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4 A CONSTRUÇÃO DO JOGO “EXPEDIÇÃO PELO RELEVO POTIGUAR”

4.4 CARTAS DO JOGO

As cartas do jogo “Expedição pelo Relevo Potiguar” são compostas por diferentes tipos de questões que foram elaboradas com o intuito de trabalhar a partir da associação entre os conteúdos e as diferentes competências e habilidades previstas nos documentos oficiais que norteiam as práticas educacionais no Ensino Médio, como a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (BRASIL, 1996), os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1998; 2000), as Orientações Curriculares Nacionais (BRASIL, 2006), as Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica (BRASIL, 2013) e a Base Nacional Comum Curricular do Ensino Médio (2018).

Nessa perspectiva, de acordo com Andrade e Costella (2016), os conteúdos são meios pelos quais os alunos desenvolvem as competências e as habilidades que auxiliam no processo ativo de construção e reconstrução de seus próprios conhecimentos.

As competências, quando mobilizadas, possibilitam, conforme Andrade e Costella (2016), aprender a partir da resolução de diferentes situações-problema cotidianas de menor ou maior complexidade. Para tanto, com a finalidade de resolvê-las, os alunos devem articular os conteúdos conceituais e mobilizar múltiplas habilidades.

Assim, ainda segundo Andrade e Costella (2016), as habilidades estão associadas a uma ação – física e/ou mental – e funcionam como competências de menor alcance, à medida que representam uma capacidade/faculdade mental específica adquirida ao longo do processo educativo.

Sendo assim, de acordo com as Orientações Curriculares Nacionais (BRASIL, 2006, p. 45):

No processo de aprendizagem é necessário desenvolver competências e habilidades, para que tanto professores como alunos possam comparar, analisar, relacionar os conceitos e/ou fatos como um processo necessário para a construção do conhecimento.

Diante disso, além dos documentos oficiais anteriormente citados, também serviram de base para a construção das questões presentes nas cartas, as Matrizes de Competências e Habilidades do Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos – ENCCEJA – e do Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM, a Taxonomia de Bloom (FERRAZ; BELHOT, 2010) e o Guia Referencial de Habilidades para Competência em Geomorfologia de Souza (2009).

Em relação, especificamente, ao Guia Referencial de Habilidades para Competência em Geomorfologia, proposto por Souza (2009) em sua tese e apresentado, posteriormente, em artigo assinado por Souza e Valadão (2015), é importante frisar que:

No procedimento metodológico para se definirem as habilidades, considerou-se a dimensão do objeto relevo quanto à forma, quanto ao dinamismo – portanto, processos geomorfológicos – e quanto à interpretação, representação gráfica e visualização espacial, fundamentados em modelos teóricos e na literatura. A dimensão forma apoia-se na ação empírica de observação da paisagem, considerado aspectos externo e interno da forma de relevo. Essa ação, por sua vez, implica perceber e conceber os aspectos visíveis e invisíveis na paisagem ou na representação gráfica e ainda demanda reconstituir os processos geomorfológicos que dão “materialidade” à forma e permite classificá-la de acordo com uma abordagem teórica conceitual. (SOUZA; VALADÃO, 2015, p. 94/95)

Desse modo, ao estimular o estudo do relevo a partir da mobilização de habilidades, da articulação de conceitos e da apropriação das várias modalidades de linguagem e representação, é possível fomentar, no aluno, o desenvolvimento de capacidades cognitivas que facilitam o estabelecimento de relações entre a gênese, a dinâmica e as possibilidades futuras de alterações do relevo. Assim, também é possível evitar a fragmentação e a descontextualização dos conhecimentos.

Em relação à apropriação das várias modalidades de linguagem e representação, é importante destacar que há, na maioria das cartas, um apelo iconográfico, por meio de fotografias.

A opção pela inserção das fotografias se deve ao fato de que as imagens se constituem como uma linguagem e também como um significativo recurso investigativo, a partir do qual

é possível observar, perceber, analisar, interpretar e comparar as múltiplas dinâmicas naturais, sociais, econômicas e culturais presentes nos diferentes contextos produzidos e reproduzidos pela natureza e pela sociedade.

Consoante com essa perspectiva, Morais (2013, p. 259) frisa que:

O ensino de Geografia por meio da imagem amplia a compreensão da produção e reprodução do espaço, favorecendo a leitura e interpretação dos processos responsáveis por sua configuração; desvendando as lacunas, rugosidades, sobreposições e coexistências relativas às ações, formas, funções e tempos que comporta; possibilitando conexões entre conceito e empiria.

