• Nenhum resultado encontrado

Com a finalidade de elucidar as impressões de todos os quantuns foram criadas duas categorias centrais logo após, duas categorias periféricas, perfazendo um total de quatro categorias.

O objetivo maior dessa fase foi investigar, no material transcrito, a relação do quantum com quatro elementos constituintes do contexto da monitoria: o meio, os alunos da graduação,

o professor supervisor e a coordenação da monitoria para, dessa forma, analisar a dinâmica relacional existente. Cabe aqui ressaltar que nem todos os dados coletados durante as entrevistas semi-estruturadas foram utilizados. Apenas as informações mais relevantes para o contexto da pesquisa foram organizadas em formato de texto escrito, Quadros e figuras para delinear o processo de categorização.

Além disso, as palavras centrais e periféricas não denotam, nesse contexto, sentido de superior e inferior, importante e menos importante. Apenas serão utilizados para, didaticamente, ressaltar o centro das análises e o que estava ao seu redor. As inferências, em um primeiro momento, iniciaram-se pelas categorias centrais e em seguida adentraram no contexto das categorias periféricas.

Antes da categorização propriamente dita, faz-se necessário abordar as unidades de contexto as quais, segundo Franco (2008), se constituem em um pano de fundo que imprime significado ao todo das análises. São as informações e considerações gerais a respeito da monitoria e dos monitores que, por seu valor ímpar, poderão colaborar nas interpretações e inferências futuras.

As percepções dos quantuns constituem a informação central de todo o trabalho de pesquisa. Por meio delas foram construídas as descrições e inferências a respeito do contexto pesquisado sendo possível mesclar teoria e prática em uma investigação de natureza complexa. A figura 2 demonstra esse pensamento:

Figura 2: Representação esquemática do contexto da monitoria 1.

Professor Supervisor Coordenação Meio Alunos Monitor Meio Macro- f ísico Outros sujeitos Ele mesmo Meio Micro- f ísico

A observação dos dados permitiu verificar que, apesar de todos os quantuns serem formados em licenciaturas, nem todos possuíam experiência docente, em nível de graduação, antes de iniciarem a monitoria, como se observa nas falas do Quantum Y e do Quantum Z: “Não, eu realmente nunca tive um trabalho direcionado no ensino superior, essa foi a minha primeira experiência [...].”; “Não, eu nunca..., ééé, já fui convidada mais nunca aceitei, só achava..., sempre pensei que eu tinha que me capacitar, conhecer o trabalho pra mim depois começar.”

Em meio às atividades realizadas pelos quantuns, no desenvolvimento das práticas docentes, constavam como atribuições a serem desenvolvidas: correções de trabalhos passados pelos professores aos alunos da graduação; auxílio ao professor na arrecadação das listas de chamada; entrega do material a ser usado em sala de aula; orientação de alunos da graduação em relação ao conteúdo ministrado em sala de aula; observação das aulas ministradas.

Porém, mesmo diante de um estágio docente supervisionado, nem todos os quantuns tiveram a oportunidade de praticar o exercício da docência, de planejar as aulas ministradas na graduação ou mesmo, de participar de tal planejamento. Nesse sentido, sugere-se que o estágio supervisionado da Instituição pesquisada seja repensado já que a prática da docência constitui-se elemento essencial para o aprendizado dos futuros professores:

A realidade para futuros professores está em situações vividas nas salas de aula, nas bibliotecas e nas salas de professores, no conhecimento dos planos gestores, na participação da recuperação de alunos e em projetos, entre outras atividades. (BIANCHI, Ana; ALVARENGA; BIANCHI, Roberto, 2005, p. 6).

As práticas do estágio docente supervisionado devem integrar a teoria adquirida em sala de aula. As aulas do curso de Mestrado em Educação, nesse contexto tornam-se o suporte primordial para pautar as ações dos monitores como afirmam os autores Bianchi; Alvarenga e Bianchi:

A prática nessa situação, baseada na teoria, conduz a caminhos muito especiais, e é muito importante que o aluno tenha, efetivamente, essa oportunidade, para evitar que a aprendizagem resulte em profissionais inseguros. A prática, ainda, auxilia o estudante na busca do autodidatismo que o impulsionará a dar continuidade ao seu aprender. (BIANCHI, Ana; ALVARENGA; BIANCHI, Roberto, 2005, p. 7).

