atividades de responsabilidade social corporativa, tanto diretamente, com práticas dentro da própria organização, quanto indiretamente, patrocinando instituições filantrópicas que atuam nessa área de desenvolvimento sustentável, a fim de se integrarem ao ISE.

Surge a presente questão da pesquisa: qual o nível de adesão das empresas listadas na Brasil Bolsa Balcão (B3) aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU? Para respondê-la, entende-se que toda e qualquer organização, tanto no setor público quanto privado, prima pela eficiência e vale-se de indicadores para mensurar seu desempenho. Portanto, é mister que cada empresa que almeja ser competitiva diante do mercado globalizado verifique a respectiva aderência empresarial à Agenda 2030.

Desta forma, o objetivo geral do presente trabalho é identificar o nível de adesão das empresas da B3 em relação aos ODS. Para viabilizar o alcance deste, os objetivos específicos são: 1) avaliar se há ODS com pouca adesão empresarial; 2) avaliar se há ODS com grande adesão empresarial; e 3) avaliar a adesão empresarial quanto aos pilares da sustentabilidade.

A presente pesquisa estuda o escopo abordado em Pegoraro et al. (2019) e se diferencia ao analisar o novo modelo do processo de seleção e gestão de empresas para a carteira do ISE B3, que passou por revisões e atualizações em 2019, em especial na abordagem sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

Quanto à estrutura, além desta seção introdutória, em que são apresentados os elementos centrais, há cinco outras seções. O presente trabalho foi elaborado de forma que a seção dois apresenta a revisão da literatura que embasa a pesquisa. Por sua vez, a terceira seção detalha os aspectos metodológicos, a população, a amostra e cita como foi feita a coleta de dados. A seção quatro traz a análise dos dados, abordando o questionário aplicado pela B3, focando nas respostas e nos pilares da sustentabilidade. Por fim, a quinta seção apresenta as conclusões e verifica o alinhamento com os objetivos delimitados.

2 REVISÃO DA LITERATURA

Nesta seção, são abordados os principais conceitos relacionados à sustentabilidade no âmbito empresarial e segue demonstrando a compilação dos

(30)

objetivos de sustentabilidade mundial, a Agenda 2030. E, por fim, tem-se um levantamento de estudos empíricos sobre a temática.

2.1 Sustentabilidade empresarial

Sustentabilidade significa, fundamentalmente, o conjunto de processos e ações que se destinam a manter a vitalidade e a integridade da mãe Terra, a preservação dos seus ecossistemas com todos os seus elementos físicos, químicos e ecológicos que possibilitam a existência e a reprodução de vida, o atendimento às necessidades da presente e das futuras gerações, e a continuidade, a expansão e a realização das potencialidades da civilização humana em suas várias expressões (BOFF, 2017).

Barbosa (2008) assevera que o conceito de desenvolvimento sustentável veio ser firmado na Agenda 21, documento desenvolvido na Conferência “Rio 92” e incorporado em outras agendas mundiais de desenvolvimento e de direitos humanos, convidando a todas as nações a participarem de forma conjunta e igualitária de um mutirão comum, co-responsabilizando a todos em esfera política e social.

Corroborando com o parágrafo anterior, Meneguzzo (2009), defende que a visão das pessoas na atualidade deveria ser voltada para aspectos ecológicos, uma vez que é fator importante para o equilíbrio ambiental, e consequentemente, base para a sustentação da vida com padrões mínimos de qualidade de vida para todos os seres humanos.

Fica claro então, a relação predatória do ser humano e a natureza, aproximando-se de um cenário de desastre ambiental auto provocado e aumentando as discussões sobre o crescimento econômico e os desafios a serem enfrentados por todos.

O setor empresarial recebeu o conceito de sustentabilidade como uma nova abordagem para a realização dos seus negócios, no escopo de promover a responsabilidade social e a redução do uso de recursos naturais. Em consequência, pode-se reduzir os impactos negativos sobre o meio ambiente, preservando a integridade do planeta para as futuras gerações, sem descontinuar a função objetivo das organizações, expressa por meio da rentabilidade econômico-financeira do empreendimento (SILVA et al., 2009).

