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SUMÁRIO

3. Levantar e descrever os

3.4 CATEGORIAS DA PESQUISA

Acompanhando Bocchi, Juliani e Spiri (2008), há necessidade de o pesquisador adequar a análise de conteúdo como método em suas investigações. Assim, a partir da problemática e dos objetivos, a

fundamentação possibilitou selecionar e conceituar as categorias como conceitos fundamentais de entendimento capazes de constituir os objetos do conhecimento da Pesquisa, agrupando-as em dois blocos temáticos, relacionados e complementares: i) Bloco I: Administração Pública e Gestão Universitária; ii) Bloco II: Gestão Pública e Gestão Social.

Quadro 3. Categorias da Pesquisa do Bloco I: Administração Pública e Gestão Universitária

CATEGORIAS DA PESQUISA CONCEITUAÇÃO Administração Pública e o Novo Serviço Público

“[...] em sentido formal, é o conjunto de órgãos instituídos para consecução dos objetivos do Governo; em sentido material, é o conjunto das funções necessárias aos serviços públicos em geral; em acepção operacional, é o desempenho perene e sistemático, legal e técnico, dos serviços próprios do Estado ou por ele assumidos em benefício da coletividade. Numa visão global, a Administração é, pois, todo o aparelhamento do Estado preordenado à realização de seus serviços, visando à satisfação das necessidades coletivas” (MEIRELLES, 2006, p. 60). A Administração Pública segundo o Novo Serviço Público pode ser praticada segundo a gestão pública democrática com o alcance da eficiência, cidadania e a participação ampla dos diversos segmentos da Sociedade (DENHARDT; DENHARDT, 2000). Universidade Instituição de ensino de nível superior que, diante da crise

de hegemonia, a de legitimidade e a institucional (SANTOS, 2003) necessita “responder positivamente às demandas sociais pela democratização radical da Universidade”, buscando “alternativas de pesquisa, de formação, de extensão e de organização que apontem para a democratização do bem público universitário”, de modo a contribuir para a “definição e solução coletivas dos problemas sociais, nacionais e globais” (SANTOS, 2011a, pp. 56; 62).

Gestão Universitária [...] a Universidade pública brasileira encontra-se numa crise [...] entre seu modelo burocrático e institucional, a Sociedade e o capital. [...]. Como agravante, tem-se a prevalência [...] de uma gestão universitária estratégica, fundada em critérios utilitários de eficácia, produtividade e competitividade (SANTOS, 2005). Disso, resulta o academicismo, a abordagem burocrática centralizada e a segmentação do saber, insuficientes diante das evidências de uma realidade complexa e multidisciplinar.

[...] Tal situação, aliada aos condicionantes da cultura academicista e do aparato excessivamente burocrático das Universidades, produz consequências funestas para a gestão pedagógica nos campos do ensino, da pesquisa e da extensão, caracterizadores da Universidade contemporânea.

[...] a extensão, quando não desprestigiada, pois não interessante ao capital, adquire um esforço de aculturação impróprio, operado por agentes externos ao ambiente da ação [...]. A isso acrescenta-se o fato de a gestão universitária operar com abordagens tradicionais, a partir da gerência (controle) do conhecimento, associada à fragmentação do saber e à atuação acadêmica departamental. (GARRIDO; MORETTO NETO; JUSTEN, 2011, p.1-2)

[...]

Proposta da [...] gestão universitária [...] que privilegiem a autonomia política do homem, a razão comunicativa, a capacidade e a potencialidade da deliberação e da igualdade participativa, valores norteadores de uma gestão universitária social cidadã, entre outros aspectos substantivos. Os adjetivos social e cidadã, inseridos no título, denotam duplo sentido: promover tanto uma Universidade voltada ao homem como indivíduo político com capacidade de pensar o mundo e pensar-se e agir no mundo, quanto uma Universidade voltada aos anseios e necessidades da coletividade. Em particular, a alternativa proposta é a junção da gestão social, no campo da gestão, com o novo serviço público, na esfera da administração pública, e com a religação de saberes dos mundos real e acadêmico [...].