Embora os autores afirmem a importância de por em prática as teorias aprendidas em sala de aula, para a maioria dos entrevistados a realização da ponte entre os conhecimentos teóricos adquiridos nas disciplinas do curso de Mestrado em Educação e as práticas desenvolvidas na monitoria, não foi possível como se verifica, em especial, nesse trecho transcrito:

Pesquisadora: Na sua opinião a monito..., o seu trabalho de monitoria você fez essa ponte entre teoria e prática?

É, infelizmente não foi possível fazer essa ponte éé, existe certo dis..., distanciamento entre o que eu vivenciei entre quatro paredes nos debates com o grupo e o que eu fui levar até a prática até o campo então há um distanciamento..., [...] (Quantum X).

Pesquisadora: Você achou que foi um distanciamento em que nível? Como foi esse distanciamento, você chegou em campo achou que fosse fazer uma coisa, defina esse distanciamento.

Em nível, naaa, dimensão pedagógica mesmo eu pensava, o meu pensamento era eu estudei um tema xis e agora eu vou a campo eee, e vivenciar essa experiência então você percebe que esse distanciamento é no campo pedagógico, você não vivencia isso com o aluno, você não vai lá e debate, orienta o aluno acerca daquele tema, aa..., na verdade a ementa dele é totalmen... é diferente da nossa ementa, e também é o que dificulta essa relação, a proximidade dessa relação, a ementa deles é outra então [...] como monitora eu não consegui é..., colocar aaa a temática que eu estudei, a minha experiência vivenciada enquanto mestranda lá no campo, eu não consegui [...]. (Quantum X).

Diante disso, percebe-se que as condições expressas pela Lei de Estágio e pela visão dos autores Ana Bianchi, Marina Alvarenga e Roberto Bianchi (2005), para um estágio de sucesso encontra-se um tanto destoante do contexto da monitoria exercida na IES pesquisada. Observa-se também a falta de autonomia nas ações dos monitores e de maiores esclarecimentos a respeito dos processos a serem desenvolvidos durante os trabalhos. A ausência desses elementos causa insegurança na realização das práticas e proporciona a sensação de desânimo e insegurança em alguns entrevistados:

[...] quando eu comecei, eu estava cheia de ilusão achando que a monitoria seria..., iria me da suporte né, ajuda a fazer um trabalho diferenciado né, mais quando eu cheguei lá eu percebi que eu tinha entendido tudo errado, na verdade se eu soubesse que era pra fazer aquele tipo de trabalho eu não teria ido, eu achei que a monitoria eu iria..., ééé, como é que se diz... receber um suporte pra trabalhar até em faculdade, ver como é que era o trabalho, na verdade eu não..., eu fiquei um pouco decepcionada com o trabalho eu fiz, que eles me..., eu fui uma vez por mês né, acompanhei a professora mais eu não tive acesso ao cronograma, eu ia pra aula eu não sabia o que que eu tinha, que conteúdo que ia ser dado, o que que ia ser trabalhado né, inclusive assim eu tive até um certo assim..., um atrito no final do semestre porque me ligaram querendo que eu fosse daa, tirar as dúvidas dos alunos, eu, mais eu..., vou tirar dúvida de que? Eu não sabia de nada, vou lá tirar dúvida de que? Eu não recebi conteúdo, nem programa, nem nada [...]. (Quantum Z).

O quadro 3 foi elaborado de forma sintética para apresentar as características e atividades desenvolvidas pelos monitores, durante o desenvolvimento das práticas de monitoria, abordadas anteriormente:

Quadro 3: Síntese das características e das atividades desenvolvidas pelos monitores durante a monitoria.

Experiência docente em nível de graduação antes da monitoria.

3 Sim

4 Não Correção de trabalhos de alunos da

graduação. Todos responderam sim. Participação do planejamento das aulas. Todos responderam não. Oportunidade de ministrar aulas durante a

monitoria.

