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Cenário Hipotético de Vaga de Frio

No documento PMEPC MUNICÍPIO DA LOUSÃ REVISÃO 2018 (páginas 169-175)

6. Cenários

6.2. Cenário Hipotético de Vaga de Frio

Uma Massa de Ar Polar Continental (Pc) desloca-se em direção à Península Ibérica originária de latitudes setentrionais. Esta tem uma ação de arrefecimento localmente estável, efetuando um bloqueio da circulação de Oeste.

A Pc encontra-se posicionada sobre Portugal Continental desde o dia 22 de Janeiro, sendo que os registos absolutos das temperaturas mínimas foram batidos um pouco por todo o país. Nas estações meteorológicas da Lousã, Rego da Murta e Ansião, os termómetros desceram abaixo dos -5ºC.

Durante o período supracitado a temperatura mínima verificada durante o período noturno, em especial de madrugada, foi em média bastante inferior aos 6ºC das temperaturas padrão nas estações de referência, para o mesmo período do ano. Entre 27 de Janeiro e 2 de Fevereiro, as temperaturas são constantes e inferiores a 2ºC. O máximo de intensidade da vaga de ar frio, regista-se durante a noite de 28 para 29 de Janeiro, onde o termómetro se mantém por um largo período de tempo nos -7ºC. Mais grave que a intensidade é a duração, uma vez que episódios desta natureza encontram-se associados a situações barométricas de ventos moderados a fortes, que ampliam os efeitos do frio num corpo (Wind Chill). Sendo que a velocidade do vento durante a vaga de ar frio circularia a uma constante de 38km/h, registando-se também a queda de neve no período de 28 a 31 de Janeiro.

Agentes de Proteção Civil e Organismo e Entidades de Apoio Intervenientes • Comando Distrital de Operações de Socorro de Coimbra;

• Gabinete de Proteção Civil da Lousã; • Comandante Operacional Municipal; • INEM;

• Delegado de Saúde; • Centro de Saúde;

• Bombeiros Municipais da Lousã; • Bombeiros Voluntários de Serpins; • Posto da GNR da Lousã;

• Grupo de Logística e Assistência.

1º Momento – Alerta – Grupos de risco (22 a 28 de Janeiro)

Os sistemas de prevenção e alerta passam essencialmente pela sensibilização da população vulnerável assim como pela operacionalidade dos serviços de saúde, socorro e emergência. Isto acontece com o intuito de minimizar a morbilidade assim como preparar os Agentes de Proteção Civil no sentido de coordenar esforços com as autoridades de saúde locais, situação revestida de grande importância.

A coordenação de meios no sentido de garantir uma resposta adequada baseia-se nos sistemas de alerta, os quais pressupõem a colaboração entre serviços de meteorologia e entidades de saúde pública. Neste domínio é fundamental que haja uma preparação antecipada para o frio excessivo, assim como para a queda de neve contínua, agilizando procedimentos ao nível do tratamento, transporte (Bombeiros Municipais da Lousã e Bombeiros Voluntários de Serpins) e apoio aos grupos mais vulneráveis, sendo esta monitorização da responsabilidade do Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) de Coimbra.

Como observável na Figura 48, referente à perceção do risco, vulnerabilidades e respostas sociais a vagas de frio, com base nas variáveis: edificado, infraestruturas de apoio à prevenção, hipsometria conjugada às áreas com exposição a Norte, acessibilidades/distância aos principais aglomerados populacionais, o Município Lousã apresenta um número considerável de pessoas expostas às situações de risco mais graves, podendo provocar danos irreversíveis na saúde e inclusive levar à morte.

Ao termos em consideração a estrutura etária do Município da Lousã, verifica-se que 15,8% (2494 habitantes) da população é idosa (≥65 anos) destacando-se uma presença considerável em povoações consideradas como isoladas, sendo que um número significativo apresenta dificuldades especiais, nomeadamente acamados.

Os pontos mais sensíveis ao efeito de uma vaga de frio no Município da Lousã são as povoações isoladas de reduzida densidade populacional no sector Sul (Candal, Catarredor, Vaqueirinho, Talasnal, Chiqueiro, Casal Novo) e no sector Sudeste (Cerdeira e Silveira de Baixo). Registe-se o facto da maioria das pessoas que habitam nas referidas localidades apresentarem condições de vida pouco seguras e uma capacidade diminuta de resistência a fenómenos de natureza extrema.

2º Momento – Intervenção dos Meios nas áreas de risco – (28 e 29 de Janeiro)

Através da fórmula do Índice de Wind Chill5, para a noite de 28 para 29 de Janeiro, com uma temperatura de -7ºC aliado a uma velocidade do vento a rondar os 38km/h, a sensação de arrefecimento é de -17ºC. Estão criadas condições para um aumento da taxa de mortalidade neste período invernal, o que a verificar-se, teria principal incidência na população idosa, isolada e doentes crónicos.

Os Bombeiros Municipais da Lousã, pelas 23.20h do dia 28 de Janeiro recebem um alerta do CDOS para o socorro a um casal de idosos no Lugar de Candal que se encontra numa fase de hipotermia inicial. Foram ainda recebidas durante a mesma noite diversos alertas no mesmo sentido, para o socorro nas povoações de Vaqueirinho, Talasnal, Chiqueiro e Catarredor:

• 2 Turistas em Candal; • 3 Turistas em Vaqueirinho; • 2 Turistas em Talasnal; • 3 Turistas em Chiqueiro; • 3 Turistas em Catarredor.