[...] Assim, considerando que vivemos numa sociedade de organizações (DRUCKER, 1999), não se trata de prescindir da ação da Universidade; mas de revalorizar e ressignificar a contribuição universitária por meio da gestão social e da cidadania, e, ao mesmo tempo, promover a sua missão em prol da ciência, criação do conhecimento e da educação. (GARRIDO; MORETTO NETO; JUSTEN, 2011, p.3)

Extensão Universitária

De acordo com o Plano Nacional de Extensão, de 1988, “a Extensão Universitária é o processo educativo, cultural e científico que articula o Ensino e a Pesquisa de forma indissociável e viabiliza a relação transformadora entre Universidade e Sociedade. A Extensão é uma via de mão- dupla, com trânsito assegurado à comunidade acadêmica, que encontrará, na Sociedade, a oportunidade de elaboração da práxis de um conhecimento acadêmico. No

retorno à Universidade, docentes e discentes trarão um aprendizado que, submetido à reflexão teórica, será acrescido àquele conhecimento. Esse fluxo, que estabelece a troca de saberes sistematizados, acadêmico e popular, terá como consequências a produção do conhecimento resultante do confronto com a realidade brasileira e regional, a democratização do conhecimento acadêmico e a participação efetiva da comunidade na atuação da Universidade. Além de instrumentalizadora deste processo dialético de teoria/prática, a Extensão é um trabalho interdisciplinar que favorece a visão integrada do social”. (FÓRUM DE PRÓ-REITORES DE EXTENSÃO DAS UNIVERSIDADES PÚBLICAS BRASILEIRAS, 2000/2001, n. p.).

Projeto de Extensão “Entende-se como Projeto de Extensão o conjunto de ações processuais contínuas, de caráter educativo, social, cultural ou tecnológico, com objetivo específico e prazo determinado”.

(BRASIL, 2012, n. p.)

Fonte: Elaborado pela Autora

De forma complementar às Categorias da Pesquisa do Quadro 3. Categorias da Pesquisa do Bloco I: Administração Pública e Gestão Universitária, como suporte à análise do conteúdo, os procedimentos metodológicos incluíram uma adaptação das categorias de análise propostas por Pimentel e Pimentel (2010, p. 8), com as características idealmente tipificadas para os dois modelos de gestão: a Gestão Pública e a Gestão Social, conforme a seguir.

Quadro 4. Categorias da Pesquisa do Bloco II: Gestão Pública e Gestão Social Categorias de Análise de Conteúdo da Extensão Gestão Universitária na perspectiva da Gestão Pública que incorpora princípios e práticas da

Gestão Estratégica

Gestão Universitária na perspectiva da Gestão Social

Objetivo  Interesse Público;  Interesse Coletivo de Caráter Público;

Valor  Normativo  Cooperação Intra e

 Interorganizacional; Racionalidade  Instrumental;  Burocrática;  Substantiva/comunicativa; Protagonistas  Estado;  Universidade;  Sociedade Civil Organizada;

vertical com algumas horizontalidades; em tese sem restrição à fala; nenhuma restrição ao direito de fala; Processo Decisório Centralizado/top down com possibilidade de participação (bottom up);  Descentralizado, emergente e participativo/surge como construção coletiva;

Operacionalização  Estratégica, com foco em indicadores acadêmicos e sociais;

 Social, com foco em indicadores qualitativos e quantitativos;

Esfera  Pública, Estatal;  Pública, Privada, Social e demais esferas; Autonomia e Poder  Há coerção normativa entre os atores envolvidos.

 Não há coerção, todos têm iguais condições de participação.

Fonte: Adaptado de Pimentel e Pimentel (2010)

Desse modo, o tratamento dos resultados obtidos, a inferência e a interpretação obedeceram aos blocos e às categorias relacionadas no atendimento aos objetivos específicos, examinado as instâncias deliberativas, os critérios estruturantes e os procedimentos gerenciais relacionados aos Projetos de Extensão.