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Cenário Hipotético de Cheia ou Inundação

No documento PMEPC MUNICÍPIO DA LOUSÃ REVISÃO 2018 (páginas 179-185)

6. Cenários

6.4. Cenário Hipotético de Cheia ou Inundação

Uma das características da precipitação não é apenas a sua irregularidade espácio-temporal, mas também a possibilidade de se alcançarem valores extremos, tanto de abundância como de escassez. Tais ocorrências, pelas suas consequências catastróficas e impacto na sociedade, formam parte destacada dos chamados riscos naturais. Os episódios de chuvas extraordinárias na bacia hidrográfica do Ceira constituem um destes acontecimentos quando resultam em importantes inundações, com danos materiais e humanos.

As inundações podem provocar a perda de vidas, a inutilização de infraestruturas, a deslocação de populações, danos no ambiente, comprometer gravemente o desenvolvimento e prejudicar as atividades económicas da comunidade.

A criação do cenário de cheia ou inundação tem por base a aplicação da Diretiva 2007/60CE, de 23 de Outubro de 2007 - Avaliação e Gestão dos Riscos de Inundações, com base num dos quatro Cenários Gerais referidos na legislação, sendo selecionado o “Cenário I”, uma vez que se adapta aos contornos do Município da Lousã e das suas características físicas e infraestruturais .

Cenário I – Normal6

Ocorrência de precipitação – propagação de cheia (linhas de água) – galgamento de cotas e inundações de áreas naturais e de infraestruturas habitacionais e recreativas – caracterização de grandezas hidrodinâmicas – Carta de risco de inundação.

Agentes de Proteção Civil e Organismo e Entidades de Apoio Intervenientes • Comando Distrital de Operações de Socorro de Coimbra;

• Gabinete de Proteção Civil da Lousã; • Comandante Operacional Municipal; • Posto da GNR da Lousã;

• Bombeiros Municipais da Lousã; • Bombeiros Voluntários de Serpins; • INAG;

• Delegado de Saúde; • INEM.

1º Momento - Resposta à Emergência – 22 a 24 de Janeiro

A situação atmosférica ao longo dos últimos dias está associada ao fenómeno de “Gota Fria”, que se traduz em depressões de ar frio fechadas localmente na média e alta troposfera, oriundas de latitudes elevadas, com um campo de pressão pouco definido, e que apresenta uma situação ciclónica, originando precipitações torrenciais e prolongadas, dissipando-se ao fim de 3 a 5 dias.

No dia 22 de Outubro pelas 14.40h, o rio Ceira transborda o seu leito por consequência de precipitações intensas, inundando todo o plano aluvial nas povoações de Amiais, Valada, Cova do Barro, Outeiro e Alcaide (Figura 53). De imediato, é dado o alerta por populares para o Número Nacional de Emergência 112, que reencaminha a informação para o CDOS e deste para os APC (Bombeiros Voluntários de Serpins e GNR da Lousã), com vista a delineação de um perímetro de Proteção nas rodovias (EN 342-3 e na EM 552), de modo a evitar, o aumento de danos nomeadamente nos veículos que se encontrem em trânsito, sendo este desviado pela EM 564 na margem direita do Ceira, e pela EM 554 na margem esquerda.

Com as intensas precipitações que afetam todo o Norte e Centro do País, o APA vê-se obrigado a efetuar três descargas faseadas (sem finalidades hidroelétricas) na barragem do Alto Ceira, uma vez que esta registava o limite máximo de capacidade de armazenamento da sua albufeira.

Sob a coordenação do COM, as equipas dos Bombeiros Municipais da Lousã e dos Bombeiros Voluntários de Serpins, encetam trabalhos de transvaze das águas que inundaram o rés-do-chão de algumas habitações no lugar de Outeiro, verificando danos infraestruturais nas habitações, embora sem vítimas humanas a registar. A presença de uma ambulância do INEM no TO tem como finalidade de prevenção para um hipotético socorro.

O realojamento da população afetada pela manifestação do risco efetua-se para o Pavilhão de Serpins, junto à estação de caminho-de-ferro.

Esta cheia de origem plúvio/fluvial afeta também todo o recinto do Parque de Campismo Municipal de Serpins, submergindo as duas pontes de reduzidas dimensões que se encontram nas imediações. Devido ao período do ano em que se regista o risco, encontram-se instalados no Parque somente oito turistas de origem britânica, que ao tomarem conhecimento das descargas da barragem do Alto do Ceira e do alerta proveniente dos APC, retiraram-se imediatamente do local.

De igual modo regista-se neste espaço danos infraestruturais elevados, sendo fundamental o papel dos corpos de bombeiros no socorro.

2º Momento - Recuperação e Revisão – 25 e 26 de janeiro

Com a dissipação do fenómeno climático (Gota Fria) verifica-se desde o início da manhã do dia 25 de Janeiro, uma acalmia generalizada do estado do tempo, assim como, o retorno das águas fluviais ao seu leito normal no rio Ceira.

Através da utilização de equipamentos técnicos apropriados para a mitigação do risco, o COM coordena a utilização de um VFCI de cada um dos corpos de bombeiros existentes no Município da Lousã para a limpeza do asfalto, enquanto o GPC auxilia com bombas de água e geradores na extração de água do interior das habitações, para um rápido retorno das populações afetadas.

Nesta fase a Carta de Risco de Inundação terá que ser revista e atualizada (Figura 52), sendo que de seguida se inicia a elaboração de um Plano de Gestão de Risco de Inundação7, onde pode ser contemplado um auxílio financeiro rápido para ajudar as populações.