Num primeiro instante são enviados de imediato para o terreno os seguintes meios: uma Ambulância de Transporte Múltiplo (Candal), de seguida, e à medida que vai sendo necessário, seguem também três Ambulâncias de Socorro (Vaqueirinho), duas Ambulâncias de Transporte de Doentes (Talasnal), e por último, são enviadas para o lugar de Chiqueiro as últimas ambulâncias disponíveis, duas Ambulâncias de Socorro e uma Ambulância de Transporte de Doentes.

Com a falta de meios, estava já previsto o apoio técnico dos Bombeiros Voluntários de Serpins, que sob a coordenação do COM enviam para o lugar de Catarredor uma Ambulância de Socorro e uma Ambulância de Transporte Múltiplo. Para a necessidade de auxílio de socorro extra, os Bombeiros Voluntários de Vila Nova de Poiares encontram-se em alerta.

É de salientar que já todas elas se encontravam desde o 1º Momento preparadas/equipadas para este tipo de ocorrência. A população em causa é reencaminhada para o Hospital de referência (Hospitais da Universidade de Coimbra, EPE).

Com recurso ao SiGER a coordenação municipal de Proteção civil promove o transporte para locais de abrigo com condições mais apropriadas para o efeito, (locais com conforto térmico) e assegura o acompanhamento dos grupos mais vulneráveis, bem como a capacidade de resposta das unidades prestadoras de cuidados de saúde e serviço social.

Até se encontrarem as condições mínimas de habitabilidade, que neste caso estarão associadas à subida das temperaturas mínimas nos lugares afetados, o Grupo de Logística e Assistência solicita o apoio da Santa Casa da Misericórdia da Lousã e da Pousada da Juventude local, com vista ao realojamento temporário dos idosos afetados pela vaga de frio. As pensões e estalagens da Lousã funcionarão como apoio adicional, caso ocorra o alastramento do fenómeno.

Aos serviços municipalizados como o Gabinete de Proteção Civil e o Gabinete de Apoio ao Presidente compete-lhes efetuar briefings às entidades competentes responsáveis pela saúde, restantes APC, e à comunicação social.

Papel primordial assume também a Divisão de Obras Municipais, Saneamento Básico e Ambiente da Câmara Municipal da Lousã uma vez que com as temperaturas negativas, os contadores de abastecimento de água às populações podem avariar, suspendendo o fornecimento. Decorre deste facto a especial atenção a dar por parte dos técnicos de saneamento, para a reposição das condições mínimas. Com a queda de neve associada, o Gabinete de Proteção Civil da Lousã deverá solicitar o auxílio ao

Lousã mantém-se em alerta para a formação de gelo na estrada, atuando com a colocação de placas eletrónicas indicativas da possibilidade ou não de trânsito condicionado, nomeadamente na EN 236/236- 1, uma vez que faz parte do seu percurso no sector de Serra.

3º Momento – Fase de reabilitação – (05 de Fevereiro)

Com os termómetros a registarem uma subida generalizada das temperaturas desde o dia 3 de Fevereiro, onde a mínima foi de 3ºC inicia-se uma nova etapa, onde o papel do Delegado de Saúde é imprescindível.

Sob a coordenação do COM, o Grupo de Logística e Assistência assegura as condições mínimas de habitabilidade nas povoações afetadas de Candal, Vaqueirinho, Talasnal, Chiqueiro e Catarredor, com vista ao regresso das populações aos seus lares.

Esta fase das operações não valida a desativação do 1º momento (Alerta – Grupos de Risco), uma vez que devem estar asseguradas todas as respostas para uma nova vaga de frio, daí que o alerta por parte dos APC deve ser constante, assim como a vigilância por parte do Delegado de Saúde às populações afetadas.

Verificação de Danos

Necessário apoio social, nos realojamentos temporários

Necessidade Evacuar novamente a População

Vaga de Frio

Grupo de Logística e Assistência Informam o

COM Presidente da Câmara Municipal da Lousã Corpos de Bombeiros - CB (2) GPC Delegado de Saúde (DS) Centro de Saúde Efectua Ponto da Situação Não Fim Técnicos para o Local Delegado de Saúde (D.S.) CB / GPC/ INEM / DS

Coloca a salvo do risco as populações vulneráveis em locais artificialmente aquecidos(Lares; Pavilhão gimnodesportivo)

Verifica os danos potenciais - Hipotermia 1ª F as e – Le va nta m ento e S oc or ro 3ª F as e - R ea bi lita çã o 2ª F as e – M anut enç ão d os a le rta s Sim Briefing; Ponto de Situação à Comunicação Social

Briefing; Ponto de Situação à Comunicação Social

Reencaminhar as populações para as suas habitações INEM CDOS - Coimbra CB / GPC / COM / DS Sim Efectua Ponto da Situação Não Fim Delegado de Saúde (D.S.) Sim

Ponto da Situação /Relatório Final Fim

Delegado de Saúde (D.S.) / COM / Todas as entidades intervenientes

GNR / COM / CB/ GPC / DS / Grupo de Logística e Assistência

GNR / COM / CB/ GPC / DS / Grupo de Logística e Assistência

GNR / CB/ GPC / DS / Grupo de Logística e Assistência

No documento PMEPC MUNICÍPIO DA LOUSÃ REVISÃO 2018 (páginas 169-175)

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