Isto significa que, através da linguagem visual, podemos contemplar uma gama de conceitos/temas inerentes e transversais à ciência geográfica, possibilitando a integração entre os conhecimentos científicos e as vivências cotidianas.

Nesse sentido, utilização de imagens nas cartas do jogo tem como finalidade potencializar a compreensão do espaço geográfico, permitindo múltiplas interpretações, além do reconhecimento das transformações que nele ocorrem cotidianamente em virtude das sucessivas relações estabelecidas entre a sociedade e a natureza.

Além disso, a utilização da iconografia no processo de ensino e aprendizagem oportuniza o estabelecimento de conexões entre o visível e sua significação.

Ainda a respeito das cartas, a ordenação ao longo do jogo levou em consideração a localização das diversas feições geomorfológicas presentes no estado do Rio Grande do Norte e a maior proximidade dos alunos com a região litorânea leste, onde moram e estudam. Sendo assim, as cartas foram subdivididas e dispostas conforme as seguintes regiões e as respectivas formas de relevo:

a) na região leste, as cartas exploram a morfologia litorânea, representada por dunas e falésias;

b) na região central do estado, são exploradas feições como o Pico do Cabugi, os

inselbergs, o Cânion dos Apertados e o relevo antropogênico da Mina Brejuí;

c) na região oeste potiguar, estão presentes nas cartas a Serra de Martins, a Chapada do Apodi e as cavernas do município de Felipe Guerra.

As perguntas das cartas foram estruturadas com base na Taxonomia de Bloom (FERRAZ; BELHOT, 2010) e conforme os instrumentos e procedimentos de verificação do rendimento escolar sugeridos por Libâneo (1990) e Ausubel (2003), através dos quais é

possível direcionar e analisar o desenvolvimento de competências e habilidades durante o processo de ensino e aprendizagem.

Nesse sentido, as cartas possuem questões dissertativas, questões objetivas de múltipla escolha, questões de verdadeiro-falso (V ou F), questões de lacunas para completar, questões de identificação, questões de correspondência e questões de desenhar.

As questões dissertativas possibilitam, segundo Libâneo (2000, p. 205), a exploração de habilidades como comparar, diferenciar, relacionar, caracterizar, explicar, construir conceitos, argumentar e propor soluções. Do mesmo modo, permitem verificar, nos alunos, a capacidade de organizar as ideias a fim de expressá-las de forma clara, a capacidade de relacionar fatos, ideias e coisas e a capacidade de aplicar conhecimentos e conceitos.

Nas questões de verdadeiro ou falso, de identificação, de correspondência, de lacunas para completar e, sobretudo, nas questões objetivas de múltipla escolha, é possível, segundo Ausubel (2003, p. 151/160), verificar a disponibilidade de ideias relevantes na estrutura cognitiva e explorar habilidades como identificar, associar e relacionar, que contribuem para o desenvolvimento da capacidade de distinção entre conceitos e proposições relacionadas ou semelhantes.

Para fins de organização, as cartas estão divididas em quatro grupos. Cada grupo tem como finalidade atender competências, habilidades e objetivos didáticos gerais voltados para o processo de ensino e aprendizagem do conteúdo de geomorfologia no Ensino Médio.

Sendo assim, o primeiro grupo de questões requer do educando a capacidade de (re)conhecer e interpretar, nas diferentes linguagens, os variados tipos de rocha e feições geomorfológicas, suas classificações e onde estão localizadas.

Para tanto, segundo Souza e Valadão (2015, p. 96):

É preciso ter disponíveis os demais conhecimentos específicos ligados à natureza, à tipologia, às nomenclaturas e aos parâmetros explicativos, os quais compreendem a abordagem teórica e metodológica do relevo, tendo em vista que a natureza do relevo refere-se a sua dimensão física e metafísica. Por sua vez, as tipologias referem-se a formas definidas segundo seus atributos internos e externos e sua gênese e a escalas espacial e temporal.

Nesse sentido, as questões das cartas 1, 5, 6, 13, 19 e 22 visam trabalhar com as seguintes habilidades:

 Identificar as tipologias de formas e conhecer as suas nomenclaturas (SOUZA, 2009)

 Observar, identificar, classificar, descrever e relacionar as feições geomorfológicas expressas em diferentes linguagens (textos, figuras e/ou símbolos).

Como recurso visual, destaca-se a carta 13, do referido grupo, na figura 3 a seguir:

FIGURA 3: Carta 13 – Frente e verso

Fonte: Própria (2018).