O ISE B3 é o resultado de uma carteira de ativos, elaborada de acordo com critérios estabelecidos. Os índices da B3 utilizam procedimentos e regras constantes

(31)

do Manual de Definições e Procedimentos dos Índices da B3, o qual tem por objetivo ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de empresas selecionadas pelo seu reconhecido comprometimento com a sustentabilidade empresarial. Apoiando os investidores na tomada de decisão de investimento e induzindo as empresas a adotarem as melhores práticas de sustentabilidade, uma vez que as práticas ESG (Ambiental, Social e de Governança Corporativa, na sigla em inglês) contribuem para a perenidade dos negócios (B3, 2022).

O valor agregado a marcas de empresas que atuam diretamente em projetos sustentáveis passa a ser visto como um bem intangível que começa a ganhar visibilidade no mercado econômico. Dessa forma, neste cenário tem importância fundamental o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da B3, pois consegue medir as transformações oriundas de projetos sustentáveis no setor empresarial (MENESES, 2021). Porém, como a participação no processo de seleção para as carteiras teóricas do Índice de Sustentabilidade Empresarial da Brasil, Bolsa, Balcão (ISE B3) é voluntária e envolve gastos, há empresas que optam por participar enquanto outras optam por não participar do processo. Por esse motivo, Beato, Souza e Parisotto (2009) destacam que esse pode ser um dos problemas da baixa participação das empresas elegíveis no processo de escolha para as carteiras ISE B3, já demonstrando a necessidade de pesquisas que buscassem entender a motivação para isso.

2.2 Agenda 2030

A agenda 2030 é um plano de ação para as pessoas, o planeta e a prosperidade. Também busca fortalecer a paz universal com mais liberdade, protegendo o planeta da degradação, por meio do consumo e da produção sustentável, da gestão sustentável dos seus recursos naturais e de medidas urgentes para combater a mudança do clima (ONU, 2015). A agenda 2030 visa, dentre outros objetivos, erradicar a pobreza, garantindo à população melhores condições de vida, pautada em um desenvolvimento sustentável nos âmbitos econômico, social, ambiental, ético e, principalmente, jurídico e político. Para nortear o desenvolvimento dos países membros, foram traçados 17 objetivos e 169 metas que deverão ser alcançadas até o ano de 2030.

(32)

Esta agenda foi desenvolvida, por meio de uma reunião de chefes de estado e de governo e altos representantes na sede das Nações Unidas em Nova York (EUA) em 25 a 27 de setembro de 2015, decidindo assim, sobre os novos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) globais e, adotaram uma decisão histórica sobre um “conjunto de objetivos e metas universais e transformadoras que é abrangente, de longo alcance e centrado nas pessoas”. A ONU informa que estão comprometidos “a trabalhar incansavelmente para a plena implementação desta Agenda em 2030”.

(GERALDO, PINTO, 2019).

Uma nova agenda guiada por objetivos tem uma razão forte de ser. Sachs (2017) entende que a agenda é baseado em três premissas: 1) a mobilização social, pois várias pessoas do mundo todo lutando pelo mesmo objetivo torna-se poderoso;

2) são os aspectos político e governamental, chamada “pressão dos pares, ou seja, é uma espécie de dinâmica que instiga líderes a medirem seu progresso com objetivos comum a todos; 3) é a capacidade de mobilizar “comunidades epistêmicas”, também chamadas de “redes de conhecimento” para combater doenças amplamente disseminadas.

Todos juntos: governos, organizações internacionais, empresas privadas, academia e sociedade civil têm uma tarefa coletiva a desempenhar: identificar os caminhos para o desenvolvimento ambiental, social e econômico. Os recursos, os conhecimentos técnicos e a representação democrática devem ser culminados para tal e a resolução mundial de problemas exigindo uma rede bem orquestrada para lidar com padrões de consumo, energia, alimentação, trabalho, urbanização, mídia social, resiliência e demais temas (DENNY, 2018).