2 Sim

5 Não União da teoria ministrada em sala de aula

com as práticas da monitoria. Sim 1 Não 6

Até o presente momento, foram tratadas as informações gerais a respeito da monitoria e de seu desenvolvimento para embasar o leitor de forma ampla em relação ao tema pesquisado. Em continuidade a fase de resultados e discussões, faz-se necessário uma abordagem mais específica. Os próximos períodos foram elaborados de maneira mais pontual, por meio da organização das informações, em forma de categorias. O quadro quatro traz a visão das duas categorias centrais e, logo após as considerações, a respeito dessa fase, serão abordadas as categorias periféricas.

Quadro 4: Visão das categorias centrais.

Categoria A Categoria B

O conceito de monitoria na

percepção do monitor. A percepção do monitor em relação à dinâmica relacional durante as práticas de monitoria. Subdivisões da categoria B:

A percepção do monitor em relação ao professor supervisor.

A percepção do monitor em relação à coordenação. A percepção do monitor em relação aos alunos da graduação.

A percepção do monitor em relação ao ambiente da monitoria.

Categoria A: a maioria dos quantuns possui uma visão fundamentada a respeito do conceito de monitoria. Para os monitores, a monitoria consiste em: trabalho de auxílio ao

professor; trabalho de assessoria ao professor; trabalho que proporciona suporte ao monitor para o desempenho de tarefas futuras; ponte entre teoria e prática; entre outras. Um dos quantuns afirma que, quando foi realizar as práticas de monitoria, não entendia muito bem o que seria esse processo:

Quando fui [...] participar da monitoria, não entendia muito bem o que que isso representava e muito menos ainda porque não recebi nenhuma orientação. E fiquei perguntando até no caminho quando éé..., estava com a professora [...] afinal qual

será o meu papel no trabalho de monitoria? E me diziam: - ah..., você ah..., você fica na sala, observa, olha faz a chamada e é isso ai [...]. (Quantum Y).

A monitoria é um processo que engloba várias atividades a serem desempenhadas, tanto por parte do monitor, quanto por parte do professor supervisor e da coordenação. A observação atenta e sistematizada integra esse processo, pois, como afirma Morin (1997), aquele que observa deve se incluir na observação e na concepção do processo observado. Sendo assim, é o observador/criador (MORIN, 1997) do meio em que atua. Porém, se uma das funções do monitor é observar atentamente o processo de monitoria, a função do professor supervisor e da coordenação seria a de repassar as informações a respeito do significado e dos tramites da monitoria de maneira formal e sistematizada.

Mais que isso, tais informações deveriam ser repassadas antes do desenvolvimento das práticas para que, dessa forma, o monitor possa se identificar como parte do contexto de monitoria, do todo (MORAES, 2008), como sujeito integrante do processo e iniciar a construção de identificação com o meio. Outro aspecto a ser observado é que essas informações devem ser disponibilizadas por meio digital e impresso para que o monitor possa acessá-las sempre que precisar.

A Lei nº 11.788/2008, em seu capítulo I, artigo 1º define o estágio supervisionado como o ato educativo que visa à preparação para o trabalho produtivo de educandos. Em complemento à legislação, Buriolla (2009), afirma que o estágio é um campo de treinamento, um espaço de aprendizagem do fazer concreto. Mais que isso, o estágio docente supervisionado é o momento para que o futuro docente vivencie a realidade do campo de trabalho.

O quantum Z afirma: “[...] eu achei que a monitoria eu iria..., ééé..., como é que se diz? Receber um suporte pra trabalhar até em faculdade [...].” O quantum X ressalta a união da teoria à prática: “[...] eu vejo como um estágio é supervisionado onde o aluno ele vai a campo é fazer a ponte entre teoria [...].” O quantum D afirma que a monitoria é um trabalho de assessoria: “A monitoria é um trabalho que a gente experimenta como uma assessoria, né?

Depreende-se então, que a visão da maioria dos quantuns em relação ao conceito de monitoria não está distante do que é trazido pela legislação ou da afirmação dos autores a respeito do tema. Eles têm consciência de que o estágio docente supervisionado é uma vivência importante para o aprofundamento de seus processos de aprendizagem. Com base na percepção dos quantuns, a respeito do que vem a ser a monitoria, foi possível analisar de forma aprofundada e estruturar os demais aspectos do contexto da dinâmica relacional presentes nesse processo.