Nesse encadeamento, Pontuschka, Paganelli e Cacete (2009) frisam que o uso de diferentes linguagens, na qualidade de mediadoras do processo de ensino e aprendizagem, proporciona a abertura de novos horizontes do conhecimento, sobretudo em situações que exigem do educando o empreendimento da abstração, como é o caso da identificação e classificação das formas de relevo.

Ao identificar as formas de relevo, o educando (re)conhece, a partir de seus conhecimentos prévios e de suas vivências dentro e fora do ambiente escolar, as fisionomias referentes a cada feição geomorfológica, assim como, também, associa a sua respectiva nomenclatura.

Souza e Valadão (2015, p. 102) reforçam esse entendimento ao dizer que a identificação:

Implica reconhecer os atributos internos e externos da forma, bem como sua natureza estrutural, tectônica e/ou climática. Envolve percepção e representação, a partir das qualidades externas do objeto, obtidas sensorialmente e ampliadas pelas classificações.

As classificações ou agrupamentos – das feições geomorfológicas, no caso das cartas do jogo –, fomentam a constituição, pelos alunos, de unidades espaciais com propriedades semelhantes, através das quais é possível relacionar conceitos e características por meio de diferentes linguagens. Quanto a habilidade de classificação ou de agrupamento, os Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (BRASIL, 2000, p. 62) mencionam que:

O grupamento espacial desses fenômenos será definido por suas peculiaridades, interferindo assim diretamente na identificação do tipo de unidade espacial a que se referem, constituindo assim unidades como lugar, paisagem ou território, definidos por sua constituição e por sua característica de existência espacial. O saber identificar os fenômenos, selecioná-los e alinhá-los dentro das diferentes unidades espaciais constitui tecnologias a serem dominadas, compondo-se essas tecnologias de elementos característicos da Ciência Geográfica.

Ainda no primeiro grupo de cartas, as questões das cartas 7, 14, 26, 29 e 35 buscam explorar as seguintes habilidades:

 Relacionar conceitos, informações e figuras com objetivo de reconhecer as feições geomorfológicas, suas características e localizações.

 Comparar formas, diferenciar nomenclaturas e descrever funções.  Discernir peculiaridades e representar, por meio de desenhos e textos,

as feições geomorfológicas que possuem características correlatas.  Estabelecer relações entre as características geológicas e

geomorfológicas, associando formas de relevo às rochas que a constituem.

Ao estabelecer relações entre os conceitos e os conhecimentos apreendidos com objetivo de reconhecer as feições do relevo, o aluno constrói/elabora mentalmente representações, conforme mencionado anteriormente, que podem ser expressas graficamente em forma de desenhos.

Assim, no que diz respeito à representação por meio de desenhos, os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1998) mencionam que essa habilidade contribui para que os alunos aprofundem os procedimentos que fazem parte dos métodos de operar da Geografia.

O desenho não é apenas a expressão concreta do que se apreende pela visão, mas a expressão do que se sente e pensa em relação ao que se enxerga. Esse exercício continua sendo uma forma interessante de propor que os alunos utilizem objetivamente as noções de proporção, distância e direção, fundamentais para a compreensão e uso da linguagem gráfica, mas, também, que possam agregar mensagens valorativas, afetivas e pessoais em relação à representação do mundo (BRASIL, 1998, p. 97).

Com relação ao segundo grupo de cartas, as questões requerem que os educandos exercitem as capacidades de:

 Compreender os principais conceitos relacionados às estruturas e formas de relevo, bem como os processos que as originam.

 Compreender a sociedade e a natureza, reconhecendo suas interações no espaço em diferentes contextos históricos e geográficos (ENEM).

Ao requerer dos alunos uma compreensão mais articulada sobre os principais conceitos relacionados às feições geomorfológicas, objetivamos avançar no entendimento de que o relevo é um sistema dinâmico.

Nesse sentido, conforme Bertolini (2010, p. 52), o relevo “diz respeito não somente às formas que são vistas na superfície da Terra, mas também a todo conjunto de forças que está além do visível”, pois, geralmente, segundo Souza e Sena (2017, p. 74):

O conceito de relevo é concebido pela maioria dos alunos apenas como forma física, objetiva e concreta, desconsiderando a sua dimensão metafísica, ou seja, como expressão materializada temporal e espacial da interação de diversos processos, condicionantes e agentes. (SOUZA; SENA, 2017, p. 74).

