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Neste estudo foi realizado um trabalho de campo investigativo por meio de observações diretas e intensivas na área por um período de 04 (quatro) meses, cuja finalidade foi obter uma das bases fundamentais para estimar a produção de RCD no município de São Carlos, SP.

Segundo Pinto (1999), a obtenção de dados consistentes para este tipo de base é laboriosa e demanda muito tempo em virtude das áreas utilizadas como destino apresentarem em diversos pontos do município, o que por sua vez inviabilizaria o processo de

monitoramento destes destinos finais. Porém, cabe ressaltar que no município de São Carlos está base pode ser obtida em virtude de o município possuir somente duas áreas licenciadas para destinação final dos RCD, sendo uma destinada ao tratamento dos RCD – Usina de reciclagem de RCD – e a outra a triagem e disposição final dos RCD – Central de triagem e aterro de Cidade Aracy I.

Quanto à mensuração dos RCD cujo destino final são áreas clandestinas, pode-se estimar parte destes indiretamente por meio do monitoramento realizado na central de triagem e aterro de RCD, pois a quantidade de resíduos recolhidas de deposições irregulares pelo serviço de limpeza pública era destinada a este local.

Para tanto, neste tipo monitoramento foi utilizado um período de amostragem de 04 (quatro) meses, que segundo Marques Neto (2003) pode ser considerado adequado para cálculos de geração de RCD em municípios, devido este período estudado representar 33,33% de um ano.

4.4.1 Levantamento de Dados dos Resíduos Destinados à Central de Triagem

e Aterro (Entradas)

Neste item serão apresentados os dados dos volumes que deram entrada na área de estudo, a fim de posteriormente possibilitar um estudo comparativo com os volumes de saídas dos resíduos triados – resíduos reutilizáveis, recicláveis ou recuperáveis energeticamente – pela central de triagem. Assim, mediante o uso de dados significativos pode-se estimar a importância da adoção de uma central de triagem em um sistema de gerenciamento integrado de RCD.

Para tanto, foi realizado um monitoramento da central de triagem e aterro de RCD, no qual realizou-se anotações diárias dos volumes de resíduos que adentravam ao recinto, as quais foram compiladas em tabelas diárias e resumidas em tabelas mensais que discriminam o tipo de agente coletor em quatro tipos: empresas de caçambas, empresas de terraplenagem, empresas e particulares – caminhões de construtoras, indústrias, veículos transportadores de aluguel e particulares – e Prefeitura Municipal.

Nas tabelas diárias foram anotados os volumes de resíduos, tipo de agente coletor e tipo de resíduo transportado, e confirmados por meio de análise da CTR e de uma caracterização visual superficial durante a recepção e vistoria do veículo transportador. Cabe informar que resíduos não pertencentes à classificação de RCD estipulada pela COMANA nº

307 também eram anotados, a fim de serem posteriormente subtraídos do total de resíduos quantificados para estimar a quantidade de RCD gerada.

4.4.1.1 Cálculo do Volume de Resíduos Descartados na Central de Triagem

No Apêndice B estão apresentadas as tabelas que demonstram os volumes descartados nos meses de março de 2009, abril de 2009, maio de 2009 e junho de 2009, respectivamente. Tais dados permitiram estimar o volume diário de RCD e volumosos destinados a central de triagem e atual aterro de RCD do município.

Neste estudo adotou-se o valor de massa unitária de 1,2 t/m³, valor este obtido pela pesagem de algumas caçambas de RCD, em condições úmidas, conforme item 4.9 deste estudo. Cabe ressaltar que este valor confere com o valor adotado por Pinto (1999).

A Tabela 4.4 apresenta o resumo dos dados sobre descarte de RCD e volumosos na central de triagem, o qual contempla a produção de RCD e resíduos de poda e capina de forma distinta.

Tabela 4.4 – Descarte de RCD e Volumosos na Central de Triagem de Cidade Aracy I Central de Triagem e Aterro de RCD de Cidade Aracy I

Mês Dias de Operação da Área Volume Total Poda e Capina (m3) Volume Total de RCD (m3) Volume Total Descartado (m3) Março 25 1.746 14.363 16.109 Abril 23 1.063 11.885 12.948 Maio 22 761 10.693 11.454 Junho 21 1.065 8.901 9.966 Total 91 4.635 45.842 50.477

Visando a comparação com os demais estudos realizados desde 1997 foram contabilizados os RCD e volumosos – resíduos de poda e capina – os quais estão discriminados nas tabelas 4.5 e 4.6.

Tabela 4.5 – Volume de RCD e volumosos descartados na Central de Triagem

Descarte de RCD e Volumosos (2009) Volume Descartado pelos

Transportadores Março Abril Maio Junho Média

Empresas de coletoras (m³) 428,64 383,43 414,45 378,38 401,23

Particulares, empresas e PMSC (m³) 215,72 179,52 106,18 96,19 149,40

Portanto, no período amostrado neste estudo formam destinados ao aterro 50.477 m³ de RCD e volumosos, o que representa 550,63 m³/dia, no qual 401,23 m³/dia foram transportados por empresas de caçambas e os demais 149,40 m³/dia por caminhões e caminhonetes particulares, empreiteiras e veículos oficiais da Prefeitura Municipal.

No período de observação sistemática da dinâmica de operação da área pode-se observar que dentre os veículos destinados a central de triagem os agentes coletores representados por empresas de caçambas movimentavam a maior parte volume de resíduos destinados ao local, representando 72,9% do total de volume transportado diariamente, conforme a Tabela 4.6.

Tabela 4.6 – Volume de RCD e volumosos descartados na Central de Triagem Descarte de RCD e Volumosos (2009) Transportador Volume Descartado (m³/dia) Massa Descartada (t/dia) (1) Porcentagem Descartada (%) Empresas de caçambas 401,23 481,48 72,9 Particulares, empresas e PMSC 149,40 179,28 27,1 Total 550,63 660,76 100

(1) Massa unitária adotada 1,2 t/m³, conforme item 4.9 deste estudo

4.4.1.2 Cálculo do Volume de Resíduos de Poda e Capina Descartados na