Categoria B: a dinâmica relacional, intuito maior desta pesquisa, está intimamente

relacionada ao contato que os monitores tiveram com os quatro elementos principais do contexto da monitoria22: o professor supervisor, a coordenação, os alunos da graduação e o

ambiente em que a monitoria foi desenvolvida. Os quantuns são diretamente influenciados por esses fatores ao desenvolverem seus trabalhos. Os monitores em contato com o meio e com os demais atores da monitoria partilham e compartilham linguagens, pensamentos e emoções em um processo dinâmico de relações.

O contato com o professor supervisor, para a maioria dos quantuns, foi pacífico. Eles se encontravam, normalmente, momentos antes da realização das aulas e trocavam as informações necessárias ao bom desempenho dos trabalhos. Para alguns monitores, as atividades a serem desempenhadas na monitoria estavam mais direcionadas ao auxílio administrativo do professor em sala de aula do que ao ensino da prática da docência ao monitor, como é possível constatar na fala do quantum T:

[...] no GP, a gente acompanhava ah..., é..., os professores no caso é mais auxiliando. Era só uma vez por mês as aulas. Então a gente ia, auxiliava esse professor durante a aula, mais assim, questões gerenciais mesmo, entrega de papéis, explicação de atividades e quase sempre ia alguém externo dar uma palestra ou alguma coisa assim. Depois a gente pegava os trabalhos desses alunos, que os professores passavam, e a gente corrigia. Então o trabalho era mais interno do que propriamente externo. Era mais corrigir, lançar notas no sistema etc [...]. (Quantum T).

Mesmo que, as atividades desempenhadas pela maioria dos monitores, em sala de aula, tenham sido de secretariar o professor supervisor, a prática da docência supervisionada não ficou ausente de todas as experiências vivenciadas pelos quantuns. Dois quantuns afirmaram que tiveram a oportunidade de ministrar uma aula. O quantum F informou que foi possível exercer a docência supervisionada, para os alunos da graduação, de maneira integrada com o seu trabalho cotidiano de professor e com o conteúdo de seu trabalho de pesquisa desenvolvido no curso de Mestrado em Educação:

É porque foi a parte que me coube, foi exatamente a simulação de estatística. Então ficou tranquilo porque já era a minha área de trabalho, eu já trabalhava com essa disciplina assim, até na época ainda tava trabalhando na minha pesquisa e até mostrei algumas coisas de dados da minha pesquisa né? [...] algumas coisas eu mostrei e a gente trabalhou com alguns tópicos da estatística. Coisas assim que eles vão precisar porque na graduação eles fazem o TCC [...]. (Quantum F).

O quantum F teve uma excelente experiência de aprendizagem em campo. Conseguiu unir de forma efetiva a teoria à prática quando teve a oportunidade de apresentar as ideias de seu trabalho de pesquisa aos alunos da graduação. Porém, o quantum K relatou uma

experiência um tanto diferente. Para ele, a oportunidade de exercer a docência supervisionada, na graduação, foi um processo negativo e traumático:

[...] no primeiro semestre foi negativo e traumático porqueeee..., eu sem experiência tive uma reunião com o professor e ele falou assim: - olha na primeira aula você vai me acompanhar, eu vou expor, apresentar você a turma e vou explicar a disciplina pra as pessoas, pros os alunos, eles vão ler um livro e você compre, chamado Política Educacional da Sofia Lerche. Ok, não, tudo bem..., ele só falou isso, só que eu sou [...] de artes, minha pesquisa foi sobre artes. Políticas e gestão foi algo que eu só tinha estudado na minha graduação, ou seja, há anos atrás, então, quando eu cheguei no primeiro dia de aula, linda e sorridente, com toda a ingenuidade nos olhos e na cara, o professor me apresentou a turma e disse na frente de todos: - agora com você [...] tchau... (breve silêncio)... eu fiquei atônita, os alunos perceberam isso, me viram totalmente despreparada..., e lá fui eu tentar explicar o que que era política educacional para os alunos, sem eu mesma ter me lembrado o que que era política educacional, então..., foi umaa..., e isso refletiu durante todo o semestre porque os alunos tiveram uma imagem negativa de mim, então isso foi traumático, nesse aspecto, porque eu passei o semestre inteiro tendo problemas com os alunos que não me respeitavam eee..., até mesmo me achavam desqualificada para o cargo [...]. (Quantum K).