Por esse motivo, conforme foi possível verificar durante as observações e aulas expositivas realizadas antes da aplicação do jogo, que os alunos associam nomes de feições geomorfológicas quando são solicitados a definir o conceito de relevo.

A ideia do relevo como um sistema ambiental dinâmico nem sempre é fácil de ser entendida. Talvez porque os processos que imprimem novas marcas ao relevo e que o transformam ocorrem, em sua maioria, em intervalos de tempo longos; tempos

subjacentes à escala do tempo geológico e não do tempo do nosso dia-a-dia (BERTOLINI, 2010, p. 66).

Dessa forma, para compreender o relevo em sua totalidade, é preciso aborda-lo sob as perspectivas morfogenética – com a identificação das unidades de relevo, como planaltos, planícies, depressões e demais formas – e morfodinâmica – considerando os processos e os agentes internos e externos responsáveis pela gênese e transformação do relevo ao longo do tempo geológico.

Na perspectiva morfogenética, o relevo é interpretado com base em sua evolução geológica, historicista, na escala regional, ao passo que na perspectiva morfodinâmica, o relevo é analisado na escala local e em tempo “curto”, historicista, considerando sua dinâmica, a partir da interação de diferentes processos, cujos ritmos variam no tempo e no espaço, de acordo com condicionantes e agentes diversos (SOUZA; SENA, 2017, p. 74).

Além disso, faz-se necessário fomentar o entendimento de que as feições de relevo fazem parte do substrato que constitui a base para a vida na Terra. Consequentemente, a apropriação dos recursos naturais pelas ações humanas provoca mudanças e novas relações para com o meio ambiente.

Nesse sentido, as questões das cartas 8, 10, 12, 15, 17, 18, 20, 32 e 33 buscam explorar as seguintes habilidades:

 Diferenciar os conceitos: agente, processo, forma e condicionantes (SOUZA, 2009).

 Citar, explicar e caracterizar, a partir da observação e da análise de figuras e textos, os processos e os agentes internos e externos responsáveis por dar origem às estruturas e formas de relevo.

 Identificar os tipos de rocha provenientes desses processos.

 Identificar em fontes diversas o processo de ocupação dos meios físicos e as relações da vida humana com a paisagem (ENEM).

 Analisar o processo de apropriação dos recursos naturais na sociedade.  Reconhecer a função dos recursos naturais na produção do espaço

geográfico, relacionando-os com as mudanças provocadas pelas ações humanas (ENEM).

FIGURA 4: Carta 17 – Frente e verso

Fonte: Própria (2018).

Assim, permite-se que, em meio ao processo de ensino e aprendizagem, o aluno aplique seus conhecimentos a respeito dos processos responsáveis pela formação do relevo e problematize a sua posição no conjunto de interações entre sociedade e natureza.

Na sequência, as cartas 21 e 31 exploram as seguintes habilidades:

 Reconhecer variadas formas de representação do espaço: cartográfica e tratamentos gráficos, estatísticos e iconográficos (BRASIL, 2006).  A partir de figuras e textos, identificar, assimilar e construir conceitos

relacionados à geomorfologia.

O reconhecimento e a análise das diferentes formas de representação do espaço, associadas à construção de conceitos e aos conteúdos da ciência geográfica, oportunizam ao aluno, conforme Pontuschka, Paganelli e Cacete (2009), a ampliação da sua capacidade de ler, interpretar e compreender o espaço geográfico.

Ainda no segundo grupo de cartas, as questões das cartas 2 e 27 mobilizam as habilidades seguintes:

 Diferenciar, classificar e representar as feições geomorfológicas conforme as suas características naturais, levando em consideração as alterações ocorridas ao longo do tempo geológico.

 Analisar a relação forma-escala espacial e temporal (SOUZA, 2009).

A respeito das noções de escala espacial e temporal, Bertolini (2010), enfatiza que elas estão relacionadas, sobretudo na concepção ambiental, às categorias espaço e tempo, que são de fundamental importância para a compreensão, a partir das perspectivas morfogenética e morfodinâmica, da amplitude das formas e do seu caráter dinâmico.

Complementando esse entendimento, Bertolini (2010, p. 97) afirma que:

O relevo é o conteúdo do currículo escolar que, mais de perto, permite lidar com as noções e conceitos relativos à história geológica do planeta. Trata-se de um conteúdo que permite uma abordagem integrada de saberes, na perspectiva temporal e espacial das ciências ambientais. As dimensões temporal e espacial proporcionadas pelo ensino de geociências são únicas no currículo escolar, sendo de fundamental importância para o desenvolvimento de uma inteligência naturalista.