O Grupo de Logística e Assistência, assegura ao longo de todo o processo o fornecimento dos alimentos e líquidos às equipas de intervenções envolvidas no terreno.

PREVENÇÃO

Evitar ou minimizar o risco de inundação

PREPARAÇÃO/ANTECIPAÇÃO

Providenciar previsões e avisos antecipados no que diz respeito a

inundações, aumentando assim a preparação das pessoas e dos APC.

PROTECÇÃO

Reduzir a possibilidade de inundações e/ou os seus impactos através de medidas estruturais e não estruturais,

com especial destaque para as não estruturais.

RECUPERAÇÃO E REVISÃO

Assistência no regresso à normalidade com maior brevidade; Usar a experiência adquirida na revisão e actualização da Carta de Risco de

Inundação.

RESPOSTA DE EMERGÊNCIA

Resposta coordenada da protecção civil às inundações, mitigando assim impactos dessas inundações nas pessoas, infra-

estruturas, propriedades e meio ambiente.

Figura 52 - Planeamento no Ciclo de Risco de Inundação. Fonte: Diretiva 2007/60CE, de 23 de Outubro de 2007.

Cheia ou Inundação Presidente da Câmara Municipal da Lousã Bombeiros (2)

INEM Delegado de Saúde GNR GPC/COM

CDOS - Coimbra

INAG

Envio de técnicos para o Local

Efectua Ponto da Situação Fim Delegado de Saúde e COM Não Sim

•Socorro e evacuação da população afectada; •Circunscrição do zonamento de risco; •Indicação de rodovias alternativas.

•Corpos de Bombeiros do Município da Lousã; •GPC e COM; •GNR da Lousã. Efectua Ponto da Situação Fim Delegado de Saúde e COM Não Alerta Sim

•Auxilio de equipas externas ao Município; •Manutenção e abastecimento dos APC;

•Continuidade do percurso nas rodovias alternativas; •.Manutenção da população afectada no Pavilhão de Serpins.

•Corpos de Bombeiros; •GPC e COM; •GNR da Lousã; •CDOS Coimbra Efectua Ponto da Situação Fim Delegado de Saúde; COM e CDOS

Briefing; Ponto de Situação à Comunicação Social

7. Cartografia

No sentido de garantir a integração da informação cartográfica em bancos de dados comuns, assim como a integração com outros planos, este documento inclui uma componente digital com todas as referências cartográficas associadas ao planeamento de emergência e Proteção civil do Município da Lousã. Desta componente digital, apenas foi extraído um conjunto mínimo de informação que se considerou relevante para ser publicado no corpo deste plano. De ressalvar que toda a cartografia inserida nesta componente digital, cumpre os parâmetros pré-estabelecidos e recomendados, assim como se apresenta suscetível de ser utilizada em fases de prevenção, emergência e reabilitação.

De referir ainda que o Município da Lousã possui uma plataforma dinâmica de informação geográfica – o já referido anteriormente SiGER – para a monitorização e gestão de situações de emergência e Proteção civil, a qual possui muita da informação cartográfica usada para a elaboração e análise deste plano.

Listagem de Cartografia:

Mapa 1. Enquadramento Territorial do Município da Lousã (Pág. 4); Mapa 2. Zonas de Concentração e Reserva no Município da Lousã (Pág. 37); Mapa 3. Zonas Estratégicas de Apoio Logístico no Município da Lousã (Pág. 52); Mapa 4. Locais de Reunião de Vítimas Mortais no Município da Lousã (Pág. 62); Mapa 5. Esboço Hipsométrico do Município da Lousã (Pág. 84);

Mapa 6. Mapa de Declives do Município da Lousã (Pág. 86);

Mapa 7. Carta de Ocupação do Solo no Município da Lousã (Pág. 90);

Mapa 8. População Residente em 2001, por Freguesia, no Município da Lousã (Pág. 93);

Mapa 9. Variação da População Residente entre 1991 e 2001, por Freguesia, no Município da Lousã (Pág. 94); Mapa 10. Mapa da Rede Viária do Município da Lousã (Pág. 102);

Mapa 11. Mapa da Rede Elétrica do Município da Lousã (Pág. 103); Mapa 12. Infraestruturas Vitais no Município da Lousã (Pág. 104); Mapa 13. Risco de Incêndio Rurais no Município da Lousã (Pág. 131);

Mapa 14. Conjugação da Rede Viária e Edificado com Declives Acentuados (≥ 17º) no Município da Lousã (Pág. 136); Mapa 15. Zonas Tampão dos Pontos de Água no Município da Lousã (Pág. 140);

Mapa 16. Registo de Ocorrências de Incêndios Florestais para o período de 1990 a 2005 no Município da Lousã (Pág. 141); Mapa 17. Mapa de Prioridades de Defesa contra Incêndios Florestais no Município da Lousã (Pág. 142);

Mapa 18. Lugares de Difícil Acesso e Áreas Expostas a Norte no Município da Lousã (Pág. 144); Mapa 19. Áreas Vulneráveis a Inundação no Município da Lousã (Pág. 147);

Mapa 20. Cone de Propagação relativo a Cenário de Incêndio Rurais na Localidade de Talasnal (Pág. 159); Mapa 21. Perceção do Risco, Vulnerabilidades e Respostas Sociais a Vagas de Frio no Município da Lousã (Pág. 167); Mapa 22. Rodovias Alternativas ao corte da EN 236 no Sector da Serra da Lousã (Pág. 171);

Secção III

1. Inventário de Meios e Recursos

No documento PMEPC MUNICÍPIO DA LOUSÃ REVISÃO 2018 (páginas 179-185)

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