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CATEGORIZAÇÃO DOS DADOS DAS MATRIZES DE REPERTÓRIO

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3. METODOLOGIA

3.4 CATEGORIZAÇÃO DOS DADOS DAS MATRIZES DE REPERTÓRIO

Como mencionado anteriormente, cinco alunos foram escolhidos na etapa A para participar dos momentos da intervenção reservadas à construção das matrizes de repertório, nas fases 1 e 5 do Ciclo da Experiência. Desta forma tem-se um total de dez matrizes de repertório para serem analisadas, duas para cada aluno. As matrizes construídas pelos cinco alunos que participaram destas fases encontram-se nos apêndices A, B, C, D, e E .

Após uma primeira leitura das dez matrizes de repertório construídas, compilou-se uma lista, representada na Tabela 11, na qual têm-se todos os construtos propostos pelos alunos ao longo da construção das matrizes. É possível perceber que cada construto está representado por uma letra diferente do alfabeto, visando facilitar a organização e a articulação entre as análises dos resultados dos cinco alunos. Assim, em todas as análises realizadas os construtos foram representados pela mesma letra tal como designado nesta tabela.

Tabela 11: Lista dos Construtos levantados pelos alunos nos testes da Matriz de Repertório

PROPRIEDADES /

CARACTERÍSTICAS MACROSCÓPICAS ASPECTOS ESTRUTURAIS A condutividade elétrica U superposição das bandas de energia B condutividade térmica V composição simples/composta C transparência V1 presença de alumínio na composição D ponto de fusão W caráter orgânico

E densidade W1 caráter polimérico da estrutura F propensão à oxidação X caráter metálico das ligações G rigidez Y arranjo dos átomos

H brilho Z grau de porosidade H1 tonalidade claro/escuro

I poder de corte J grau de aspereza

K maleabilidade OUTROS

L permeabilidade Q valor comercial

M ductibilidade S utilização em circuitos elétricos N propriedades magnéticas T utilização na construção de janelas O grau de dilatação

P durabilidade

R propensão à combustão

Ainda com relação à lista de construtos apresentados na Tabela 11 é importante observar que eles foram reunidos em três categorias, “Propriedades/Características Macroscópicas”, “Aspectos estruturais” e “Outros”. Esta distinção foi necessária porque na análise dos

resultados pretende-se analisar as relações que os alunos estabelecem entre as propriedades e entre estas e os aspectos estruturais. Desta forma, essa divisão foi feita com o intuito de facilitar a análise dos resultados, como será comentado em detalhes mais adiante.

Entre os construtos listados na tabela 11, alguns apareceram com maior freqüência nas matrizes de repertório dos alunos. Dentre todas as propriedades citadas nas matrizes, as três primeiras citadas com maior freqüência foram: condutividade elétrica (A), condutividade

térmica (B) e transparência (C). Já entre os aspectos estruturais citados mais frequentemente,

destacaram-se os três últimos da lista: caráter metálico das ligações (X), arranjo dos átomos (Y) e grau de porosidade (Z).

A maior freqüência relativa destes seis construtos se justifica pelo fato deles terem sido o foco dos trabalhos desenvolvidos nas fases 2, 3 e 4 do Ciclo da Experiência durante a intervenção didática, por isso dentre as muitas combinações possíveis entre os construtos para o cálculo das correlações, priorizou-se aquelas que envolvessem os construtos A, B, C, X, Y e Z. Em cada matriz de repertório, foram calculados pelo menos os fatores de correlação entre as propriedades A, B e C (AB, AC e BC), e os fatores de correlação entre cada uma destas propriedades e os aspectos estruturais X, Y e Z (AX, AY, AZ, BX, BY, BZ, CX, CY e CZ).

Uma observação importante é a de que no cálculo de alguns fatores de correlação foram selecionados apenas determinados materiais. No cálculo do fator de correlação entre os construtos condutividade elétrica (A) e transparência (C), por exemplo, foram suprimidos os materiais madeira e cerâmica. Esta exclusão é justificada pelo fato de que a opacidade desses dois deve-se ao grau de heterogeneidade e porosidade de sua estrutura interna, enquanto que os demais materiais têm sua transparência ou opacidade diretamente relacionada à sua condutividade elétrica. Na tabela 12, apresentada a seguir, estão listados os materiais suprimidos no cálculo dos fatores de correlação citados no parágrafo anterior. Em cada caso, foram suprimidos os materiais que não relacionavam de forma direta os construtos em questão.

Tabela 12: Relação de materiais suprimidos no cálculo dos fatores de correlação entre os

construtos mais freqüentes

CORRELAÇÃO MATERIAIS SUPRIMIDOS

AB - AC Madeira e Cerâmica BC Madeira e Cerâmica AX - BX - CX Madeira e Cerâmica AY - BY - CY Madeira e Cerâmica

AZ Vidro, Acrílico e Plástico BZ Vidro, Acrílico e Plástico CZ Ferro, Alumínio e Silício

A análise dos fatores de correlação entre os primeiros construtos (principalmente AB, AC e BC) teve como objetivo investigar o grau de articulação que os alunos conseguiram estabelecer entre as diferentes propriedades dos materiais. Através do grau de correlação pode-se perceber, por exemplo, se os alunos entendem que os materiais que são bons condutores elétricos também conduzem calor de forma eficiente.

A análise dessas relações entre as propriedades, contudo, não seria suficiente para inferir sobre o grau de articulação que os alunos conseguem estabelecer entre as origens comuns destas propriedades, nem sobre quais seriam essa origens. Para tanto se calculou as correlações entre as propriedades citadas e os aspectos estruturais mais freqüentemente levantados por cada aluno em sua matriz de repertório (com ênfase nas correlações AX, AY, AZ, BX, BY, BZ, CX, CY e CZ, como citado anteriormente). A análise dessas correlações foi crucial para este trabalho de pesquisa, uma vez que um dos principais objetivos deste trabalho consistia em investigar o grau de articulação entre as propriedades macroscópicas e os aspectos estruturais.

No próximo capítulo são analisadas detalhadamente as matrizes de repertório dos cinco alunos, de acordo com o que foi levantado nesta discussão. São analisadas as correlações mais pertinentes à averiguação da evolução de cada aluno em relação ao trabalho desenvolvido durante a intervenção. A partir desta análise, são discutidas as alterações no sistema de construção dos alunos, bem como o grau destas mudanças.

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