Em relação ao terceiro grupo de cartas, as questões requerem que o educando desenvolva a capacidade de compreender a importância da Geodiversidade e do patrimônio geológico e geomorfológico, que compõem o substrato natural, para o desenvolvimento de atividades sociais, econômicas, científicas, ambientais e culturais.

Consoante com essa perspectiva, os Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (BRASIL, 2000, p. 63) apontam que:

O nível de exploração dos recursos existentes nesse substrato implica cada vez mais colocar em perigo o equilíbrio dos elementos naturais que constituem a estrutura do planeta. Há, então, um embate entre os processos de preservação e degradação da vida no planeta, no qual o predomínio desta ou daquela situação implica uma qualidade de vida diferenciada.

Dessa forma, compreender a importância da Geodiversidade perpassa, obrigatoriamente, pela evidente necessidade de criação de estratégias de gestão que tenham como finalidade preservar e conservar o meio natural e, posteriormente, fomentar o desenvolvimento de atividades humanas de forma sustentável.

 Identificar e avaliar formas de atuação, voltadas para conservação dos recursos naturais, que reconheçam a importância do patrimônio geológico e geomorfológico.

 Explicar, considerando a existência de propostas de desenvolvimento sustentável, a importância de conservar o patrimônio geológico e geomorfológico.

 Argumentar e explicitar, com base em aspectos ambientais e econômicos, como os recursos naturais são utilizados pela atividade turística.

 Ler, analisar e interpretar os códigos específicos da Geografia (mapas, gráficos, tabelas), considerando-os como elementos de representação de fatos e fenômenos espaciais e/ou espacializados (BRASIL, 2000).

Nesse sentido, destaca-se a carta 9, do referido grupo, na figura 5 a seguir:

FIGURA 5: Carta 9 – Frente e verso

Dessa forma, é possível fomentar, no aluno, através da leitura, análise a intepretação de representações gráficas e cartográficas, o desenvolvimento de uma compreensão integrada do meio ambiente em suas múltiplas e complexas relações, ressaltando a necessidade permanente de pensar na preservação do equilíbrio socioambiental e na sustentabilidade como uma meta universal, conforme pressupõem as Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica (BRASIL, 2013).

Posteriormente, nas questões 11, 23, 24 e 25 são mobilizadas as habilidades de:

 Analisar, por meio de textos e figuras, a diversidade morfoclimática do território norteriograndense e relacionar ao desenvolvimento de atividades sociais, econômicas, científicas e culturais.

 Formular propostas, com base na diversidade de atrativos naturais, para fomentar a exploração da atividade turística.

Analisar a diversidade do relevo e mensurar as possibilidades de uso e ocupação não consistem somente em habilidades a serem mobilizadas, mas, também, como uma prática que vem sendo adotada por diferentes áreas e serviços com variados propósitos, conforme frisa Bertolini (2010).

Sob a perspectiva ambiental, o relevo aparece como elemento fundamental no diagnóstico, análise e planejamento físico-territorial. Diferentes áreas e serviços demandam e empregam os conhecimentos referentes ao relevo: o turismo, vinculado às belezas naturais de uma dada região; a exploração de recursos minerais; o aproveitamento de recursos hídricos, vinculado ao dimensionamento da área de inundação de reservatórios hidrelétricos; a recuperação de áreas degradadas; a previsão e os riscos associados a movimentos de massa e erosão (GUERRA; MARÇAL, 2006 apud BERTOLINI, 2010, p. 92).

Desse modo, estudar o relevo de forma articulada com as atividades socioeconômicas e ambientais, possibilita ir além da simples nomenclatura e do reconhecimento de suas formas e atributos. Assim, oportuniza-se aos educandos a ampliação dos seus conhecimentos e a formação de cidadãos conscientes de suas atitudes frente às questões ambientais.

Complementando essa perspectiva, o quarto e último grupo de cartas requer que o educando exercite as capacidades de:

 Compreender o espaço geográfico a partir das múltiplas interações entre sociedade e natureza (BRASIL, 2006).

 (Re)conhecer a importância de estudar o relevo para o adequado uso e ocupação do solo, bem como os impactos ambientais decorrentes das atividades humanas.

Para tanto, são exploradas nas questões das cartas 3 e 4 as seguintes habilidades:

 Identificar e analisar os fenômenos geográficos expressos em diferentes linguagens (BRASIL, 2006).

 Identificar a presença dos recursos naturais na organização do espaço

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