2.3 Estudos empíricos sobre o tema “Sustentabilidade empresarial”, “ISE” e

“B3”

Para a análise dos estudos empíricos sobre um mapeamento da produção científica no banco de dados da plataforma Spell, buscando pelos termos

“sustentabilidade empresarial”, “ISE” e “B3” para serem localizados nos resumos das publicações no lapso temporal dos anos de 2000 e 2020. A busca resultou em 10 (dez) artigos direcionados e, todos eles, publicados a partir do ano de 2017. Através dos resumos dos artigos disponibilizados, foi possível aferir que apenas três artigos

(33)

aproximam-se do assunto tratado neste estudo e, nesse momento, foi possível um debruçar-se mais atento a esses encontrados.

Ao analisarem, através do enfoque da Teoria dos Stakeholder, a evolução da adesão e a permanência das empresas no Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da B3 (Brasil, Bolsa, Balcão) no período de 2005 a 2015, Crisóstomo, Carneiro e Gomes (2018) realizaram testes de diferença de proporções e foi observado um crescente interesse das empresas brasileiras em estarem listadas no ISE. A análise foi feita com base em todas as 72 empresas que já estiveram presentes no ISE observando-se o crescimento do número de empresas que lá estão a cada ano. Foi percebida a significativa proporção de empresas que optaram por permitir a divulgação do conteúdo de seu questionário de candidatura caso sejam aprovadas no processo. Destacou-se, por fim, as dimensões do questionário ISE que indagaram sobre aspectos relativos a várias ações da empresa além da típica Responsabilidade Social Corporativa (dimensão social), envolvendo também, fortemente, as dimensões Governança Corporativa e Econômica.

Em outro estudo que correlaciona as temáticas, Ribeiro e Funchal (2018) analisaram quais fatores determinantes conduzem às melhores chances de uma organização ser incorporada ao Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE). Para tanto, foram pesquisadas 381 empresas brasileiras com ações na B3 no período de 2005 a 2015. Os resultados mostraram que as maiores chances de uma organização se incorporar ao ISE estão nos investimentos, nas práticas e no compromisso com o meio ambiente, em relação ao comprometimento com a ética, a transparência e a legitimidade adotada pelas empresas. De outro lado, as chances diminuem à medida que cresce o capital em mãos de terceiros.

Cruz et al. (2017) investigaram as estratégias de enfrentamento às mudanças climáticas evidenciadas pelas empresas listadas no Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da B3 no período de 2011 a 2014. Para tanto, a população da pesquisa foi composta pelas empresas listadas no ISE da B3. Tais companhias foram escolhidas em função de responderem anualmente ao questionário ISE, que no ano de 2010 acrescentou a dimensão das mudanças climáticas. O período de análise compreendeu os anos de 2011 a 2014, em decorrência de o ano de 2011 ter sido o primeiro ano em que as respostas das empresas com relação à dimensão mudanças climáticas foram divulgadas no questionário ISE. Realizou-se análise das respostas corporativas quanto à dimensão das mudanças climáticas do questionário do ISE.

(34)

Para tanto, empregou-se a técnica de análise de conteúdo. Com base nos resultados, foi percebido uma tendência crescente de companhias que têm sua política corporativa sobre mudanças climáticas aprovada pela alta direção e que estabelecem metas e assumem compromissos públicos de redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE). Além de utilizar parâmetros internacionalmente aceitos, uma parcela significativa das organizações submete seus inventários de emissões de GEE à verificação de uma terceira parte independente e participa do Carbon Disclosure Project. Os resultados evidenciam, ainda, que as empresas estão inserindo, em seus modelos de gestão, estratégias diferenciadas que buscam criar valor para diversas partes interessadas.

Diante do exposto, verificado que apenas 4 (quatro) artigos dos 10 (dez) resultados não tratam da rentabilidade, reforça-se a relevância desta pesquisa para o aprofundamento da análise da sustentabilidade empresarial sob o enfoque da agenda 2030 ao incorporar a participação nos níveis diferenciados do ISE da B3 como fator capaz de explicar o crescimento da participação das empresas no cumprimento dos ODS’s. Ressalta-se que este estudo se diferencia dos demais porque não considera o aumento ou diminuição do desempenho financeiro-econômico pela participação no ISE.

3 METODOLOGIA

Esta pesquisa tem abordagem do tipo quantitativa, fazendo uso de método documental e por meio descritivo. Baseou-se em estudo semelhante, Pegoraro et al.