Em nível de informação, o livro ao qual o quantum K se referiu, é intitulado como Política Educacional no Brasil: introdução histórica, escrito pelas autoras Sofia Lerche Vieira e Isabel Maria Sabino. Após tal depoimento, por meio de uma leitura aprofundada da legislação, não foi encontrada nenhuma referência, mesmo que de maneira implícita, que determinasse que o monitor, para realizar as práticas de monitoria, necessitasse de adquirir, por meio de compra, qualquer tipo de material. Nos textos do manual de procedimentos relativos à monitoria da IES pesquisada, também não consta nenhuma alusão a esse requerimento.

Ao contrário, na prática, o que acontece na IES pesquisada, normalmente, é que os professores supervisores, de forma gentil e preocupados em orientar os quantuns a respeito dos temas a serem tratados nas aulas ministradas na graduação, cedem textos ou emprestam livros aos seus monitores, disponibilizam materiais didáticos ou informam da existência de livros e outras publicações presentes no sistema de biblioteca da IES, sistema este, em que os quantuns, por serem alunos, têm acesso.

Dessa forma, colaboram com seus monitores para que tenham, em mãos, os materiais necessários para o desenvolvimento das práticas de monitoria. Além disso, percebe-se a falta de coerência na informação repassada pelo professor supervisor ao quantum K antes do início das aulas na graduação, já que, em um primeiro momento, o professor supervisor deixa claro que na primeira aula, o quantum K iria apenas acompanhá-lo e que seriam realizadas as devidas apresentações e explicações relativas ao contexto da disciplina.

Nesse caso, embora o primeiro impacto tenha sido determinante para as atitudes negativas dos alunos em relação à figura do monitor, o quantum K não desistiu de seu

processo de aprendizagem na monitoria. Os episódios traumáticos vivenciados por ele, no primeiro semestre, deram espaço a momentos mais felizes no segundo. O acolhimento por parte de duas professoras supervisoras da monitoria, o apoio da companhia de outro quantum e as novas orientações recebidas, a partir do segundo semestre, motivaram o quantum K a seguir adiante, como se percebe neste trecho da entrevista:

[...] já no segundo semestre não, a coisa foi totalmente diferente, eu tinha outra monitora comigo, estava lecionando acompanhada de duas professoras eee..., eu meio que tomei a frente em relação a isso, foi um contexto bem enriquecedor. Um dos outros alunos, do primeiro semestre me viu e disse: - socorro!!! Ai eu disse: - é, você não vai se livrar de mim tão cedo, brincando lógico, né? [...] no final ele falou assim: - olha, antes eu não gostava da senhora, mais com essa disciplina eu gostei [...]. (Quantum K).

Os reflexos do passado se fizeram presentes nos sentimentos do quantum K, mesmo assim, o apoio das professoras supervisoras e a companhia de outro quantum foram elementos constitutivos e essenciais de uma nova prática, mais segura e ativa. Além, é claro, da capacidade que o quantum K teve de se auto-organizar, refletir e mudar suas ações. Aproveitou-se de um momento difícil e traumático para se reerguer e, em um segundo momento, modificou sua prática e estabeleceu novas relações.

Para a maioria dos monitores, a dinâmica relacional com os professores responsáveis em supervisionar as suas práticas docentes, durante o processo de monitoria, se deu de maneira tranquila. Porém, um quantum afirma que o relacionamento pessoal foi bom, mas que o profissional, relacionado à monitoria, nem tanto:

É bom. O relacionamento com a professora é bom. Mais o que que é a monitoria? Eu achei que não foi. Eu fui com uma outra perspectiva, de ser monitor, o que na verdade não aconteceu. A minha perspectiva era que eu fosse, por exemplo, você vai na semana então, você tem que saber o conteúdo que a professora vai trabalhar. Você tem que tá preparado pra também se alguém te faz uma pergunta, né? Eu não,

Documentos relacionados