(2019), que abordou o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE B3) de 2018, buscando analisar a aderência empresarial à Agenda 2030 e avaliar a inserção dos ODS no ambiente corporativo.

O diferencial do presente trabalho se alinha aos objetivos de Pegoraro et al.

(2019) e se diferencia ao analisar o novo modelo do processo de seleção e gestão de empresas para a carteira do ISE B3. Em 2019, o Questionário ISE B3 passou por uma revisão, reorganização e foi aperfeiçoado nas abordagens relacionadas às iniciativas.

Na abordagem sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), o questionário foi expandido e estruturado.

O universo da pesquisa foi composto pelas empresas que fazem parte da carteira 2021, intitulada 17ª carteira de Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE

(35)

B3), que vigora de 3 de janeiro a 30 de dezembro de 2022, também chamada de carteira 2021/2022.

Para analisar a aderência das empresas, foram analisados os dados de um questionário aplicado pela própria ISE B3, com foco na dimensão 'Governança Corporativa e Alta Gestão', mas especificamente as respostas dadas ao tema 'Fundamentos de Gestão da Sustentabilidade Empresarial', tópico 'Alinhamento com Agenda 2030 e ODS'.

Do montante de 129 empresas que compõem o questionário, companhias aptas a participarem do processo, foram excluídas 35 empresas que não participam da carteira 2021 e foram excluídas as 13 holdings não operacionais, pois as questões em análise não são aplicadas a estas, restando 81 empresas para análise. Algumas destas fazem parte de um mesmo grupo empresarial; desta forma, há 46 companhias.

Em seguida, observou-se as respostas para as questões em tela e a porcentagem de aderência em relação ao total de companhias respondentes, tomando-se como referência o trabalho de Pegoraro et al. (2019):

PA = (N/T).100 , onde PA é a porcentagem de aderência das empresas aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (%), onde N é o número de empresas respondentes e T é o total de empresas participantes.

Além disso, os 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável foram alocados com base no tripé da sustentabilidade, dividindo-os em aspectos econômicos, sociais e ambientais. O aspecto social engloba os Objetivos 1, 2, 3, 4, 5, 7, 8, 10, 11, 16 e 17.

Já o pilar ambiental engloba os Objetivos 6, 7, 8, 12, 13, 14 e 15, enquanto o econômico engloba os Objetivos 1, 7, 8, 9 e 10, de acordo com Pegoraro et al. (2019).

O autor cita ainda que essa alocação deu-se devido à especificação do Objetivo e que este pode estar inserido em mais de um pilar.

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS

O Índice de Sustentabilidade Empresarial tem aumentado sua representatividade junto às companhias brasileiras apesar da inovação trazida pela B3 no questionário de 2019, com novos formatos e solicitando evidências de forma aleatória para algumas questões, permitindo um maior grau de confiabilidade nas respostas de ações efetivamente executadas.

Referências

Documentos relacionados

E, assim, também os leitores dessa carta, os hebreus e nós, sabemos claramente que para viver essa nova vida, devemos vive-la com os nossos corações.. O evangelho revela

Figura 7: Ovos de obtidos a partir de infecções experimentais em Mus musculus infectados a partir de larva do tipo Anfistoma emergidas de exemplares de Biomphalaria straminea (a)

Em consonância com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 6 e 11, da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU), o objetivo desta pesquisa é analisar a

este volume contém os contos escritos por sir Arthur Conan doyle que guardam algumas de suas histórias mais famosas e queridas: As aventuras de Sherlock Holmes, Memórias de Sherlock

Deste modo, são apresentados três capítulos que se complementam em uma sequência cronológica: o primeiro capítulo trata do contexto dos antecedentes à criação

1) Determine a matriz que transforma os pontos do plano R 2 de forma que os objetos rodem em torno do ponto (2,3) T de um ângulo de 90 o graus. Qual o significado geométrico

Clliieen ntt A Acccco ou un ntt L Liiffeeccyyccllee M Maan naag geem meen ntt Ideal para empresas que necessitam de processar a entrada de documentos dos clientes, tais

O julgamento funcional para selecionar animais com aptidões de maneabilidade e destreza nas diferentes execuções á que são empreendidos como provas do freio de ouro, “paleteada”